Você provavelmente já ouviu falar de bitcoin, mas não tanto do ethereum – segunda criptomoeda mais popular do universo de criptomoedas. Desenhada como uma rede descentralizada, ao contrário do bitcoin, ela abriu espaço para o que hoje se chama de finanças descentralizadas (DeFI, na sigla em inglês), em que se torna possível a realização de pagamentos com criptomoedas internas a ela. Por isso, seu escopo é muito mais amplo.
Fundada por Vitalik Buterin e Gavin Wood em 2015, a capitalização de mercado do ethereum representa cerca de 17% da circulação global de criptomoedas, que é de aproximadamente US$ 1,2 trilhão. Hoje, US$ 6 em cada US$ 10 investidos em criptos têm como destino o bitcoin ou o ethereum.
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O ethereum se define como uma “plataforma global e descentralizada para movimentação de dinheiro e de novos tipos de aplicativos”, ou seja, é uma moeda digital que permite rodar diversos dispositivos financeiros dentro de sua rede (blockchain) – até mesmo outras criptos.
Uma rede blockchain funciona como uma espécie de livro público descentralizado onde transações são verificadas e registradas o tempo todo. Nela, cada agente tem direito a uma cópia igual de todas as movimentações, de forma que tudo o que é feito na rede permanece registrado. Por ser descentralizada, todos podem operar usando este mesmo livro, que é criptografado para garantir a segurança contra hackers.
No mercado atual, um ethereum custa em torno de R$ 1,4 mil, um valor bem abaixo do pico de US$ 4,8 mil de novembro de 2021, mas em recuperação da queda que sofreu em julho, quando quase caiu para abaixo da casa dos três dígitos. Essa retomada tem tornado o ethereum uma nova aposta dentro das criptos, já que sua irmã mais valiosa, o bitcoin, vive com a mesma irregularidade.
Chegando ao pico de US$ 68 mil em novembro de 2021, o bitcoin vale US$ 19 mil agora.
A diferença mais significativa para a atração do ethereum é sua possibilidade de rodar moedas digitais dentro da sua rede. Uma delas é o ether, o token nativo dessa blockchain que pode ser usado para comprar e vender qualquer coisa, inclusive bitcoins.
A rede também pode ser usada para armazenar dados e executar aplicativos descentralizados. Assim, ao invés de hospedar um software em um servidor operado pelo Google ou pela Amazon, por exemplo, onde uma única empresa controla os dados armazenados, o ethereum promete guardar aplicativos mantendo-os no controle, sem uma autoridade central fazendo essa regulação.
Mas um dos usos mais intrigantes possíveis com o ethereum são os chamados contratos autoexecutáveis. Nele, duas partes concordam em trocar bens ou serviços, mas, ao contrário dos vínculos convencionais, advogados não são necessários: as partes codificam o acordo na própria blockchain. Uma vez que as condições do contrato são atendidas, ele se autoexecuta e entrega o ether (a cripto) à parte apropriada.
A crescente popularidade do ethereum tem aumentado os custos de transação. Isso acontece porque, diferente do bitcoin, a rede não tem "verificadores de transação", isto é, agentes que atuam para certificar cada tipo de troca financeira dentro da rede. Então, quem paga por esse serviço são os próprios usuários.
Ainda assim, o investimento na cripto é recomendável por especialistas. Primeiro, porque ela tem um valor com possibilidade de expansão para o futuro. Em segundo lugar, a blockchain pode se tornar mais atraente para o público brasileiro, assim que a regulamentação estiver mais estabelecida. E terceiro, à medida que mais pessoas utilizam aplicativos distribuídos ethereum, a demanda pode aumentar – e quem já tiver um estoque dela sairá na frente.