Tópicos | Defesa da democracia

Líder do PT no Senado, Humberto Costa afirmou, nesta quarta-feira (7), que a atuação dos partidos de esquerda no Congresso Nacional a partir de agora, com a destituição do mandato da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), será unificada. De acordo com o petista, que participou da manifestação que uniu o Grito dos Excluídos e o “Fora Temer” no Recife, os argumentos dos parlamentares serão norteados pela proposta de novas eleições gerais e a manutenção dos direitos dos trabalhadores.

“Estamos discutindo com os partidos de esquerda sobre uma bandeira que nos unifique e hoje isso pode ser a pauta das eleições gerais. Acredito que esse governo não aguenta uma grande campanha de mobilização do povo, para que tenham condição de votar e escolher livremente o presidente, seus governantes”, salientou.  “Outra questão também relevante é que esse movimento [de unificação] significa uma resistência a uma possibilidade de perda de direitos que foram duramente conquistados nos últimos anos. Vamos impedir que passem essas propostas de reformas trabalhistas, de uma reforma da previdência que venha a prejudicar os mais pobres”, acrescentou.

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O deputado federal Silvio Costa (PTdoB) corroborou a postura do petista e garantiu que não votará as pautas do governo do presidente Michel Temer (PMDB). “Lamentavelmente parte da elite paulista e nordestina consolidou o golpe parlamentar... Garanto, não vou votar nenhum projeto do governo Temer, nenhum. Ele não tem legitimidade. Sei que o Brasil precisa de reformas, mas só existe reforma se existir democracia. Eles rasgaram a constituição”, cravou o parlamentar, também presente no ato da capital pernambucana.

“Dilma vai ajudar o país”                        

Com a saída do Palácio da Alvorada, residência oficial da presidência, há uma expectativa diante do papel que a petista terá a partir de agora. Segundo o líder do PT no Senado, a ex-presidente “vai ajudar o país”. “Dilma é uma liderança importante e deve assumir um papel de protagonismo. O partido deverá conversar com ela no sentido de como vai ajudar o Brasil”, afirmou.

Humberto disse ainda que estão com a fase de campanha eleitoral entrando na reta final, já que o pleito será no dia 2, e a expectativa do PT é de que seja organizado um ato para endossar o palanque do candidato a prefeito do Recife, João Paulo (PT), com a possível presença dela e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A presidente afastada Dilma Rousseff (PT) afirmou que a democracia no Brasil “não caiu do céu e não surgiu do nada” durante um ato em Defesa da Democracia, na noite dessa quarta-feira (24), em Brasília, um dia antes do início do seu julgamento no Senado Federal por crime de responsabilidade. Lembrando que nessa quarta completou-se 62 anos do suicídio do presidente Getúlio Vargas, Dilma disse que Vargas se matou para impediu uma ruptura democrática no país. 

“Queria preservar a democracia no nosso país e sabia que ela estava em risco naquele momento. E ele adiou o golpe por muito tempo”, avalia. “Hoje, eu não tenho de renunciar nem me suicidar, não tenho que fugir pro Uruguai, é outro momento histórico. Vou ao Senado defender a democracia, o projeto político que eu represento, defender os interesses legítimos do povo brasileiro e, sobretudo, construir os instrumentos que permitam que isso nunca mais aconteça em nosso país”, acrescentou, repetindo que há um golpe em andamento no Brasil e que ela está sendo punida mesmo sem ter cometido crimes. 

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Para a petista, hoje novas eleições são a única maneira de combater a “ruptura democrática” que está em curso no país: “Vai ser necessária uma eleição para recompor todas as instâncias democráticas de nosso país. É impossível não ver criticamente uma coisa: estão tentando substituir um colégio eleitoral de 110 milhões de pessoas, os brasileiros que votam, por um colégio de 81 senadores”, disse.

Dilma disse que “sem sombra de dúvida” é possível concluir que os votos que recebeu foram a favor da política de valorização do salário mínimo, de programas sociais como o Prouni, o Fies e outros de inclusão baseada em cotas, pelo modelo de partilha do pré-sal, a favor do Bolsa Família, do Mais Médicos e de outras políticas sociais, projeto diferente do defendido pelo presidente interino Michel Temer.

“Votamos contra as políticas tradicionais que estamos vendo que, primeiro sorrateiramente e depois, de forma descarada, tomaram conta do debate político no nosso país e agora se apresentam como solução para os problemas do país.” Como exemplo, citou a PEC 241, que pretende congelar os gastos da educação e da saúde em termos reais por vinte anos, o que, segundo ela, significa a redução do gasto em educação e da saúde e que vai comprometer a qualidade dos serviços.

Ao analisar os motivos que levaram a esse processo de impeachment, Dilma concluiu que é o resultado de quatro derrotas sistemáticas da oposição nas quatro últimas eleições presidenciais. “Na quarta, entornou o caldo para eles, quando eu fui reeleita”. A partir daí, segundo ela, teve início a tentativa de impor ao país uma eleição indireta, feita pelo Congresso Nacional. “É disso que se trata. Na eleição direta, milhões discutiram o programa. Na indireta, só 81 discutem o programa. É isso que foi feito no nosso país e não podemos concordar”, afirmou.

Dilma fechou o discurso dizendo que na vida “a gente sempre tem que lutar” e que esse processo de impeachment mostrou para ela que não existe democracia garantida: “Eu achei, em determinado momento da minha vida, que nunca mais eu ia ver processos arbitrários, que eu nunca mais ia ver rupturas democráticas e golpes de estado, e estou vivendo um de forma bastante intensa”. Segundo Dilma, da mesma forma que lutou contra a ditadura militar, vai continuar lutando para aprofundar a democracia no Brasil.

A sessão de julgamento da presidente afastada iniciou por volta das 9h20 de hoje e deve durar até a próxima terça-feira (30). Para que ela seja afastada em definitivo da Presidência da República, são necessários dois terços dos votos, ou seja, no mínimo 54 dos 81 senadores. Neste caso, Dilma fica inelegível por oito anos e o vice-presidente Michel Temer, atual presidente interino, assume o cargo de presidente, para completar o mandato até 2018. Se o mínimo necessário para o impeachment não for alcançado, a presidenta retoma o mandato e o processo no Senado é arquivado. 

*Com a Agência Brasil

Membros da Associação dos Servidores da Fundação Joaquim Nabuco (ASSIN) criaram um coletivo contra a gestão do presidente em exercício Michel Temer (PMDB) e em favor da democracia. No manifesto, que anuncia a criação do grupo, eles pontuam o “processo autoritário” da escolha do novo presidente da instituição, questionam as ações do Ministério da Educação, ao qual são vinculados, e prometem endossar a luta de movimentos em defesa do mandato da presidente afastada Dilma Rousseff (PT). 

De acordo com o texto, o objetivo do Coletivo Fundaj é de mobilizar os servidores “em torno dos desafios colocados pelo grave quadro político institucional vigente no País, a partir da admissão do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff”. “Há um golpe em curso regido por setores do Congresso Nacional, da grande mídia, do empresariado, do judiciário e de agentes internacionais”, argumentam.

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Para eles, desde o dia 12 de maio, quando Temer assumiu a Presidência, “tem-se assistido a um verdadeiro desmonte da estrutura dos ministérios órgãos públicos, além da desarticulação de políticas públicas inclusivas que representaram avanços significativos da situação econômica, social e cultural do País nos últimos 13 anos”, quando o PT passou a governar o país.

Diante disto, o grupo intitulado de Coletivo Fundaj pela Democracia, também alerta para a forma como foi nomeado o novo presidente do órgão, o professor Luiz Otávio de Melo Cavalcanti. Ele substituiu o ex-deputado Paulo Rubem Santiago que saiu da presidência da Fundação por não reconhecer como legítimo o governo interino de Temer. “Sem consultar a FUNDAJ, o ministro interino Mendonça Filho anunciou, pela imprensa e redes sociais, o nome da pessoa a presidir a Instituição”, observa.

Lançado na última sexta-feira (10), o coletivo pretende integrar-se a outros movimentos e articulações sociais “que se mobilizam em defesa das instituições e das conquistas democráticas e populares advindas da Constituição Federal de 1988 e aperfeiçoadas nos últimos anos” e promete realizar manifestações, debates e esclarecimentos sobre as medidas adotadas pelo MEC para as áreas de Educação, Cultura e Direitos Sociais.

Veja o texto na íntegra:

MANIFESTO DE LANÇAMENTO 

COLETIVO FUNDAJ PELA DEMOCRACIA

O COLETIVO FUNDAJ PELA DEMOCRACIA foi criado, no dia 9 de junho de 2016, em reunião geral convocada pela Associação dos Servidores da Fundação Joaquim Nabuco (ASSIN) e pelo Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Estado de Pernambuco (SINDSEP-PE).

O objetivo do COLETIVO FUNDAJ é mobilizar servidores da Instituição, em torno dos desafios colocados pelo grave quadro político institucional vigente no País, a partir da admissão do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Para os servidores, há um golpe em curso regido por setores do Congresso Nacional, da grande mídia, do empresariado, do judiciário e de agentes internacionais.

Desde o início do governo interino de Michel Temer, tem-se assistido a um verdadeiro desmonte da estrutura dos ministérios e órgãos públicos, além da desarticulação de políticas públicas inclusivas que representaram avanços significativos da situação econômica, social e cultural do País nos últimos 13 anos.

No caso do Ministério da Educação (MEC), ao qual está vinculada a FUNDAJ, a tentativa frustrada de fusão com o Ministério da Cultura, a completa desarticulação de suas secretarias e órgãos, o controle do setor educacional privado na área de regulação do MEC e as ameaças explícitas ao Plano Nacional de Educação (PNE) apontam para as graves distorções da política educacional brasileira.

Como integrantes da Carreira de Ciência e Tecnologia, o COLETIVO FUNDAJ manifesta também sua indignação com a injustificada e despropositada fusão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação com o Ministério das Comunicações, fragilizando, assim, a política científica nacional.

Como consequência, diversos posicionamentos foram assumidos por segmentos da Instituição, incluindo seu Conselho Diretor, que alertaram para a gravidade da situação e as consequências desagregadoras das medidas adotadas pelo governo provisório e do MEC. Sem consultar a FUNDAJ, o ministro interino Mendonça Filho anunciou, pela imprensa e redes sociais, o nome da pessoa a presidir a Instituição.

O COLETIVO FUNDAJ repudia o processo autoritário da escolha e contesta o perfil do indicado que não tem relação com os objetivos e as ações desenvolvidas na Instituição. Acrescente-se seu envolvimento com condutas e atividades que o desabonam. Tais fatos demonstram o descompromisso com um processo de escolha que envolva ampla consulta à comunidade de servidores e inclua a definição de perfil e mandato apropriados ao cargo de presidente da Instituição.

Entendendo que esta luta extrapola o âmbito da Instituição, o COLETIVO FUNDAJ surge integrando-se a outros movimentos e articulações sociais que se mobilizam em defesa das instituições e das conquistas democráticas e populares advindas da Constituição Federal de 1988 e aperfeiçoadas nos últimos anos.

O COLETIVO FUNDAJ promoverá eventos de mobilização, debate e esclarecimento público sobre as implicações das medidas adotadas pelo governo provisório e do MEC para as áreas da Educação, Cultura e Direitos Sociais, priorizadas nas atividades de pesquisas, formação, memória e difusão cultural que marcam a identidade institucional.

Recife, 9 de junho de 2016

O vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 1980, o argentino Adolfo Pérez Esquivel, afirmou que o impeachment da presidenta Dilma Rousseff é um “golpe de Estado, encoberto sobre o que podemos chamar de golpe branco”. Para ele, não se deve interromper o processo democrático no Brasil e em toda a América Latina.

Esquivel reuniu-se na manhã desta quinta-feira (28) com Dilma no Palácio do Planalto, para levar “solidariedade e apoio” à presidenta e se posicionar contra o processo de impeachment. “Dissemos à presidenta que viemos dar solidariedade e apoio a ela e para que não se interrompa o processo constitucional no Brasil porque isso seria, não só para o povo brasileiro, mas para toda a América Latina, um retrocesso muito grave”, afirmou o vencedor do Nobel da Paz de 1980.

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Para o Prêmio Nobel, há semelhanças entre o golpe em curso no Brasil e os processos de destituição dos ex-presidentes do Paraguai Fernando Lugo, em 2012, e de Honduras Manuel Zelaya, em 2005.

Nobel da Paz

Adolfo Pérez Esquivel é um arquiteto, escultor e ativista de direitos humanos argentino. Em 1974 na cidade de Medellin, na Colômbia, Esquivel coordenou a fundação do Servicio Paz y Justicia en América Latina (SERPAJ-AL), junto com vário bispos, teólogos, militantes, líderes comunitários e sindicalistas.

Essa organização dedicou-se a defender os Direitos Humanos no continente e a difundir a Não-Violência Ativa como instrumento de transformação da realidade e de enfrentamento dos crimes de tortura e desaparecimento forçado de militantes políticos e agentes comunitários e pastorais, praticados pelas Ditaduras Militares que haviam se instalado por toda a América Latina. Por essa atividade, Adolfo Pérez Esquivel recebeu o Nobel da Paz de 1980.

Da Agência PT

Reunidos em um ato em Brasília, juristas de todo o país defendem, nesta terça-feira (22), o mandato da presidente Dilma Rousseff (PT) e condenam a postura como o juiz Sérgio Moro tem conduzido as investigações da Operação Lava Jato. Durante o encontro, entre um discurso e outro, gritos de guerra a favor da petista e contra o, chamado por eles, “golpe em curso”  podem ser ouvidos. 

Diretor da Faculdade de Direito do Recife (UFPE), Francisco de Queiroz Bezerra Cavalcanti afirmou que a presidente está sendo atacada pelas melhorias garantidas a base do país. "Nós temos uma presidenta à qual não se atribui uma irregularidade. Se fôssemos coerentes [ao afastar Dilma pelas pedaladas], teríamos que afastar pelo menos 16 governadores incluindo vários que defendem impeachment", argumentou. “Temos que combater a ilegalidade do que se reveste este impeachment. Estamos muito atentos a estas questões”, corroborou advogado e professor da PUC, Alberto Toron. 

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Para Bezerra Cavalcanti, o “golpe em curso” não é militar. "Estamos num tempo onde os golpes não são dados pelos militares, mas por artifícios jurídicos", disse. Reforçando o argumento do colega, o professor da Universidade de Brasília (UnB), Marcelo Neves recriminou a postura do juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato na 1ª instância. Segundo Neves, Moro “praticou um crime” ao divulgar conversas telefônicas de Dilma com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

"Se ele [Moro] não está com problemas psicológicos, ele é um criminoso. Ele [Moro] deveria enviar imediatamente as conversas [da presidenta] para o STF, mas ele enviou para a Rede Globo", destacou Neves. "Moro praticou claramente, escancaradamente e chapadamente uma ilegalidade, senão um crime, que precisa ser apurado", completou Alberto Toron.

Já sob a ótica da advogada e membro da Rede de advogados Populares, Camila Gomes, a investigação em curso – na Lava Jato – não respeita a democracia. “Repudiamos qualquer medida que atente contra a democracia e o Estado de direito. Investigação que não respeita direitos da presidente da República, vai respeitar o de quem?”, indagou a jurista.

O encontro ocorre dias após a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) decidir apoiar o pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff em votação do Conselho Federal da OAB na última sexta-feira (18).

O PT lança em Pernambuco, nesta sexta-feira (25), a Frente Brasil Popular. A iniciativa, de cunho nacional, reúne movimentos sociais, organizações populares e partidos, como o PCdoB, em defesa dos direitos trabalhistas, sociais e da democracia. O ato vai ser realizado no Sindicato dos Bancários, no bairro da Boa Vista, no Centro do Recife, às 15h. 

De acordo com a legenda no estado, o objetivo da Frente é “constituir em um amplo espaço de debate, de reflexão e de organização dessas forças para garantia da democracia no Brasil”, tentando assim “barrar a tentativa de golpe” contra a presidente Dilma Rousseff. 

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"É uma ação em defesa da democracia. Se não fizermos nada, vai parecer que eles [a oposição] estão corretos”, argumentou a presidente do PT-PE, deputada estadual Teresa Leitão. O lançamento nacional da Frente aconteceu no último dia 5, em Belo Horizonte. 

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