Tópicos | meio-ambiente

O governo dos Estados Unidos anunciou a doação de U$ 500 milhões (R$ 2,5 bilhões) para o Fundo Amazônia, entre outras iniciativas de combate ao desmatamento direcionadas ao Brasil. O valor proposto pelo presidente Joe Biden ainda precisa ser aprovado pelo Congresso americano.

O anúncio aconteceu no dia 20 de abril, durante o Fórum das Grandes Economias sobre Energia e Clima, após uma série de encontros bilaterais entre os dois países nos últimos três meses. Outras nações, como Noruega e Alemanha, também já se comprometeram a retomar as doações para o Fundo, que esteve paralisado durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro.

##RECOMENDA##

“O governo brasileiro tem feito um trabalho muito sério, que dá credibilidade para que países se disponham a fazer doação a fundo perdido para ajudar o Brasil a levantar um novo modelo de desenvolvimento que nos possibilite gerar emprego, renda, prosperidade e preservar as bases naturais”, disse a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, em coletiva de imprensa após o anúncio da doação. Na avaliação da ministra, a iniciativa encoraja colaborações de outros países.

O Fundo investe em ações de combate ao desmatamento e de promoção da sustentabilidade na Amazônia. Projetos em outras regiões do país também podem ser apoiados, desde que cumpram com as diretrizes estabelecidas. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Corpo de Bombeiros Militar (em seus programas de proteção florestal) e órgãos ambientais estaduais estão entre as instituições financiadas. Responsável pelo monitoramento ambiental por satélites, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) também é uma entidade apoiada pelo fundo. Além disso, os governos dos estados podem ter projetos aprovados. Por exemplo, entre 2011 e 2017, o governo amazonense recebeu R$ 17,5 milhões para reflorestamento no sul do estado, região sob intensa pressão de desmatamento. 

Segundo Adriana Ramos, coordenadora de Política e Direito Socioambiental do Instituto Socioambiental (Isa), o fundo é o principal financiador das políticas para o meio ambiente na Amazônia e para o monitoramento e controle do desmatamento em todos os biomas. “As novas doações ao Fundo Amazônia são extremamente importantes, pois demonstram a confiança da comunidade internacional com os compromissos assumidos pelo Presidente Lula de desmatamento zero até 2030”, afirma a pesquisadora.

Dissolução e retomada do Fundo

Em 2019, o então ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles extinguiu os dois comitês responsáveis pela gestão dos recursos do Fundo Amazônia, inviabilizando o financiamento de projetos e a continuidade das doações. A existência desses comitês é uma condição contratual dos doadores, para impedir que o dinheiro seja utilizado para outros fins. Segundo dados do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Brasil deixou de investir cerca de R$ 3 bilhões em ações ambientais entre 2019 de 2022, valor que permaneceu retido no fundo após a dissolução dos comitês orientadores.

Em outubro de 2022, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que a União tomasse as providências necessárias para reativar o Fundo Amazônia. Na ocasião, a maioria dos ministros concluiu pela inconstitucionalidade da extinção dos comitês, pois configuraria omissão do governo em seu dever de preservar a Amazônia. Reinstituídos por decreto em 1º de janeiro de 2023 pelo presidente Lula, os comitês retomaram suas atividades, o que permitiu os novos aportes de recursos.

Como funciona Criado em 2008, o Fundo Amazônia é gerido pelo BNDES e pode ser visto como uma espécie de crédito que outros países dão ao Brasil pelos bons resultados de suas políticas ambientais. Apesar dos desafios, o país está entre os que mais diminuiu emissões de gases que causam o efeito estufa.

Entre 2005 e 2016, houve a redução de 71% as taxas de desmatamento, segundo dados apresentados pelo Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAM). Devido a esses esforços, o Brasil se qualificou internacionalmente para receber recursos de países estrangeiros, como a doação anunciada por Joe Biden.

Comitês

O governo brasileiro tem autonomia para decidir sobre a utilização do dinheiro, mas depende das decisões de duas instâncias: Comitê Orientador do Fundo Amazônia (COFA) e Comitê Técnico do Fundo Amazônia (CTFA).  O COFA estabelece os critérios para aplicação dos recursos, enquanto o CTFA atesta a quantidade de emissões de carbono oriundas de desmatamento em território nacional. Anualmente, o Fundo passa por dois processos de auditoria, que avaliam a contabilidade e a adequação dos investimentos aos objetivos do programa. Em todos os anos, os auditores concluíram pela adequação das contas e dos relatórios apresentados pelo BNDES.

O Comitê Orientador do Fundo Amazônia (COFA) é formado por três blocos: governo federal, governos estaduais e sociedade civil. Entidades como a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) estão entre seus membros e acompanham a aplicação dos recursos. Estados precisam contar com um plano estadual de combate ao desmatamento para ter direito a voto nas deliberações. Esse comitê também é responsável pela aprovação do Relatório de Atividades.

Já o Comitê Técnico do Fundo Amazônia (CTFA) é composto por cientistas que se reúnem pelo menos uma vez ao ano. A atribuição deles é avaliar a metodologia de cálculo da área de desmatamento e das emissões de carbono adotada pelo Ministério do Meio Ambiente. Como a participação no CTFA é considerada de interesse público, seus membros não recebem qualquer tipo de remuneração. A última reunião deste comitê aconteceu em outubro de 2018, indicando a descontinuidade dos trabalhos nos anos posteriores.

Para Adriana Ramos, o modelo de funcionamento do Fundo Amazônia oferece autonomia na aplicação dos recursos, fortalecendo as políticas ambientais brasileiras.

“Alcançar o desmatamento zero é um desafio imenso que envolve estratégias múltiplas como a demarcação e proteção de terras indígenas, titulação de quilombos e criação de unidades de conservação, destinação de terras públicas, inclusão de critérios de agricultura de baixo carbono no Plano Safra e efetividade do Cadastro Ambiental Rural, para citar apenas algumas das ações que poderão ser apoiadas com recursos do Fundo”, conclui.

Nesta semana é comemorado o “Dia Internacional do Biodiesel”. A data foi escolhida porque há 129 anos o inventor alemão Rudolf Diesel fez um motor funcionar, utilizando apenas óleo de amendoim. O Leia Já conversou com o professor de Mestrado em Análise Geoambiental da UNG, Fabricio Dalmas, sobre os benefícios do biodiesel, confira:

O biodiesel é produzido a partir de óleos de origem animal ou vegetal. Segundo Dalmas, a utilização como combustível ajuda a diminuir a poluição e o efeito estufa “já que para crescer as plantas precisam captar o gás carbônico atmosférico (fotossíntese). Na queima do biodiesel, esse gás carbônico volta para atmosfera e, posteriormente, será captado por outras plantas, que separam esse CO 2 em Carbono e Oxigênio, neutralizando as emissões”, esclarece.

##RECOMENDA##

Também gera impacto na economia: “produzido a partir de plantas oleaginosas, o biodiesel contribui para a geração de empregos nas áreas rurais, mantendo o trabalhador no campo, inclusive o pequeno produtor rural, desacelerando o inchaço populacional nas áreas urbanas, que acarreta problemas sociais”. Assim, beneficia os agricultores e o crescimento econômico dos municípios do interior do Brasil, que tem a agricultura como principal fonte de renda, explica o professor.

Uma das matérias-primas que pode ser usada na produção de biodiesel é o óleo residual: o óleo de soja, milho ou canola utilizado nas cozinhas, os quais normalmente são descartados na pia, causando maiores despesas no no tratamento de efluentes domésticos (esgoto). Porém, quando esse óleo de cozinha é coletado, ele pode ser matéria prima do biodiesel, trazendo vantagens como “não ser mais lançado na rede de esgoto; e tornar o tratamento de efluentes domésticos menos oneroso”, diz Fabrício.

Outro insumo do biodiesel são as microalgas, pois esses organismos unicelulares podem acumular uma grande quantidade de óleos. De acordo o mestre em Geociências “estudos apontam que a eficiência das microalgas para a produção de biodiesel é muito maior em relação aos grãos, chegando até 100 de superioridade”. Além disso, o cultivo das microalgas ocorre durante as quatro estações do ano. 

“A produção desse biocombustível no Brasil se mostra bastante viável, devido à larga produção de grãos, distribuída em todas as regiões. Por exemplo: Norte, soja; Nordeste, soja, algodão, mamona e babaçu; Centro-Oeste, soja, algodão e girassol; Sudeste: soja, algodão, mamona e girassol; Sul, soja, canola e girassol”, finaliza ele. 

No mês em que completará 86 anos, o criador e desenhista Mauricio de Souza lançará um livro voltado ao público infantil, que dará início a uma nova fase em sua carreira. A obra “Sou um Rio” será a primeira publicação do autor que não contará com a presença de seus famosos personagens de “Turma da Mônica”. Além disso, o livro será ilustrado pelo filho do artista, o editor de arte da Mauricio de Sousa Produções, Mauro Sousa.

A nova publicação vai construir uma narrativa sobre a história de um rio, desde a sua nascente, até ir tomando corpo no curso de suas águas. O livro vai abordar uma mensagem de conscientização para a importância da preservação do meio ambiente. A obra mostrará como as cidades podem se tornar uma ameaça aos rios, por conta da grande quantidade de lixo, esgotos clandestinos e produtos químicos que são descartados de forma incorreta.

##RECOMENDA##

De acordo com informações divulgadas pela editora, a linguagem do livro será poética e tocante. Para escrever, Mauricio relembrou a sua infância, em que vivia na cidade de Mogi das Cruzes em São Paulo e brincava às margens do Rio Tietê,  quando ainda estava limpo. “O que aconteceu com o Tietê aconteceu também com muitos outros rios Brasil afora. O livro retrata todos os rios do mundo. Eu sou amigo do rio e quero ajudar na manutenção de sua transparência”, declarou o autor.

Em live, o quadrinista afirmou que escreverá um novo formato de livros que não contarão com a presença de personagens, mas que irão abordar assuntos ligados à realidade da vida das pessoas, do planeta e da natureza. O livro terá capa dura, no formato de 21 x 21 cm e 36 páginas. “Sou um Rio” chegará às livrarias a partir do dia 29 de outubro, entretanto, algumas edições autografadas estão disponíveis na pré-venda, no site da Amazon.

Link para adquirir a obra “Sou um Rio” versão autografada: https://www.amazon.com.br/Sou-Um-Rio-Exclusiva-Autografada/dp/8520946585/ref=sr_1_1?__mk_pt_BR=%C3%85M%C3%85%C5%BD%C3%95%C3%91&dchild=1&keywords=sou+um+rio&qid=1634339227&sr=8-1

Por Thaiza Mikaella

 

 

 

Fogo por toda parte, milhares de espécies de fauna e flora dizimadas pelas chamas fora de controle. Depois de outros desastres que impressionaram o mundo nos últimos anos, os incêndios vieram para nos assustar ainda mais, afetando países como Brasil, França, Estados Unidos e Austrália. Naturais ou criminosos, os eventos reacendem a discussão sobre medidas de preservação do meio-ambiente.

Na Austrália, incêndios florestais que começaram em dezembro de 2019 destruíram quase 20 milhões de hectares. Nos Estados Unidos, o estado da Califórnia já teve uma área de mais de 1,2 milhão de hectares incendiada. Aqui no Brasil, a Amazônia registrou recentemente diversos focos de incêndio, mas o que impressiona é o Pantanal, celeiro de grande diversidade biológica, que já perdeu mais 10% de sua cobertura vegetal apenas em 2020. A seca na região contribui para o aumento dos focos, mas a Polícia Federal trabalha com a hipótese de ação criminosa e investiga propriedades locais. Se comprovado o crime, é preciso haver punição exemplar.

Desde a década de 1930, com a promulgação do primeiro Código Florestal, o Brasil foi evoluindo na questão da preservação ambiental e chegou a ganhar papel de liderança em fóruns internacionais, como na Convenção da Diversidade Biológica que foi assinada durante a ECO-92. Apesar de todos os esforços e melhorias, as políticas públicas ainda não eram capazes de combater as queimadas criminosas, nem mesmo os incêndios espontâneos decorrentes do calor e da seca – estes, sazonais.

Nos últimos dois anos, no entanto, o Ministério do Meio Ambiente perdeu atribuições, reduziu participação da sociedade civil e flexibilizou a fiscalização ambiental. O reflexo é sentido agora: milhões de animais e plantas carbonizados, perda irreparável para o bioma. As suspeitas de que alguns focos tenham começado por iniciativa criminosa acende uma luz de alerta, ressaltando a importância do controle da atividade agropecuária de forma que economia e meio ambiente se desenvolvam concomitantemente. É preciso agir. Os esforços públicos existem, é verdade, mas ainda aquém do necessário – devemos reconhecer que não é fácil controlar uma crise sanitária e uma ambiental ao mesmo tempo.

O agronegócio brasileiro é um dos setores mais fortes de nossa economia e, como tal, deve ser valorizado e desenvolvido. O que não significa, na contramão, destruir a natureza. Por vezes, a ganância imediatista turva uma visão de futuro, de que precisamos deixar um Brasil sustentável para as próximas gerações. Técnicas de manejo sustentável, com legislações fortes e fiscalização bem feita se fazem, cada vez mais, condições para que possamos manter um país “bonito por natureza”, como canta Ben Jor. Queimar a mata é queimar nosso futuro.

O grupo Neoenergia está recebendo inscrições para 27 bolsas em seu programa internacional de mestrado e doutorado na Espanha e Reino Unido, chamado Iberdrola. A iniciativa tem cursos voltados para o setor de energia nas áreas de meio ambiente, energias renováveis e tecnologia da informação (TI) em diversas instituições de ensino conveniadas.

Os interessados podem realizar as inscrições online até o dia 31 de março, às 11h do horário de Brasília. Informações sobre os pré-requisitos para a candidatura estão disponíveis nos editais, no site do programa de bolsas.  Outros esclarecimentos podem ser feitos por e-mail, através do endereço becas@neoenergia.com.

##RECOMENDA##

Conservar a Amazônia é muito mais lucrativo do que substituir a floresta por monocultura ou pecuária, segundo explicou o professor Carlos Nobre, diretor de pesquisa da Academia Brasileira de Ciências, numa sessão no maior auditório do Fórum Econômico Mundial. Na quarta-feira (22) ele participou, ao lado do presidente colombiano, Ivan Duque, e do ex-vice-presidente americano Al Gore, de uma sessão especial sobre como garantir um futuro sustentável à Amazônia.

A crise ambiental é o grande tema do fórum de Davos neste ano, com mais discussões que as dedicadas a assuntos tradicionais, como as condições do comércio internacional, as mudanças tecnológicas e as perspectivas da economia global. Os riscos econômicos principais estão hoje associados à emergência ambiental, havia dito horas antes, em outra sessão, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Questões ambientais têm destaque, há algum tempo, nas pautas do Fundo Monetário Internacional (FMI), do Banco Mundial e de bancos centrais, mas são tratadas como irrelevantes, ou até negadas, pelo governo brasileiro.

##RECOMENDA##

Única figura brasileira a participar dos debates sobre meio ambiente em Davos, o professor Carlos Nobre diverge do governo ao reconhecer a mudança climática e sua importância para todo o mundo. Suas advertências vão até detalhes da atividade econômica. Ao apontar a exploração do açaí como dez vezes mais lucrativa que a pecuária em zonas desflorestadas, o cientista usou um argumento com tradução imediata em dinheiro. Mas o argumento dramático foi outro: se o ponto de virada for atingido, a devastação terá chegado a 50%, talvez 60%, e a floresta será incapaz de se recompor. Nesse caso, grande parte da Amazônia se converterá numa savana seca.

Desflorestada, a Amazônia deixará de funcionar como fonte de chuvas para outras áreas. Essa é, lembrou o professor, uma das funções das florestas tropicais. Secas prolongadas, um dos efeitos da mudança climática, já são um sinal de alerta em várias partes do mundo, acrescentou. Uma campanha de plantio de um trilhão de árvores em dez anos é uma das marcas principais da reunião do fórum neste ano. É também parte da celebração de seu 50º aniversário. Ao anunciar, na terça-feira, 21, apoio a essa campanha, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mais uma vez pode ter surpreendido seu mais importante seguidor na América Latina, o presidente Jair Bolsonaro. Trump rejeitou as advertências sombrias sobre o clima global, mas se declarou empenhado em preservar e elogiou a iniciativa do fórum.

Também o presidente colombiano, Ivan Duque, aderiu à campanha. Antes da sessão sobre a Amazônia, ele havia participado, bem cedo, de uma entrevista sobre o plantio do trilhão de árvores. Falou, na ocasião, sobre o plano colombiano, já em andamento, de plantar 180 milhões de árvores até 2022. A Colômbia, esclareceu, tem 35% de seu território na Amazônia, e seu governo já tem um programa de preservação florestal. Essas informações foram repetidas, horas depois, no começo da sessão especial.

Fora do debate.

O Brasil apareceu mal desde o começo do debate sobre a sustentabilidade da Amazônia. Ao abrir a sessão, a apresentadora lembrou os incêndios do ano passado e citou, sem falar seu nome, o ministro da Economia, Paulo Guedes. No dia anterior, ele havia estabelecido, sem se explicar, um vínculo entre pobreza e desflorestamento. Com o governo brasileiro fora dos debates sobre o ambiente, e até em posição de vilão, sobrou amplo espaço para o presidente colombiano se destacar.

De manhã, a presidente da Comissão Europeia havia apresentado um panorama dos desafios e das metas dos 28 países-membros da comunidade regional. Lembrou como é difícil, para a maioria das pessoas, acompanhar a velocidade das mudanças econômicas. Lembrou as tensões internacionais e a importância de buscar o equilíbrio e a cooperação no campo geopolítico.

Valorizou o multilateralismo, um tema importante do fórum e também depreciado pelo atual governo brasileiro. Realçou o peso econômico dos riscos ambientais e lembrou a importância, para a União Europeia, de ter parceiros comerciais engajados na preservação do ambiente. Não mencionou o acordo comercial entre União Europeia e Mercosul, ainda pendente de aprovação pelos Estados envolvidos, nem os desentendimentos motivados pela política ambiental do governo Bolsonaro. Mas o tema poderia estar contido na referências às parcerias comerciais. Indagada sobre o assunto, numa conversa fora do plenário, limitou-se a classificar o acordo com o Mercosul como questão ainda aberta.

Ausente de Davos, o presidente Bolsonaro pode ter-se livrado de conversas incômodas sobre a Amazônia. Presente, o presidente Ivan Duque certamente lucrou.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Nesta quarta-feira (5) é comemorado o Dia Mundial do Meio Ambiente. A data foi criada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em 1972, com o objetivo de conscientizar a sociedade sobre a importância da preservação do meio ambiente.

Para aprender sobre ações fundamentais que ajudam na proteção do planeta como economizar água, não jogar lixo no chão e nos rios, proteger os animais etc., uma boa alternativa são as produções cinematográficas. O LeiaJá listou 8 filmes que abordam os temas: sustentabilidade e meio-ambiente. Confira:

##RECOMENDA##

Era da Estupidez

[@#podcast#@]

O Sal da Terra

[@#video#@]

WALL-E

 

Mission Blue

 

Xingu

 

Home

 

A Lei da Água

 

Lixo Extraordinário

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse, neste domingo, que o Ministério do Meio Ambiente usará uma armação de metal em formato de tubarão-baleia como símbolo de uma campanha de combate à poluição marinha. O tubarão, com 15 metros de comprimento, será preenchido com lixo retirado do mar.

"No Dia Mundial da Água, 22 de Março, o ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, lançará a primeira etapa da Agenda Ambiental Urbana: Combate ao Lixo no Mar, em Santos e em Ilhabela", escreveu o presidente, no Twitter.

##RECOMENDA##

Também no Twitter, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse que o lançamento do programa será às 9h, em Santos, e às 14h, em Ilhabela.

[@#video#@]

A preocupação com o desmatamento da Amazônia não se restringe a parte do povo brasileiro. Estrangeiros ligados à causa também se mostram atentos ao problema, e entre eles está o ator Leonardo Dicaprio. O astro de Hollywood postou, em seu Instagram, uma foto no #10YearChallenge que mostra como a floresta mudou nos últimos 10 anos.

A publicação de DiCaprio traz uma montagem mostrando a situação da Amazônia em 2006 comparada ao ano de 2018. Na legenda, o ator escreveu: "A região de Rondônia, no Brasil, tinha originalmente mais de 200 mil km² de floresta tropical mas se tornou uma das áreas mais desmatadas na Amazônia". A postagem foi originalmente feita na página da Fundação Leonardo DiCaprio.

##RECOMENDA##

[@#video#@]

Além de ator, DiCaprio é um defensor do meio ambiente. Desde 1998, a fundação que leva seu nome tem trabalhado no sentido de proteger espécies e áreas em extinção ao redor do mundo. A página pessoal do astro, bem como a de sua organização, estão repletas de mensagens e fotos que alertam para a necessidade de preservação de animais e da natureza no planeta como um todo.  

LeiaJá também

--> Até Madonna entrou no 'Desafio dos 10 anos' na internet

A Prefeitura do Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, reforçou a fiscalização ambiental e urbana no município com a ampliação da frota - que agora passa a contar com 18 viaturas - e a aquisição de um drone. O objetivo é identificar construções irregulares, desmatamento ou retirada de material sem autorização, monitorar locais de desova das tartarugas na orla, entre outras atividades preventivas.

Com esses novos instrumentos, 40 fiscais e agentes do Grupamento de Apoio ao Meio Ambiente (Gama) poderão realizar o trabalho com mais eficiência e agilidade. Em 2018, foram realizadas cerca de 200 ações na área ambiental, e o número de autuações e notificações aumentou em mais de 50%, se comparado a 2017, gerando R$ 2,3 milhões em multas.

##RECOMENDA##

Já no setor urbanístico, foram feitas 748 fiscalizações em 2018 – a meta, com a aquisição dos novos equipamentos, é chegar a cerca de 1.500 atividades em 2019. "Jaboatão é um município extenso, com 258 km² de área, por isso precisamos ter essa preocupação com a sustentabilidade e a ocupação urbana”, assinalou o prefeito Anderson Ferreira.

O drone adquirido pela prefeitura tem um alcance de oito quilômetros, autonomia de voo de 31 minutos e pode chegar a atingir velocidade de 72 km/h. Além da fiscalização, o uso do equipamento servirá para a gestão municipal poder planejar futuras intervenções urbanas.

Com informações de assessoria

O fabricante de automóveis alemão Volkswagen quer parar de vender veículos com motores de combustão em 2040, anunciou o diretor estratégico da companhia nesta terça-feira (4).

Para alcançar os objetivos do Acordo de Paris sobre o clima no horizonte de 2050, "o último lançamento de um produto com uma plataforma tradicional acontecerá em 2026", disse Michael Jost, citado pelo jornal Handelsblatt.

Calculando que estes veículos sairão à venda em 2030, aproximadamente, e que os produtos se mantêm uma média de sete anos no catálogo da Volkswagen, isso significa que os últimos veículos a diesel ou gasolina estarão à venda até 2040, no máximo, explicou Jost.

O grupo alemão, que quer deixar para trás o escândalo dos motores a diesel adulterados, anunciou 44 bilhões de euros em investimentos para reforçar a sua guinada aos carros elétricos e autônomos em 2023.

Atualmente, a marca tem seis modelos elétricos à venda, mas quer que sejam 50 em 2020, indicou o presidente do grupo, Herbert Diess.

"A Intersetorialidade na Agenda 2030" foi o tema do Seminário realizado ontem, terça-feira (26), no Adamastor Centro, em Guarulhos. A iniciativa é feita em conjunto entre as secretarias de Saúde, Meio Ambiente, Serviços Públicos, Educação, Cultura, Esporte e Lazer. O evento reuniu profissionais de todas as áreas para discutir a implantação de políticas públicas voltadas ao cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Os 17 “Objetivos de Desenvolvimento Sustentável” integram a Agenda 2030 , que é um plano de ação assinado por 193 países para ajudar a erradicar a pobreza e proteger o planeta.São eles: 1. Erradicação da Pobreza; 2. Fome Zero e Agricultura Sustentável; 3. Saúde e Bem-Estar; 4.Educação de Qualidade; 5. Igualdade de Gênero; 6. Água Potável e Saneamento; 7. Energia Acessível e Limpa; 8. Trabalho Decente e Crescimento Econômico; 9. Indústria, Inovação e Infraestrutura; 10. Redução das Desigualdades; 11. Cidades e Comunidades Sustentáveis; 12. Consumo e Produção Responsáveis; 13. Ação contra a Mudança Global do Clima; 14. Vida na Água; 15. Vida Terrestre; Paz, Justiça e Instituições Eficazes; 17. Parcerias e Meios de Implementação.

##RECOMENDA##

“O novo desafio começou com o lançamento da Agenda 2030, mas as ações precisam ser locais para que o resultado seja global. Todo mundo precisa se engajar para alcançarmos as metas”, disse Nina Orlow, arquiteta e urbanista pós-graduada em Construções Sustentáveis.

O Seminário ainda teve Mostra de Experiências Exitosas do Programa Saúde na Escola - Eixo Saúde Ambiental; Contextualização - Guarulhos Saudável e Sustentável, com Roberto Carlos Marcondes de Campos, Educador e Gestor Ambiental; 2º Encontro Guarulhos Saudável e Sustentável; e Mesa: Impacto do Plástico sob a Ótica da Água, Resíduos, Biodiversidade e  Arboviroses, com os palestrantes: Plínio Tomaz, Engenheiro Civil, fundador do SAAE; Madalena Rodrigues, Especialista em Gestão Pública, Fabio Moreira, Biólogo, e Patrícia de Oliveira Nascimento Silva, Bióloga, Especialista em Saúde Coletiva.

Uma nova petição na internet está solicitando que as grandes empresas da tecnologia removam o emoji de copo com canudo plástico dos teclados de smartphones e redes sociais, numa tentativa de aumentar a conscientização sobre a poluição que o material causa no meio ambiente.

Lançada pela entidade de proteção aos oceanos Sky Ocean Rescue, a primeira campanha desse tipo está chamando atenção do comitê oficial de emojis (Unicode Consortium) para remover o ícone do seu teclado. Se bem-sucedida, a petição poderá banir o ícone do WhatsApp, Facebook e Twitter.

##RECOMENDA##

A petição está disponível na plataforma Change.org e já recebeu mais de sete mil assinaturas virtuais. "Se este emoji não for banido em breve, poderemos ter que remover os adorados emojis de baleias, peixes e animais marinhos enquanto nossos oceanos se afogam em plástico", disse a Sky Ocean Rescue, em comunicado.

O Unicode Consortium - que conta com executivos do Google, Facebook e Apple entre seus diretores - introduziu o ícone de copo com canudo de plástico em 2017. Em 2016, a Apple e a Microsoft removeram de suas plataformas o caractere que representava uma arma de fogo, substituindo a imagem por uma pistola de água.

LeiaJá também

--> Emojis ruivos e de cabelo crespo são lançados oficialmente

O governador da Flórida, Rick Scott, declarou na terça-feira emergência neste estado do sudeste dos Estados Unidos devido a uma centena de incêndios florestais que atualmente afetam milhares de hectares na região.

"Hoje declaro estado de emergência na Flórida para nos assegurarmos de que estaremos prontos para enfrentar esses incêndios", disse Scott em um comunicado. De acordo com o Serviço Florestal da Flórida, neste momento há 105 incêndios florestais ativos no estado, 23 deles de mais de 40 hectares de extensão.

Estes incêndios estão queimando mais de 8.000 hectares, enquanto que desde janeiro as chamas devastaram no total cerca de 28.000 hectares. Os meteorologistas preveem que os próximos meses serão mais quentes e secos que o normal na Flórida, de modo que os incêndios florestais devem continuar prosperando neste ano.

"Isso só pode piorar quando entrarmos nos meses de verão mais quentes, e é fundamental que tomemos todas as medidas possíveis agora para estar preparados", disse Scott. Os incêndios florestais queimaram uma área 250% maior no primeiro trimestre de 2017 do que no mesmo período do ano passado.

"Não vemos uma temporada tão ativa desde 2011", disse Adam Putnam, comissário de Agricultura da Flórida. "Estamos vendo que todas as áreas do nosso estado são suscetíveis aos incêndios florestais".

A ordem executiva de Scott libera recursos estatais para combater os incêndios e distribuir provisões.

Uma preguiça foi resgatada com queimaduras após proteger seu filhote de um incêndio em uma mata de Paulista, na Região Metropolitana do Recife (RMR), na terça-feira (13). Com a proteção da mãe, o filhote foi resgatado ileso.

O resgate dos animais envolveu moradores, Corpo de Bombeiros e a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH). Segundo a CPRH, os animais foram encontrados em uma cena comovente: a preguiça mãe estava sofrendo queimaduras na boca, nariz e pelo enquanto impedia o fogo de atingir o filhote.

##RECOMENDA##

Os Bombeiros prestaram o socorro, utilizando, inclusive, de um cilindro de oxigênio para a preguiça respirar melhor. Os animais foram levados à casa de um morador e em seguida levado por uma equipe da CPRH.

No Hospital Harmonia, em Casa Amarela, Zona Norte do Recife, foi iniciado o tratamento dos mamíferos. Por ter inalado muita fumaça e fuligem, a preguiça mãe ficou mais debilitada e há risco dela ter problemas nos pulmões. Ela foi medicada com soro e outros medicamentos venosos, tomou nebulização e passou a noite estável. O tratamento continuará no Centro de Triagem de Animais Silvestres de Pernambuco (Cetas Tangara), da CPRH.

Recorrência – Segundo a CPRH, o número de queimadas preocupa. No início do mês, outra preguiça foi levada ao Cetas após ser encontrada em área de queimada. O animal foi resgatado por um casal que trafegava pela BR232 e estava sendo importunado por populares. 

Imagine um trabalho de reflorestamento de 2,6 mil quilômetros contínuos, com até 40 km de largura, cortando a metade norte do Brasil em uma área total de 10,4 milhões de hectares, com cerca de 2 bilhões de árvores plantadas. Esse projeto ousado foi apresentado pela ONG holandesa Black Jaguar Foundation, em parceria com uma brasileira e também com cientistas nacionais, durante o Congresso Internacional de Conservação da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), realizado em Honolulu (Havaí).

Visando ao reflorestamento das áreas de preservação permanente (APPs) em todo o trajeto do Rio Araguaia, que nasce no Parque Nacional das Emas (GO) e deságua no Atlântico, em Belém (PA), o projeto tem como ponto de partida o Código Florestal, que obriga a recuperação de áreas desmatadas ilegalmente. Mas propõe que isso seja feito de modo integrado, fazendo os trechos recuperados terem conexão, a fim de promover um grande corredor para a biodiversidade na região.

##RECOMENDA##

A ideia de corredores não é nova e orienta projetos de conservação há muitos anos no Brasil, mas esse, se der certo, seria o maior do País. O mecanismo por trás dele, porém, implica proprietários de terra fazendo replantio de floresta e é hoje um dos principais desafios ambientais do Brasil e do mundo. Foi um dos temas mais discutidos nos primeiros dias do congresso da IUCN pelos benefícios tanto para a proteção da biodiversidade quanto para diminuição dos impactos das mudanças climáticas.

Nacionalmente, o Brasil se comprometeu a restaurar e reflorestar, até 2030, 12 milhões de hectares de florestas, como parte da contribuição ao Acordo de Paris. Como isso vai ser feito e quem vai pagar a conta ainda são objeto de debate.

Fundos

Para o holandês Ben Valks, que criou a Black Jaguar Foundation depois de se aventurar pela região amazônica, sem sucesso, em busca da "black jaguar" - uma variante rara de onça pintada -, um dos caminhos para conseguir fazer proprietários se adaptarem à lei é levantando fundos. Com o mote de que "é tarde demais para ser pessimista", ele levantou fundos para o plantio-piloto em duas propriedades em Limoeiro (PA) e Caseara (TO), totalizando 6 mil hectares - o valor não foi divulgado. A equipe de Valks calcula que vai precisar de 4 bilhões de euros (em torno de R$ 14 bilhões) para o projeto, mas defende os ganhos climáticos desse corredor, que cortaria os biomas Cerrado e Amazônia, para o mundo inteiro.

Além das onças pintadas, que hoje estão desaparecidas da região justamente por perda de hábitat, o projeto espera beneficiar o boto-cor-de-rosa, a lontra gigante, o jacaré-açu e a piraíba, a maior espécie de peixe de couro da América do Sul. Segundo Ivan Nisida, coordenador de projeto da ONG, a ideia é desenvolver com os proprietários práticas agroecológicas de integração floresta-pecuária-lavoura para tornar a economia sustentável e livre de desmates. "Queremos que as parcerias com produtores, independentemente do porte, produzam benefícios sociais e econômicos. Além dos impactos ambientais positivos, o Corredor do Araguaia vai figurar como um vetor de prosperidade", diz.

Questionado, Valks não considera esse um projeto quase impossível. "É difícil, mas somos uma ONG com um projeto só. Grandioso, mas é o nosso foco. E estamos trabalhando com o cumprimento da lei, com a necessidade que produtores têm de restaurar as terras. Então é, de certo modo, mais prático." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Ibama deve conceder, nesta semana, a licença prévia para a construção de uma nova usina termoelétrica a carvão no Brasil, a Ouro Negro, planejada para ser construída na fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai. O projeto é criticado por ambientalistas, que alegam que vai contribuir para o aumento das emissões de gases de efeito estufa e também aumentar em 25% o consumo de água em uma região já considerada crítica em termos de oferta hídrica.

As questões foram levantadas por pesquisadores do Instituto de Energia e Meio Ambiente (Iema), que analisaram os impactos que podem ocorrer com o funcionamento da usina. Eles partiram da avaliação do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) elaborado pela empresa, mas consideraram também dados da Agência Nacional de Águas (ANA) e informações sobre o entorno.

##RECOMENDA##

A região onde a usina está sendo planejada é a principal produtora do Brasil de carvão mineral, e já abriga um polo de termoelétricas: as usinas Presidente Médici A e B e Candiota 3, além de mais uma em construção, a Pampa Sul.

Com a instalação da Ouro Negro, empresa que conta com capital chinês, haverá uma captação média extra de 1.435 m³/h de água do arroio Candiota, que abastece as cidades de Pedras Altas, Bagé e Candiota.

Esse montante vai representar um aumento de 25% sobre a captação que já ocorre hoje, elevando para 70% a participação das termoelétricas no total de água consumida na região. Toda essa água vai para o resfriamento das máquinas das usinas durante a produção de energia.

"É uma água que evapora, vira nuvem, não volta para o sistema hídrico daquela região, pode cair muito longe dali", diz Gabriel Viscondi, um dos engenheiros responsáveis pelo estudo. Kamyla Borges Cunha, coordenadora do trabalho, diz que a cidade de Candiota vem sofrendo com a seca, tendo inclusive de comprar caminhões-pipa para abastecer a população.

Sem prejuízo. Questionado sobre o estudo, o técnico André Raymundo Pante, coordenador de regulação da ANA, que esteve envolvido na solicitação da outorga, reconheceu que as várias termoelétricas vão consumir 70% da água da região, mas alegou que os outros consumos (humano e animal) não serão prejudicados. "Pela nossa análise, tanto os usuários atuais quanto os futuros, como um polo cerâmico que está sendo planejado para a região, continuarão sendo atendidos. A usina cabe ali. É a vocação da região. Tem o carvão, o uso vai ser basicamente para termoelétrica." Pante afirmou também que a outorga se trata de um "ato precário" e que pode ser revista se houver uma mudança de cenário, como uma seca grave.

Por meio de nota, a Ouro Negro afirmou que o projeto "foi desenvolvido empregando tecnologias selecionadas entre as mais modernas disponíveis no mercado mundial para geração de energia, com destaque para a racionalização do uso de água". Disse também que "o abastecimento de água para o empreendimento baseia-se na utilização de volumes armazenados em reservatório no arroio Candiota, cuja finalidade é justamente garantir a água necessária para a usina, sem comprometer os demais usos, atuais e futuros". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O encarregado do serviço florestal de Saint Louis, Skip Kincaid, tem uma triste missão: cortar quase todos os freixos da sua cidade, vítimas de um pequeno inseto asiático que já destruiu milhões de árvores na América do Norte. O besouro-verde é um inseto invasor que ataca os freixos, uma variedadede árvores muito comum nas cidades do meio oeste americano, onde consegue sobreviver a invernos rigorosos.

A espécie do leste da Ásia chegou à cidade de Saint Louis, no estado do Missouri, no centro dos Estados Unidos. Lá, 17% das árvores são freixos - cerca de 14.000 pés, que Kincaid terá que derrubar nos próximos dois anos para deter o avanço da praga.

Uma de cada cinco árvores desaparecerá, e a destruição de freixos modificará o aspecto da cidade durante toda uma geração. "Faço tudo que posso para conscientizar as pessoas do quão devastador isso vai ser", lamenta Kincaid.

Os cientistas descobriram um tratamento com pesticidas que deve ser aplicado todos os anos para manter afastados esses insetos devoradores. Mas o investimento necessário ultrapassa o orçamento da cidade, explica o especialista florestal.

Kincaid fez um cálculo do valor de cada árvore com base nos benefícios que estas oferecem, como o escoamento de águas pluviais e a redução dos custos de energia graças ao esfriamento natural gerado por sua sombra.

No entanto, "se um freixo não gera um benefício de entre US$ 45 e 75 por ano para a cidade, é difícil justificar esses gastos", diz.

Só mil freixos se encaixam nesta faixa. Os outros, economicamente inconvenientes, serão cortados e substituídos por outras variedades, provavelmente árvores menores que os grandes freixos que hoje estão plantados sob as calçadas de St. Louis. "Não temos outra opção", lamenta Kincaid.

Danos dramáticos

O besouro-verde chegou da China em 2002, possivelmente na madeira da embalagem de mercadorias, e já se estendeu por 26 estados americanos.

Os serviços florestais dos Estados Unidos qualificaram a espécie como "o inseto de floresta mais destrutivo dos tempos modernos na América do Norte". "Quando o freixo está infestado, há praticamente 100% de chances de que morra", afirma Noel Schneeberger, encarregado dos serviços florestais federais.

As autoridades tentaram pôr as árvores em quarentena para evitar a contaminação, mas não tiveram sucesso. Cientistas estimam que 30 milhões de árvores já sucumbiram à praga, e outras centenas de milhões estão em risco de morrer.

Mas o que deixou os especialistas perplexos foi descobrir que este inseto parasita é relativamente inofensivo na Ásia, seu ambiente original, onde parece atacar exclusivamente as árvores doentes ou moribundas. Lá, os freixos saudáveis teriam uma resistência química natural que a maioria dos freixos americanos não têm.

Na América del Norte, os danos são dramáticos: o besouro-verde adulto escava um buraco na casca da árvore e deposita seus ovos. A prole perfura o tronco, na forma de túneis, para se alimentar, alterando a capacidade da árvore de transportar água e nutrientes. O freixo morre de fome em menos de cinco anos.

Aprendendo a conviver

Apesar do ciclo inevitável de destruição, os cientistas avançaram muito desde a chegada do besouro-verde aos Estados Unidos, há 14 anos. Os especialistas consideram que, nas cidades, as árvores muito afetadas devem ser cortadas, enquanto que os freixos saudáveis podem ser tratados com pesticidas.

Nas florestas, porém, onde há um número muito maior de freixos a serem tratados, os cientistas tentam conseguir a melhor maneira de que as árvores convivam com o inseto perfurador. Na China, os especialistas descobriram pequenos parasitas capazes de reduzir a presença dos besouros-verdes em entre 50% e 90% dos freixos.

Na América do Norte, os cientistas começaram a introduzir, de forma controlada, estes depredadores naturais e a estudar sua capacidade de erradicar o inseto. Mas vai demorar "várias décadas ou inclusive um século" para que os resultados apareçam, adverte Richard Hauer, professor de la arboricultura urbana na Universidade de Wisconsin, de modo que há poucas esperanças se salvar milhões de árvores atualmente em perigo.

Outra via é estimular os freixos a produzirem seus próprios componentes químicos para atacar os insetos, como parecem fazer seus pares asiáticos. Mas ainda não se sabe se os cientistas conseguirão reproduzir a experiência em grande escala em uma enorme população de freixos.

A Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) irá plantar 1 milhão de mudas em quatro anos. O compromisso foi divulgado na última sexta-feira (29), após evento em comemoração ao Dia Nacional do Pau-Brasil e Dia da Mata Atlântica, celebrados no mês de maio.

Mil mudas de pau-brasil já foram entregues à Prefeitura do Recife durante o evento. Elas serão destinadas ao projeto de arborização de escolas e praças da capital pernambucana. O projeto de arborização prevê o plantio de 100 mil árvores durante a gestão atual do Recife. 

##RECOMENDA##

A Compesa possui três viveiros florestais localizados nas Barragens de Pirapama e do Prata, no município de Bonito, e em Poção, no Agreste de Pernambuco. Segundo a companhia, os três produzem 300 mil mudas por ano, que servem para os projetos de reflorestamento e compensação a ambiental. 

Com informações da assessoria

[@#galeria#@]

Livrar os fios, salvar a calçada, melhorar a iluminação do ambiente, visualização de câmeras de segurança ou até estética podem ser usados como motivos para se aparar os galhos, folhas ou mesmo cortar uma árvore. No Recife, a ação é necessária devido aos erros históricos na escolha das espécies adequadas ao cenário urbano. Porém, neste Dia Mundial das Florestas, valem as perguntas: Será que este trabalho é feito da forma correta? Ou estamos livrando a cidade de um problema e criando outro?

##RECOMENDA##

Apenas dois órgãos são autorizados a podar árvores nas vias da capital pernambucana. A Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb), ligada à Prefeitura do Recife, e a Companhia de Eletricidade de Pernambuco (CELPE), que já foi pública, mas agora pertence ao grupo NeoEnergia, privado. Ambas utilizam empresas terceirizadas para o serviço, que as vezes é feito de forma correta e outras, segundo fontes consultadas pelo LeiaJá, são “aberrações”.

Os dois órgãos afirmam que todas as podas são feitas mediante laudo técnico e supervisão de engenheiros, florestais ou agrônomos. Porém, alguns profissionais da área questionam o serviço realizado, a exemplo do Engenheiro Florestal e professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Williams de Souza.

[@#video#@]

Em defesa da CELPE, o gestor ambiental Thiago Caires contesta as alegações de que o serviço é mal executado. “Todo o planejamento de podas é feito pela unidade de manutenção do serviço de rede. Só é feita a poda quando há potencial de interrupção do serviço de energia. Fazemos um diagnóstico ambiental, verificamos a necessidade e a periodicidade e planejamos os serviços. Tudo é supervisionado por engenheiros, que orientam os técnicos agrícolas para executarem o serviço de maneira correta”, afirma Caires.

No entanto, um profissional da área, que prefere não ser identificado, reafirma a tese do professor Williams de Souza, de que a poda da CELPE é feita por produção e vai além. “A rotatividade nas empresas terceirizadas é muito grande. Não tem como todos estarem treinados. Além disso, eles têm uma meta diária. Têm que cortar ‘x’ árvores, vão lá e cortam, sem se importar com o vegetal. O objetivo é livrar o fio e pronto”, critica.

Segundo Caires, esta informação também não procede. “Apenas uma empresa faz o serviço de manejo de vegetação. A FK Engenharia. Ela conta com um engenheiro agrônomo que é responsável por fazer toda a orientação da equipe na Região Metropolitana (do Recife – RMR). A informação que a gente tem é que ele paga o serviço executado. Não é por produção. Só faz o que é programado. Indicamos a árvore e não a área. Todo colaborador que entra é treinado. Todo  serviço é feito sob supervisão”, diz o gestor ambiental da CELPE.

O engenheiro agrônomo da Emlurb, Tadeu Pontes, afirma que a Prefeitura vem procurando negociar os trabalhos integrados entre a gestão pública – que contrata os serviços da Loquipe e Engemaia – e a CELPE para minimizar as podas mal feitas. “O ideal são as operações em conjunto. Queremos fazer uma parceria com a concessionária de energia, que tem a obrigação de fazer a manutenção da rede, para que a poda seja adequada. Vemos muitas aberrações”, afirma.

Mas quais os erros cometidos e o que eles podem causar? Quando a árvore é cortada de qualquer maneira – como explicado no vídeo pelo professor Williams de Souza – o risco é que ela fique vulnerável à ação de fungos e parasitas, que podem provocar o apodrecimento dos troncos e a consequente queda, já que o vegetal fica mais frágil. Além disso, o corte de muitos galhos apenas de um lado da copa pode provocar o desequilíbrio da árvore, principalmente quando chove. O peso excessivo de um lado, aliado a fortes ventos, é receita certa para que ela caia, causando acidentes, com danos materiais e até mesmo ferindo pessoas.

Talvez o fator mais importante seja mesmo a questão do meio ambiente. As podas mal feitas podem ocasionar a morte da árvore, que vai precisar ser retirada e talvez não seja reposta. O que vai de encontro à tendência de se ter cada vez mais árvores, para melhorar a qualidade do ar que respiramos e minimizar a temperatura provocada pelas mudanças climáticas e pelas grandes concentrações de concreto das metrópoles, criando as chamadas “ilhas de calor”, que entre outras coisas, aumenta o consumo de energia devido ao uso excessivo de ar-condicionado.

Soluções – Para melhorar a qualidade e a precisão da poda, Thiago Caires afirma que a CELPE está investindo em pesquisas e criou um protótipo. “Desenvolvemos, entre 2011 e 2013, um equipamento pneumático (que funciona com ar comprimido) onde conseguimos ter maior acertividade desse corte. A máquina é adequada para que o operador tenha uma mobilidade de uma vara de vazão, com uma espécie de tesoura na ponta, ajustando melhor o corte, principalmente de galhos mais altos”, explica.

Mas a solução para o problema das podas talvez não esteja no melhoramento da poda. Se o equipamento da CELPE ainda não tem previsão de estar nas ruas do Recife, outra cidade, São Paulo, criou um projeto piloto para retirar as árvores da calçada, minimizando o bloqueio ou destruição do passeio público e evitando o contato com os fios.

O projeto na Cidade Patriarca, zona leste da capital paulista, já plantou 70 mudas no asfalto, entre as duas mãos de circulação de veículos, e em ilhas. “Nós estamos desenvolvendo novas metodologias de plantio, levando em consideração as características da cidade: as calçadas são estreitas, então a árvore ocupa um espaço precioso, necessário para o cadeirante ou para a pessoa com deficiência, e a fiação, com o que as árvores convivem mal”, afirmou Fernando Haddad, prefeito da cidade, em entrevista à equipe de comunicação da prefeitura de São Paulo.

Sete espécies de árvores foram plantadas, de médio e grande porte, com raiz pivotante, que não se espalha lateralmente. No plantio, são também utilizados anéis de concreto que direcionam as raízes para camadas mais profundas do solo.

O plantio sobre o asfalto possui baixo custo de implantação e uma única equipe consegue plantar cerca de 30 árvores por dia. A faixa de plantio foi sinalizada na pista e tem pelo menos sete metros de distância das esquinas transversais, de modo a garantir a visibilidade de motoristas e pedestres.

Dia Mundial das Florestas - A Organização das Nações Unidas (ONU) comemora, neste sábado (21), o Dia Mundial das Florestas. O objetivo é promover a conscientização sobre a importância de todos os tipos de florestas e árvores do planeta. O tema de 2015 é: "Florestas e Mudanças Climáticas".

Reclamações - Caso o cidadão esteja em dúvida ou queira denunciar alguma agressão contra as árvores nas podas da CELPE, a empresa disponibiliza o email controle.vegetacao@celpe.com.br. Segundo Thiago Caires, no entanto, "A CELPE nunca recebeu reclamações referentes ao serviço de poda".

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando