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Em reunião realizada em Brasília com o ministro da Fazenda, Fernando Hadadd, e demais governadores do Nordeste, a governadora Raquel Lyra defendeu a manutenção do Regime Automotivo do Nordeste na Reforma Tributária.

No encontro, a chefe do Executivo estadual explicou que já pleiteou à presidência do Senado para que os benefícios fiscais do Imposto sobre Produtos Industrializados para plantas automobilísticas nas Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste sejam mantidos até 2032.

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O pedido é que os senadores conservem esse ponto na votação da PEC no Senado, retirado pela Câmara em julho.

“Não se trata de um mero incentivo fiscal e um benefício setorial. Esta é uma política de desenvolvimento regional, um mecanismo de fomento que se utiliza da característica estruturante do setor automotivo. É uma política de correção de distorções que se acentuam no decorrer da história”, ressaltou a governadora Raquel Lyra.

Para Pernambuco e os estados do Nordeste, a prorrogação até 2032 é fundamental para garantir a competitividade da indústria automotiva fora do eixo Sul-Sudeste.

Desenvolvimento econômico e humano

Em Pernambuco, a presença da indústria automotiva Stellantis, em Goiana, na Zona da Mata Norte, além da fábrica da Moura, em Belo Jardim, no Agreste, representa um importante movimento de desconcentração territorial da indústria automotiva e de autopeças no país.

“Quando colocamos uma indústria como a Stellantis na região canavieira, uma das mais modernas do mundo, sustentável, fazemos o filho do canavieiro sonhar em ser engenheiro, em ser designer, por exemplo. Se não colocarmos incentivo fiscal, a fábrica vai para qualquer lugar do mundo. E isso é uma decisão política, de colocar incentivos fiscais para colocar novas indústrias onde não há estrutura competitiva”, disse Lyra.

O polo automotivo de Goiana, por exemplo, revolucionou a pauta de exportações do Estado. A partir de 2017, o polo exportou R$ 736,5 milhões e se tornou líder das exportações estaduais, uma importante contribuição dessa indústria para acelerar as transformações da economia pernambucana.

O complexo gerou dinamismo de emprego, com crescimento médio de 5,6% ao ano. Além disso, entre 2015 e 2021, Pernambuco teve aumento de 28,4% ao ano na arrecadação do ICMS do segmento de fabricação automotiva, quando houve queda na arrecadação total pelo Estado.

Com informações da assessoria

A prorrogação de mais dois anos de vigência do Fundo Estadual de Equilíbrio Fiscal (FEEF), aprovada com 37 votos na Assembleia Legislativa de Pernambuco pelo projeto do Executivo nº 3.842/2023, pode trazer impactos para o desenvolvimento do Estado. A medida promete a reserva de 10% dos incentivos fiscais aprovados em Pernambuco para a captação de novos empreendimentos ou ampliação dos existentes.

A governadora Raquel Lyra (PSDB) defende que o fundo deverá ajudar a recompor perdas orçamentárias decorrentes da queda na arrecadação do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). A medida, por sua vez, autoriza a criação de condições de validade de seus benefícios financeiros, fiscais ou financeiros-fiscais, a um depósito em fundo colocado com o objetivo de ser emergencial de manutenção do equilíbrio fiscal. 

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Quando implantada, a medida estabelecia que os estados pudessem captar 10% dos incentivos fiscais aprovados para captar novos empreendimentos ou ampliar os já existentes. 

Ao LeiaJá, o advogado e sócio-fundador da ABM Advocacia Rommel Mergulhão defendeu que a extensão do Fundo é boa para o estado, haja vista que a possibilidade de legislar sobre os impostos estaduais traz “uma competitividade aos Estados de trazerem empresas que fomentem a economia local. “Ele é a contrapartida pública dos benefícios privados. Mas, como o próprio nome diz, retira do ente público o equilíbrio fiscal, ou seja, o percentual de 10% é uma justa compensação pelo benefício concedido. A conclusão é que o Fundo deve ser renovado, pois faz bem para a área privada, ao crescimento econômico estadual e é benéfico para a população, desde que seja aplicado de forma correta e coerente”, destacou. 

De acordo com Rommel, toda transformação fiscal que traz fomento na área privada e contrapartida na área pública beneficia a população. “A criação do fundo foi um ótimo acerto do governo que o criou, e que deveria ser renovado nesta gestão. O incentivo fiscal fomenta a economia e, em contrapartida, a pessoa jurídica beneficiada contribuiu para o FEEF, o que traz para o governo um retorno mínimo do benefício que está concedido, ajudando assim a equilibrar as contas públicas”. 

O especialista destacou que o “fomento vigiado com um mínimo de retorno para equilíbrio financeiro” é um dos “motivos primordiais” pelo qual a gestão de Raquel Lyra optou pela renovação da medida e que “sim, a renovação do benefício torna o Estado mais competitivo”. 

Em nota, o Instituto dos Advogados do Estado de Pernambuco (IAP) criticou a continuidade da medida por não haver necessidade de ampliá-la, na defesa de que poderá tornar o Estado menos competitivo. “As empresas com os benefícios aprovados não contavam com isso, já que quando atrai, se faz um projeto para captar o incentivo, e depois vem um adicional de 10% em cima dele. É como se tivesse que ser devolvido. Toda a questão judicial diz que ele é ilegal e inconstitucional, e afasta a atração de empresas”, disse o advogado tributarista Walter Manzi, membro da IAP, à Folha de Pernambuco. 

Para ele, por mais que os programas de incentivos sejam válidos para a atração de novos empreendimentos, a prorrogação pode impactar o consumidor final, já que “para ter o benefício é dentro do que produz”.

O governador Paulo Câmara assinou, nessa segunda-feira (21), um decreto que aumenta, de R$ 5 milhões para R$ 8 milhões a renúncia fiscal para patrocinadores de projetos desportivos e paradesportivos no Estado.

A Lei Estadual de Incentivo ao Esporte foi sancionada em dezembro de 2015 e tem se apresentado como alternativa no fomento ao esporte educacional, de base, de rendimento e de lazer, por meio da concessão de benefício de crédito presumido do ICMS a estabelecimentos de contribuintes situados em Pernambuco.

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De acordo com o secretário executivo de Esportes de Pernambuco, Diego Perez, esse aumento vai permitir que mais propostas sejam aprovadas. Ao todo, já foram homologados 36 projetos esportivos, por meio de editais de seleção pública, na área de iniciação esportiva, alto rendimento, competições e requalificação de espaços esportivos.

“Esse aumento no saldo da Lei de Incentivo ao Esporte significa mais possibilidades, mais oportunidades, mais inclusão e mais melhoria de nível técnico. Porque novos projetos sociais podem surgir, novas competições podem ser trazidas para cá, novos equipamentos esportivos podem ser construídos", explicou Perez.

Segundo o que está estabelecido no decreto, a captação de recursos junto aos patrocinadores deve ser efetivada no prazo máximo de até 12 meses contados da publicação no Diário Oficial do Estado. O novo edital será publicado nos próximos dias.

Da assessoria

Quando, no início de abril, o governo do Rio mandou à Assembleia Legislativa (Alerj) um projeto de lei pedindo autorização para conceder incentivo fiscal de até R$ 650 milhões à Ambev para instalar uma nova fábrica no Estado, a oposição protestou. Parecia não fazer sentido uma gestão falida liberar um crédito tributário milionário à maior cervejaria do mundo, que faturara globalmente US$ 45,5 bilhões no ano passado.

Os protestos funcionaram: no dia 13, a empresa anunciou oficialmente ter desistido do projeto no Estado. Mas a controvérsia segue.

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A polêmica em torno da Ambev ilustra um dos debates mais acalorados que marcam a maior crise financeira da história do Rio. Para muitos, a concessão de incentivos fiscais é a causa principal da situação atual. Reduziria a arrecadação, tirando receita necessária aos serviços públicos. O governo contesta essa avaliação. Diz que os incentivos são necessários para atrair investimentos.

Economistas ouvidos pela reportagem também descartam a possibilidade de colocar esse item como causa principal da crise. Reconhecem, porém, que pode haver ineficiências ou até casos de corrupção envolvendo os incentivos.

O tom das críticas é embalado pela informação do relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) sobre as contas de 2015. O texto afirma que o governo fluminense abriu mão de R$ 185 bilhões em impostos de 2007 a 2015. Os dados já embasaram ações na Justiça, até mesmo uma que, em outubro, proibiu o governo estadual de conceder novos incentivos.

"As isenções atingem um número muito alto", diz o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), que presidirá uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para analisar os incentivos fiscais, que está para ser instalada. Freixo afirma ser contra a "falta de critérios" nos incentivos ficais e não contra a concessão de benefícios.

Para o diretor jurídico do Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Estadual do Rio de Janeiro (Sinfrej), Ricardo Brand, o número de R$ 185 bilhões é "inconsistente". Segundo ele, o TCE-RJ usa os dados do Documento de Utilização de Benefícios Fiscais do ICMS (DUB-ICMS), declaração preenchida por empresas beneficiadas. Dados da Secretaria de Estado da Fazenda apontam a concessão de R$ 42,7 bilhões em incentivos de 2010 a 2015.

Em fevereiro, o Sinfrej lançou documento com propostas emergenciais, entre elas, padronizar os benefícios, para auditar e avaliar seus impactos. O governo do Estado diz que isso será feito com o Sistema de Governança de Incentivos Fiscais e Transparência (SisGift), iniciativa da Comissão de Acompanhamento dos Incentivos Fiscais, criada em fevereiro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Tramita na Câmara dos Deputados um projeto de lei que beneficia profissionais de nível técnico. De acordo com a proposta do deputado João Fernando Coutinho (PSB-PE), empresas instaladas no Brasil e que recebem alguma forma de incentivo fiscal poderão ser obrigadas a contratar, pelo menos, 20% de trabalhadores formados em escolas técnicas.

Segundo o texto da proposta, as contratações ocorrerão por meio de parcerias entre as empresas contratantes e as escolas técnicas. O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e o Serviço Brasileiro de Apoio ás Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) são apontados pelo projeto como exemplos de instituições parceiras.

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“O projeto estabelece, assim, a responsabilidade social das empresas e o compromisso do Estado em proporcionar emprego e renda”, comentou João Fernando Coutinho, conforme informações da Agência Câmara de Notícias. 

O projeto tramita em caráter de conclusão. A proposta ainda será analisada pelas comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público; e Constituição e Justiça e de Cidadania.

Com informações da Agência Câmara de Notícias 

Outra queixa da União Europeia contra o Brasil se refere às exigências do uso de componentes domésticos em produtos como uma precondição para receber benefícios fiscais. Bruxelas ainda acusa o País de estar "criando um escudo para a indústria que não é competitiva contra a concorrência internacional".

Aos consumidores, isso significa uma "limitação de escolha de produtos mais baratos". Um exemplo dado pelos europeus é o do custo do smartphone no Brasil. Segundo o bloco, o aparelho no País custa 50% mais caro que na maioria dos mercados. Isso apesar de a indústria nacional de tecnologia contar com reduções de impostos que variam de 80% a 100%.

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Bruxelas também apontou que o Brasil não apenas rejeitou uma negociação para uma solução pacífica da crise, como também ampliou os "regimes discriminatórios". "Medidas significativas foram ampliadas para o setor de máquinas e tecnologia até 2029", acusou. "A UE está preocupada diante das extensões e expansões dessas medidas para cobrir um número cada vez maior de setores."

Para os europeus, as barreiras brasileiras já estão afetando o comércio bilateral. As exportações do bloco caíram para 10,6 bilhões de euros no segundo trimestre de 2013 para 9,8 bilhões de euros em 2014. A queda seria "resultado da desaceleração da economia do Brasil e das medidas cada vez mais frequentes do País contra importações". Para a UE, as "taxas discriminatórias minam as perspectivas de comércio".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As maiores economias do mundo se aliam para fazer uma pressão sem precedentes contra a política industrial do Brasil, acusada de ser protecionista.

Nesta quarta-feira, 17, a União Europeia (UE) conseguiu a abertura de investigações na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra o governo brasileiro por causa de sua política de incentivos. Mas o que era uma disputa comercial apenas entre Bruxelas e Brasília ganhou dimensão global.

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China, Taiwan, Japão, Estados, Coreia do Sul e Austrália se somaram à queixa na condição de terceiras partes, depois de darem sinais de que vão adotar a linha da Europa. Já Índia, Rússia, Argentina e Turquia também pediram para fazer parte do processo, ainda que o Brasil espere que eles fiquem do lado brasileiro.

Para diplomatas consultados pelo jornal "O Estado de S. Paulo", o que está em jogo na disputa é a interpretação das leis da OMC quanto ao espaço que cada governo pode ter para desenvolver sua política industrial. "As medidas brasileiras são discriminatórias e têm como meta promover uma substituição de importação", declarou a UE na reunião de hoje em Genebra. Entre os alvos do ataque está o Inovar-Auto.

Nas próximas semanas, o diretor-geral da OMC, o brasileiro Roberto Azevêdo, vai nomear três árbitros para julgar o caso, num processo que promete se arrastar por meses e custar milhões de dólares em advogados. Azevêdo não tem a liberdade de comentar o caso, não apenas por ser o diretor imparcial da entidade. Mas também por ser brasileiro e por ter, no passado, defendido a posição do Itamaraty de que não existem violações nas regras. Azêvedo foi por anos o embaixador do Brasil na OMC.

Precedente perigoso

Ao se defender hoje o governo brasileiro advertiu que a interpretação da UE pode ser perigosa. "Se aceita, essa visão das regras da OMC pode limitar a habilidade dos países de promover desenvolvimento social e tecnológico", alertou o embaixador Marcos Galvão, representante do Brasil em Genebra, apontando que os programas existem para "melhorar padrão de vida, garantir emprego e expandir o comércio".

Para justificar as medidas, Galvão chega a admitir até mesmo que o Brasil passa por "deficiências em setores estratégicos" e que os programas questionados são apenas meios de simplificar a administração de impostos.

Se o Brasil for condenado, terá de retirar as isenções de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de diversos setores e reformular sua estratégia industrial.

Bruxelas alega que os incentivos fiscais dados pelo governo brasileiro para o setor de carros, eletrônicos e outros violam as regras do comércio.

Galvão garante que as leis brasileiras são "consistentes" com o regulamento internacional. "Empresas de diferentes origens, especialmente empresas europeias, estabelecidas no Brasil têm sido positivamente afetadas por esses programas", indicou o embaixador. Ele garante que os incentivos têm como meta "posicionar o Brasil nos setores de alta tecnologia do mercado global, e não isolá-lo".

O jornal "O Estado de S. Paulo" revelou com exclusividade em agosto que a UE estava estudando o ataque contra o Brasil. Mas a decisão era a de aguardar o resultado da eleição no País para fazer a denúncia. A esperança era de que uma eventual derrota do governo de Dilma abriria a possibilidade de que a política industrial protecionista fosse repensada. Com a vitória do governo nas urnas, Bruxelas imediatamente recolocou o caso sobre a mesa.

Para os europeus, o Brasil aplica impostos "discriminatórios". "As medidas de impostos no Brasil dão uma vantagem injusta para os produtores nacionais e vão contra as regras da OMC", indicou a UE. Segundo a queixa da UE, produtos brasileiros, ao contrário dos importados, se beneficiam de reduções de IPI e de isenções de impostos. Um dos exemplos dados pelos europeus à OMC foi a redução do IPI para carros. "Os impostos sobre veículos importados podem exceder aos coletados por carros feitos no Brasil em 30% do valor do veículo", indicou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O oferecimento de cursos de reutilização e reciclagem de materiais e outros cursos de qualificação para egressos do sistema prisional está perto de receber incentivos tributários. O projeto de lei que quer dar esse incentivo está pronto para ser votado na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e depois deverá seguir para análise em decisão terminativa.

Pessoas jurídicas que oferecem as capacitações para os egressos dos presídios, bem como para jovens em cumprimento de medidas socioeducativas, serão os beneficiadas. De acordo com o Senado, a dedução poderá ser realizada durante a fase de contratação equivalente ao de cumprimento, pelo egresso, de pena em regime fechado, até o limite de dois anos, não podendo ultrapassar 4% do imposto devido.

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A nota enviada anteriormente contém uma incorreção. O sobrenome do secretário de Finanças da Prefeitura de São Paulo é citado de forma incorreta. O nome correto é Marcos Cruz. Segue o texto corrigido:

O secretário de Finanças da Prefeitura de São Paulo, Marcos Cruz, confirmou nesta quinta-feira, em entrevista exclusiva ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que enviará à Câmara Municipal nas próximas semanas um projeto de lei que diminui alíquotas de impostos municipais de empresas que queiram se instalar na zona leste da Capital. Cruz disse que ainda existem indefinições quanto ao texto final do projeto, mas que o incentivo será destinado a apenas alguns setores específicos, "aqueles que geram mais emprego", nas palavras do secretário.

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Segundo Cruz, a prefeitura ainda estuda quais alíquotas serão praticadas, mas adiantou que os impostos a serem reduzidos são o IPTU e o ISS. Ele negou que a Prefeitura esteja fazendo guerra fiscal com municípios vizinhos. "Nós vamos agir dentro do que a legislação permite. O ISS, a lei nos permite ir até 2%. Em uma empresa de call center, passar o ISS de 5% para 2% faz toda diferença", disse França, completando que o impacto que a redução terá na empresa também será levado em conta na hora da escolha dos setores beneficiados pela medida.

Nesta quinta, o prefeito Fernando Haddad havia demonstrado preocupação com a concentração geográfica do emprego em São Paulo. Segundo Haddad, mais de 66% dos postos de trabalho da cidade estão concentrados em 5 das 31 subprefeituras da cidade. Este projeto de desonerações remonta à promessa de campanha de Haddad de levar mais empregos à periferia por meio de incentivo fiscal.

Este primeiro projeto de lei beneficiará empresas instaladas ou que venham a se instalar na zona leste da cidade, mas o secretário adiantou que pretende formatar um projeto nos mesmos moldes para o extremo sul de São Paulo. Para a zona sul, entretanto, ele não quis estipular um prazo. "É importante ressaltar que não é só o incentivo fiscal que leva o emprego, ele tem que ser adotado junto com outras medidas, como a criação de uma infraestrutura", disse.

Depois de oito meses de negociação do regime automotivo, o governo prepara agora a ampliação e modernização do regime tributário do setor de petróleo e gás, conhecido como Repetro. Também será criado um sistema para a toda a cadeia produtiva do setor químico.

Em entrevista à Agência Estado, o presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Mauro Borges, informou que as mudanças são complexas e visam ao fortalecimento de todos os elos da cadeia produtiva. A previsão é que sejam implementadas em 2013. No caso do Repetro, serão beneficiados os fornecedores, o que inclui a indústria siderúrgica, de bens de capital e serviços.

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Hoje, o regime é muito mais aduaneiro e beneficia principalmente as operadoras dos campos de petróleo e gás, como a Petrobrás. A ideia é adequar o Repetro ao reposicionamento do Brasil no mercado mundial depois das descobertas de novas reservas. Já a criação de um regime tributário especial para a indústria química tem como objetivo melhorar a competitividade e reverter o déficit comercial do setor, de cerca de US$ 20 bilhões.

Segundo Borges, o Brasil ganhou peso na cadeia de suprimento de petróleo e gás nos últimos anos. "Isso tem de ser refletido no regime especial. Não tem jeito. Nós mudamos a nossa posição relativa no mundo." O foco, segundo ele, é a chamada cadeia secundária, que fornece insumos, equipamentos e serviços para os operadores, e os chamados "sistemistas", que são os fornecedores diretos. "É uma cadeia altamente relevante, porque é estritamente industrial."

As empresas da cadeia secundária terão estímulo tributário. Ele deu como exemplo o setor de fabricação de alumínio, hoje cada vez mais importante para exploração da camada do pré-sal.

Elos

A preocupação do governo é evitar que o Brasil se transforme apenas em um país produtor sem desenvolver todos os elos da cadeia. Na avaliação de Borges, o Repetro é um modelo bem-sucedido, mas hoje é um "retrato competitivo de um determinado momento que já acabou". Ele explicou que, ao desenvolver no Brasil competência para a prestação de serviços, estará se criando um estímulo para a utilização de produtos nacionais e o aumento do emprego.

"É igual a uma costureira que vai fazer um molde de um vestido. Ela tem os seus fornecedores no Brasil. Então vai falar: você vai comprar o tecido de fulano, os botões de tal, o sapato de tal. Tem a sua própria cadeia de suprimento local. O projeto básico de engenharia não é diferente de um molde de vestido", disse.

Criado em 1999, o Repetro garante a suspensão de tributos sobre as operações de importação de bens destinados às atividades de pesquisa e lavra das jazidas de petróleo e gás. A renúncia fiscal vem aumentando a cada ano com o crescimento dos investimentos e das compras nos mercados internacionais. Em 2011, a renúncia alcançou R$ 9,97 bilhões e de janeiro a agosto deste ano já soma R$ 8,65 bilhões, segundo dados da Receita Federal.

Cadeia química

Borges destacou que as negociações para a criação de um regime tributário especial para o setor químico deverão ser demoradas, porque se trata de uma cadeia muito complexa e longa. "Para chegar à convergência de interesses numa cadeia muito longa, é normal que tenha conflito." Segundo ele, também será um processo longo no governo, pois envolverá uma renúncia fiscal significativa. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

O governo vai injetar R$ 146 bilhões em vários setores da economia no ano que vem, por meio de programas que só o Executivo pode criar e cujos resultados não são avaliados. São os chamados incentivos fiscais, ou desonerações tributárias, medidas pelas quais o governo abre mão de tributar um ou outro setor.

Os gastos por meio de renúncias de receitas deram um salto a partir do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, segundo aponta estudo elaborado pelo consultor da Câmara dos Deputados Marcelo Sobreiro Maciel.

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Segundo levantamento feito com base nos dados da Receita Federal, os incentivos fiscais equivaliam a 11,6% da arrecadação federal em 2002. Em 2009, ela já estava em 18,9%. Em 2012, a conta se aproximará dos 20%, conforme os números da Receita consultados pelo Grupo Estado. A conta de incentivos, que era de R$ 23,2 bilhões em 2002, chegará a R$ 116 bilhões este ano e a R$ 146 bilhões no ano que vem. É um salto de 529%.

"Os incentivos são cada vez mais usados, mas são medidas pontuais, sem planejamento de longo prazo e cuja eficácia é questionável, pois não há avaliação", comentou o consultor. "São benefícios que fogem do Orçamento, estão cada vez mais sob controle do Executivo e sobre os quais há pouca exigência de transparência."

Em seu trabalho, ele afirma que o crescimento dos incentivos indica "um renascimento do Estado capitalista brasileiro, no que se refere aos instrumentos tributários utilizados". Ele embasa a crítica na comparação entre a forma como são gastos os recursos arrecadados e devolvidos à sociedade como despesas do Orçamento e os incentivos - dinheiro que deixa de ser entregue aos cofres públicos. Do ponto de vista das contas públicas, também é um gasto. Procurado pela reportagem, o Ministério da Fazenda não se pronunciou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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