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Dois geradores de energia fornecidos pelo governo federal chegaram, na madruga de hoje (8), ao Amapá para reforçar a distribuição de água em Santana, segunda maior cidade do estado, a 17 quilômetros da capital Macapá. De acordo com o governo do estado, os equipamentos devem entrar em operação ainda neste domingo e, com eles, será possível produzir água 24 horas para o sistema central da cidade, que já funciona com distribuição parcial desde sexta-feira (6).

Em contato com os governo federal e estadual e a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), as empresas de telecomunicações Claro, Oi, Tim e Vivo abriram suas redes em roaming para otimizar os serviços de telefonia e internet no Amapá. Assim, os usuários podem usar qualquer rede disponível, independente da operadora contratada, sem custo adicional.

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Em nota, a Conexis, entidade que reúne as empresas do setor, informou que, apesar dos esforços, as empresas também estão sendo atingidas pelo problema, pois dependem de eletricidade para oferecer os seus serviços e também têm tido dificuldades no acesso à energia e combustíveis.

Na manhã de ontem (7), a energia elétrica foi restabelecida em bairros da capital, Macapá, e em outras localidades do estado. De acordo com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, 65% do fornecimento já foi retomado.

O sistema elétrico de Macapá voltou a ser conectado à rede de Transmissão do Sistema Interligado Nacional (SIN) e o retorno do fornecimento de energia será gradativo. O governo adotou um esquema de racionamento, com reativação e desligamento de energia a cada seis horas em todo o estado, até a normalização.

Albuquerque está no Amapá acompanhando os trabalhos de restabelecimento da energia. Na manhã deste domingo, acompanhado do diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), André Pepitone, realizou uma visita técnica à subestação de Laranjal do Jari, no interior do Amapá, da empresa Linhas Macapá de Transporte e Energia. Ontem, eles também visitaram a subestação da empresa Isolux, que foi atingida pelo incêndio, em Macapá.

Doações

Diversas instituições públicas e privadas também se uniram para arrecadar doações para a população do Amapá. Doações financeiras podem ser feitas em contas bancárias abertas pela Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 8ª Região - Pará e Amapá (Amatra8) e pela Associação dos Magistrados do Estado do Pará (Amepa).

O Ministério Público Federal no Pará (MPF-PA) informou que as doações estão sendo utilizadas na compra de cestas básicas e água mineral. Postos de arrecadação também foram montados em Belém (PA) e Macapá (AP). Os endereços e números das contas para depósito está disponíveis do site do MPF-PA.

A Força Aérea Brasileira (FAB) mandou para o Amapá aeronaves com toneladas de equipamentos necessários para reestabelecer a energia elétrica no estado. As aeronaves transportarão máquinas de purificação de óleo e geradores para Macapá (AP). A missão, que começou nesta sexta-feira (6), deve terminar no sábado (7). Um incêndio em um transformador, na noite de terça-feira (3), provocou o apagão em 14 cidades do estado. Apenas dois municípios não foram afetados.

O transformador avariado pertence à empresa concessionária Linhas de Macapá Transmissora de Energia (LMTE), controlada pela espanhola Isolux, e foi totalmente destruído. Como outros dois equipamentos também foram danificados, não houve possibilidade de reaproveitamento das peças para religamento da subestação.

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Situação de emergência

O apagão levou o governo do estado a decretar situação de emergência. Pessoas estão perdendo alimentos em virtude da falta de refrigeração e gêneros básicos começam a faltar nos mercados. Uma das poucas panificadoras da capital que ainda funcionam concentra longas filas na entrada. O estabelecimento decidiu limitar a quantidade de pães por cliente.

Além disso, as pessoas têm dificuldade de fazer compras de forma eletrônica por falta de internet estável e energia para carregar as máquinas de cartão. Os consumidores precisam sacar dinheiro para fazer compras, mas o apagão também não permite saques em caixas rápidos. Os principais hospitais do estado estão operando a base de geradores a óleo diesel.

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou ontem (5) que o restabelecimento das condições normais de abastecimento energético no estado deve levar 30 dias. Ele esteve com o governador do estado, Waldez Góes, para tratar da crise de energia. 

Segundo afirmou o ministro na quinta-feira, havia expectativa de que fossem restabelecidos de 60% a 70% do abastecimento de energia elétrica no Amapá no mesmo dia. Além do conserto dos geradores danificados, o governo tem providenciado o envio de geradores.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) está em Macapá desde o início da crise e tem enviado vídeos com relatos do que tem acontecido. “Depois de quase 65 horas sem energia, temos notícias do reestabelecimento em alguns bairros da cidade. Ao que tudo indica, pelos próximos 10 a 15 dias, por termos apenas um transformador na subestação funcionando, energia em sistema de racionamento”, afirmou o senador, na tarde de hoje. Ele tem atuado junto ao Poder Judiciário para tentar garantir a distribuição de cestas básicas e água à população, dentre outras medidas.

Para manter os benefícios da conta de luz a "qualquer custo", o governo vai sacrificar os geradores de energia elétrica, na avaliação do presidente da Associação Brasileira dos Investidores em Autoprodução de Energia (Abiape), Mario Menel. De acordo com ele, medidas que mudam as regras durante o jogo também podem interromper a chegada dos tão esperados investimentos no País.

"Os geradores acabaram tendo que pagar uma parcela do rateio de custo que é totalmente indesejada. Isso vai encarecer a energia", comentou. Menel lembrou que as empresas que já fizeram vendas de longo prazo, com contratos de 10 anos, por exemplo, não previram esse custo extra e acabarão tendo de absorver esse valor. "Agora, não tenho mais como transferir (o aumento do custo). O que vai acontecer é que vai sair da nossa margem (de lucro)", considerou.

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Outro problema, de acordo com Menel, é que o cálculo da Taxa Interna de Retorno (TIR) ficou obsoleta depois das mudanças de hoje. É que o governo decidiu que o custo do uso de energia proveniente de termelétricas em momentos emergenciais passará a ser repartido a partir de agora. Até então, ele ficava a cargo das distribuidoras, que repassavam os valores para as tarifas dos consumidores. Agora, 50% desse custo ficará com o agente que estiver exposto no mercado de curto prazo. A outra metade será rateada entre os demais elos da cadeia: consumidores, produtores e comercializadores.

"A minha TIR era de tanto e agora não é mais. E não é por minha causa, é um risco regulatório", disse o presidente da Abiape. A entidade ainda não decidiu se questionará as mudanças na Justiça. "A primeira coisa a fazer é conta. Sabemos que estamos com problemas, mas não sabemos de quanto ainda." Para Menel, o governo deixou de lado a transparência ao adotar as novas regras, o que gera um grau de incerteza em relação aos investidores. "Aqui dentro a gente acha normal, mas o cara lá de fora fica preocupado", considerou.

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