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Astrônomos divulgaram ter identificado o que são as estrelas mais distantes já descobertas na Via Láctea. O anúncio inclui a estrela mais afastada da Terra já descoberta, a mais de um milhão de anos-luz, segundo informações da Universidade da Califórnia de Santa Cruz, nos Estados Unidos.

A descoberta envolve 208 estrelas, chamadas de RR Lyrae e que se destacam pela luminosidade, ainda de acordo com a instituição.

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Como estão nos limites da galáxia, no chamado "halo" (a quase meio caminho da vizinha, Andrômeda, a 2,5 milhões de anos-luz), permitem que as medidas da Via Láctea sejam mais facilmente aferidas.

No comunicado veiculado pela universidade, o professor e diretor de Astronomia e Astrofísica da instituição, Raja GuhaThakurta, destaca que o estudo está "redefinindo o que constitui os limites externos de nossa galáxia" e que a Via Láctea e Andrômeda "são tão grandes que quase não há espaço entre as duas".

O cientista também destacou que o halo é onde estão as as estrelas mais antigas da galáxia e se estende por centenas de milhares de anos-luz em todas as direções.

"A maneira como o brilho varia parece um eletrocardiograma. São como os batimentos cardíacos da galáxia. O brilho aumenta rapidamente e diminui lentamente, e o ciclo se repete perfeitamente com essa forma muito característica", disse, de acordo com o comunicado.

As descobertas ocorreram a partir de dados captados pelo Telescópio Canadá-França-Havaí (CFHT na sigla em inglês), situado em uma ilha havaiana.

Astrônomos do projeto internacional Event Horizon Telescope (EHT) - ou Telescópio Horizonte de Eventos, em português - divulgaram nesta quinta-feira (12) a primeira imagem do buraco negro supermassivo que habita o centro de nossa galáxia, a Via Láctea.

A novidade chega pouco mais de três anos depois de o mesmo projeto ter revelado a primeira foto de um buraco negro na história da astronomia, que fica no centro da galáxia M87, a 55 milhões de anos-luz da Terra.

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Desta vez, por estar na mesma galáxia que nossa planeta, o buraco negro fica consideravelmente mais perto: a 27 mil anos-luz de distância, ou seja, a imagem revelada nesta quinta exibe como esse astro supermassivo estava 27 mil anos atrás.

Suspeita-se da existência de um buraco negro no centro da Via Láctea desde a década de 1970, quando o físico americano Karl Jansky detectou uma gigantesca fonte de sinais de rádio na direção da constelação de Sagitário.

Esse objeto misterioso ganhou o nome de Sagittarius A* (ou Sgr A*), e a evidência mais forte de sua natureza até hoje havia sido divulgada já no século 21, após décadas de observações das vertiginosas órbitas de estrelas no centro da Via Láctea, que só poderiam ser provocadas pela atração gravitacional gerada por um buraco negro supermassivo.

Essa descoberta rendeu o prêmio Nobel de Física à americana Andrea Ghez e ao alemão Reinhard Genzel (que estava no anúncio desta quinta) em 2020, honraria dividida com o britânico Roger Penrose.

No entanto, a imagem divulgada pelo EHT fornece a prova definitiva de que o coração da Via Láctea é dominado por um buraco negro com 4 milhões de vezes a massa do Sol, mas com uma circunferência equivalente ao tamanho da órbita percorrida por Mercúrio.

Buracos negros

A imagem foi obtida por uma rede de oito radiotelescópios do projeto EHT, criada justamente para capturar fotos de buracos negros, os objetos mais misteriosos do cosmos e que geralmente se formam quando estrelas de grande massa ficam sem combustível para seu processo de fusão nuclear, fazendo sua matéria colapsar para dentro, atraída pela gravidade.

Esse processo gera um ponto no espaço-tempo onde a densidade é infinita e do qual nem a luz pode escapar. Um buraco negro com 15 vezes a massa do Sol, por exemplo, teria somente 90 quilômetros de diâmetro. Ou seja, o equivalente a espremer 15 sóis no espaço entre São Paulo e Campinas.

No entanto, o Universo também conta com os chamados buracos negros supermassivos, como o Sgr A*, que normalmente habitam o centro de galáxias e ostentam massas até bilhões de vezes maiores que a do Sol, mas cujo processo de formação ainda é misterioso.

Tecnicamente, é impossível fotografar um buraco negro, já que ele não emite luz. O que a imagem do EHT mostra são as ondas de rádio - invisíveis a olho nu - emitidas pela nuvem de gás superaquecido ao redor do Sgr A*.

Apesar de este buraco negro estar muito mais perto de nós do que o da galáxia M87, fotografá-lo foi consideravelmente mais difícil, já que o Sgr A* é menor (se ele fosse uma rosquinha, o M87 seria um campo de futebol), o que faz com que o gás gire ao seu redor mais rapidamente. Dessa forma, foi preciso fazer uma "média" de diversas imagens obtidas ao longo da pesquisa.

"Esse é um resultado extraordinário e cujo tamanho só conseguiremos compreender com o tempo", comemorou a ministra da Universidade da Itália, Maria Cristina Messa - o país participa do EHT com o Instituto Nacional de Astrofísica (Inaf), com o Instituto Nacional de Física Nuclear (INFN) e com as universidades Federico II, em Nápoles, e de Cagliari.

Da Ansa

Em comunicado oficial divulgado nesta semana, a Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (NASA) anunciou que cientistas detectaram sinais de um exoplaneta na órbita de uma estrela fora da Via Láctea. Esta pode ser a primeira evidência na história de um planeta fora da nossa galáxia. A descoberta foi realizada pelo telescópio de raios-x conhecido como Chandra, que está na órbita da Terra, a 105 km de altitude.

Vale lembrar que, para ser considerado exoplaneta, o corpo celeste precisa estar na órbita de outra estrela que não seja o sol, e este é o caso, já que  ele está localizado na galáxia espiral Messier 51 (M51). Até o momento, todos os exoplanetas que haviam sido descobertos estavam dentro da Via Láctea, a cerca de três mil anos-luz da Terra, já este, tem distância de aproximadamente 28 milhões de anos-luz.

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A observação pôde ser realizada por meio da queda de brilho de raios-x, que normalmente são emitidos por estrelas de nêutron ou por um buraco negro, e assim, a partir do momento que um corpo celeste passa entre o telescópio e os emissores, a queda do registro de raios-x leva a acreditar que apenas um exoplaneta pode ser o responsável, já que cometas e meteoros não orbitam em volta de estrelas.

De acordo com a professora de astronomia do Centro de Astrofísica de Harvard e uma das responsáveis pela pesquisa na agência norte-americana, Rosanne Di Stefano, toda a corporação está em estudo e em busca de outros mundos, procurando candidatos e possíveis planetas seguindo as possibilidades de ondas raios-x, que permitem descobrir diversos corpos celestes em outras galáxias, além da nossa.

Pela primeira vez na história, astrônomos observaram evidências de um planeta fora de nossa galáxia, a Via Láctea.

O astro seria tão grande quanto Saturno, cujo diâmetro é nove vezes maior que o da Terra, e fica na galáxia Messier 51 (também chamada de galáxia do Redemoinho devido a seu formato em espiral), a 28 milhões de anos-luz do nosso planeta.

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Publicada na revista Nature Astronomy, a descoberta foi feita por um grupo internacional guiado por astrônomos do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian, nos Estados Unidos, a partir do estudo de raios-x observados pelo telescópio espacial Chandra, da Nasa.

O candidato a planeta foi detectado em um sistema binário chamado M51-ULS-1, provavelmente formado por um buraco negro ou uma estrela de nêutrons que atrai o gás de uma estrela próxima.

Dessa forma, o material próximo ao buraco negro ou à estrela de nêutrons superaquece e emite ondas de raio-x. Ao passar em frente a essa região, o suposto planeta bloqueia os raios-x e se torna detectável por telescópios - no caso, o Chandra.

Esse astro bloqueou os raios-x durante três horas, o que permitiu aos astrônomos inferir seu tamanho. Ele também orbitaria o buraco negro ou a estrela de nêutrons em uma distância duas vezes superior à de Saturno em relação ao Sol.

Buracos negros e estrelas de nêutrons são o resultado da "morte" de estrelas com massas muito superiores à do Sol e se caracterizam pela densidade extrema.

Os primeiros são tão densos e possuem campo gravitacional tão forte que sequer a luz consegue escapar de seu interior, por isso não é possível enxergá-los. Já as segundas são o espólio de supernovas de estrelas bastante massivas, mas ainda assim sem massa suficiente para se tornar buracos negros.

Uma estrela de nêutrons tem diâmetro estimado entre 10 e 30 quilômetros, ou seja, é menor que uma cidade como São Paulo, mas uma colher de chá de sua matéria pesaria tanto quanto o Monte Everest.

Serão necessários novos estudos para comprovar que o astro visto em Messier 51 trata-se mesmo de um planeta, mas, devido ao tamanho de sua órbita, ele leva pelo menos 70 anos para voltar à mesma região.

Até agora, milhares de exoplanetas já foram descobertos por cientistas, mas todos eles na Via Láctea, a galáxia onde fica a Terra.

Da Ansa

Astrônomos descobriram na Via Láctea uma cavidade gigante cercada por duas nebulosas, as nuvens de Perseu e Touro, que apareceram após ao menos uma gigantesca explosão de uma estrela - de acordo com um estudo publicado nesta quarta-feira (22).

As nuvens moleculares de Perseu e Touro, como são chamadas, há muito tempo são escrutinadas, devido à sua proximidade com a Terra - entre 500 e 1.000 anos-luz de distância, uma palha na escala de nossa Via Láctea, que tem mais de 80.000 anos-luz em diâmetro.

Mas também porque abrigam berçários estelares, formados graças à mistura de gás molecular e poeira que compõe essas nuvens. Finalmente, porque essas nebulosas pareciam estar ligadas por uma espécie de filamento. Uma posterior observação descartou essa ligação por suas respectivas distâncias de nosso planeta.

"O engraçado sobre essas duas nuvens", explicou à AFP o pesquisador Shmuel Bialy, do Harvard Center for Astrophysics and the Smithsonian, é que "descobrimos que elas estão, sim, conectadas, mas não da maneira que imaginávamos, e sim através de uma cavidade gigante".

Esta foi a primeira vez que cientistas conseguiram desenhar um mapa tridimensional de tal estrutura, batizado de "Per-Tau Shell". Para isso, contaram com a ajuda de avançadas técnicas de cálculo e de imagem e, especialmente, de um mapa de gases moleculares de uma região maior, desenhado com dados do telescópio espacial europeu Gaia.

É preciso imaginar uma "espécie de esfera, cujo interior seria vazio", segundo Bialy, uma "superbolha", como é chamada, com um diâmetro de cerca de 500 anos-luz (cerca de 4,7 milhões de bilhões de km), cujo envelope externo seria parcialmente formado pelas duas nuvens de Perseu e Touro.

O interior da cavidade contém um pouco de poeira, "mas com uma densidade muito baixa em comparação com a das nuvens", disse à AFP o cosmólogo e astrofísico Torsten Ensslin, professor associado do Instituto Alemão Max Planck.

- "Periferia" solar -

Ele foi coautor com Shmuel Bialy, autor principal, deste estudo publicado no Astrophysical Journal Letters. É um dos cientistas que fizeram, em 2019 e 2020, o primeiro mapa 3D de nuvens de poeira a uma curta distância do nosso Sol. E isso graças aos dados de Gaia sobre a posição e as características de mais de 5 milhões de estrelas nesta "periferia" solar.

E é uma colega de Bialy, Catherine Zucker, pós-doutoranda e astrofísica, que assina um segundo estudo sobre o assunto para explicar como os cientistas têm feito bom uso deste mapa, com a ajuda de algoritmos desenvolvidos em parte sob sua direção.

"Esta é a primeira vez que podemos usar visualizações reais em 3D, e não simulações, para comparar a teoria à observação e estimar quais teorias funcionam melhor" para explicar de onde veio essa cavidade gigante e as nuvens que repousam em sua superfície, disse ela em uma declaração do Center for Astrophysics.

"Achamos que é devido a uma supernova, uma explosão gigante que empurrou esses gases e formou essas nuvens", diz Bialy, cujo estudo sugere um cenário de múltiplas supernovas.

De acordo com essa teoria, uma ou mais estrelas no final de sua vida explodiram e, gradualmente, empurraram a maior parte do gás em que foram banhadas para formar essa cavidade, entre 6 e 22 milhões de anos atrás.

"Estamos agora observando a cavidade em seu último estágio, onde já desacelerou (sua expansão), e permitiu a formação de nuvens" de Perseu e Touro, diz Bialy.

O cientista agora pretende se concentrar nas jovens populações de estrelas que estão surgindo ali.

Quanto ao professor Ensslin, ele espera a "descoberta de muitas outras estruturas", como a de Per-Tau.

"Esta bolha é, provavelmente, apenas uma entre muitas", explica, acrescentando que, apesar de seu tamanho, ocupa um pequeno espaço no mapa 3D produzido pelo seu departamento. Resta explorá-lo e batizá-lo.

Astrônomos trouxeram dados do telescópio espacial da Nasa, que mostram evidências da explosão de uma estrela localizada no centro da galáxia que o sistema solar faz parte. De acordo com a observação, foi possível afirmar que o fenômeno foi ocasionado por uma anã branca, um corpo celeste com massa comparável à do Sol, mas de tamanho semelhante a da Terra.

A explosão aconteceu próximo a um buraco negro supermassivo, chamado Sagitário A*, que se encontra no centro da Via Láctea. Os cientistas observaram essa região por 35 dias e encontraram um padrão fora do normal quando o telescópio emitiu imagens em raio-x. As imagens deste evento se assemelham a estudos em computadores que simulam uma reação nuclear de uma anã branca. Assim, a pesquisa pode ser confirmada e publicada na revista científica The Astrophysical Journal.

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Embora o evento seja relativamente comum por conta das dimensões do espaço, esse tipo de supernova ainda não havia sido detectado dentro da Via Láctea. A descoberta pode ser mais uma ferramenta no auxílio do estudo de como os corpos celestes reagem no espaço. Em outras ocasiões, cientistas afirmaram que a reação de uma explosão deste tipo é responsável por emitir diferentes elementos, como ferro, níquel e cromo.

Mesmo sendo considerada uma explosão, ela foi avaliada como um evento de dimensões menores que as usuais, por conta da quantidade de hidrogênio e hélio que a anã branca fundiu. Sendo assim, a reação termonuclear que aconteceu no núcleo dela trouxe um processo mais lento na emissão de elementos que contribuem na construção de outros corpos celestes.

Uma equipe de astrofísicos identificou um magnetar, uma variedade entre estrelas de nêutrons, como a fonte das misteriosas explosões rápidas de rádio originadas na Via Láctea, de acordo com vários estudos publicados nesta quarta-feira (4) na revista Nature.

Desde sua primeira detecção, em 2007, os cientistas tentaram encontrar uma explicação para essas explosões de ondas eletromagnéticas, também conhecidas pela sigla em inglês FRB (Fast Radio Burst).

Sua origem é especialmente difícil de determinar porque o evento dura apenas um milésimo de segundo. Além disso, até agora acreditava-se que eles só tinham origem em outras galáxias.

Em 2016, a detecção mais precisa até agora teve como alvo uma galáxia anã localizada a mais de 3 bilhões de anos-luz da Terra.

Em 28 de abril, os observatórios canadenses CHIME e US STARE2 detectaram esse fenômeno em uma mesma região do céu. Ambos o atribuíram ao magnetar SGR 1935 + 2154, localizado na Via Láctea, segundo estudos publicados na Nature.

"É a primeira explosão rápida de rádio que atribuímos a um objeto conhecido", disse Christopher Bochenek, astrofísico do US Caltech Institute e chefe do STARE2, em entrevista coletiva.

O magnetar - uma contração dos termos em inglês "estrela magnética" - é um "tipo de estrela de nêutrons com um campo magnético tão poderoso que deforma o núcleo de um átomo", explicou.

Este corpo celeste, pequeno em tamanho, mas com uma massa significativa - uma colher de chá de matéria pesaria vários bilhões de toneladas - gira sobre si mesmo no espaço de vários segundos.

O FRB detectado emitiu "em um milissegundo a mesma energia em ondas de rádio que o Sol durante 30 segundos", de acordo com Bochenek. Um sinal poderoso o suficiente para deixar uma marca em um receptor de celular depois de cruzar metade da galáxia, em uma jornada que durou 30 mil anos, acrescentou.

A descoberta é fruto de um esforço internacional, incluindo o telescópio canadense CHIME, a pequena rede americana de estações de rádio STARE2 e o radiotelescópio chinês FAST.

Os dados deste último, cujo estudo foi conduzido pelo Dr. Bing Zhang, da Universidade de Las Vegas, também serviram para entender melhor como funciona um magnetar, uma estrela nascida da implosão de uma estrela.

Além de seu forte campo magnético, esses objetos são conhecidos por produzir explosões de raios gama (GRB), que são as explosões de mais alta energia conhecidas no universo. A equipe do Dr. Bing detectou que o magnetar havia emitido 29, quase ao mesmo tempo que o FRB.

Para Bing, uma hipótese "prudente" é que todas as rajadas rápidas de rádio no Universo são emitidas por magnetares.

Uma teoria compartilhada por Daniele Michilli, uma astrofísica e membro do CHIME, que disse ter "detectado várias centenas de FRBs" e os estava "analisando" para confirmar sua origem.

Um grupo de cientistas liderados por astrônomos da Polônia anunciou nesta quinta-feira (29) a descoberta do menor planeta errante já registrado. Ele tem o tamanho da Terra e vaga pela Via Láctea, sem uma ligação gravitacional em torno de uma estrela, como é o caso da Terra, que gira em torno do Sol.

Os planetas errantes, por não receberem a luz de uma estrela, não emitem radiação e, por isso, são mais difíceis de serem observados. Eles não podem ser descobertos a partir de métodos astronômicos tradicionais que vasculham o universo atrás de outros planetas fora do Sistema Solar. Essas buscas já encontraram mais de quatro mil exoplanetas que, em geral, apesar de serem diferentes aos do nosso sistema solar, eles têm uma coisa em comum: todos orbitam uma estrela.

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Já para encontrar um planeta errante, a identificação é feita usando um fenômeno chamado microlente gravitacional, resultado da Teoria da Relatividade de Einstein.

Os pesquisadores explicam que um objeto massivo (a lente) pode curvar a luz de um objeto luminoso (a estrela). A gravidade da lente tem efeito de aumento, que curva e amplia a luz de estrelas distantes.

"Se um objeto massivo (uma estrela ou planeta) passar entre um observador na Terra e uma estrela distante, a gravidade pode desviar e dar foco à luz dessa estrela", disse o pesquisador Przemek Mroz, do Instituto de Tecnologia da Califórnia e líder do estudo publicado na revista científica Astrophysical Journal Letters, em nota divulgada à imprensa.

"As chances de observação da microlente são extremamente pequenas porque os três objetos - fonte (luminosa), lente e observador - devem estar perfeitamente alinhados. Se tivéssemos observado apenas uma estrela fonte de luz, teríamos que esperar quase um milhão de anos para ver a fonte sendo ampliada pela microlente".

Os pesquisadores do Observatório Astronômico da Universidade de Varsóvia encontraram as primeiras evidências da existência de exoplanetas na Via Láctea anos atrás. Cientistas da mesma instituição estão por trás da nova descoberta. "Esta novidade mostra que planetas errantes podem ser detectados e detalhados usando telescópios em terra", disse o professor Andrzej Udalski, que faz parte do projeto.

Os astrônomos usaram um telescópio localizado no observatório Las Campanas, no Chile. Quando as condições meteorológicas permitem, eles direcionam o telescópio para as regiões centrais da Via Láctea e observam centenas de milhões de estrelas, à procura daquelas que apresentam mudança na luminosidade.

O halo galáctico que rodeia a Via Láctea é composto principalmente por destroços procedentes de sua colisão, há 10 bilhões de anos, com uma galáxia do tamanho equivalente a 600 milhões de vezes o do Sol, anunciaram pesquisadores nesta quarta-feira.

Os astrônomos tentam compreender há muito tempo se a Via Láctea se formou a partir de várias colisões com "pequenas" galáxias ou se cresceu a partir de um único grande impacto.

Diante desta questão, os astrônomos analisaram os dados obtidos pelo telescópio espacial europeu Gaia, colocado em órbita pela Agência Espacial Europeia em 2013.

O satélite cartografou em 3D quase 1,7 bilhão de estrelas da nossa galáxia, e conseguiu determinar a distância da Terra e a velocidade de grande parte delas.

"Não esperávamos que a maioria das estrelas que integram o halo tivessem uma origem comum (...), mas formam um grupo bastante homogêneo", explicou à AFP Amina Helmi, coautora do estudo, publicado nesta quarta-feira na revista Nature.

Além disso, "sua composição química é claramente diferente das estrelas 'de origem' da Via Láctea", acrescentou.

Os pesquisadores puderam reconstituir em três dimensões a chegada destas estrelas ao longo do tempo. "O visão reversa desta reconstituição permitiu aos astrônomos analisar como se formou nossa galáxia e como evoluiu", explicou Kim Venn, astrônomo da Universidade de Victoria, no Canadá.

Amina Helmi e seus companheiros puderam estabelecer assim que o choque com a galáxia ocorreu há 10 bilhões de anos, cerca de 3,8 bilhões de anos após o Big Bang.

A equipe decidiu chamar esta galáxia Gaia-Enceladus, em referência ao telescópio Gaia e ao gigante da mitologia grega Encélado.

Astrônomos ficaram surpresos ao encontrar estrelas de três idades diferentes em um "berçário" estelar na Via Láctea, pondo em questão o consenso científico sobre como as estrelas se formam.

O Very Large Telescope do Observatório Europeu do Sul (ESO), no Chile, identificou três grupos distintos de estrelas bebê na nebulosa de Órion - a "fábrica" de ​​estrelas mais próxima da Terra -, informou uma equipe de cientistas nesta quinta-feira.

"Olhar para os dados pela primeira vez foi um daqueles momentos 'uau!' que ocorrem apenas uma ou duas vezes na vida de um astrônomo", disse em um comunicado o astrônomo do ESO Giacomo Beccari. As imagens revelam "sem dúvida que estamos vendo três populações distintas de estrelas nas partes centrais de Orion", acrescentou.

Anteriormente, acreditava-se que todas as estrelas em uma jovem nebulosa se formavam simultaneamente. Agora, parece que o nascimento das estrelas ocorre em irrupções, "e mais rapidamente do que se pensava", disse a equipe.

Com base no brilho e na cor das estrelas na nebulosa de Órion, a equipe determinou que três grupos diferentes de estrelas nasceram dentro de um período de três milhões de anos.

As nebulosas são nuvens maciças de gás e poeira onde as estrelas se originam. A mais conhecida é a nebulosa de Orion, a 1.350 anos-luz da Terra. Ela é visível a olho nu como o ponto mais brilhante ao redor do "cinturão" da constelação de Órion.

A massa da Via Láctea, que abriga nosso sistema solar, é três vezes maior do que se pensava, de acordo com um novo estudo realizado pela Academia Chinesa de Ciência. As informações são da Agência Lusa.

A pesquisa guiada pelo astrônomo Ye Xu trouxe dados e medidas inéditos, obtidos a partir de observações com radiotelescópios localizados nos Estados Unidos e imagens de alta resolução da galáxia. Graças a esse mapeamento, foi possível chegar a novas conclusões sobre a estrutura da Via Láctea, que é bastante difícil de estudar, dado que estamos em seu interior.

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"A Via Láctea não deve mais ser considerada uma galáxia anã, mas sim uma irmã-gêmea de Andrômeda", declarou o astrônomo italiano Luca Moscadelli, que participou da pesquisa.

De fato, a galáxia é uma gigante espiral: ela se revelou mais veloz, larga e massiva do que se imaginava, por isso a classificaram como gêmea de Andrômeda – a maior das galáxias que constituem o Grupo Local.

Além disso, descobriu-se que nossa galáxia é formada por cinco braços espirais, e não quatro. O sistema solar se encontra no braço chamado Orion, que também se revelou mais extenso e muito parecido com os vizinhos Sagitário e Perseu.

Por fim, o estudo conseguiu estimar com mais precisão a distância do Sol até o centro da galáxia, fixada agora em 27,2 mil anos-luz. Outra surpresa para os cientistas foi a velocidade de rotação galáctica no ponto em que se encontra nosso sistema planetário: 240 km por segundo, 10% mais rápido do que apontavam os dados antigos.

A galáxia mais luminosa do Universo, situada a 12,4 bilhões de anos-luz da Terra, está se autodestruindo, segundo um estudo apresentado nesta sexta-feira na capital chilena, o qual conseguiu constatar a conturbada atividade em seu interior.

As observações puderam ser realizadas graças ao ALMA (na sigla em inglês), o radiotelescópio mais potente do planeta, localizado no norte do Chile, que permitiu a uma equipe de cientistas observar, pela primeira vez, o movimento interestelar da galáxia conhecida como W2246-0526, isto é, o gás e o pó presentes entre suas estrelas.

A galáxia W2246-0526 está muito distante da Via Láctea, a galáxia que hospeda o planeta Terra, e é 10 mil vezes mais luminosa que ela, de acordo com o estudo. O que mais surpreendeu os cientistas foi a conturbada atividade registrada em seu interior.

"A galáxia é tão caótica que está se autodestruindo", disse Tanio Díaz-Santos, cientista da Universidade Diego Portales do Chile e principal autor do estudo, durante uma coletiva de imprensa.

Tal turbulência poderia acabar esgotando todo seu conteúdo gasoso, a partir do qual se formam as estrelas, acrescenta o cientista, que compara o estado desta galáxia "ao de uma grande panela de pressão fervendo".

Ele afirma que, se suas condições se mantiverem assim, a intensa radiação infravermelha da galáxia terminará evaporando todo seu gás interestelar. Mas "nem todas as galáxias atravessam este estado evolutivo e têm seus dias contados por isto", conclui Díaz-Santos. O ALMA é formado por 66 antenas localizadas nos Observatórios do Llano Chajnantor, no norte do Chile, a mais de 5 mil metros de altura.

O grupo é uma associação entre o Observatório Europeu do Sul (ESO), a Fundação Nacional de Ciências dos Estados Unidos e os Institutos Nacionais de Ciências Naturais do Japão, em cooperação com a República do Chile.

A Via Láctea faz parte de algo maior. Muito maior. Usando o telescópio Green Bank da agência americana National Science Foundation's, uma equipe de astrônomos identificou um superconglomerado de galáxias, do qual faz parte o nosso próprio "endereço" no universo. Eles batizaram esse gigantesco conjunto de Laniakea - que, em idioma havaiano, significa "imenso céu".

Essa descoberta, que enriquece os conhecimentos científicos acerca da nossa vizinhança espacial, além de reconhecer ligações entre grupos de galáxias já identificadas anteriormente, é tema da reportagem de capa desta quinta-feira (4) da revista científica Nature.

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"Nós finalmente estabelecemos os contornos que definem o superaglomerado que podemos chamar de lar", disse o pesquisador R. Brent Tully, astrônomo da Universidade do Havaí, à publicação especializada. "Não é diferente de descobrir pela primeira vez que sua cidade natal é, na verdade, parte de um país muito maior que faz fronteira com outros países", comparou.

A Via Láctea fica na borda do superaglomerado Laniakea - um conjunto que tem 500 milhões de anos-luz de diâmetro e massa de 100 milhões de bilhões de sóis. No total, 100 mil galáxias fazem parte dessa estrutura. De acordo com os cientistas, todas as galáxias de um mesmo superaglomerado são interligadas entre si por uma rede de filamentos.

Esse trabalho de cartografia cósmica só foi possível porque a equipe de astrônomos mapeou, usando o Green Bank e outros radiotelescópios, as velocidades da galáxias. Com isso, os cientistas conseguirem definir a região do espaço ocupada pelo superaglomerado.

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