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Com a melhora nos reservatórios da bacia do Rio Paraná, a hidrovia Tietê-Paraná voltará a operar na próxima terça-feira, após a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) indicarem que, com base em suas previsões para o mês, será possível a liberação parcial da navegação.

A decisão foi tomada na segunda-feira (7) quando ficou acordada uma operação por ondas de vazão do reservatório de Nova Avanhandava, na bacia do Tietê. Segundo o departamento hidroviário de São Paulo, a navegabilidade ocorrerá de forma gradativa, com calado inicial de 2,40 metros.

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A previsão é de que a operação atinja sua forma plena até o fim de março. As atividades da hidrovia estavam paralisadas desde o ano passado, devido à condição crítica dos rios no Sudeste, por causa da crise hídrica.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), avaliou nesta quarta-feira, 29, que a retomada das operações na hidrovia Tietê-Paraná, paralisadas desde maio de 2014, possa ocorrer até o final do ano, se forem concretizadas as previsões de maiores volumes de chuva no Estado, por conta fenômeno El Niño. "Deveremos ter um El Niño forte, a expectativa dos institutos de pesquisas do clima é que deve chover no final do ano e, então, o mais rápido possível recompor a hidrovia Tietê-Paraná, o que reduz custo de logística", disse. "Vai depender das chuvas, vamos tentar abreviar o mais rápido possível", completou Alckmin em entrevistas a jornalistas em Campo Grande (MS), distribuída pela assessoria do governador.

Alckmin lembrou que a paralisação da Tietê-Paraná ocorreu após a forte estiagem do ano passado e que o governo federal por meio do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) priorizou a produção de energia nas hidrelétricas ao longo da hidrovia. "Temos mais de R$ 1 bilhão de investimento, Estado e União, na proteção de pilares e pontes e para aprofundamento do calado. E trabalhamos com o ONS para subir as barragens de Três Irmãos e Ilha Solteira", explicou.

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O governador paulista participou, ao lado do governador sul-mato-grossense, Reinaldo Azambuja (PSDB), da abertura da etapa de Campo Grande (MS) da ExpoCorte. Alckmin assinou ainda uma parceria para pesquisa e desenvolvimento em pecuária entre o Instituto de Zootecnia (IZ), ligado ao governo de São Paulo, e a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul).

Após os eventos, Alckmin defendeu o setor da agricultura e da pecuária e afirmou que "quem está segurando a peteca do emprego e da economia é o agronegócio". Ainda segundo o governador paulista, a valorização do dólar beneficia o setor de proteína animal por conta das exportações.

Com capacidade de transporte de até 8,5 milhões de toneladas por ano, o rio São Francisco já não vive o dia 3 de fevereiro da mesma forma. A data marca o dia de Navegação do Velho Chico, mas, desde julho de 2014, o rio não é mais utilizado como via de transporte. A medida foi tomada em razão do baixo volume de água, responsável pelo aparecimento de pedras e bancos de areia, capazes de causar danos às embarcações. 

Em agosto do ano passado, a baixa vazão da Usina Hidrelética Três Marias, em Minas Gerais, expôs empecilhos para o transporte, como o assoreamento e o surgimento de bancos de areia formados no Porto Fluvial do São Francisco, em Pirapora, município mineiro em que começa a hidrovia (primeiro ponto de embarque e desembarque). Segundo relatório enviado pela empresa energética que administra a hidrelétrica, o lago da usina operava com apenas 9,5% da capacidade total.   

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O comprometimento da navegação nos 1.371 quilômetros do rio não afetam somente o transporte de materiais como grãos, caroços de algodão e gipsita – principais produtos que passam pelo curso de água -, mas também o turismo de passageiros. No Vale do São Francisco, único local em que acontece o transporte de pessoas, a atividade ainda não foi paralisada, mas os baixos níveis inspiram cautela. “Estamos trabalhando com bastante cuidado, por causa dos bancos de areia. As embarcações grandes já não passam mais, então só restaram as lanchas, os jet skis e os catamarãs, que podem comportar até 80 pessoas”, explica o guia turístico Josué Pereira. 

Segundo Pereira, a usina hidrelétrica de Sobradinho, a 40 quilômetros dos simbólicos municípios de Juazeiro, na Bahia, e Petrolina, em Pernambuco, opera atualmente com apenas 22% da capacidade total. “Com as chuvas em alguns períodos específicos do ano passado, esse nível chegou a subir para 28%, mas está parado há um bom tempo”, afirma. 

De acordo com o superintendente da Administração da Hidrovia do São Francisco (AHSFRA), Luiz Felipe Carvalho, o transporte hidroviário é diretamente influenciado pelas condições climáticas. “Como o rio nasce em Pirapora, uma cidade mineira, também estamos sentindo os efeitos da seca que está prejudicando a região Sudeste como um todo”, lamenta. Apesar de o transporte estar proibido durante o período de baixos níveis, há a esperança de que os trabalhos possam ser retomados ainda em 2015. 

“Durante o ano, iremos instalar sinalização luminosa para facilitar o transporte noturno de materiais pelo Rio São Francisco. Esperamos que o volume do rio volte a subir para que haja, novamente, o transporte de cargas”, comenta o superintendente da AHSFRA. Josué Pereira, guia turístico no Vale do São Francisco, espera pelo mesmo resultado. “Agora é pedir à natureza e a Deus”, diz. 

A Eldorado, exportadora de celulose, interrompeu há um mês o escoamento de sua produção pela hidrovia Tietê-Paraná para chegar até Santos (SP). "Não foi uma opção. O calado estava muito baixo e não tínhamos como usar a hidrovia", diz José Carlos Grubisich, presidente do grupo. A empresa utiliza o trecho de Três Lagoas (MS), onde está a fábrica, até Pederneiras (SP) por hidrovia, depois faz transbordo via ferrovia.

A celulose é apenas uma pequena parte das commodities que são transportadas por hidrovia. Os grãos ocupam a maioria das barcaças. São quase 6 milhões de toneladas de capacidade de produtos por ano. Mas, desde fevereiro, o escoamento pela Tietê-Paraná está comprometido pela estiagem. Com a seca, a navegação pela hidrovia está restrita. As águas locais estão sendo direcionadas para a geração de energia. Os comboios reduziram de 21 para sete unidades e a capacidade de transporte dessas unidades caiu de 6 mil toneladas habituais para algo entre 2 mil e 3 mil toneladas. "Não há condições para navegação", afirmaram fontes ao jornal o Estado de S. Paulo. O calado está em 1,40 metro. O padrão, com os comboios, é de 2,70 metros.

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A Caramuru Alimentos, maior processadora nacional de grãos, já notificou a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), a Ana (Agência Nacional de Águas), o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) e a Cesp por se sentir prejudicada por ter de desviar boa parte dos grãos para outros modais - ferrovia e rodovia - para garantir o transporte de seus produtos, afirmou César Borges, vice-presidente da empresa. O grupo está preparando uma cobrança judicial contra Cesp por conta dos prejuízos, que estão sendo levantados.

A expectativa da companhia era escoar 1 milhão de toneladas de grãos este ano a partir de São Simão (GO) até Pederneiras (SP). Até abril, foram escoados 130 mil toneladas, das 300 mil programadas para o período. Procurada, a Cesp informou que as usinas que integram o sistema têm sua operação determinada pelo ONS. Essa operação leva em consideração todos os fatores considerados multiuso relacionados às usinas.

Custos

As discussões sobre o uso múltiplo das águas, desviadas para as usinas hidrelétricas para gerar energia, vão ganhar novos contornos nesta semana. "Pedimos ajuda para o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), interceder por nós em Brasília", afirma Luiz Fernando Horta Siqueira, presidente do Sindicato dos Armadores de Navegação Fluvial do Estado de São Paulo (Sindasp). "O prejuízo provocado pela paralisação do sistema às empresas que operam a hidrovia é estimado em mais de R$ 100 milhões até o momento, sem contar o descrédito que causa ao modal hidroviário junto aos embarcadores."

Uma das maiores empresas que operam as embarcações, a DNP Indústria e Navegação, que também esteve na mesma reunião com Perillo, já fez as notificações aos órgãos do governo federal.

"Cada comboio que não desce coloca nas estradas cerca de 200 caminhões. Os custos com frete chegam a ser de quatro a seis vezes mais caros. A tonelada embarcada por hidrovia gira entre R$ 40 a R$ 60, dependendo da carga. Por caminhão, varia de R$ 140 a R$ 200", diz Nelson Michielin, presidente da companhia.

Indústria

Não é apenas o transporte de mercadorias que fica prejudicado pelo baixo nível dos rios - processos industriais também são afetados. A Rhodia paralisou uma de suas unidades em Paulínia (SP) por 14 dias. A interrupção ocorreu entre os dias 6 e 20 de fevereiro na unidade que produz materiais para a cadeia do náilon.

O complexo da Rhodia em Paulínia opera 20 fábricas. A unidade afetada tem um processo produtivo específico em que capta água do rio Atibaia para usar em sistemas de resfriamento de caldeiras, explicou um porta-voz da empresa. Em razão da baixíssima vazão do Atibaia, a Rhodia foi obrigada a parar essa unidade - os 122 empregados foram deslocados para outras atividades. A empresa teve de importar produtos para não comprometer contratos.

"Essa situação toda coloca o setor em estado de alerta. Só para ter uma ideia, um apagão de dois a três minutos significa três dias de fábrica parada", afirma Fernando Figueiredo, da Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química). Para Carlos Cavalcanti, diretor da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a iminência de racionamento de água é mais presente na cidade de São Paulo. "Boa parte do abastecimento na cidade é pelo sistema Cantareira. O que dizer para as indústrias de alimentos e bebidas que vão utilizar volume morto? Qual a qualidade dessa água?"

Segundo ele, indústrias cimenteiras, de cerâmica e metalurgia serão altamente afetadas pelo racionamento. "O que mais assusta é que você não sabe quando isso vai ocorrer, se antes ou depois das eleições." No caso das cimenteiras, segundo José Otávio Carneiro de Carvalho, do Sindicato Nacional da Indústria de Cimento, a falta de água vai afetar diretamente a construção civil. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O transporte de grãos emperrou na hidrovia Tietê-Paraná neste feriadão de 1° de maio. Ao menos duas barcaças carregadas com 4 mil toneladas de soja cada uma encalharam no leito do rio e outras cinco tiveram de esperar por até dois dias para fazer a travessia na eclusa da usina de Nova Avanhandava, em Buritama (SP).

O nível do rio Tietê na região, que já é baixo, está ainda mais baixo que o normal para esta época do ano. A estiagem e a crise de energia, que usa mais água para geração de eletricidade, estão reduzindo o nível do rio, prejudicando o escoamento da safra recorde de soja.

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As embarcações começaram a parar na quarta feira, 30 de abril. No domingo, 4, em uma operação especial elas puderam seguir viagem. A operação consiste em reduzir a captação de água de energia de uma usina e aumentar a de outra, provocando ondas que aumentam o nível do rio.

Essas travessias só estão sendo viabilizadas porque as empresas que usam a hidrovia, transportando soja do Mato Grosso e Goiás, para Pederneiras e depois até o Porto de Santos reduziram em um terço a capacidade de carga de suas embarcações. A diferença está sendo transportada por caminhões. Calcula-se que, desde fevereiro, mais de 250 mil toneladas de grãos da safra de soja deixaram de ser transportadas na hidrovia em razão do problema, elevando os custos do transporte. O custo da tonelada de soja transportada por hidrovia gira em torno de R$ 40 a R$ 45. De caminhão, este valor sobe para R$ 130 a tonelada.

"Reduzimos nossa carga, mas o casco das embarcações ainda raspa no fundo do rio", diz o contramestre Eurídes de Almeida Júnior, da Louis Dreyfus Commodities, que ontem, após quase dois dias de espera, conseguiu atravessar um comboio carregado de soja.

Outra embarcação, da transportadora TOR, aguardava desde sábado para continuar a viagem. "Em 11 anos que navego por esta região, nunca vi o nível tão baixo para esta época do ano", afirma o comandante Vilmar Farcos.

A reportagem ligou para a Secretaria dos Transportes para tentar localizar os responsáveis do Departamento Hidroviário, mas a informação foi de que só retornam nesta segunda-feira, 5. No Centro de Controle Operacional (CCO,) a informação era de que as travessias estavam sendo feitas normalmente. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O transporte de soja está parado na hidrovia Tietê-Paraná em razão da interdição de um trecho do rio Tietê, na altura de Araçatuba (SP), desde sexta-feira (22), quando uma embarcação da Mepla Comércio e Navegação Ltda, carregada com 5,2 mil toneladas de soja, saiu da rota e bateu numa torre de linha de transmissão de energia elétrica. A torre, de 20 metros de altura, instalada numa plataforma no leito do rio, a 350 metros de distância da rota de navegação, caiu e levou os cabos de alta voltagem (440 KV) para dentro da água. Outras cinco torres foram danificadas em terra firme, três delas se retorceram e vieram ao chão.

Desde então, 13 comboios, com 52 barcaças, estão parados ao longo do trecho, entre a hidrelétrica de Nova Avanhandava e o reservatório de Três Irmãos. Seis comboios com 36 mil toneladas de soja seguiam para o terminal de Pederneiras, de onde a carga seria embarcada via ferroviária para o Porto de Santos. Outras quatro barcaças carregadas com seis mil toneladas de madeira estão paradas no sentido inverso, com destino ao polo industrial de Três Lagoas (MS). A madeira seria usada na fabricação de celulose. Outros seis comboios, com 24 barcaças vazias, também aguardam para seguir viagem com destino a São Simão (GO), onde novos carregamentos de soja seriam realizados. As companhias de navegação calculam prejuízos de mais de R$ 12 milhões.

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As empresas mais prejudicadas, além da Mepla, são a Torque e a Louis Dreyfus Commoditie (DLC). O proprietário da Torque, Pedro Burin, não quis comentar o acidente ou falar dos prejuízos, mas funcionários das companhias disseram que cada barcaça transporta o equivalente a US$ 290 mil em soja e se essas barcaças deixarem de transportar soja por cinco dias, o prejuízo deve superar os US$ 6 milhões (R$ 12 milhões).

No entanto, para Casemiro Tércio Carvalho, diretor do Departamento Hidroviário, o prejuízo pode ser ainda maior, porque 100 mil toneladas deixarão de serem transportadas pela hidrovia até o dia 03 de abril, data em que a Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (Cteep) pretende concluir os trabalhos de reparação das torres e liberar a hidrovia. "Este é o volume de soja que seria transportado pela hidrovia, mas por causa da interdição deverá agora ser transportada por rodovia", afirmou. Se isso se confirmar, os prejuízos podem até triplicar. "Ainda há outros fatores como o uso de modal mais caro, além dos custos com o tempo em que a soja deverá permanecer no porto e os atrasos nos contratos de entrega", completou.

De acordo com Carvalho, a Mepla acionou o seguro e deverá responder pelo ocorrido junto à Capitania dos Portos. Segundo ele, o acidente poderia ter sido evitado se a embarcação estivesse usando um radar. O condutor, ao ser ouvido pela Marinha, disse que o nevoeiro o atrapalhou e ele não viu as boias que delimitam a hidrovia, saindo 350 metros da rota e batendo contra a torre. O inquérito vai apurar se a causa foi erro humano ou se as condições do tempo influenciaram.

A Cteep divulgou nota dizendo que, apesar dos estragos - que causaram um prejuízo de R$ 25 milhões -, o acidente não causou falta de energia elétrica porque a transmissão foi desligada automaticamente pelo Operador do Sistema. Segundo a nota, a linha, de dois circuitos, conecta a usina de Ilha Solteira à subestação de Bauru (SP). Segundo a Cteep, a expectativa é de que o primeiro circuito esteja recuperado dia 1º de abril e o segundo, dia 6. Já a liberação da hidrovia deve ocorrer no dia 3, dependendo das condições climáticas e do grau de dificuldade para tração dos cabos.

A presidente da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu (PSD-TO), comunicou nesta terça-feira, por meio de nota, que a presidente Dilma Roussef atendeu ao seu pedido e determinou ao Ministério dos Transportes o prazo de 70 dias para a licitação do Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental da Hidrovia do Tocantins (Evitea). Segundo a senadora, o anúncio foi feito durante audiência que teve na segunda-feira com a presidente, no Palácio do Planalto. Ela disse que a presidente determinou prioridade máxima nos estudos, que indicarão fluxos de navegabilidade e custos estimados de investimentos, entre outros dados, informações fundamentais para a elaboração de projetos básicos.

A senadora Kátia Abreu informou que na segunda-feira à noite foi chamada ao Ministério dos Transportes, pelo ministro Paulo Passos, com a finalidade de dar início aos trabalhos para a licitação do Estudo. A ideia da senadora é apresentar os dados do estudo a empresários e autoridades chinesas que participarão de seminário que será realizado pela CNA na China, provavelmente em setembro deste ano, para discutir, entre outros pontos, os investimentos em logística de transporte, com a presença do ministro Paulo Passos. Os estudos preliminares sobre a hidrovia mostram que o potencial é de escoamento de 56 milhões de toneladas de grãos das regiões Norte e Centro-Oeste assim como a produção industrial da Zona de Franca de Manaus (AM) para a região Sul.

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