Tópicos | Luiz Dominguetti

O deputado Luis Miranda (DEM-DF) classificou o depoimento do policial militar Luiz Paulo Dominguetti Pereira como um "cavalo de Troia" na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19. "Aqui eu peço encarecidamente aos senadores da CPI que seja dada voz de prisão política por mentir na CPI e tentar, como um cavalo de Troia, plantado dentro dessa CPI desacreditar a testemunha que até então vem sendo mais transparente e honesta", disse Miranda a jornalistas nesta quinta-feira (1º).

"A intenção é clara. Tem que se investigar quem plantou esse cidadão dentro da CPI. A história dele de 1 dólar, agora, mas do que nunca fica descredibilizada e se de fato aconteceu esse é um criminoso contumaz. Daqui, se ele não sair preso estará envergonhando todo o Parlamento, toda da população brasileira. Vou encaminhar um print para toda imprensa, o áudio ocorreu no dia 15 de outubro", afirmou.

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Miranda disse que ainda guarda, em seu celular, a conversa da qual um trecho, em áudio, foi reproduzido por Dominguetti na CPI como sendo parte de uma tratativa de compra de vacina. "No meu telefone, eu nunca deleto nada e tenho essa conversa e trata-se da minha empresa nos Estados Unidos uma aquisição, uma intermediação de luvas. O áudio é enviado ao senhor Rafael Alves e ele ocorre exatamente no dia 15 de outubro de 2020, não existiam nem vacinas à disposição", afirmou.

O parlamentar afirmou ainda que tem recebido uma série de denúncias sobre corrupção no Ministério da Saúde que pessoas da base do governo "tentam encobrir os crimes para evitar o maior escândalo de corrupção que já ocorreu no Brasil". "Eu virei um para-raio de denuncias que chegam diariamente", disse. "É desenfreada a corrupção dentro do Dlog (departamento de logística da saúde)".

O deputado disse que iria a um cartório registrar a conversa, da qual o áudio exibido na CPI faz parte, para depois tornar disponível o diálogo para toda imprensa.

O policial militar Luiz Paulo Dominguetti Pereira afirmou que relatou o suposto pedido de propina do Ministério da Saúde para venda de vacinas a um coronel da Polícia Militar de Minas Gerais. Esse coronel, identificado como Romualdo, teria acionado o gabinete do deputado Cabo Junio Amaral (PSL-MG), aliado do presidente Jair Bolsonaro.

Dominguetti diz ter recebido, no dia 25 de fevereiro, um pedido de propina de US$ 1 por dose do ex-diretor de Logística em Saúde do ministério Roberto Ferreira Dias, exonerado ontem do cargo. "Era surreal o que estava acontecendo. Eu pedi ajuda", disse à CPI. De acordo com ele, o coronal Romualdo não retornou ao pedido.

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Após a conversa com o então diretor da pasta, Dominguetti relatou ter conversado com o ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde Elcio Franco. A negociação, porém, não foi efetivada. No depoimento, ele falou que teve três reuniões no Ministério da Saúde. A intermediação com os técnicos do órgão teria sido feita inicialmente pela Senar (Secretaria Nacional de Assuntos Religiosos), fundada pelo Reverendo Amilton de Paula.

O depoimento causou tumulto na comissão após Dominguetti tentar envolver o deputado Luis Miranda (DEM-DF) nas suspeitas e exibir um áudio em que o parlamentar teria tentado negociar compra de vacinas com a empresa Davati. Na semana passada, Miranda disse ter alertado o presidente Jair Bolsonaro sobre um suposto esquema de corrupção na compra da Covaxin. Senadores da oposição e independentes afirmaram que a testemunha e o áudio foram "plantados". "A testemunha foi plantada aqui", disse o senador Fabiano Contarato (Rede-ES).

A exibição de um áudio atribuído ao deputado Luis Miranda (DEM-DF) provocou alvoroço na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid nesta quinta-feira. O parlamentar foi até à sala da CPI do Senado, após o policial militar Luiz Paulo Dominguetti Pereira ter acusado Miranda de tentar negociar a compra de vacinas com a empresa Davati Medical Supply.

Dominguetti exibiu um áudio atribuído a Luis Miranda. O deputado foi à sala da CPI e teve que ser contido por colegas e pela Polícia Legislativa do Senado. Ele foi para uma sala reservada conversar com alguns membros da CPI. O vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), determinou a retenção do celular do depoente para perícia pela Polícia do Senado, após um pedido do senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da investigação. Dominguetti afirma que no áudio, o parlamentar tentava intermediar a compra de vacinas. Segundo Miranda, a conversa tratava de aquisição de luvas e não de vacinas e foi enviado em outubro de 2020.

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O deputado Luis Miranda se tornou pivô na CPI após ter dito que alertou o presidente Jair Bolsonaro sobre um suposto esquema de corrupção na compra da vacina indiana da Covaxin. Os senadores suspeitam de uma tentativa do governo do presidente Jair Bolsonaro de tentar "virar o jogo" na investigação. Renan Calheiros afirmou que o governo tenta atrapalhar a apuração, citando também uma estratégia de abrir inquérito na Polícia Federal e barrar o depoimento de investigados na CPI, entre eles o do dono da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano, que negociou a compra da Covaxin.

"Essa CPI não vai aceitar esse tipo de coisa. Nós não estamos aqui para isso. Estamos aqui para investigar. Esses genocidas que causaram tanta dor ao Brasil vão ser responsabilizados sim, haja o que houver", declarou Renan, em bate-boca com a tropa de choque do Palácio do Planalto na CPI. De acordo com o relator, a PF "foi usada" ao abrir o inquérito. Os senadores Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) e Marcos Rogério (DEM-RO), aliados de Bolsonaro, rebateram a declaração e afirmaram que PF transformou Maximiano em investigado após a quebra de sigilo determinada pela comissão.

'Melhorar o valor'

Dominguetti relatou na CPI que foi pressionado a "melhorar esse valor, para cima" durante a negociação para venda de vacinas contra a Covid-19 ao Ministério da Saúde. Ele reafirmou nesta quinta-feira ter recebido um pedido de propina de US$ 1 dólar por dose do ex-diretor de Logística em Saúde do ministério Roberto Ferreira Dias, exonerado ontem do cargo. De acordo com ele, o pedido de propina foi feito apenas por Dias durante as negociações, em um jantar no dia 25 de janeiro. O vendedor negou que outra pessoa do Ministério da Saúde ou do governo tenha feito uma solicitação parecida.

Dominguetti tentou vender 400 milhões de doses da AstraZeneca a US$ 3,50 por unidade ao governo brasileiro. De acordo com ele, o então diretor do ministério afirmou que "a vacina, naquele valor, não seria feita pelo ministério, temos que melhorar esse valor". "É para cima, é para mais, aí se pediu que tem que se comprar dentro do ministério e se pediu esse acréscimo de 1 dólar por dose. Eu já, de imediato, eu já disse que não tinha como fazer", afirmou no depoimento à CPI.

'Militar infiltrado'

"Dominguetti é militar infiltrado que apresentou um áudio de 2020 para implicar Luis Miranda e seu irmão. Todos devem ser rigorosamente investigados. Dominguetti precisa sair preso da CPI por sabotar as investigações. Isso é um escândalo e tem a digital do Planalto". A frase é do deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP), em publicação no Twitter, sobre o áudio veiculado pelo policial militar Luiz Paulo Dominguetti Pereira durante seu depoimento na CPI.

O policial militar Luiz Paulo Dominguetti Pereira afirmou nesta quinta-feira que o deputado Luis Miranda (DEM-DF) tentou negociar a compra de vacinas contra a Covid-19 com a empresa Davati Medical Supply. A negociação é investigada pela CPI da Covid após Dominguetti ter dito que recebeu um pedido de propina do ex-diretor de Logística em Saúde da pasta Roberto Ferreira Dias, exonerado ontem do cargo.

Luis Miranda se tornou pivô na CPI após ter dito que alertou o presidente Jair Bolsonaro sobre um suposto esquema de corrupção na compra da vacina indiana da Covaxin. Dominguetti, por sua vez, se apresentou como vendedor de 400 milhões de doses da AstraZeneca pela Davati. O laboratório, no entanto, nega que tenha intermediários para os contratos.

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"Ele procurou a Davati, se não me engano o Cristiano (Cristiano Alberto Carvalho, representante oficial da empresa no Brasil), tentando negociar a aquisição de compra de vacina", disse Dominguetti na CPI. "Volta e meia tinha parlamentares, não sei quem, lhe procurando e quem mais insistia era o Luis Miranda, o mais insistente."

O policial militar Luiz Paulo Dominguetti Pereira afirmou nesta quinta-feira, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, que se reuniu com o ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde Elcio Franco, para negociar a venda de vacinas pela empresa Davati Medical Supply. A negociação é investigada pela CPI após Dominguetti ter dito que recebeu um pedido de propina do ex-diretor de Logística em Saúde da pasta Roberto Ferreira Dias, exonerado ontem do cargo.

Elcio Franco foi o número 2 do ex-ministro Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde e era responsável por conduzir as negociações. Os dois são investigados pela CPI. O policial se apresentou como representante da Davati para vender 400 milhões de doses da AstraZeneca em janeiro deste ano. Ele disse ter sido surpreendido quando verificou que Elcio Franco, em reunião no ministério, não sabia da oferta da empresa.

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O encontro teria ocorrido no ministério após a conversa com Roberto Dias. Na reunião com o número 2 da pasta, o vendedor da Davati disse que mencionou que a proposta de venda já havia sido feita a ao diretor de Logística em Saúde. "Houve uma troca de olhares, ele (Elcio) abaixou a cabeça, solenemente saiu e pediu para que dois estagiários pegassem nossos nomes e que ele entraria em contato, ele iria validar a proposta da Davati."

Dominguetti declarou ter recebido o pedido de propina no dia 25 de janeiro por Roberto Ferreira Dias durante um jantar no restaurante Vasto, em Brasília. A conta, de acordo com o depoente, foi paga em dinheiro por Roberto Dias. Além de Elcio Franco e Roberto Dias, as conversas também foram feitas com o diretor do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis, Lauricio Monteiro Cruz. O vendedor negou que conheça o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (Progressista-PR). O deputado se tornou alvo na CPI ao ser citado nas negociações para compra de vacina.

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