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Assessor especial da Presidência da República até o final do ano passado e amigo pessoal do presidente Michel Temer há mais de 40 anos, o advogado José Yunes, confirmou nesta sexta-feira (24) em entrevista à Rádio Estadão que recebeu um pacote do doleiro Lúcio Funaro, a pedido do hoje ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, um mês antes da eleição presidencial de 2014 que reelegeu a chapa Dilma Rousseff e Michel Temer.

Mas Yunes alegou que não viu o conteúdo. Apesar da afirmativa, o advogado negou que tenha atuado como operador dos recursos de campanha do PMDB. "Nunca operei dinheiro de campanha para o PMDB. Nego peremptoriamente que recebi dinheiro para a campanha do PMDB", reiterou, ironizando que se isso fosse verdade, conforme relatos de delatores da Operação Lava Jato que Padilha teria sido o destinatário de R$ 4 milhões em caixa dois para a campanha, "o dinheiro não iria em um envelope, mas num caixa forte".

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Yunes disse que conversou nessa quinta-feira (23) pessoalmente com o presidente Michel Temer e falou sobre o depoimento espontâneo que fez à Procuradoria-Geral da República sobre o imbróglio, em razão da delação premiada de Claudio Melo, lobista da Odebrecht que disse que ele teria recebido dinheiro vivo em seu escritório de advocacia, em São Paulo. Segundo ele, Temer não demonstrou preocupação com o fato e lhe disse que "o melhor é sempre contar a verdade".

Na entrevista à Rádio Estadão, Yunes não quis tecer comentários sobre o ministro Eliseu Padilha. Falou apenas que ele deve ter mesmo se afastado para cuidar da saúde. Padilha pediu "licença médica informal" para operar a próstata no período do carnaval. "Não faço juízo de valor sobre Padilha", afirmou o advogado.

O presidente Michel Temer disse nesta manhã de quinta-feira, 22, que não vai tirar o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, do cargo. Em café com jornalistas no Palácio da Alvorada, Temer afirmou que Padilha "continua firme e forte no governo". "Não tirarei o chefe da Casa Civil. Não haverá mudança", disse.

A Coluna do Estadão, do jornal O Estado de S. Paulo, revelou nesta quinta que o ministro pediu ao lobista Lúcio Funaro uma entrega de dinheiro no escritório do ex-assessor da Presidência José Yunes. Funaro teria entregue a Yunes dinheiro vivo repassado pela Odebrecht. A quantia foi de R$ 1 milhão, de acordo com a Coluna.

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Um dos auxiliares mais próximos de Temer, Yunes deixou o governo após vir à tona delação do ex-executivo da Odebrecht Cláudio Melo Filho. Ele narrou uma reunião em que Temer teria pedido a Marcelo Odebrecht recursos para o PMDB. Marcelo teria decidido repassar R$ 10 milhões, sendo que R$ 6 milhões teriam ido para campanha de Paulo Skaf e R$ 4 milhões entregues ao ministro Padilha e Yunes.

À Coluna, Padilha disse que "não pediu" nada a Funaro. No encontro com jornalistas, o presidente afirmou ainda não ter "nenhuma intenção neste momento de fazer mudança na equipe". "Naturalmente, não sei o que vai acontecer daqui pra frente", completou.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, não encontrou "elementos concretos suficientes" para solicitar a abertura de inquérito para investigar o presidente Michel Temer e o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha por causa da acusação feita pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero de que tenha sofrido pressão para permitir a construção de um prédio de luxo em Salvador.

Calero acusou Geddel Vieira Lima, então ministro da Secretaria de Governo, de tê-lo pressionado para rever uma decisão do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) que embargava um empreendimento imobiliário no qual Geddel afirma ter comprado uma unidade. O ex-ministro da Cultura gravou conversas sobre o assunto, inclusive uma que manteve com o presidente.

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O episódio fez lideranças da oposição e movimentos sociais se mobilizarem pelo pedido do impeachment de Temer, tendo como base a acusação de que o presidente teria cometido crime de responsabilidade, ao trazer para o governo o imbróglio envolvendo a liberação da construção do prédio.

Como Geddel deixou o governo e perdeu o foro privilegiado, Janot encaminhou à Procuradoria da República no Distrito Federal a análise das suspeitas envolvendo o ex-ministro da Secretaria de Governo.

Censura

Nesta quinta-feira, 15, a Comissão de Ética Pública da Presidência da República aplicou, por unanimidade, a punição de "censura ética" por "conflito de interesse" a Geddel, por ter violado as normas de conduta ao não declarar que possuía a promessa de compra e venda de um apartamento em Salvador, o que, obrigatoriamente deveria ter feito.

A punição com "censura ética" não impedirá Geddel de assumir qualquer outro cargo público. Mas, para o relator do caso na Comissão de Ética, Marcelo Figueiredo, a decisão "é mais do que uma mancha no currículo, é uma repreensão pública à conduta equivocada da autoridade". O ex-ministro já foi comunicado oficialmente pela comissão sobre a decisão.

As suspeitas de grilagem de terra envolvendo o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, causaram apreensão no Palácio do Planalto. Embora o discurso oficial seja o de que Padilha prestou todas as informações sobre o caso da disputa de uma propriedade, no litoral do Rio Grande do Sul, nos bastidores o comentário é o de que a acusação é grave e põe o ministro na defensiva, num momento de fragilidade do governo.

No Planalto, auxiliares do presidente Michel Temer afirmam, em conversas reservadas, que Padilha também pode ser alvo das delações de executivos e ex-executivos da empreiteira Odebrecht à força-tarefa da Operação Lava Jato. O ministro é o braço direito de Temer e um dos responsáveis por articular a votação de assuntos de interesse do Planalto no Congresso, como a reforma da Previdência.

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O Estado revelou que Padilha alega ter direito, "por usucapião", a uma área de 1.929 hectares, no litoral gaúcho. A disputa do chefe da Casa Civil com integrantes da família Perdomini, que alegam ter comprado o terreno - equivalente a 12 parques do Ibirapuera, em nome da Edusa Edificações Urbanas - virou caso de polícia.

Ontem o líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE), minimizou as denúncias envolvendo o ministro da Casa Civil. "Padilha continua gozando da confiança do presidente Temer e de todos os partidos da base aliada", disse Moura.

'Gravíssimo'

A oposição aproveitou o caso Padilha - após a queda do ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima - para voltar a carga a carga contra outro ministro com assento no Planalto.

O líder da oposição no Senado, Lindbergh Farias (PT-RJ), criticou Padilha, acusado de grilagem no Rio Grande do Sul. "São muitas denúncias contra ele. Esse caso é gravíssimo. Um ministro da Casa Civil envolvido com grilagem? Onde chegamos?", questionou o senador petista.

Lindbergh destacou a acusação revelada pelo Estado de que Padilha, então deputado federal, teria pedido a interferência do ex-ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, para suspender projetos no local por meio da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Para o líder da oposição, Padilha pediu ajuda de um ministro para resolver uma questão que envolvia os seus interesses comerciais.

Segundo um dos vice-líderes do PT da Câmara, Henrique Fontana (RS), Padilha deverá ser o próximo a deixar o governo Temer por denúncias de irregularidades. "Há indícios bastante contundentes de que Padilha mistura negócios privados com a sua função pública".

O líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE), minimizou as denúncias envolvendo o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha. Homem de confiança do presidente Michel Temer, ele é acusado de grilagem no Rio Grande do Sul. "Padilha continua gozando da confiança do presidente Temer e de todos os partidos da base aliada", disse Moura.

Pelo Twitter, o líder do PSOL na Câmara, deputado Ivan Valente (SP), destacou a crise pela qual passa o governo Temer, que, em seis meses, já perdeu seis ministros, a maioria deles após denúncias envolvendo a Operação Lava Jato e outros escândalos de corrupção. Para ele, Padilha é "mais um ministro na corda bamba".

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Grilagem

Como o jornal O Estado de S. Paulo revelou, Padilha disputa uma área de 1.929 hectares, o equivalente a 12 parques do Ibirapuera, em São Paulo, com a empresa Edusa Edificações Urbanas, do empresário João Perdomini. Acusado de ocupar irregularmente a área em Palmares do Sul (RS), o ministro alega ter direito à propriedade por usucapião.

No dia 30 de agosto deste ano, Perdomini, de 76 anos, registrou na sede da Polícia Civil em Palmares do Sul boletim de ocorrência por "lesão corporal leve e ameaça" e informou ter sido agredido por "indivíduos que trabalham para Eliseu Lemos Padilha". Nesta sexta-feira, 9, o Estado também mostrou que Padilha, quando era deputado federal, pediu a interferência do então ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, para suspender projetos no local por meio da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). O caso seria semelhante ao do ex-ministro Geddel Vieira Lima, que é acusado de tráfico de influência por ter pressionado o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero a interceder junto ao Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para assegurar interesses pessoais.

O líder da oposição no Senado, Lindbergh Farias (PT-RJ), criticou o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil), acusado de grilagem no Rio Grande do Sul. "São muitas denúncias contra ele. Esse caso é gravíssimo. Um ministro da Casa Civil envolvido com grilagem? Onde chegamos?", questionou o parlamentar.

Lindbergh destacou a acusação revelada pelo jornal O Estado de S. Paulo de que Padilha, então deputado federal, teria pedido a interferência do ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão para suspender projetos no local por meio da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Para o líder da oposição, Padilha pediu ajuda de um ministro para resolver uma questão que envolvia os seus interesses comerciais.

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O caso se assemelharia ao do ex-ministro Geddel Vieira Lima, que é acusado de tráfico de influência por ter pressionado o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero a interceder junto ao Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para assegurar interesses pessoais. "Esse governo já teve seis ministros afastados por denúncia de corrupção e pelo jeito Eliseu Padilha deve ser o sétimo", disse Lindbergh.

Na quinta-feira, 8, o presidente Michel Temer recuou da nomeação do deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA) para a substituição de Geddel. Lindbergh avaliou que a situação deixa o governo "muito fragilizado". "O entorno do Temer vai ser todo abatido. Não sobrará um. Temer hoje é refém do PSDB. O PSDB quer tudo. Até o lugar do (ministro da Fazenda) Henrique Meirelles", criticou Lindbergh.

Como o Estadão revelou, Padilha disputa uma área de 1.929 hectares, o equivalente 12 parques do Ibirapuera, com a empresa Edusa Edificações Urbanas, do empresário João Perdomini. Acusado de ocupar irregularmente a área em Palmares do Sul (RS), o ministro alega ter direito à propriedade por usucapião.

No dia 30 de agosto deste ano, Perdomini, de 76 anos, registrou na sede da Polícia Civil em Palmares do Sul boletim de ocorrência por "lesão corporal leve e ameaça" e informou ter sido agredido por "indivíduos que trabalham para Eliseu Lemos Padilha".

Braço direito do presidente Michel Temer, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, é processado em ação que contesta a posse de uma propriedade que ele reivindica em Palmares do Sul, no litoral do Rio Grande do Sul. Padilha disputa uma área de 1.929 hectares, o equivalente 12 parques do Ibirapuera, com a empresa Edusa Edificações Urbanas, do empresário João Perdomini. O terreno fica numa região de dunas, de frente para o mar, cobiçada por empresas do setor elétrico por ser ideal para construção de um parque eólico.

Dois empreendimentos que tentaram se estabelecer na área foram frustrados. Em outubro 2007, a Girassol Florestamento e Imobiliária, controlada por Padilha, firmou uma parceria com a empresa Elebras Projetos Ltda para construir e operar o que seria chamado de Parque Eólico de Tramandaí.

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Em 2011, as empresas Ventos do Cabo Verde I e Ventos do Cabo Verde II venceram um leilão realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para instalar três parques eólicos na terra, com investimentos avaliados, à época, R$ 341,7 milhões. As geradoras tinham firmado um acordo com a Edusa Edificações Urbanas, propriedade da família Perdomini, que trava a disputa judicial com Padilha pelo terreno no litoral do Rio Grande do Sul.

O litígio

Acusado de ocupar irregularmente a área em Palmares do Sul (RS), o ministro alega ter direito à propriedade por usucapião, instituto legal que ocorre quando a aquisição de uma propriedade se dá pela posse prolongada da terra, e não pela sua compra. A família Perdomini acusa o ministro de ocupar irregularmente as terras.

Segundo Giovani Perdomini, filho de João Perdomini, sua família comprou as terras no início dos anos 1970 e possui uma matrícula registrada em cartório que atesta a posse e permanência na área, documento que é contestado por Padilha.

Na Justiça, o empresário Giovani Perdomini acusa Padilha de ser grileiro. O processo tramita na 9.ª Vara Federal de Porto Alegre desde 2007. A disputa é acompanhada pelo Ministério Público Federal, que verificou que a área em litígio pode envolver terras da Marinha, ou seja, bens que pertencem à União e que, consequentemente, não poderiam ser tomados por usucapião, como requer o ministro. Por lei, é considerada faixa de domínio da Marinha toda área de 190 metros de largura, ao longo do litoral, contada a partir da praia.

"Nossa família comprou e defende a área desde 1973. Já foram dezenas de processos contra a nossa propriedade, de vários autores e todos foram perdidos", diz Giovani Perdomini. "Temos a concordância de todos os lindeiros (pessoas que vivem na fronteira com a área) em planta registrada no registro de imóveis. Então não há dúvida que somos os donos da terra", afirma.

Em 2012, quando era deputado do PMDB pelo Rio Grande do Sul e já disputava a área, Padilha apresentou projeto de lei na Câmara que estabelecia novos critérios para demarcação de terrenos de Marinha e autorizava a transferência da administração dessas áreas a seus municípios. O projeto foi arquivado em janeiro de 2015. A legislação não impede congressistas de apresentarem projetos que podem beneficiá-los.

A Justiça Federal determinou a realização de "prova testemunhal e perícia topográfica e planimétrica" da área que a Edusa e o ministro Eliseu Padilha alegam serem donos. O caso segue em análise.

Os empreendimentos

Apesar de o projeto da Girasol Florestamento e Imobiliária para erguer um parque eólico na terra em disputa ter malogrado, o ministro não descartou completamente ter novos projetos. Questionado pelo Estado se tinha interesse comercial na área, Padilha declarou que "por enquanto, não".

Para concorrer com o projeto eólico, as empresas Ventos do Cabo Verde I e II apresentaram as matrículas de imóvel cedidas pela Edusa, da família Perdomini. Os documentos foram analisados pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), autarquia vinculada ao Ministério de Minas e Energia, que habilitou a participação dos projetos no leilão. Padilha, que à época era deputado federal, pediu a interferência do então ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, seu colega de partido no PMDB. O objetivo era questionar a legalidade do resultado do leilão.

Lobão acionou, por meio de ofício, a EPE. O órgão, no entanto, voltou a garantir a legalidade dos empreendimentos, reafirmando que "houve observância das normas legais e regulamentares que regem o leilão", além de ser a decisão estar calçada em "documentação emitida por cartório de registro de imóveis, devidamente válida e vigente".

Ainda assim, no dia 11 de julho de 2012, Lobão ignorou o parecer da EPE e publicou um despacho no qual suspendia os projetos baseado exatamente no pleito de Padilha: "Em razão de denúncias a respeito da titularidade das áreas nas quais seriam construídos os empreendimentos", afirmou à época.

A partir daí, os projetos sofreram sucessivos adiamentos, até acumularem 540 dias de atraso e restarem completamente inviabilizados, conforme reconhecido pela Aneel.

Em maio deste ano, quando Padilha passou a ser ministro da Casa Civil, as donas dos projetos finalmente jogaram a toalha e "comunicaram a desistência dos pedidos de postergação dos cronogramas de implantação".

A Aneel avalia agora se essas empresas serão alvo de alguma punição financeira, por não terem entregado a energia que se comprometeram em gerar para o consumidor.

Defesa

Procurado pela reportagem, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou, por meio de sua assessoria, que "como advogado, promoveu muitas ações de usucapião" em Palmares do Sul (RS) e que "agora alega usucapião da área em disputa antes mencionada".

A respeito de ter apresentado um projeto de lei que tratava justamente de mudanças em terras da Marinha, a assessoria de Padilha afirmou que as alterações propostas "não teriam nenhum efeito na ação, onde o ministro Padilha é réu". "A área onde se situa o terreno em disputa não tem a demarcação da faixa de Marinha", informou.

O ministro também disse que "nunca ouviu falar nas empresas Ventos do Cabo Verde I e II. Por óbvio nunca falou com nenhum ministro sobre elas ou sobre leilões do interesse delas".

O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que defende o ex-ministro Edison Lobão, negou que ele tenha agido para atender aos interesses de Padilha. "A decisão foi tomada com base em análise técnica e jurídica como qualquer outro processo analisado no Ministério de Minas e Energia". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Justiça do Mato Grosso concedeu uma liminar e bloqueou a quantia de R$ 38,22 milhões do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, da esposa dele, Maria Eliane Aymone Padilha, de um sócio e de duas empresas, alegando desmatamento irregular na Fazenda Cachoeira, localizada dentro de uma área de preservação ambiental, no parque Estadual Serra Ricardo Franco, em Vila Bela da Santíssima Trindade-MT. Até o momento da publicação deste texto, a Casa Civil não havia enviado posicionamento à reportagem sobre a notícia.

O juiz Leonardo de Araujo Costa Tumiati justificou o bloqueio para garantir a reparação integral do dano ambiental, em caso de condenação. Os R$ 38,22 milhões são a quantia estimada referente aos custos para recuperação da área degradada e apurada por meio do método de Valor de Compensação Ambiental - VCP.

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Nos autos, o juiz diz que Padilha e os outros quatro citados são proprietários da Fazenda Cachoeira, com base em documentos apresentados pela denúncia, como o Cadastro Ambiental Rural (CAR).

Um auto de infração e relatório técnico da Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Mato Grosso apontou desmatamento irregular de uma área de cerca de 735 hectares, sem autorização ou licença expedida pelo órgão ambiental. Além disso, diz a decisão, o uso e ocupação do solo está em desacordo com o Sistema Nacional de Unidade de Conservação (SNUC).

"A voracidade e velocidade da degradação ambiental, além de criminosa e estarrecedora, vem causando danos que podem ser irreparáveis, isto tudo dentro de uma unidade de conservação ambiental, no caso, o Parque Estadual Serra Ricardo Franco", afirma o juiz, na decisão.

O juiz também determinou a suspensão de atividades lesivas ao meio ambiente - entre elas, pecuária, agricultura, piscicultura, segundo a decisão - que estejam sendo realizadas sem autorização, por um prazo de 60 dias, sob pena de multa diária de R$ 100 mil e apreensão do gado. Também se determinou a retirada de todo rebanho existente na Fazenda Cachoeira.

Ações

Este bloqueio é uma das decisões tomadas dentro de um contexto de várias liminares expedidas, em ações civis públicas propostas pelo Ministério Público do Estado do Mato Grosso (MP-MT). Ao todo, representantes de 51 propriedades rurais localizadas no interior do Parque Estadual Serra de Ricardo Franco tiveram bens bloqueados. O montante a ser bloqueado atinge a cifra aproximada de R$ 950 milhões. A área total de desflorestamento irregular já atinge aproximadamente 18 mil hectares, segundo o MP-MT.

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, passou mal na manhã desta terça-feira (29) e, por recomendações médicas, não trabalhará nesta data. Segundo a assessoria de Padilha, o ministro teve um aumento de pressão, foi ao serviço médico do Palácio para fazer um eletrocardiograma, mas o resultado não apresentou maiores complicações.

É a segunda vez que Padilha tem um mal-estar durante o expediente. Em setembro, o ministro também teve uma crise de hipertensão e labirintite e ficou alguns dias afastado.

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O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou nesta segunda-feira (21) que as negociações de medidas para socorrer os Estados, que enfrentam grave crise financeira, está concentrada no Ministério da Fazenda. A declaração ocorre depois de um desencontro entre Padilha e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, sobre fontes de recursos que poderiam ser empregadas na operação de resgate.

Na sexta-feira, 18, Padilha disse que os R$ 100 bilhões que devem ser devolvidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao Tesouro poderiam ser utilizados no socorro, o que mais tarde foi desmentido por Meirelles. Nesta segunda, o titular da Casa Civil preferiu destacar que a discussão está sob o comando da Fazenda.

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"Na área econômica do governo, centralizada na Fazenda, é que esse tema está sendo discutido. Haverá por parte dos governadores propostas, ou proposta de cada um deles, que serão avaliadas pela Fazenda para ver de que forma (o governo federal) pode ser parceiro. O ministro da Fazenda tem deixado claro que o mais fácil é fazer com que se viabilizem financiamentos diretamente para os Estados", disse Padilha.

O ministro-chefe da Casa Civil afirmou ainda que, assim como o governo federal está ajustando suas contas, os governos estaduais também terão de reequilibrar suas finanças. Amanhã, os governadores estarão em Brasília para se reunir com Meirelles e o presidente Michel Temer.

"A União vai para negociação com Estados sem que haja premissas sobre a mesa. O governo federal, nas palavras do presidente, tem sim as responsabilidades que são da federação, há outras que são dos Estados, mas ele (Temer) entende que é preciso que haja convergência de interesses para que se possa ir resolvendo progressivamente a crise dos Estados", disse Padilha. "Medidas eu penso que não (teremos), nós teremos propostas dos Estados que serão analisadas pela área econômica do governo."

Segundo Padilha, uma questão que deve ser avaliada pela Fazenda é a possibilidade de antecipar recursos da repatriação em 2017. Os Estados têm direito a parte do imposto de renda, e há quem defenda que a União antecipe esses valores para repassar aos Estados ainda este ano.

O ministro-chefe da Casa Civil disse ainda que Temer vai cumprir a promessa de enviar ao Congresso Nacional a proposta de reforma da Previdência ainda este ano.

O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou nesta sexta-feira (18) que o plano de socorro aos Estados pode incluir parte dos recursos que devem ser devolvidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao Tesouro Nacional. A instituição de fomento pretende pagar antecipadamente R$ 100 bilhões à União, mas o governo do presidente Michel Temer ainda estuda a "legalidade" de usar o dinheiro na equação com Estados.

"O presidente tem notícias de que a área econômica já identificou fontes (de recursos para socorrer Estados), está cuidando é da questão da legalidade", disse Padilha em entrevista à Rádio Gaúcha. Segundo o ministro, a crise dos governos estaduais tem sido tema prioritário para Temer nos últimos 15 dias. "Entra na conta todo o dinheiro da repatriação, mais recursos da devolução do BNDES", afirmou Padilha.

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A devolução dos recursos do BNDES foi uma das primeiras medidas anunciadas pelo governo Temer, ainda no mês de maio, como alternativa para reduzir a dívida pública. Isso porque a União emitiu títulos da dívida em favor do banco de fomento. Agora, a ideia é reaver os recursos e reduzir o endividamento - e consequentemente, pagar menos juros.

O Tribunal de Contas da União (TCU) ainda não julgou a consulta feita pelo Ministério da Fazenda sobre a legalidade da devolução dos recursos pelo BNDES ao Tesouro. Mas o relator, ministro Raimundo Carreiro, sinalizou em seu relatório que o governo terá de demonstrar que os R$ 100 bilhões serão "efetivamente utilizados" na redução da dívida pública federal.

"(Determinar que o Ministério da Fazenda) encaminhe ao Tribunal de Contas da União, quando da utilização dos recursos, informações e documentos que evidenciem o tratamento orçamentário e contábil dado à operação, que permitam verificar se os recursos oriundos das operações de pagamento antecipado do BNDES foram efetivamente utilizados no resgate de títulos públicos em mercado, até o limite dos recursos recebidos nas respectivas operações", diz o relatório de Carreiro.

Repatriação

Só o dinheiro da repatriação para os Estados seria "pouco", reconheceu Padilha. "Esse é um dinheiro que deve entrar na composição, mas é pouco e não resolve", afirmou o ministro. "Ajuda em alguma coisa, mas não dá uma relativa tranquilidade." No caso do Rio Grande do Sul, por exemplo, Padilha citou que o repasse não paga sequer 10% da folha de salários dos servidores.

Na primeira edição da repatriação, encerrada em 31 de outubro deste ano, os Estados receberam R$ 4,026 bilhões, já descontados os repasses do Fundeb. O Rio de Janeiro, que vive uma das crises mais agudas, recebeu apenas R$ 88,9 milhões. O maior repasse foi feito para a Bahia (R$ 359,6 milhões).

O próprio governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, chegou a dizer em uma de suas visitas a Brasília que o valor da repatriação não ajudaria o Estado a melhorar suas finanças. "Os critérios de divisão do fundo de participação dos estados são muito cruéis com o Rio de Janeiro e com São Paulo, unidades da Federação que mais recolhem tributos no país. Mas já não contávamos com esses recursos", afirmou na ocasião.

Demonstração clara

O ministro-chefe da Casa Civil disse que o governo federal está empenhado em encontrar uma maneira de ajudar os Estados e o Distrito Federal a sair da crise pela qual passam. Mas, segundo o ministro, o presidente Michel Temer quer uma demonstração clara de que os Estados vão ajustar suas contas. Padilha relatou que, há pelo menos 15 dias, esse é o tema número um de Temer, para quem o plano de socorro em estudo precisa necessariamente contemplar as 27 Unidades da Federação e não apenas um ou outro ente.

"Há, sim, vontade política do governo em encontrar uma solução, sob o ponto de vista legal, amparável, e sob o ponto de vista fático, viável", disse Padilha em entrevista concedida à Rádio Gaúcha, acrescentando que Temer quer começar a conversar com os governadores na próxima semana.

Padilha ressaltou mais de uma vez durante a entrevista que ainda não há uma solução definida, que as possibilidades estão em estudo, e que a maior preocupação agora é encontrar uma fórmula que esteja dentro da "legalidade".

A orientação de Temer, segundo Padilha, é que esta "fórmula" possibilite aos Estados equacionar suas dívidas, para que eles consigam adaptar gastos à receita. Diante disso, como "eles não conseguem fazer isso de uma hora para outra", o plano consiste em uma espécie de "calendário", com liberação progressiva de recursos federais, mediante o cumprimento de metas pelos Estados. "Os governadores terão de ter presente que eles terão de levar ao presidente uma demonstração clara de que vão ajustar as suas contas".

"A ideia do presidente Michel é pactuar com os Estados um ajuste das contas e com isso vai havendo liberação progressiva de recursos. Vai liberando conforme o cumprimento de metas, mês a mês", explicou Padilha. "Vai ser um trabalho meticuloso, dedicado, mas vale a pena. O Brasil só vai ser grande e forte no dia em que seus Estados forem grandes e fortes".

Padilha disse que os recursos totais da repatriação e parte dos valores que serão devolvidos pelo BNDES ao Tesouro Nacional devem entrar na composição de receitas para resolver tanto os problemas dos Estados quanto da União, que também tenta implementar um ajuste fiscal. O governo está ainda estudando a legalidade dessas receitas como solução de socorro aos governadores.

O Palácio do Planalto avaliou que o resultado das eleições municipais legitima o governo do presidente Michel Temer. Para o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, a ampla vitória de partidos da base aliada dá fôlego às medidas da equipe econômica do governo e "sepulta" as contestações à gestão que assumiu após o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

"Essa eleição sepulta qualquer tipo de contestação, seja sob o ponto de vista institucional, de legitimidade, ou de programa de governo", afirmou Padilha à reportagem.

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O ministro rebateu críticas da oposição de que o atual programa de Temer não foi aprovado pelos eleitores quando o então candidato à vice-presidente se elegeu, juntamente com Dilma. Na opinião de Padilha, as eleições municipais podem ser entendidas também como uma aprovação ao governo federal.

"Onde mora o cidadão? É no município. A sociedade, ao votar maciçamente nos candidatos do governo, está mostrando que apoia as iniciativas que foram tomadas", disse. "Essa é a manifestação do cidadão."

Ele criticou os partidos de oposição e ressaltou que o PT perdeu espaço em prefeituras e câmaras municipais nesta eleição. "Em que pese todo o discurso que os partidos de oposição utilizaram rebatendo as medidas do governo, o resultado nas urnas foi altamente negativo para eles e, por consequência, muito positivo para o governo", disse.

O ministro disse que o resultado demonstra que a população apoia a premissa básica do governo Temer, que segundo ele, é limitar as despesas e parar o endividamento. "Os brasileiros viram que o Brasil não tem uma outra alternativa", afirmou.

A avaliação de Padilha coincide com a de outros membros do núcleo político do governo. Uma preocupação do Planalto era que a votação e aprovação da PEC do Teto na Câmara dos Deputados, na reta final do segundo turno das eleições, tivesse impacto negativo nas campanhas dos candidatos governistas às prefeituras.

Segundo o ministro da Casa Civil, o apoio da população é essencial para o governo federal manter a base coesa na segunda fase da votação da PEC do Teto - em novembro, desta vez no Senado.

"Todos tomaram a consciência de que os gastos do governo não podem ser desenfreados, não se pode sair aumentando a conta todo ano sem nenhuma responsabilidade", disse.

A proposta vai tramitar na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e depois segue para o plenário. A votação em primeiro turno está marcada para o fim do próximo mês. A votação final está prevista para ocorrer em meados de dezembro.

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou na tarde desta sexta-feira, 21, que uma eventual delação premiada do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) "não está em pauta". Foi a primeira vez que um ministro do governo do presidente Michel Temer se manifestou desde que o ex-presidente da Câmara dos Deputados foi preso, na quarta-feira, 19. Com receio de impacto na agenda de reformas do ajuste fiscal, a ordem no Palácio do Planalto é de silêncio.

A rápida declaração de Padilha foi feita a jornalistas, ao ser questionado se o governo não teme uma possível delação de Cunha. Ele compareceu a um evento em São Paulo sobre infraestrutura, promovido pela Câmara Americana de Comércio Brasil-Estados Unidos (Amcham) e Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib). Chegou de helicóptero, discursou e foi embora.

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Mais cedo, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, também esteve no evento e defendeu o ajuste fiscal. Questionado se a prisão de Cunha poderia afetar a aprovação de medidas como a PEC do Teto, com votação prevista para a próxima terça, 25, o ministro disse apenas que "não é uma matéria da minha área, não acho que tenha a ver com orçamento". Já o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que foi muito aplaudido pela plateia, restringiu sua fala à área econômica e à PEC do Teto.

O evento teria a presença do presidente Michel Temer, do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e de Moreira Franco, secretário executivo do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), mas eles cancelaram suas participações.

Segundo o ministro da Casa Civil, o secretário não pôde vir, porque estava em viagem fora do País e não chegaria a tempo. No lugar de Moreira Franco, veio Tarcísio Freitas, secretário de Coordenação de Projetos da Secretaria do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).

Desafeto de Cunha, Moreira Franco foi acusado pelo deputado cassado de irregularidades na operação de financiamento do Porto Maravilha, no Rio, quando era vice-presidente da Caixa. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo em setembro, Cunha ainda afirmou que o programa de privatização conduzido por Moreira Franco no governo Temer "nasce sob suspeição".

PEC do Teto

Durante sua fala aos empresários, Padilha reforçou a importância da aprovação da PEC do Teto junto com a reforma da Previdência. Ele afirmou que Temer tem uma ampla base no Congresso para a aprovação das medidas, maior até que dos governos Lula e Fernando Henrique Cardoso.

Ao ser questionado sobre a prisão de Cunha, Padilha disse que o governo está "pensando na PEC do teto e na reforma da Previdência".

"Penso que a gente tem que trabalhar com os dados que a gente tem. Hoje a gente tem confiança absoluta que vamos ter mais que 308 votos", afirmou. Ele fazia referência ao segundo turno da votação da PC do Teto, que esta marcada para a próxima terça, 25.

Durante o discurso aos empresários, mais de uma vez o ministro falou que o País vive clima de "normalidade institucional". Padilha também elogiou Temer, responsável, segundo ele, por ter pacificado a Nação".

O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou que o governo do presidente Michel Temer não é contra nenhum movimento no País e que respeita a democracia. Criticado por movimentos populares, o governo enfrenta o desafio de propor um diálogo que convença a população sobre a necessidade de reformas da pauta econômica.

"Ninguém é contra qualquer movimento. A democracia pressupõe que haja dicotomia", afirmou Padilha, durante discurso em evento sobre infraestrutura na capital paulista. "Aos movimentos que se enquadram dentro da lei, respeitar e preservar. Aos que saírem à margem da lei, não são democráticos e logo devem se submeter à lei", disse. Padilha destacou que Temer conseguiu consolidar a imagem de um presidente que dialoga com todos os segmentos da sociedade.

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O ministro afirmou ainda que o governo do presidente Michel Temer conseguiu colocar o Pais no "rumo da normalidade". "O Brasil voltou a ser um país normal, democrático. Regime democrático não é regime de unanimidade", disse. Para Padilha, o ajuste nas contas proposto por Temer acontece após um período em que foram concedidas benesses históricas quando ninguém sabia que viria "o juízo final", referindo-se ao déficit que exigiu o ajuste fiscal.

Em sua apresentação, o ministro colocou quatro desafios para o Brasil: induzir o crescimento, manter e gerar novos empregos, conter o déficit da União e controlar a dívida pública. Ele destacou que não haverá indução do crescimento sem expansão na área da infraestrutura. "O Estado não deu no devido tempo atenção à infraestrutura, o investimento nessa área é sempre multiplicador", disse.

Ao comentar o Programa de Parcerias de Investimento (PPI), ele disse que no Brasil há um "mar de oportunidades" para investimentos em infraestrutura, ao citar concessões em logística, energia, saneamento e mobilidade urbana.

Após uma série de adiamentos, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse nesta quinta-feira (6) que o governo pretende enviar ainda em outubro a reforma da Previdência para o Congresso. "Deve chegar no Congresso ainda antes de nós termos concluído a votação da PEC 241 (Teto dos gastos) na Câmara. Presumivelmente agora em outubro", disse.

Após sucessivos adiamentos, o ministro disse que não gostaria de "fixar uma data", porque o presidente Michel Temer ainda quer discutir a proposta com as centrais sindicais, as confederações de empregadores e os líderes da base aliada. "Política tem o seu tempo", afirmou.

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As declarações do ministro foram dadas após participar de uma homenagem a Ulysses Guimarães, na Câmara de Deputados. Um dos fundadores do PMDB, o político completaria 100 anos nesta quinta-feira.

Citando o ex-presidente do partido, Padilha disse que o governo atual precisa de "coragem" para colocar em curso as reformas necessárias, como a da Previdência e o ajuste fiscal representado pela PEC que estabelece um teto para os gastos públicos.

"Tem algumas palavras que definem bem Ulysses, político tem que ter coragem. Hoje, quem faz política no Brasil tem que ter coragem de enfrentar o desafio que aí está. Precisa ter coragem para assumirmos o controle das contas públicas, ou elas ficarem incontroláveis para sempre.", disse.

O ministro se mostrou confiante de que os deputados irão aprovar a PEC do Teto na próxima semana. Segundo ele, a campanha publicitária que o governo lançou na TV e a atuação de convencimento dos parlamentares vai garantir uma votação expressiva. "Nós não podemos correr o risco, nós temos que ter responsabilidade máxima com o dinheiro do cidadão, não tem dinheiro público, quem paga a conta sempre é o cidadão", afirmou.

Parlamentares do PT, PMDB, PCdoB e Rede ingressam na tarde desta terça-feira, 13, com uma representação no Ministério Público Federal (MPF) para que seja instaurado um procedimento investigatório contra o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, e a advogada-geral da União, interina, Grace Mendonça.

Treze senadores e um deputado federal pedem que o Ministério Público investigue o envolvimento dos dois ministros do governo Michel Temer nas denúncias feitas pelo ex-chefe da Advocacia-Geral da União, Fábio Medina Osório, de que ambos teriam criado obstáculos a ações de aprofundamento, no âmbito do Poder Executivo, das investigações promovidas pela Operação Lava Jato.

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"O uso espúrio e distorcido do poder político deve ser objeto de averiguação pelo Ministério Público com relação a todos os agentes do Estado, de forma não seletiva", diz trecho da peça, que solicita, ainda, que a nova titular da AGU seja também investigada por prevaricação. O documento será protocolado na sede da Procuradoria-Geral da República, em Brasília.

Nesta segunda-feira (12), o senador Humberto Costa (PT) declarou que irá entrar com uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) para que o ministro-chefe da Casa Civil Eliseu Padilha (PMDB) seja investigado. Segundo o petista, é preciso apurar as denúncias de que Padilha e a nova chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Grace Mendonça, estariam agindo para abafar a Operação Lava Jato.  

“As revelações de que o governo do presidente Michel Temer quer encobrir malfeitos de seus integrantes foram dadas à imprensa no fim de semana pelo antecessor de Grace na pasta, Fabio Medina Osório. O ex-AGU de Temer foi demitido na própria sexta-feira porque, segundo ele, quis aprofundar as investigações da operação, dentro do Executivo, e ampliar o papel do órgão na reparação dos danos provocados ao erário”, declarou Humberto.

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O senador também apresentará requerimento de convite para que o ex-ministro da AGU Fabio Medina Osório explique as denúncias. “Nós queremos que o ex-advogado-geral da União venha reiterar aqui o que disse à imprensa. E o ministro Eliseu Padilha, que está na cozinha do presidente, que é uma espécie de alter ego seu, precisa explicar porque exonerou um colega que, segundo o próprio demitido atesta, estava fazendo a coisa certa”, declarou.

“Vejam vocês: o ex-advogado-geral da União acusa a sua sucessora de ter sentado sobre o dossiê referente aos inquéritos que a AGU precisava ter em cópia, com a justificativa de que não conseguia encontrar um HD externo para copiar os arquivos. Agora, ela foi agraciada com a chefia da pasta”, acrescentou.

Humberto Costa ainda lembrou que se trata da quarta demissão de um ministro em menos de quatro meses do Governo Temer. “Esses fatos precisam ser imediatamente explicados e todos os envolvidos com prevaricação, punidos. Eles são extremamente graves e eu espero, sinceramente, que o Ministério Público e a Polícia Federal abram os procedimentos cabíveis para a apuração rigorosa desse episódio”, frisou.

Defesa

Nesta segunda (12), questionado por jornalistas, durante participação em evento, Padilha se defendeu sobre as acusações. “Este tema é um tema de ontem. Hoje, ontem e amanhã, não há absolutamente nada de parte do governo que não seja estimular a Lava Jato", afirmou.

O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, sinalizou neste sábado que o presidente em exercício, Michel Temer, ainda não bateu o martelo sobre a possível recriação do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Cobrado por produtores rurais e questionado por jornalistas em sua passagem pela Expointer (Exposição Internacional de Animais, Máquinas, Implementos e Produtos Agropecuários), no Rio Grande do Sul, Padilha disse que Temer estuda três possibilidades para o MDA, mas que o tema só será retomado após a conclusão do processo de impeachment.

Assim que assumiu a presidência, Temer fez mudanças na Esplanada e o MDA passou a ser a Secretaria de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Agrário, subordinada à Casa Civil. No dia 11 de agosto, Padilha afirmou que já estava definido pelo governo que em setembro o MDA seria recriado. Entretanto, alguns interlocutores de Temer disseram que a questão ainda não estaria fechada e que o presidente em exercício ainda estaria "refletindo a respeito".

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Na Expointer, havia a expectativa de que Padilha pudesse trazer uma palavra final sobre o assunto, mas ele manteve o suspense. Durante a cerimônia de abertura, o assunto foi lembrado. O presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag), Carlos Joel da Silva, por exemplo, disse que contava com a recriação do MDA. "Queremos a volta do ministério em setembro, como foi anunciado. Precisamos disso", falou.

Padilha não entrou neste tema em seu discurso. Questionado por jornalistas, deu a entender que a configuração atual não será mantida, mas que uma definição concreta sobre o MDA - dedicado à agricultura familiar - só virá de fato depois da conclusão do processo de impeachment.

"Ele (Temer) ainda não sabe se este ministério será autônomo, se ele vai ficar junto com o Ministério de Desenvolvimento Social e Agrário, como foi a concepção original, ou junto com o Ministério da Agricultura. Ele tem as três hipóteses em estudo", disse. "Mas este é um tema para depois de nós termos confirmado o presidente de forma definitiva."

Já o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, que também participou da abertura do evento, afirmou que o governo olha o agronegócio "como um todo", sem esquecer a agricultura familiar. Ele disse que a prioridade é oferecer à população brasileira produtos de qualidade e com preços competitivos, mas reconheceu que é necessário ter políticas diferentes para o pequeno e para o grande produtor.

Com receio do surgimento de um racha na base aliada em decorrência das disputas municipais deste ano, o presidente em exercício, Michel Temer (PMDB), estabeleceu algumas condutas que deverão ser seguidas pelos ministros de seu governo. As regras foram discutidas ao longo da última semana e encaminhadas na manhã deste sábado pelo ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, aos integrantes do primeiro escalão do governo, por meio de mensagens no Whatsapp.

"Outro dia nós estávamos conversando sobre política e eleições e o presidente Michel disse que achava que o governo não deveria se meter na eleição municipal porque nós temos uma base de muitos partidos e na medida que há uma disputa entre eles, se você entrar a favor de um, o outro não vai gostar. Em resumo, para preservar a nossa base que é consistente, a gente não pode criar nenhum tipo de fissura, daí fiz um comunicado dizendo que estava seguindo uma orientação do presidente", afirmou Padilha.

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No horizonte do governo está o fato de que a intensificação das disputas municipais deverá ocorrer no mesmo período em que o governo espera ter aprovadas algumas propostas no Congresso, que visam a reestruturação da economia. Entre as prioridades do Palácio do Planalto está a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece um teto para os gatos públicos. O texto ainda está na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara e para que tenha efeito em 2017 deverá, além de ser aprovada na Casa, também pelo Senado até o próximo mês de dezembro.

"Comecei dizendo que a manutenção da base era a mais importante. Nós precisamos manter a base para aprovar as reformas que temos que fazer, aprovar a PEC do Teto, aprovar os projetos que são reestruturantes da nossa economia", afirmou Padilha.

Entre as orientações aos ministros está a de não subir em palanques onde haja candidatos de diferentes partidos da base disputando. Por outro lado, os integrantes do primeiro escalão ficam liberados de participar dos eventos internos das respectivas legendas.

"Nós sabemos que os ministros têm partidos, que aqueles que são políticos têm apoio dos vereadores, prefeitos, vice-prefeitos, que contam com a participação deles. Então, sugerimos que eles participem de todos os atos internos, de reunião do partido com seus candidatos. Agora, palanque para abrir disputa com outro partido, com outro candidato que é da base, aí o governo deve evitar de fazer isso. Essa é a preocupação, para preservar a solidez da base que nós temos", ressaltou o ministro.

Além dos palanques, os ministros ficariam impedidos de participarem das propagandas eleitorais de rádio e TV em locais em que representantes de partidos da base estiverem disputando.

Apesar dessas restrições, não ficou vedada a gravação de vídeos e mensagens dos ministros para uso dos postulantes nas redes sociais. "Nestes casos é quase impossível você evitar. Mas também vamos avaliar isso. Eu inclusive pedi sugestões pra ver onde podemos aprimorar isso", considerou.

Acordo

Segundo o ministro, no comunicado enviado hoje, além de sugestões solicitadas, uma alternativa colocada para se liberar a participação dos ministros é a de ser feito um acordo local entre os candidatos dos partidos da base.

"Nos Estados em que os partidos da base acharem que é possível fazer um acordo, sem problemas. Basta os presidentes dos partidos nos Estados, deputados e senadores assinarem um documento com cópia para o ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) dizendo o que eles combinaram", afirmou.

O governo federal pretende apresentar ao Congresso Nacional uma proposta de regime único para a Previdência Social que agregará, sob um mesmo grupo, contribuintes civis e militares, informou hoje (25) o chefe da Casa Civil da Presidência da República, Eliseu Padilha.

 Segundo Padilha, há uma equipe estudando a proposta com o intuito de identificar “as variáveis e o tempo necessário” para que seja implementada a transição para um regime único.

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“Os ministérios do Planejamento e da Fazenda, juntamente com a Casa Civil e integrantes do grupo de trabalho [criado para formular propostas para a reforma previdenciária] estão cuidando disso. O pedido foi do presidente [interino] Michel Temer, e pedido de presidente é uma ordem. Portanto, o pessoal já começou a se dedicar para ver quais são as variáveis para pensarmos em um regime único, e o tempo necessário para isso”, disse Padilha, após participar de almoço com integrantes do Comando da Aeronáutica.

Padilha confirmou que, na proposta a ser encaminhada ao Congresso Nacional, os militares também serão incluídos no regime único da Previdência. “Se o regime é único, é essa a ideia do presidente. Mas ainda é uma ideia muito embrionária”, disse o ministro.

“Entre servidores públicos e celetistas [regidos pela CLT, Consolidação das Leis do Trabalho], o teto já está definido, e temos apenas de ver como atingir a aquisição do direito à aposentadoria. Muitos países já fizeram isso, e o Brasil também poderá fazer. O estudo já foi pedido pelo presidente, que o receberá assim que for finalizado”, disse o ministro.

“O presidente é um constitucionalista e, para ele, todos os brasileiros são iguais perante a lei”, acrescentou Padilha, ao informar que a proposta de reforma previdenciária deverá ser apresentada ainda em 2016 ao Parlamento.

No último fim de semana, Padilha comentou, em sua conta no Twitter, que quem já tiver direito à aposentadoria não sofrerá nenhuma mudança ou prejuízo, e que o déficit da Previdência foi R$ 86 bilhões em 2015 e será de R$ 140 bilhões em 2016 e de R$ 180 bilhões, em 2017. “Em breve não caberá no OGU [Orçamento Geral da União]”, disse ele.

Impostos

O ministro reiterou o que tem sido dito pelas autoridades governamentais sobre a possibilidade de se aumentarem impostos como forma de se cumprir as metas fiscais. “O papel [do Ministério] da Fazenda é avaliar o cenário e, conforme foi dito, não só pelo presidente, mas pelo ministro [Henrique] Meirelles, essa seria a última alternativa, se não houver outro caminho.”

Padilha disse que está confiante no auxílio do Congresso Nacional ao governo na aprovação das propostas econômicas. “Eu confio muito que vamos aprovar todas as medidas com um quórum de dois terços.”

Olimpíada

O chefe da Casa Civil comentou ainda a insatisfação manifestada pela delegação olímpica australiana com as instalações destinadas a seus atletas na Vila Olímpica, no Rio de Janeiro. “Primeiro precisamos fazer uma distinção: as obras são de responsabilidade do Comitê Olímpico, e o governo brasileiro não tem participação nisso", disse Padilha.

 "Foram declarações desagradáveis, mas precisamos virar a página porque há outras declarações de atletas dizendo que [as instalações] estão às mil maravilhas. Acho que [a crítica da delegação australiana] foi um caso isolado”, afirmou o ministro.

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