“Queremos apenas uma federação decente”, essa frase foi repetida várias vezes por Enoque Filho em tom de revolta. Ele é ciclista e não poupa críticas à Federação Pernambucana de Ciclismo, presidida por Murilo Falcão, que também é diretor de competições da Federação Pernambucana de Futebol. O mandatário se perpetua no poder há mais de dez anos e, de acordo com o atleta, atrasa a evolução do esporte no Estado. Confira as principais queixas e denúncias.
“Não tem nada de novo nesta federação. São quatro anos sem um calendário de competições. Ele (Murilo Falcão) suspendeu o Pernambucano de ciclismo desde 2009. Temos apenas, no mês de dezembro, o Speed Bike. É pouco para a quantidade de atletas que temos”, afirmou Enoque.
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Não há um ranking em Pernambuco que classifique os desportistas. Aliás, novos competidores não podem se filiar, pois o site da federação está fora do ar e assim fica impossível contar com novos atletas.
E quem já está nessa luta há um bom tempo tem dificuldades até para receber a premiação de competições anteriores. “Tem atleta processando Murilo Falcão (presidente da federação), porque deveria receber R$ 15 mil e recebeu apenas dois. Já faz mais de dois anos e a premiação não sai”, acusou Enoque Filho.
Porém, a denúncia mais grave do ciclista é com relação ao Tour de Ciclismo em Pernambuco, que também foi destaque num programa especial na ESPN, realizada em 2012. O Ministério do Esporte liberou R$ 725.730,00 para a Federação Pernambucana e ainda está analisando a prestação de contas como pode ser visto neste link: http://www.portaldatransparencia.gov.br/convenios/DetalhaConvenio.asp?CodConvenio=761304&TipoConsulta=1
Entretanto, são outros valores questionados por Enoque como, por exemplo, o pagamento da diária de R$ 200 para árbitros e R$ 2 mil para técnicos, R$ 31 mil gastos em ambulâncias e R$ 81 mil em grades de proteção.Porém, de acordo com o ciclista, um dos técnicos era presidente da Federação Pernambucana de Karatê, as ambulâncias utilizadas no evento foram do SAMU e quase não havia grades de proteção no percurso. Por toda desconfiança, as contas ainda estão sendo analisadas.
“Tudo isto pode ser comprovado em fotos que eu tenho. Além disso, existe o absurdo na premiação do Tour de Ciclismo que foi de R$ 1,500 reais, mesmo com o Ministério liberando mais de R$ 700 mil. E para completar, tem atleta ainda não recebeu o prêmio”, explicou.
Outros ciclistas também estão nesta batalha com Enoque Filho, mas segundo ele ainda é pouco. “Falta união entre os atletas. Fico nessa luta só. Alguns apoiam, outros são contra e eu fico nessa contra tudo e contra todos. Vou reunir toda esta documentação e dar entrada no Ministério Público para tirá-lo da Federação. Como eu já disse, apenas quero uma federação decente para praticar o ciclismo”, concluiu.