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A esquerda sai do pleito de 2018 com a pior adesão a seus candidatos à Presidência desde 2002, na primeira eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No primeiro turno, Fernando Haddad (PT), Ciro Gomes (PDT) e Guilherme Boulos (PSOL) somaram 45,3 milhões de votos - menos do que os 67 milhões conquistados pelas candidaturas de PT, PSB e PSOL no primeiro turno de 2014. No ano da eleição de Lula, foram 54,6 milhões de votos somados pelo petista e por Anthony Garotinho, então candidato do PSB. Concorrendo contra Jair Bolsonaro (PSL) no segundo turno deste ano, Haddad teve 47 milhões de votos.

Como resultado das eleições, partidos de esquerda tentam formar uma aliança sem a participação do PT, que defende a primazia de liderar o bloco. No Senado, PSB e PDT conversam com Rede e PPS, enquanto na Câmara PDT e PSB se unem ao PCdoB. A intenção é quebrar a hegemonia do PT e se apresentar como a terceira via.

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Questionada sobre as alianças, a deputada federal reeleita Jandira Feghali (PCdoB-RJ) afirma que é necessário trabalhar por uma frente ampla, independentemente da ideologia. "Teremos uma visão de muita amplitude em relação a essa bancada para construir a resistência e para defender a Constituição e a liberdade democrática."

Único dos cinco partidos a se colocar como oposição durante todo este período, o PSOL, fundado em 2005, fala em "várias esquerdas" e pede reflexão sobre erros. "São muitas esquerdas, o nível de responsabilidade de cada uma é muito diferente", diz seu presidente, Juliano Medeiros. "Quem foi governo, que abriu mão da disputa de valores da democracia, tem mais responsabilidade. Independentemente disso, trabalharemos para que essas avaliações tenham espaço, pois é importante refletir sobre erros. É certeira a oposição contra Bolsonaro."

Para o cientista político Jairo Pimentel, da Fundação Getulio Vargas (FGV), a esquerda terá de torcer por um desempenho ruim do governo Bolsonaro na economia para ter chances de se recompor nas próximas eleições, em 2020 e 2022. Pimentel afirma que o PSL conseguiu, pela primeira vez em 16 anos, tirar votos do PT nas classes C e D na eleição presidencial.

A consolidação dos votos na direita nessas camadas da população dependeria, no entanto, essencialmente da geração de emprego e renda nos próximos anos. "Estabelecer um governo com uma marca conservadora, nesses temas morais, não vai ser o suficiente para consolidar os votos dentro desse segmento", diz. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL) defendeu que o futuro presidente da Câmara Federal seja uma espécie de trator diante dos partidos de esquerda. O filho do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) acredita que os opositores vão tentar derrubar o governo do pai já nos primeiros dias de 2019 e o dirigente da Casa não pode cair na “ladainha da esquerda”.

“Acho que no dia 1º de janeiro, se der bobeira, já tem pedido de impeachment para ser impetrado [contra Jair Bolsonaro]. Então, com esse tipo de oposição, que não está a fim de dialogar ou de criticar e apontar os defeitos do governo, mas está preocupado em derrubar um governo que sequer tomou posse, acho que não tem como dar ouvidos. É tratorar”, projetou o parlamentar.

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O próximo presidente da Câmara, para Eduardo, também não pode se curvar aos partidos. “Temos que ter um presidente que acelere a sessão e não deixe cair nessa ladainha da esquerda de toda hora colocar questão de ordem, [criar] confusão no meio da sessão para ela cair ou não se votar nada”, disse.

O PSL ensaiou uma articulação para concorrer ao cargo, mas Jair Bolsonaro aconselhou o partido a apoiar algum aliado - visando garantir base governista. Eduardo defendeu que o novo ocupante da cadeira na Mesa Diretora tenha pulso firme e deu como exemplos Rodrigo Maia (DEM-RJ), Capitão Augusto (PR-SP), Alceu Moreira (MDB-RS) e delegado João Campos (PRB-GO).

Candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro (PSL) afirmou, em publicação nas redes sociais, que a esquerda brasileira financiou ditaduras. Sem mencionar diretamente o PT e rebatendo críticas de que ele vai instalar um regime antidemocrático no país, caso seja eleito, Bolsonaro disse que se tem alguém que ameaça a democracia é a “esquerda”.

“A esquerda financiou ditaduras via BNDES; anulou o legislativo comprando votos de deputados; tem tesoureiros, marketeiros e ex-presidente na cadeia por corrupção; quer acabar com investigações de desvio de dinheiro público, além de controlar a mídia e internet. Se alguém ameaça a democracia, esse alguém é a esquerda que está há quase 30 anos no poder”, afirmou.

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Antes disso, ele também chegou a falar da Venezuela e pontuou que o Brasil patrocinou o massacre que o país vizinho vive atualmente. “Os venezuelanos morrem de fome devido à tirania de um governo que anda de mãos dadas com a ditadura cubana. Via BNDES e outras fontes de seu dinheiro o Brasil é um dos maiores patrocinadores do socialismo que massacra milhões no mundo. Isso vai mudar! Conosco, o foco é o Brasil!", assegurou também nas redes sociais.

Mesmo se colocando contra o regime vivido na Venezuela, Jair Bolsonaro, por exemplo, já afirmou que o regime militar vivido no Brasil por 21 anos não foi uma ditadura e ressalta, entre tantas entrevistas sobre o assunto, que o erro da época foi “torturar e não matar”.

Após a repercussão da paródia reproduzida durante ato pró-Bolsonaro que faz críticas às mulheres de esquerda, o Ministério Público Eleitoral em Pernambuco propôs uma representação contra os organizadores de mais uma carreata que acontece, neste domingo (30). O objetivo é que a música seja proibida durante a manifestação. 

O órgão justificou alertando sobre a gravidade da discriminação de gênero, que causa feminicídios e violência contra as mulheres. “Inclusive de cunho sexual, além de outras formas de discriminação, como as variadas dificuldades de progressão profissional e de desigualdade de remuneração”, destaca o Ministério Público. 

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Na representação, o procurador regional eleitoral substituto Wellington Cabral Saraiva cita a cultura do machismo. “Essa forma de forma de manifestação grotesca e primitiva contribui para perpetuar uma cultura machista e misógina, que fomenta agressões e discriminações”.

O ato deste domingo está sendo denominado como a “Carreata da Vitória”.  Os militantes, desta vez, vão se reunir no bairro da Imbiribeira, a partir das 9h, com concentração em frente ao Banco do Brasil.  

Candidato à reeleição pela Frente Popular, o governador Paulo Câmara (PSB) exaltou, na noite dessa quarta-feira (8), o legado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e disse que Pernambuco “vai escolher o lado certo” na hora de votar tanto para o governo quanto à Presidência. As afirmações de Paulo aconteceram durante o evento Prosa Política, organizado pelo PSB, em Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife (RMR). 

Para uma plateia de membros do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ipojuca e militantes pessebistas, Paulo fez questão de destacar a importância da unidade das esquerdas de Pernambuco para o enfrentamento ao grupo político que, segundo ele, comanda a deterioração do País - como tem se referido ao palanque do senador Armando Monteiro (PTB). 

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"Unimos as esquerdas de Pernambuco", bradou Paulo Câmara, completando depois: "Precisamos saber o que a gente quer, que lado a gente quer ficar. Do lado do povo, dos trabalhadores rurais ou o lado do Temer. Temos que escolher e tenho certeza que Pernambuco vai escolher o lado certo."

O governador, que tem o PT na base eleitoral, também aproveitou que estava em um lugar onde Lula já chegou a comandar uma reunião com os trabalhadores rurais da cidade para exaltar empenho que o ex-presidente “demonstrou na construção de um Brasil mais justo”. 

"A gente não pode deixar de homenagear uma pessoa que querem calar a voz, que é o ex-presidente, o candidato Lula. Nossa solidariedade, nosso apoio e a gente vai estar junto. Porque Lula foi uma pessoa importante, que olhou os mais pobres, o Nordeste, que diminuiu as desigualdades sociais. Que combateu a fome. E isso é um valor que não podemos esquecer", defendeu Câmara. 

A passagem de Paulo Câmara pela cidade foi simbólica, uma vez que o município é administrado pela prefeita Célia Sales do PTB, partido do seu principal adversário da disputa estadual. Além do governador, também participaram do Prosa Política a deputada federal Luciana Santos (PCdoB), que é candidata à vice na chapa, o ex-prefeito do município Carlos Santana, a deputada estadual e candidata à reeleição Simone Santana e postulante a deputado federal João Campos. 

O filho do ex-governador Eduardo Campos, João Campos, não poderia deixar de participar da convenção estadual do PSB, que aconteceu nesse domingo (5), no Clube Internacional do Recife. O ex-chefe de gabinete do governador Paulo Câmara (PSB) é uma figura importante no palanque do socialista, que irá disputar a reeleição em outubro. 

Em seu pronunciamento, João falou sobre a esquerda e sobre o ex-presidente Lula. “Fico feliz de ver que a esquerda brasileira aqui está unida, que o palanque progressista do Brasil está aqui, que nós não vamos admitir nenhum retrocesso no Brasil, que a esquerda que representa o povo vai falar mais alto. Vai falar mais alto em defesa de quem sempre defendeu os brasileiros, o presidente Lula”. 

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Também presente no ato, a viúva de Eduardo Campos, Renata Campos, foi aplaudida e chamada de “guerreira”. Na convenção foi exibido um vídeo de Eduardo no qual ressalta as competências de Paulo Câmara. “Agora é hora da competência da seriedade do ser humano extraordinário que é Paulo Câmara, que vai fazer um belo trabalho por Pernambuco”, diz o ex-governador na gravação. 

 

Por sua vez, no evento, Câmara chegou a dizer que estava preparado para governar Pernambuco por mais quatro anos. "Chego aqui para dizer, com humildade, que quero o apoio de vocês porque a gente vai ganhar as eleições. Até 7 de outubro não tem descanso. Vamos fazer o que Eduardo sempre nos pediu, vamos pegar no serviço”, destacou. 

 

 

O presidente do PSB, Carlos Siqueira, irá reunir dirigentes de partidos de esquerda, como PCdoB, PT e PDT, na sede da legenda, em Brasília, para discutir o "futuro" das siglas nas eleições. Questionado se o objetivo do encontro seria buscar a "união das candidaturas" desse campo político, Siqueira foi evasivo. "Não me disseram a pauta. Já nos reunimos outras vezes e nunca foi esse tema. Penso que é a continuidade de outras reuniões que fizemos", disse ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado.

O PSB tem tido dificuldade de chegar a um consenso sobre qual rumo seguir na eleição desde que a pré-candidatura do PDT, encabeçada por Ciro Gomes, perdeu o apoio do Centrão, que decidiu se aliar a Geraldo Alckmin (PSDB). Os pessebistas ainda não definiram se a sigla terá candidatura própria, permanecerá neutra ou optará entre apoiar o PDT ou PT. Nas últimas semanas, o quadro indefinido contribuiu para trazer de volta até mesmo o discurso da candidatura própria, abandonado desde a desistência do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa de ingressar na corrida.

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Nesta semana, entretanto, o PSB vem negociando em paralelo um acordo com o PT, pelo qual caminharia para a neutralidade na corrida presidencial. Uma possibilidade é a retirada da candidatura de Marília Arraes (PT) em Pernambuco, em troca da desistência de Márcio Lacerda (PSB) em Minas. Setores do PSB também seguiram nos últimos dias em conversas com o time de Ciro sobre um possível rearranjo nos palanques estaduais, para tentar resgatar a tese de uma aliança nacional.

"As coisas vão se afunilando para ficar melhor para a nossa posição. Vamos ver", disse o vice-líder do PSB na Câmara, deputado Júlio Delgado (MG), demonstrando otimismo quanto a uma definição rápida sobre a situação do partido na corrida presidencial. "Não conversei com o povo do PDT, mas conversei com o povo de outros partidos e podemos ter uma boa solução de hoje para amanhã", complementou.

Convidado para participar do encontro, o presidente do PDT, Carlos Lupi, rechaçou o discurso da unidade da esquerda na eleição. "Essa união hoje é impossível, estamos com a candidatura do Ciro, inclusive, registrada. Não há nenhuma chance da retirada da candidatura dele, é zero. Acho que (na reunião) vamos discutir um pouco o futuro. União das esquerda não tem como no primeiro turno, fica para o segundo turno", afirmou. Mais tarde, Lupi afirmou ao Broadcast Político que não sabia se participaria do encontro. Alegou ter outro compromisso agendado para o mesmo horário.

Além de Lupi, foram convidadas as presidentes do PT, Gleisi Hoffmann, e do PCdoB, Luciana Santos. Até o início da tarde, o presidente do PSOL, Juliano Medeiros, também não confirmava participação na reunião.

O mandatário Michel Temer telefonou para o presidente eleito do México, Andrés Manuel López Obrador, e agendou um encontro com o líder.

"Telefonei para Obrador e o parabenizei pela vitória nas eleições mexicanas. Trabalharemos para fortalecer ainda mais as relações entre nossos países", escreveu Temer em seu Twitter.

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"Combinamos de nos encontrar em Puerto Vallarta, no México, na Cúpula Mercosul-Aliança do Pacífico [marcada para 24 de julho]", disse o presidente.

Em junho, Temer e seus colegas do Mercosul - Argentina, Paraguai e Uruguai - se reuniram e concordaram em negociar uma área de livre comércio com a Aliança do Pacífico, formada por México, Colômbia, Peru e Chile.

A cúpula de 24 de julho terá como anfitrião o atual presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, que convidou López Obrador, que iniciará seu mandato em dezembro, para participar do evento.

Da Ansa

Protagonista de embates constantes com o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ), o pré-candidato do PSOL à Presidência da República, Guilherme Boulos, pregou, neste sábado (30), que os militantes da esquerda devem praticar o exercício do diálogo com os jovens que se colocam alinhados a extrema direita e declaram votos a Bolsonaro. O apoio ao adversário, que lidera as pesquisas de intenções de votos, na avaliação de Boulos é pela falta de ousadia nos projetos apresentados pelos candidatos de esquerda. 

“A esquerda precisa dialogar com os jovens que se dizem de extrema direita e eleitores de Bolsonaro, ao invés de chamar de 'fascistas não passarão’. Fascista é Bolsonaro, não quem diz que está votando nele. Uma parte é, mas não a maioria. O jovem tomou essa atitude porque não viu em nós uma esperança. Por isso que temos que ousar”, salientou Boulos, em passagem pelo Recife para debater propostas do plano de governo para a área de assistência social.

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Para o presidenciável, as velhas práticas eleitorais e políticas de alianças reproduzem a desesperança da juventude e fecha o espaço para novas propostas. 

“Minha candidatura representa o desafio de ousar. Ir além da resistência. [...] Não dá mais para fazer política do mesmo jeito. Isso gerou desesperança. O jeito de fazer alianças por tempo de tv, alianças com golpistas é descabido e inadmissível [para os partidos de esquerda], não podemos aceitar no nosso campo práticas que contribuam para a desesperança. Quem reproduz essas velhas práticas não pode dizer um ‘aí’ para essa juventude que quer votar em um cidadão como Bolsonaro”, disparou.

Apesar de Bolsonaro estar na liderança das pesquisas, Guilherme Boulos já chegou a dizer que o adversário não tem chances de ser eleito. “Eu tenho segurança que ele não será eleito, mas ele se aproveita que o povo está inseguro, com medo. O Bolsonaro entra aí, bate na mesa, fala que vai dar arma pra todo mundo e, como há desesperança no Brasil, esse discurso cola”, pontuou em entrevista recente. 

O ator Alexandre Frota decidiu causar mais uma vez no Twitter. Polêmico pelos seus posicionamentos preconceituosos, dessa vez, ele atacou a vencedora da 18ª edição do Big Brother Brasil, a acreana Gleice Damasceno. Por meio da rede social, Frota não se conteve e disse que a vitória foi tendenciosa por causa do ano eleitoral. "Aí está sobrinha de Lula , chama Globo de Golpista mas aceita ir p o BBB e ainda fatura 1 milhão e meio.Pede o fim da Pm é a favor do aborto e luta por ideologias de Gênero", postou na noite da quinta-feira (19). 

Frota também fez diversos ataques contra políticos do PT, que para ele, se aproveitariam da vitória de Gleice para enaltecer o Partido dos Trabalhadores. A vencedora do BBB é filiada ao partido político, mas evitou falar sobre questões políticas durante o reality. Ao sair da casa mais vigiada do Brasil e saber da prisão do ex-presidente Lula, a estudante gritou: "Lula livre!".

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Em uma série de ataques, o ator disse que que Gleice agora será candidata pelo PT. "Preparem se porque Paulo Pimenta Lindberg e Gleisi Hoffman vão querer levar a BBB p visitar Lula , lança la como candidata dar medalha no Senado .E mais aquelas coisas do Pt". Além das críticas à vencedora do programa, Frota ainda falou mal das apresentações musicais. "Projota é muito melhor no playback ao vivo e ruim p Caralho". 

E não parou por aí. O ator estava visivelmente incomodado com o resultado do reality e celebrou o fim do programa de Regina Cazé. "Temos que levantar aos mãos p céu que não tem mais o Esquenta com a bonitinha da Regina Cazé .Ufa imaginem as homenagens p a Bbb". 

Confira:

Por outro lado, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) comemorou, em publicação no Instagram, a vitória de Gleici Damasceno. Gleici venceu com 57,28% dos votos. Ao celebrar, Dilma disse que a acreana "sempre esteve do lado certo da luta" e era "a cara do povo" brasileiro. 

"Parabéns a querida Gleici, jovem negra, periférica, militante do movimento negro, atuante nas lutas da juventude por um futuro melhor, feminista, filiada ao Partido dos Trabalhadores", enumerou a ex-presidente. "Gleici, a menina acreana que é a cara de nosso povo e sempre esteve do lado certo da luta e da história, encantou e conquistou o Brasil", completou.

Partidos políticos com viés de esquerda realizaram, nesta quarta-feira (18), o lançamento da “Frente Ampla pela Democracia, Soberania Nacional e Direitos do Povo Brasileiro”. O ato ocorreu no Salão Nobre da Câmara dos Deputados e contou com a presença de líderes do PCdoB, PT, PSB, PDT, PCB, PCO e PSOL.

Representantes da esquerda brasileira assinaram um manifesto que marca a união das forças políticas de oposição “em prol de um novo ciclo de democracia e progresso”. O evento foi marcado por duras críticas ao governo Temer e manifestações de apoio ao ex-presidente Lula, preso há pouco mais de 10 dias.  

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Para o senador Humberto Costa (PT-PE), o manifesto marca a união de partidos, entidades da sociedade civil, movimentos sociais, sindicatos, professores e artistas, em defesa do Estado de Direito. “Estamos aqui, com essa ampla frente, para fazer a defesa intransigente das liberdades democráticas, dos direitos políticos, de eleições livres, dos direitos sociais, da soberania e do patrimônio nacional e para o enfrentamento intransigente da violência disseminada pela extrema-direita”, afirmou.

A presidente do PCdoB, deputada Luciana Santos (PCdoB-PE), destacou a força que a união terá nas próximas eleições. “Os golpistas têm uma grande pedra no caminho, que é o voto. Nossa resposta mais contundente é a possibilidade de as forças partidárias que estão aqui, tenham a capacidade política de ter unidade de ação e derrotar a direita”.

Além de Humberto e Luciana, também marcaram presença no evento os presidentes, Carlos Lupi (PDT), Carlos Siqueira (PSB), Juliano Medeiros (PSOL), Gleisi Hoffman (PT) e o secretário geral do PCB, Edmilson Costa.

Por Fabio Filho

Depois da repercussão em torno da criação da camisa versão "alternativa" da seleção brasileira, em que as cores da oficias do canarinho são substituídas por vermelho e o símbolo oficial da patrocinadora do time, dão lugar à foice e martelo, símbolo que remete ao comunismo, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) notifica judicialmente a design Luisa Cardoso, uma das criadoras do modelo, para não comercializar o modelo.

Segundo a entidade, a logomarca utilizada pertence à CFB. O documento ainda solicitava o encerramento da comercialização e produção. Além de retirar o material já postado em redes sociais e cobrava o comprometimento a não produzir outros produtos utilizando os brasões de propriedade da confederação.

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De forma amigável, a designer se comprometeu e não produzir mais camisas com o uso dos brasões. "Respondi dizendo que não era minha intenção e que eu sabia dessa questão de uso de marca, por conta disso não tinha produzido as camisetas e estava esperando o contato deles, que eventualmente ia acontecer", disse Luísa em entrevista ao site Na Vitrine, que ainda promete a produção de uma nova camiseta com desenho autoral.

A ideia surgiu no último final de semana, em clima de brincadeira, no Twitter, após a notícia que mostrava um grupo de manifestante limpando a fachada do prédio da ministra do Supremo Tribunal Federal, Carmem Lúcia, que foi seguida do seguinte comentário: “Por favor alguém cria uma camiseta da CBF vermelha? Não quero usar a amarela na Copa”, pediu uma internauta.

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--> Designer cria camisa da seleção para torcedor de esquerda

Presente em mais um ato simbólico em homenagem à vereadora assassinada Marielle Franco (PSOL) e contra a prisão do ex-presidente Lula, neste sábado (14), a deputada federal Luciana Santos (PCdoB) se mostrou um quanto pessimista sobre a possibilidade do líder petista, que se encontra preso em Curitiba, ser solto. A manifestação, que contou com militantes petistas e representantes de movimentos sociais, acontece na Praça da Independência, no Centro do Recife. 

“Não acho fácil [Lula ser solto] porque o que está em jogo não é a Justiça, é uma luta política ferrenha e a disputa pela presidência da República. Enquanto tiver as eleições, não acho fácil a Justiça prevalecer”, disse a deputada. 

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Luciana falou que existe consternação da população brasileira porque, segundo ela, o povo percebe a “injustiça”. “As próprias pesquisas de opinião revelam isso. Por mais que eles queiram construir uma narrativa, ela não bate com a realidade. Lula foi julgado pela Lava Jato em um foro inadequado, que não poderia ser. Em contraposição, o Alckmin que poderia porque a delação é da Odebrecht está fora da Lava Jato. Quer dizer, a Lava Jato tem um único alvo: o alvo é para a esquerda”, argumentou. 

A deputada acha que o único alvo é tirar o ex-presidente da disputa pela presidência da República. “Tirar da eleição o maior símbolo da esquerda do Brasil, que é quem lidera as pesquisas no país. É mais uma atitude arbitrária”. 

Ela ainda criticou a decisão da Justiça do Estado do Paraná que, nessa sexta-feira (13), fixou uma multa diária de R$ 500 mil para os grupos pró e contra Lula que estiverem no entorno da Superintendência Polícia Federal em Curitiba, onde o ex-presidente Lula está preso. “Não aguentam que a população tenha suas formas de resistência. Os movimentos não podem nem ficar na rua para dizer o que pensa? Isso é contra a liberdade de expressão. Se não for lá, vai ser em outro lugar, não adianta querer tirar a gente dos locais. Nós vamos estar em todos os locais lutando por Justiça”, avisou. 

Diante da polarização, consequência da conjuntura política atual, é cada vez mais comum ouvir, pensar e debater sobre política na roda de amigos ou nas redes sociais. Nas últimas manifestações pelo país, a camisa da Seleção Brasileira foi usada por aqueles que defenderam o impeachment de Dilma Roussef e são contrários ao ex-presidente Lula. Assim, a designer mineira Luisa Cardoso decidiu reformular a blusa.

Na peça, as cores verde e amarela dão lugar ao vermelho. O símbolo da Nike, patrocinadora oficial, deu lugar à foice e martelo, símbolo que remete ao comunismo. "Com medo de vestir a amarelinha na copa do mundo e ser confundido com pato paneleiro? A gente resolveu esse problema!", anuncia Luisa em seu perfil nas redes sociais. A camisa da seleção 'de esquerda' é comercializada por R$ 45, personalizada, e R$ 40, o modelo simples.

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A ideia surgiu no último final de semana, em clima de brincadeira, no Twitter, após a notícia que mostrava um grupo de manifestante limpando a fachada do prédio da ministra do Supremo Tribunal Federal, Carmem Lúcia, que foi seguida do seguinte comentário: “Por favor alguém cria uma camiseta da CBF vermelha? Não quero usar a amarela na Copa”, pediu uma internauta.

O ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo avalia que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem chances de obter vitórias nas cortes superiores após a condenação em segunda instância. "Agora, nesse processo, sinceramente, tudo vira uma incógnita. Espero que os tribunais superiores apliquem o bom direito", disse em entrevista ao Estado. Cardozo quase sempre esteve do lado oposto ao de Lula na disputa interna do PT. Ironicamente, ele afirma que um dispositivo criado quando era relator da Lei da Ficha Limpa pode garantir ao ex-presidente o direito de disputar a eleição mesmo tendo sido condenado por órgão colegiado.

Na entrevista, o ex-ministro considerou que o PT faça alianças pontuais com candidatos de partidos que votaram a favor do impeachment de Dilma Rousseff, elogiou a postura do senador Renan Calheiros (MDB-AL) durante o processo e disse que com ou sem Lula, a esquerda e os setores democráticos devem passar por um processo de reconstrução e reaproximação para barrar o que considera o avanço da extrema direita. "Os setores de esquerda - e ousaria dizer que os setores democráticos - têm que repensar o que está acontecendo no Brasil e buscar um alinhamento."

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O PT deve fazer alianças com partidos que defenderam o impeachment de Dilma?

O impeachment tem características que devem ser medidas com cuidado. Vi nuances diferentes dentro do próprio PMDB durante o processo, entre os articuladores do golpe e outras pessoas que resistiram a isso no limite das suas possibilidades. Uma pessoa que teve um papel diferenciado foi o Renan (Calheiros). Ele se comportou com muita lisura. Depois ele votou no impeachment, mas se comportou com um papel de Estado. O PT tem que analisar caso a caso.

Com a decisão do TRF-4, Lula está inelegível?

Tive oportunidade de ser relator da Lei da Ficha Limpa que tem uma característica muito especial. No momento em que se discutia a lei no Congresso eu e o então deputado Flávio Dino (PCdoB, atual governador do Maranhão) percebemos que havia uma possibilidade muito ruim de que decisões tomadas por órgãos colegiados regionais pudessem afastar pessoas indevidamente. Seria uma situação muito injusta ter uma decisão equivocada, todos perceberem isso, subitamente a pessoa ser afastada da eleição e depois o recurso ser admitido por outros tribunais. Então elaboramos uma ideia que foi incorporada à lei segundo à qual havendo plausibilidade do recurso pode haver efeito suspensivo para que a pessoa possa disputar a eleição.

É o caso de Lula?

Naquele momento já antevíamos a possibilidade de decisões arbitrárias por parte do Judiciário. Fizemos essa colocação e incluí no relatório em um momento em que havia muita dificuldade de fazer alterações na Lei da Ficha Limpa. No momento em que estamos hoje, o ex-presidente Lula ainda tem um recurso no TRF-4 que são os embargos de declaração. Uma vez consumado isso ele pode recorrer às instâncias superiores pedindo a revisão ou anulação da decisão e não tenho a menor dúvida de que esse recurso tem plausibilidade e deve levar à concessão de um efeito suspensivo.

Qual o futuro da esquerda e do PT com ou sem Lula?

Todo esse processo que vivemos ao longo destes últimos anos mostra que precisamos repensar o que fizemos ao longo da nossa trajetória. Os setores de esquerda - e ousaria dizer que os setores democráticos - têm que repensar o que está acontecendo no Brasil e buscar um alinhamento. Só um segmento ganha com essa barbárie política que vivemos. É a extrema direita. A dimensão utilitária da vida política só leva a um ganhador, o fascismo.

O PT deve ter um plano B?

Não. A candidatura do ex-presidente Lula não é só dele. Ela tem uma dimensão democrática. Não permitir que Lula esteja em uma eleição significa ofender a democracia e, mais ainda, trazer a ilegitimidade ao processo eleitoral. O que o Brasil precisa para sair da crise é um processo eleitoral legítimo no qual aquele que sair das urnas, seja Lula ou não, seja reconhecido pela população. Por isso a candidatura dele é vital, necessária não só para as forças políticas que o apoiam mas para a democracia do Brasil. Até para os adversários que querem uma disputa eleitoral legítima. A democracia exige que Lula esteja nestas eleições. Para vencer ou para não vencer.

Qual a chance de Lula reverter a situação nos tribunais superiores?

Se for um julgamento equilibrado, justo, que considere exclusivamente o direito, a chance é total. Em condições normais de temperatura e ambiência não há como condenar ninguém com aquele conjunto probatório. Além disso ficou evidenciado que o juiz (Sérgio) Moro não poderia ter julgado este processo uma vez que sua competência se restringia aos casos de desvios de recursos da Petrobrás que, ele próprio reconhece, não alimentaram essa "pseudocompra" do apartamento. Tudo isso caracteriza um conjunto de vícios e nulidades. Agora, nesse processo, sinceramente, tudo vira uma incógnita. Espero que os tribunais superiores apliquem o bom direito.

A defesa de Lula deve manter a estratégia de enfrentamento?

Vi um trabalho da defesa do ex-presidente Lula tecnicamente bom e dentro da linha que este processo efetivamente exigia. Mas é claro que o processo chega hoje a uma nova fase e seguramente eles conduzirão dentro das necessidades do que se espera ser uma boa defesa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

"Algum conservadorismo é necessário. Pode não ser desejável mas é necessário". O autor da frase é o cantor e compositor Caetano Veloso, que na segunda-feira, 16, participou de um debate na inauguração da nova sede do coletivo de ativismo digital Mídia Ninja na Casa do Baixo Augusta, região central de São Paulo.

O raciocínio do baiano surpreendeu muitas das mais de 250 pessoas que lotaram o local no início da noite, muitas delas antigos militantes ou jovens simpatizantes de partidos e novas organizações de esquerda.

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"Uma sociedade precisa persistir e para persistir ela tem que ter um aspecto conservador de si mesma. Isso não se manifesta necessariamente em atos reacionários. Não necessariamente todo conservadorismo é reacionário. De todo modo, algum conservadorismo é necessário. Pode não ser desejável mas é necessário", provocou o cantor.

Caetano comentava o surgimento de novos grupos assumidamente de direita como o Movimento Brasil Livre (MBL, que não foi citado nominalmente pelo artista) ao lado do veterano ativista Cláudio Prado, um dos ideólogos da Mídia Ninja. O cantor, que foi perseguido pela ditadura e precisou viver exilado em Londres no final dos anos 1960 e começo dos anos 1970, disse ver alguma semelhança entre grupos da nova direita e os movimentos ruidosos que representavam minorias no passado.

"Esse barulho feito pelos conservadores pode significar que eles estão se sentindo como os não conservadores se sentiam, ou seja, de alguma forma minoritárias. Eles não representam a parte silenciosa do conservadorismo natural das sociedades", afirmou.

Caetano identificou na estridência desses grupos um aspecto que, do ponto de vista da esquerda, pode representar uma vantagem. "Isso, embora assuste, pode denotar alguma fragilidade", disse ele.

De acordo com o compositor baiano, o protagonismo alcançado pela nova direita nos últimos anos é um avanço, pois deixam claras as posições ideológicas colocadas hoje na sociedade brasileira ao contrário de algum tempo atrás, quando uma "maioria silenciosa" dava sustentação velada ao sistema vigente.

"Estamos vivendo um período no mundo e no Brasil em que forças neoconservadoras estão explicitadas e se apresentando como grupos de atividade clara e definida. Isso não é ruim. Antigamente a direita americana usava a expressão maioria silenciosa que era aquela gente que não faz barulho, mas segura o aspecto conservador da sociedade. Hoje essas tendências conservadoras não estão silenciosas e é bom porque ficam claras as visões de mundo que estão espalhadas no seio das sociedades", afirmou.

O tema do debate foi o livro Verdade Tropical, relançado 20 anos depois da edição original em versão revista e ampliada. Depois do evento Paula Lavigne, ex-mulher de Caetano, comandou uma reunião do grupo "342 Arte" que contou com a presença de artistas radicados em São Paulo além do deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ) e do líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos. O evento faz parte do calendário da Casa do Baixo Augusta, sede do bloco carnavalesco Acadêmicos do Baixo Augusta, o maior de São Paulo, inaugurada duas semanas atrás com o objetivo de ser um espaço para reflexão, difusão de conhecimento e debate para além das fronteiras do Carnaval.

Caetano também comentou os ataques feitos pelos grupos neoconservadores a exposições e outras atividades artísticas. Segundo ele, estas manifestações são uma "cortina de fumaça" usada para enganar uma parcela "inocente" da população e, de alguma forma, desmoralizar a classe artística.

"Tem gente que se utiliza disso (acusações de pedofilia) de uma maneira cínica porque sabem perfeitamente que não se trata disso e dizem que sim para assustar os inocentes. Então um número grande de pessoas inocentes possivelmente pode estar desconfiada dos artistas, o que é uma coisa já velha nas sociedades atrasadas. Uma cantora popular, uma atriz, quando eu era criança essas pessoas eram olhadas como merecendo pouco confiança moral", disse ele.

Pouco antes, respondendo a uma colocação de Cláudio Prado, que sacou o celular do bolso e comparou o aparelho a um coquetel Molotov, Caetano fez uma revelação surpreendente para a plateia jovem e conectada que lotou a Casa do Baixo Augusta: "Eu nunca tive um telefone celular".

Antes de se tornar uma das mais importantes vozes da esquerda mundial, o filósofo italiano Antonio Negri, de 84 anos, ficou 4 anos preso na Itália sob a acusação de ligação com as Brigadas Vermelhas. Era o fim da década de 1970. Saiu da cadeia ao ser eleito deputado e se exilou na França. Professor de filosofia do Direito e Teoria do Estado, Negri esteve em São Paulo participando de seminário 1917, o Ano que Abalou o Mundo e do lançamento do livro homônimo, organizados pela editora Boitempo. Aqui, ele fala sobre o futuro de Lula e da esquerda.

O que as bruxas de Macbeth lhe revelam sobre o futuro de Lula?

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Não sei se suicídio ou uma tentativa desesperada de luta. Eu penso que Lula seja o maior homem político da América Latina na segunda metade do século 20, pois construiu nesse País continente uma força popular.

Mas o problema não é judiciário? O problema não é que Lula recebeu propinas e deve pagar por isso?

Não sou contrário a isso (punir corruptos), desde que valha para todos. Se a Justiça bate em alguém é certo, porém deve atingir a todos da mesma maneira.

A política feita pelo PT para governar o País se exauriu?

Creio que sim. Creio que no Brasil existe uma situação dramática de todos os pontos de vista.

Por que, professor?

Porque não há uma direita que seja capaz de interiorizar o passado desse País, isto é, essa democracia que se quer e não se quer, e que Lula a interpretou e a fez viver de um ponto de vista popular, com a adesão das grandes massas à democracia.

Jair Bolsonaro, um ex-paraquedista do Exército, segundo as últimas pesquisas, deve ser bem votado na próxima eleição presidencial. Quais as causas do crescimento da extrema-direita?

Isso acontece porque, à direita, falta uma posição política capaz de se opor, porque, para fazer essa operação, com toda probabilidade, seria necessário aceitar que passamos 20 anos de hegemonia lulista.

Isso seria reflexo da onda na Europa e nos Estados Unidos?

Provavelmente não. Creio que o fenômeno brasileiro seja diferente. Há uma queda geral de regimes de esquerda na América Latina, com fenômenos bastante contraditórios, como nos países andinos, como essa grande chaga que é a Venezuela. Mas creio que tudo tenha uma espécie de autonomia. A América Latina não sofre, seguramente, influência da situação europeia, muito fechada em si mesma, no problema da construção europeia e sua colocação global.

O senhor conhece os programa sociais dos governos petistas. O senhor acha que eles não foram suficientes para criar uma nova identidade para a esquerda?

O governo Lula ficou muito limitado por suas contradições, não há dúvida. E errou em duas coisas fundamentais. A primeira foi a reforma constitucional (ele se refere à reforma política). Como se pode aceitar uma Constituição na qual a corrupção é necessária para fazer qualquer lei? Esse é um erro extraordinário. A justificação de Lula é: "Estávamos há muito pouco tempo em uma situação democrática para nos dar o luxo de reformar a Constituição". A segunda é o fato de não ter organizado os instrumentos midiáticos e de cultura popular. Esses são erros que, infelizmente, devem ser pagos. Não é possível ter uma Constituição desse tipo, na qual cada igreja protestante elege o seu deputado, na qual se pode ter um presidente com 70% dos votos nacionais e não ter uma maioria parlamentar. São coisas que são incompreensíveis para qualquer constitucionalista europeu desde o século 19.

A experiência do PT deve ser reformada ou arquivada?

Não sei. Sei que na Europa, a corrupção se conhece desde sempre. Sou professor de direito constitucional. Estudei a histórica constitucional de todo o mundo. A corrupção existe em todo o mundo. Nos Estados Unidos, o lobby constituiu um poder. Quando me encontro diante da miséria, não porque a quantidade é pequena, mas porque os personagens são míseros - e também os juízes -, vejo que se trata de uma comédia. De uma trágica comédia, cujos personagens são figuras da commedia dell’arte (teatro popular surgido na Itália renascentista). Como professor de direito constitucional, eu me pergunto: Como é possível que alguém, para governar um país, precise ter dinheiro para pagar essa quadrilha de deputados?

Em seu livro Multidão, o senhor volta aos Federalist Papers, de James Madison. Como aqueles que desejam construir novas estruturas democráticas devem usar as lições de Madison?

Creio que a coisa absolutamente fundamental em O Federalista é a teoria do equilíbrio (pesos e contrapesos). Essa é a coisa fundamental. Creio que, hoje, a estrutura do constitucionalismo, superando a figura dos partidos em parte, poderia reconquistar os novos contrapoderes. O grande problema da democracia é sempre aquele de entender quem são os sujeitos. Esse é o ensinamento de Madison: quais são os checks que permitem equilibrar as coisas. O único medo - terrível medo - é o desequilíbrio. E aqui retornamos ao problema da direita brasileira, que quer reduzir a experiência de Lula a um sonho macbetiano.

Mas Lula foi condenado a 9 anos de prisão...

E eu fui condenado a 28 anos.

E o que isso muda para Lula?

Muda que ele não poderá fazer política. E que, provavelmente, também acabará na prisão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A incerteza em relação ao futuro político do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz com que os partidos de centro-esquerda, inclusive tradicionais aliados do PT como PC do B e PDT, já adotem estratégias para a eleição de 2018 com cenários sem a participação do petista. Se Lula for condenado em segunda instância e não puder concorrer, os antigos aliados do PT não parecem dispostos a se unir. A ideia, nesse caso, será investir na disputa "pulverizada", com muitos candidatos do mesmo espectro político.

Parceiro histórico do PT, o PC do B, por exemplo, já se prepara para fechar outras composições eleitorais. O receio do partido é esperar Lula indefinidamente - já que a estratégia do PT consiste em levar a candidatura do ex-presidente até o último recurso jurídico - e depois ficar "a ver navios".

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"Nós já começamos a fazer consultas sobre nomes", afirmou o deputado Orlando Silva (PC do B-SP), que foi ministro nos governos comandados por Lula e Dilma Rousseff. "Sem Lula na cédula não tem por que o PC do B apoiar o PT. Na esquerda, vai ser todo mundo igual", disse o deputado.

O PC do B abriu negociações com o pré-candidato do PDT, Ciro Gomes, que nesta semana também conversará com a direção do PSB. Nada, porém, está fechado. Nos bastidores, tanto integrantes da oposição como aliados do presidente Michel Temer dizem que muitos lances para 2018 estão congelados, à espera da definição sobre Lula, que lidera as pesquisas de intenção de voto.

"Mas nós começamos o degelo", disse Silva, que não exclui a possibilidade de o PC do B lançar candidato próprio à sucessão de Temer. "O desgaste com a política é tão grande que os partidos serão chamados a se posicionar. A tendência é de que a eleição de 2018 seja pulverizada, como a de 1989." Naquele ano, 22 candidatos disputaram o Planalto.

O PDT, outro aliado histórico do PT, faz os cálculos para 2018 contando que Lula será barrado pela Justiça. "É mais do que legítimo o PT manter a candidatura de Lula, mas penso que ele não será candidato", disse o presidente da sigla, Carlos Lupi. O partido aposta na candidatura de Ciro independentemente de Lula ser candidato.

No entanto, segundo Lupi, caso o petista fique fora da disputa, Ciro pode crescer nos redutos petistas. "É pouco provável que o PT venha a nos apoiar, por isso não muda muito para o PDT, mas, sem Lula, Ciro passa a ter um potencial de crescimento grande no Nordeste", disse.

Com base na avaliação de que o petista será impedido, o PDT tenta entabular conversas com PC do B, PSB e com o próprio PT a fim de ampliar o leque de alianças em torno de Ciro.

Aliado do PT no passado, o PSB se prepara para outros voos. "Precisamos pesar, porém, se a candidatura própria vai nos ajudar em relação aos palanques estaduais. A hora é de aguardar um cenário de menos incertezas. Não podemos excluir ninguém antes de falar com as forças políticas", disse Carlos Siqueira, presidente do PSB.

O socialista disse já ter conversado com o governador Geraldo Alckmin, que deseja concorrer ao Planalto pelo PSDB. O vice, Márcio França, é da legenda e, segundo Siqueira, será candidato ao Bandeirantes em 2018.

Ciro também está na mira do PSB, tanto que um encontro com ele foi marcado para esta semana. "Além disso, a direção do PT pediu reunião conosco e ainda vamos falar com a Marina Silva (Rede)", afirmou Siqueira, para quem o quadro de 2018 se aproxima ao de 1989.

Principal adversário do PT no campo mais à esquerda, o PSOL desde o primeiro momento trabalha para ter candidatura própria, sem perspectivas de alianças, mas avalia que, caso Lula não seja candidato, tem chances de ampliar as alianças atraindo partidos e grupos que hoje circulam na órbita petista. O nome do PSOL hoje para 2018 é o do deputado Chico Alencar (RJ), que ainda não definiu se aceita a empreitada.

Sem o petista na disputa, o partido espera filiar o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, e lançá-lo candidato ao Planalto. Boulos, que já admitiu em entrevistas a possibilidade de disputar eleições, faz mistério sobre o futuro. Aliados especulam que, com Lula, Boulos se candidataria a deputado federal.

Para a direção da legenda, a eventual ausência do petista pode acelerar uma reorganização da esquerda, com a deserção de setores do PT, ainda para 2018. "Mas é claro que quanto mais tarde acontecer esta definição mais difícil fica", disse o presidente da Fundação Lauro Campos, Juliano Medeiros.

Marina

A Rede da ex-ministra Marina Silva, que em 2014 ameaçou a reeleição de Dilma, diz que a possível ausência de Lula em 2018 não interfere nos planos do partido. No entanto, aliados de Marina admitem que ela pode herdar votos do petista. "Não estamos traçando duas estratégias", disse o coordenador nacional Bazileu Margarido. Para ele, porém, caso Lula seja barrado, o cenário muda. "Se Lula não for candidato, todo mundo vai se mexer", avaliou Bazileu. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um movimento que pretende discutir o futuro da esquerda no País lançou nesta segunda-feira, 14, o site Vamos!, que, segundo os organizadores, tem como objetivo horizontalizar a discussão e permitir debates abertos à população. Articulado pela Frente Povo Sem Medo e com a participação de nomes tradicionais do PT, do PSOL e da Central Única dos Trabalhadores (CUT), o projeto passou a contar com "pessoas ligadas" ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva após exclusão de petista no debate.

"Participarão várias pessoas do PT, inclusive ligadas ao presidente Lula. O debate será amplo e contemplará diversas posições políticas", disse Guilherme Boulos, do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), que faz parte da frente. Questionado sobre a participação direta do petista, Boulos não respondeu.

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Segundo a assessoria do ex-presidente, a participação do movimento não está hoje na sua agenda, "que vai começar a caravana pelo Nordeste na próxima quinta-feira".

O Vamos! prevê três meses de debates, transmitidos pela internet e com participação do público por meio do site. O primeiro será em São Paulo, no próximo dia 26, mas estão previstos encontros no Rio de Janeiro (21-09), Porto Alegre (30-09), Fortaleza (07-10), Belém (28-10), Belo Horizonte (11-11) e Recife (25-11). Boulos afirma, porém, que as eleições em 2018 não estarão em pauta.

"A Frente Povo Sem Medo reúne movimentos de diversas posições políticas e que, possivelmente, vão ter posições diferentes para 2018. Esse debate não está sendo pautado pela agenda eleitoral", disse Boulos, que afirmou que o grupo não tem um nome para apoiar durante o pleito. "Existe uma indefinição muito grande, principalmente pela tentativa ilegítima de tirar o ex-presidente Lula da disputa no tapetão do Judiciário".

Do PSOL, o projeto espera contar com a participação do deputado estadual Marcelo Freixo (RJ) e do deputado federal Chico Alencar (RJ); já do PT está prevista a participação do senador Lindbergh Farias (RJ) e do ex-ministro Alexandre Padilha. Vagner Freitas, presidente da CUT, também é aguardado pela organização, assim como representantes do Podemos, partido espanhol, e do bloco de esquerda de Portugal.

"Não há nada sobre autocrítica (da esquerda). Cabe uma discussão sobre o futuro, muito mais do que uma discussão sobre o passado", explica Boulos.

Segundo a organização, o movimento vai trabalhar em cinco frentes: democratização da economia, democratização da política e do poder, território e meio ambiente, questões negras, feministas e LGBT, e comunicação e cultura.

"O movimento é para fazer um amplo debate sobre os próximos passos do campo progressista e para debater um programa para o Brasil. Vão participar movimentos sociais, de redes sociais e pessoas de partidos. Mas o convite não é necessariamente a partidos", disse Pablo Capilé, do Mídia Ninja.

A formação de um partido a partir do movimento, segundo Boulos e Capilé, ainda não está em pauta. Em pauta no Congresso, a possibilidade de candidaturas avulsas, isto é, independentes de partidos, poderá ser discutida, mas os organizadores dizem que não há uma definição sobre o tema. "Vai ter um debate, já que um dos eixos é a democratização da política. Isso pode aparecer ou não", disse Boulos.

Com vagas disputadas, o curso de pós-graduação "A Esquerda no Século XXI", do Instituto Dom José Gomes, em parceria com a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) e a Fundação Perseu Abramo (FPA), tem entre seus professores a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ), o líder nacional do MST João Pedro Stédile e o líder do MTST Guilherme Boulos.

O curso, que foi anunciado pelo deputado federal Pedro Uczai (PT-SC), na semana passada, terá 24 meses de duração, e vai custar R$ 7,2 mil, que podem ser parcelados em até 24 vezes. "Em período de crise, nós temos que parar para refletir, sistematizar, elaborar e compreender o momento histórico para nos instrumentalizar e projetar e construir o futuro", diz o parlamentar em um vídeo publicado em sua página no Facebook.

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Entre os demais professores do corpo docente do curso estão o ex-governador do Rio Grande do Sul Olívio Dutra (PT), o economista Márcio Pochmann, o sociólogo Ricardo Antunes, a ex-ministra do governo Dilma Eleonora Menicucci, o cientista político Emir Sader e a deputada federal Margarida Salomão (PT-MG).

São 70 vagas no total. A seleção levará em conta critérios raciais e de gênero, além de indicação de entidade ligada à classe trabalhadora e da atuação em organização social e política. As aulas serão no Instituto Dom José Gomes, em Chapecó (SC), com certificados emitidos pelo Instituto de Filosofia Berthier, credenciado pelo Ministério da Educação (MEC). A ex-presidente Dilma Rousseff, por exemplo, lecionará em setembro a cadeira "Partidos políticos e a esquerda brasileira".

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