A Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco informou nesta quarta (28) que os registros da coqueluche, doença que atinge, principalmente, crianças com menos de um ano de idade, apresentaram aumento de 27% no estado em 2019 em comparação com 2018. A doença é infecciosa e compromete o sistema respiratório, e a única forma de estimular a imunidade contra a enfermidade é a vacina.
Em 2018, foram registradas 405 ocorrências da doença, e 517 em 2019. Do total de casos em 2019, 276 ocorreram em bebês menores de um ano, o que corresponde a 53% das confirmações. Crianças entre 1 e 4 anos de idade formam a segunda faixa etária mais acometida pela doença, com 118 confirmações.
##RECOMENDA##Analiria Pimentel, médica infectologista do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC), comenta que, sobretudo durante a pandemia, a população tem apresentado um receio maior em levar as crianças à vacinação, mas reafirma que manter o calendário vacinal em dia não é somente importante, como uma obrigação.
"A imunidade adquirida pela doença por meio da vacina é duradoura, mas não é permanente. Assim, crianças maiores, jovens e adolescentes, além dos adultos, também podem adoecer e transmitir a doença para crianças menores de um ano, que desenvolvem a forma mais grave, por isso a importância de garantir as doses para evitar o adoecimento do público infantil, sempre mais vulnerável. Infelizmente, é uma doença grave que acomete os pequenos de forma mais intensa", afirma a especialista.
A imunização disponível é a pentavalente, que protege contra difteria, tétano, coqueluche, Haemophilus influenzae do tipo b e hepatite B. Ela deve ser feita em três doses, aos dois, quatro e seis meses de vida.
O primeiro reforço, aos 15 meses de vida, ocorre com a vacina tríplice bacteriana (DTP), que protege contra difteria, tétano e coqueluche. O segundo reforço deve ser feito aos quatro anos de idade, para que se complete a imunização.
Gestantes também podem se vacinar. A imunização é gratuita e está disponível nos postos de saúde. É recomendada a cada gestação, a administração de uma dose de dTpa (difteria, tétano e coqueluche acelular), a partir da 20ª semana de gestação.
As autoridades informam que é preciso estar atento aos sintomas nos primeiros anos de vida. Eles se apresentam em três fases sucessivas, com manifestações respiratórias do tipo leve nas primeiras duas semanas. Os efeitos podem chegar à congestão nasal, crises de tosse súbita, estado febril, náusea e pele azulada.