Quem caminha por avenidas como a Pompeia, na zona oeste, a Ipiranga, no centro, ou a São Miguel, na zona leste, vai encontrar uma cena em comum: todas estão lotadas de lixeiras novas, praticamente uma a cada poste. Elas fazem parte de um lote de 150 mil lixeiras instalado desde o início do ano. Mas o vandalismo persiste: 60 equipamentos são quebrados por dia em São Paulo, segundo a Secretaria Municipal de Serviços. E o número está em alta - em relação a 2010, esse índice triplicou.
A instalação das lixeiras custou cerca de R$ 10 milhões. O investimento estava previsto no novo contrato da limpeza pública, em vigor em dezembro de 2011. O modelo dividiu a cidade em duas áreas, sob o comando das empresas Soma e Inova. De acordo com a região de atuação, cada uma delas é responsável pela varrição das ruas, limpeza das bocas de lobo e instalação e manutenção das lixeiras públicas. Somadas com as 36 mil que já existiam na cidade, São Paulo tem hoje um recorde de 186 mil equipamentos do tipo.
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O alto número, no entanto, acaba criando mais oportunidades para a ação de vândalos. A média de lixeiras quebradas, que em 2010 era de 20 por dia, agora já é três vezes maior. Desde o início do novo contrato, 13 mil delas já foram furtadas ou destruídas - a maior parte em bairros da periferia ou na região central, onde se concentram em maior número por causa do movimento diário de pedestres.
Até o ano passado, a depredação custava cerca de R$ 340 mil por ano aos cofres da Prefeitura. Com o novo contrato, a verba gasta em manutenção também passa a ser responsabilidade dos consórcios vencedores. Ambos devem receber mais de R$ 2 bilhões do Município nos próximos três anos.
Em bairros residenciais, a situação é bem melhor. No Campo Belo, zona sul, ou Perdizes, zona oeste, a maioria das lixeiras continua inteira e, às vezes, até vazia. Instaladas na frente de residências, pontos sem comércio ou grande fluxo de pedestres, chegam a ser ignoradas pelos moradores. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo