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O presidente Lula (PT), durante o lançamento da terceira edição do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), nesta sexta-feira (11), defendeu personagens políticos que foram vaiados na cerimônia, realizada no Theatro Municipal, no Rio de Janeiro. Ao ouvir serem mencionados pelos convidados os nomes do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) e do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), o público respondeu rapidamente com uma onda de vaias e alguns xingamentos. 

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No momento do seu discurso, antes de falar sobre o PAC 3, o chefe do executivo nacional começou falando sobre civilidade. “Quando nós fazemos um ato como esse, esse ato não é para nós do PT, nem para o governo Lula. Esse ato é para a sociedade brasileira, e nós temos que compor com as pessoas que fazem parte da sociedade brasileira. O governador do Rio de Janeiro não está aqui porque ele quer, mas sim porque nós o convidamos para vir aqui”, afirmou Lula. 

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Por ser um evento organizado pelo governo federal, as demais figuras políticas presentes fizeram parte como convidados diretos de Lula. “Eu me sentiria muito deprimido se um dia eu fosse um ato em Goiás, convidado pelo [Ronaldo] Caiado, e o pessoal me vaiasse, eu ficaria constrangido”, ele comparou, mencionando o governador de Goiás, que é do União Brasil. 

Lula também defendeu a imagem de Lira, enfatizando que ele representa o cargo que ocupa. “Não é deputado, governador prefeito que estão aqui, mas sim as instituições que eles representam”, declarou. 

“O Arthur Lira é nosso adversário político desde quando o PT foi fundado. Ele é nosso adversário e vai continuar sendo adversário. Em momentos de campanha, nós vamos nos xingar, nós vamos falar mal um do outro, mas quando termina a eleição, que cada um assume seu posto, ele não tá aqui como Arthur Lira, ele tá aqui com o presidente de uma instituição que o poder executivo precisa mais dela do que ela precisa do poder executivo”, afirmou. 

Defesas constantes em Pernambuco 

Esse não é o primeiro episódio em que o presidente Lula se coloca na posição de defender seus convidados da oposição que são vaiados em eventos oficiais do governo. Em suas visitas ao Recife no primeiro semestre de 2023, a governadora Raquel Lyra (PSDB) foi alvo de vaias e teve o apoio do chefe do executivo para conseguir concluir seu discurso. Na ocasião, que marcou a inauguração do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) em Paulista, a multidão pedia esclarecimentos pela falta de merenda em escolas da rede estadual de ensino.

Governadores de direita aliados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não compareceram ao lançamento do novo PAC, programa do governo federal que prevê investimentos em infraestrutura em todo o País. Tarcísio de Freitas (São Paulo), Eduardo Leite (Rio Grande do Sul), Ratinho Júnior (Paraná), Romeu Zema (Minas Gerais) e Jorginho Mello (Santa Catarina) alegaram agendas conflitantes e ficaram de fora da foto oficial ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na cerimônia desta sexta-feira (11), no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (União), que levou um "puxão de orelha" de Lula pela atuação da Polícia Militar fluminense, sentou-se nas primeiras fileiras. Apesar do "climão" entre os dois, as arestas começaram a ser aparadas no mesmo dia em um jantar oferecido pelo prefeito Eduardo Paes (PSD). O prefeito carioca trabalha para se aproximar de Castro com vistas às eleições municipais do ano que vem.

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Para não fechar as portas do Rio ao governo federal, Castro quer manter uma boa relação com o governo petista. Nesta semana, ele foi à Brasília e se encontrou com os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Camilo Santana (Educação). Desde a eleição do ano passado, o chefe do Executivo estadual dá sinais de afastamento do bolsonarismo.

Zema, que defendeu, em entrevista ao Estadão, a atuação conjunta dos Estados do Sul-Sudeste na atração de investimentos e na coordenação política, não compareceu ao evento. A assessoria do governador não informou o motivo da falta.

Já Tarcísio de Freitas enviou seu vice-governador, Felício Ramuth. Jorginho Mello (PL) foi representado pelo secretário de Estado da Infraestrutura e Mobilidade, Jerry Comper.

Outro aliado de primeira hora de Bolsonaro, Ratinho Júnior alegou que não participaria do lançamento do PAC sob a justificativa de agendas no interior do Paraná. O secretário chefe da Casa Civil, João Carlos Ortega, representou o governo do Paraná.

Eduardo Leite também ficou de fora da cerimônia. Apesar dos governadores de três dos maiores Estados do País não terem comparecido ao encontro de Lula, nomes como o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, e do Amazonas, Wilson Lima, que apoiaram Bolsonaro na última eleição, ocuparam a primeira fila do teatro e receberam Lula com apertos de mão e abraços na entrada do presidente no evento.

O novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que será lançado nesta sexta-feira (11), irá investir R$ 1,7 trilhão em todos os Estados do Brasil, anunciou o Palácio do Planalto. Os investimentos previstos com recursos do Orçamento Geral da União somam R$ 371 bilhões e os das empresas estatais, R$ 343 bilhões. Também entram na conta financiamentos, na ordem de R$ 362 bilhões, e desembolsos do setor privado, em um total de R$ 612 bilhões.

De acordo com comunicado divulgado na manhã desta sexta, o programa está organizado em nove eixos de investimento e medidas institucionais. "As Medidas Institucionais são um conjunto articulado de atos normativos de gestão e de planejamento que contribuem para a expansão sustentada de investimentos públicos e privados no Brasil", diz o texto.

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As medidas serão divididas em cinco grupos: aperfeiçoamento do ambiente regulatório e do licenciamento ambiental; expansão do crédito e incentivos econômicos; aprimoramento dos mecanismos de concessão e PPPs; alinhamento ao Plano de Transição Ecológica; e planejamento, gestão e compras públicas.

O Planalto ainda informa que, a partir de setembro, o governo lançará editais no âmbito do Novo PAC que somam R$ 136 bilhões para a seleção de outros projetos prioritários de Estados e municípios, além dos que serão anunciados no lançamento do programa. A prioridade do Executivo federal serão as obras inacabadas, seguidas de pedidos de governadores e, por último, solicitações dos ministérios.

Os editais para novos projetos a partir de setembro irão contemplar projetos em cinco áreas: cidades, como urbanização de favelas, abastecimento de água e esgotamento sanitário; saúde, com ações voltadas às Unidades Básicas de Saúdes (UBS), policlínicas e maternidades; educação, com foco em creches, escolas e ônibus escolares; cultura, para Centros Educacionais Unificados da Cultura (CEUs) e projetos de patrimônio histórico; e por último, esporte, com espaços esportivos comunitários.

O lançamento do chamado 'PAC 3' ocorrerá na cidade do Rio de Janeiro em evento marcado para começar logo mais, às 10 horas. A cerimônia será presidida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e contará ainda com a ex-presidente Dilma Rousseff, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), governadores e várias outras autoridades.

O presidente Luiz Inácio da Silva lança, nesta sexta-feira (11), o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para uma plateia que reunirá a ex-presidente Dilma Rousseff, quase duas dezenas de governadores e políticos. Dilma, que era chamada por Lula de "mãe do PAC" na primeira passagem dele no Palácio do Planalto, veio da China na semana passada e desembarcou no Rio nesta quinta-feira (10). Atualmente, ela preside o NDB, o chamado Banco dos Brics, com sede em Xangai.

Dezoito governadores confirmaram presença no lançamento no Theatro Municipal, além do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e líderes partidários. O local original, o auditório do BNDES, ficou pequeno para a lista de autoridades e o banco só vai recepcionar os convidados para um almoço, após a solenidade. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), avisou que não irá e enviará o vice, Felício Ramuth. O ato de lançamento está marcado para as 10h.

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Lula deverá anunciar investimentos da ordem de R$ 1 trilhão no atual mandato (até 2026) em uma lista de obras que a Casa Civil manteve em sigilo nos últimos dias. A pedido de Lula, será anunciada pelo menos uma obra em cada Estado do País, a fim de atender a pedidos feitos por governadores.

De recursos próprios federais, a promessa é aplicar R$ 240 bilhões nos próximos quatro anos ou R$ 60 bilhões por ano. O valor é superior ao aplicado por Jair Bolsonaro durante a sua gestão - em 2022, foram cerca de R$ 40 bilhões em investimentos.

Esta é uma das principais propagandas políticas que o governo petista pretende entoar na nova edição do programa: a de que Lula pretende investir mais do que Bolsonaro e o seu então ministro da Infraestrutura, Tarcísio. Ainda assim, os recursos prometidos não alcançam 1% do PIB, valor insuficiente para as necessidades do País.

A maior parte dos recursos do PAC 3 virá da iniciativa privada e da Petrobras. O governo também incluiu na conta investimentos previstos em concessões e Parcerias Público-Privadas (PPP), bancados pelo setor privado.

Na última semana, o Palácio do Planalto fez uma investida para atrair também deputados e senadores, oferecendo em troca da aplicação de recursos de emendas parlamentares no PAC 3 com a garantia de execução mais acelerada desses recursos.

Neste ano, esses valores giram em torno de R$ 50 bilhões, incluindo as chamadas emendas do orçamento secreto. No ano que vem, por determinação do Supremo, essas emendas estão vedadas e, agora, os parlamentares negociam com o governo engordar outros tipos de emendas, as de bancada e as de comissão. Como contrapartida, esses recursos seriam aplicados no PAC.

A expectativa de governistas é que cerca de R$ 35 bilhões em emendas, em 2024, possam irrigar obras do PAC 3.

Na véspera do lançamento do programa, Lula participou de eventos de lançamento de obras da cidade do Rio, com o prefeito Eduardo Paes (PSD). À noite, o prefeito fez uma recepção para dezenas de políticos que voaram de Brasília para o Rio na Gávea Pequena, residência oficial do prefeito carioca.

A presidente Dilma Rousseff anunciou nesta sexta-feira (4), em entrevista a emissoras de rádio de São José do Rio Preto (SP), que lançará a terceira etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 3) em agosto deste ano, dois meses antes do pleito em que deve ser candidata à reeleição. Após a entrevista, Dilma seguiu para a cerimônia de entrega de 2.508 casas do programa Minha Casa Minha Vida, na cidade do interior paulista, com investimentos de R$ 172,8 milhões.

Assim como ocorreu com o PAC 2, lançado em março de 2010, antes da campanha eleitoral, a presidente Dilma deve utilizar o PAC 3 como uma de suas bandeiras à reeleição. Dilma disse que irá incluir, no PAC 3, uma obra do contorno ferroviário de 40 quilômetros em três cidades da região. Na campanha em que foi eleita presidente da República, Dilma foi taxada de 'mãe do PAC' pelo padrinho político, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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"No meu governo, em 2014, é impossível (fazer a obra), mas deixo engrenadinho, com contrato feito para o PAC 3. Acredito que seja (lançado) lá por agosto", afirmou ela que admitiu ainda a disputa pela reeleição ao ser indagada por um jornalista se a obra seria entregue no segundo mandato. "Se eu tiver segundo mandato, se votar em mim... Não é isso que estou discutindo. Uma obra de ferrovia não termina em 2014", completou a presidente.

De acordo com a presidente, São José do Rio Preto receberá, no governo, R$ 714 milhões em recursos federais para obras, principalmente de infraestrutura. Entre as obras contempladas por esse pacote de investimentos, a presidente destacou obras de mobilidade urbana, como corredores de ônibus e ciclofaixas; melhorias em saneamento; obras de "águas", como ampliação da Estação de Tratamento de Água (ETA) Palácio das Águas e do sistema adutor Rio Grande; além de investimento no aeroporto regional que será construído na cidade.

Dilma falou ainda das iniciativas de educação em Rio Preto e nas cidades vizinhas. Ela ressaltou 4 mil contratos de financiamentos educacionais do governo federal na região e 114 bolsas do Ciência sem Fronteiras. Na área da saúde, Dilma mencionou que Rio Preto receberá agora em abril cinco médicos para atuar pelo programa Mais Médicos.

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