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Os dois gasodutos Nord Stream entre Rússia e Alemanha, fora de operação pela guerra na Ucrânia, foram afetados por vazamentos de gás inexplicáveis mo Mar Báltico, informaram nesta terça-feira (27) autoridades suecas e dinamarquesas.

Após o anúncio na segunda-feira de um vazamento no gasoduto Nord Stream 2, as autoridades dos dois países nórdicos anunciaram nesta terça-feira a detecção de dois vazamentos de gás incomuns no Nord Stream 1.

Objetos de tensões geopolíticas nos últimos meses, os dois gasodutos explorados por um consórcio vinculado ao grupo russo Gazprom estão fora de operação devido à guerra na Ucrânia, mas permanecem repletos de gás.

A Rússia afirmou que está "extremamente preocupada" com os vazamentos detectados e acrescentou que não descarta "nenhuma hipótese", incluindo uma sabotagem, afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

A Dinamarca colocou em alerta as todas as suas infraestruturas energéticas, mas indicou que é "muito cedo" para determinar as causas dos incidentes.

O consórcio que administra os gasodutos informou na segunda-feira à noite uma queda de pressão súbita no Nord Stream 1.

Na manhã desta terça-feira, o ministro dinamarquês do Clima e Energia, Dan Jørgensen, e as autoridades marítimas suecas confirmaram dois vazamentos na tubulação.

Como o vazamento registrado na véspera do Nord Stream 2, os problemas foram detectados na ilha dinamarquesa de Bornholm, uma na zona econômica exclusiva da Dinamarca e a outra na da Suécia.

Vazamentos extremamente raros

"Os vazamentos em gasodutos são extremamente raros e por isto vemos uma razão para aumentar o nível de vigilância após os incidentes registrados nas últimas 24 horas", afirmou em um comunicado o diretor da Agência Dinamarquesa de Energia, Kristoffer Böttzauw.

Ele prometeu uma "vigilância profunda das infraestruturas críticas da Dinamarca".

O país escandinavo aumentou o alerta no setor de energia elétrica e de gás para o nível laranja, o segundo mais elevado, e proibiu a navegação em um raio de 5 milhas náuticas (9 quilômetros) ao redor dos vazamentos e o sobrevoo em um raio um quilômetro.

As medidas concretas para reforçar a segurança das fábricas e das instalações devem ser implementadas pelas empresas do setor.

Construído ao lado de seu antecessor, o gasoduto Nord Stream 2 deveria dobrar a capacidade de importação da Rússia para a Alemanha. Mas sua iminente entrada em operação foi suspensa devido às represálias contra Moscou pela invasão da Ucrânia.

As autoridades alemãs não comentaram os vazamentos até o momento. Mas de acordo com uma fonte próxima ao governo citada pelo jornal alemão Taggesspiegel "tudo vai contra uma coincidência".

"Não podemos imaginar um cenário que não seja um ataque direcionado", disse a fonte.

De acordo com as autoridades dinamarquesas, os incidentes não afetam o fornecimento de energia do país nem a segurança ou saúde dos moradores das ilhas de Bornholm e Christiansø.

Em uma coincidência com os incidentes, a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, inaugurou ao lado dos colegas norueguês e polonês o Baltic Pipe, um gasoduto que ligará Polônia e Noruega através da Dinamarca.

O governo trabalha na etapa final de estudos para licitar dois projetos de gasodutos de grande porte na Bacia de Santos e no Rio Grande do Sul, com valores estimados em R$ 2 bilhões. Os detalhes sobre o modelo de oferta desses dois empreendimentos, apurou o ‘Estado’, são costurados pelo Ministério de Minas e Energia (MME).

Um primeiro gasoduto, com extensão de aproximadamente 200 quilômetros, vai ligar o litoral sudeste até o pré-sal da Bacia de Santos. O objetivo, segundo uma fonte graduada do governo, é oferecer esse empreendimento ao mercado por meio de "autorização", e não pelo formato tradicional de leilão.

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Uma segunda malha de transporte de gás, com aproximadamente 250 quilômetros de extensão, está prevista para ser instalada no Rio Grande do Sul. Essa rede fará a conexão do porto do Rio Grande a Porto Alegre. Cada projeto está orçado em aproximadamente R$ 1 bilhão.

Com a oferta de novas rotas de transporte para o gás natural, o governo pretende estimular a entrada de mais empresas no setor e, paralelamente, sinalizar à indústria consumidora dessa matéria-prima que o gás não é mais refém do monopólio imposto pela Petrobrás. Há anos a indústria critica a atuação da estatal no setor, acusada de dominar praticamente toda a cadeia do gás, desde a extração até o transporte, produção e distribuição para consumo.

A ideia do governo é que o novo gasoduto que chegará à Bacia de Santos seja mais uma opção de escoamento à estrutura já instalada na região pela Petrobrás, além de outras duas estruturas que estão em andamento.

Até então, a oferta de gás natural dos campos do pré-sal tinha planos de ser transportada por três vias de escoamento: as rotas Caraguatatuba (SP), Cabiúnas e Maricá (ambas RJ).

Limitação.

 

No caso da nova malha prevista para o Rio Grande do Sul, o objetivo é garantir o abastecimento de uma região que hoje sofre com a oferta limitada de gás natural. A viabilidade desse empreendimento, no entanto, depende da instalação de uma planta de regaseificação no porto de Rio Grande, além de uma usina térmica a gás na região.

A indústria usuária do gás tem pressionado o governo por medidas reguladoras para estimular a redução do preço do insumo no País. O gás brasileiro custa mais que o dobro do preço praticado nos Estados Unidos. A agenda do governo, porém, não passa por nenhuma intervenção direta nas regras do jogo.

Mais oferta.

 

A queda do preço do gás, segundo uma fonte do governo, terá de passar exclusivamente pela oferta de novas áreas de exploração.

Essa oferta ocorrerá no primeiro semestre do ano que vem, quando a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) realiza a 13.ª rodada de licitações. "Não se avalia uma intervenção direta no setor. O que o governo busca é aumentar a oferta. Não adianta querer reduzir o preço do gás, se não há insumo para atender o mercado", disse essa fonte.

No leilão de 2015, o plano é priorizar a oferta de jazidas de gás em terra, que envolvem um processo de produção mais barato do que aquele realizado no mar. As áreas prioritárias são a Bacia do Parecis, em Mato Grosso, a Bacia do Acre e a Bacia do Parnaíba, no Maranhão.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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