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Vez por outra, quando algum assunto repercute nas redes sociais, o nome do âncora e editor chefe do Jornal Nacional, William Bonner, figura entre os assuntos mais comentados do Twitter. Nesta quinta-feira (18), com a prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, não foi diferente. Muitos memes surgiram e alguns já estão ansiosos para saber como vai ser a cobertura do caso queiroz no principal telejornal da TV Globo.

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O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro aponta que Fabrício Queiroz estava pagando as mensalidades das escolas das filhas do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos). Os investigadores obtiveram imagens de Queiroz fazendo pagamentos em horários e datas que batem com as quitações das mensalidades escolares das filhas do senador.

Os valores dos pagamentos realizados pelo ex-chefe de gabinete de Flávio Bolsonaro também coincidem com os custos das mensalidades. Segundo o El País, ao solicitar a prisão de Fabrício Queiroz, os promotores apresentaram à Justiça novas provas de que o suspeito atuava como operador financeiro do filho do presidente Jair Bolsonaro. 

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Queiroz foi preso preventivamente na manhã desta quinta-feira (18), em Atibaia, interior de São Paulo, na casa do advogado da família Bolsonaro. Ele é acusado de ser o articulador financeiro de um suposto esquema de 'rachadinha' enquanto Flávio Bolsonaro cumpria o mandato de deputado estadual do Rio de Janeiro. 

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-> 'Grande Dia': Esquerda comemora a prisão de Queiroz

O advogado de Fabrício Queiroz, Paulo Emílio Catta Preta, considerou a prisão preventiva de seu cliente como medida jurídica exagerada e desnecessária. Queiroz foi preso na manhã de hoje (18), em Atibaia, no interior de São Paulo.

Ele disse ainda que pedirá que seu cliente seja transferido para uma unidade prisional da Polícia Militar, já que ele é PM reformado. Catta Preta falou com a imprensa no início da tarde desta quinta-feira, do lado de fora do Presídio de Benfica, no Rio de Janeiro, para onde seu cliente foi levado após a prisão.

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“Me parece excessivo uma pessoa que sempre esteva à disposição, que está em tratamento de saúde, que ofereceu esclarecimentos nos autos, que não apresenta risco nenhum de fuga, ela sofra uma medida tão pesada quanto uma prisão preventiva. Mas eu só vou poder fazer um juízo definitivo disso, no momento em que eu tiver a decisão.”

Catta Preta refutou a arguição do Ministério Público (MP) de que a prisão se justificaria pela possibilidade de Queiroz destruir provas: “com base em que se diz isto? Poder destruir provas como uma possibilidade inexistente, distante, abstrata, não justifica prisão nenhuma. Poder destruir provas todos nós podemos, mas não podemos ser presos por isto, em termos de potencialidade. Tem que existir uma conduta concreta que revele este risco como real.”

O advogado, que conversou por 20 minutos com seu cliente, disse que ele não explicou o motivo de estar no sítio do advogado Frederick Wassef, em Atibaia. Wassef é advogado do senador Flávio Bolsonaro: “Quando eu perguntei a ele por que estava em São Paulo, ele disse que ia a São Paulo com alguma regularidade para cuidar da saúde. Desde que ele fez a cirurgia de câncer, há mais de um ano, e recentemente fez uma de próstata, há dois meses, ele tem ido, sempre que necessário, para São Paulo, mas não me disse, exatamente, porque estava na casa do advogado.”

Catta Preta disse que, enquanto não tiver acesso aos autos do processo, Queiroz não prestará depoimento. Ele descartou, ainda, a realização de delação premiada por parte de seu cliente. Por último, o advogado disse que vai pleitear um habeas corpus para Queiroz.

A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP), disse que Queiroz ficará em isolamento social de 14 dias, por conta da covid-19, no presídio Bangu 8.

Parlamentares, ex-aliados de Jair Bolsonaro e filhos do presidente reagiram à prisão do ex-assessor de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), Fabrício Queiroz. Entre as manifestações, surgiram pedidos para que Queiroz aceite virar delator, questionamentos sobre a participação do presidente na "estadia" dele na casa do advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef, e até mesmo pedido de cassação do mandato de Flávio.

Queiroz foi preso na manhã desta quinta-feira (18), em um imóvel de propriedade de Wassef, advogado da família Bolsonaro, em Atibaia, no interior de São Paulo. A operação, conduzida pelos Ministérios Públicos do Rio e de São Paulo, foi batizada como "operação Anjo", uma referência ao apelido do advogado entre os membros do clã Bolsonaro. Além de Queiroz, um mandado de prisão preventiva foi expedido em nome de Márcia Oliveira Aguiar, esposa do ex-assessor, e buscas foram realizadas em um imóvel na zona norte do Rio, onde morou uma assessora de Flávio.

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Entre os mais incisivos ao comentar a prisão de Queiroz está o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ). Em uma série de publicações, o parlamentar questionou se a ideia de "esconder o Queiroz na casa do advogado do 01" foi de Bolsonaro e afirma que o ex-assessor tem relações com a milícia do Rio de Janeiro, tendo inclusive apresentado o ex-PM Adriano Magalhães da Nóbrega, conhecido como "Capitão Adriano" - morto na Bahia e apontado como chefe da milícia Escritório do Crime - a Flávio Bolsonaro. Freixo foi relator da CPI das Milícias quando era deputado estadual no Rio.

"Homem de confiança de Jair Bolsonaro, Queiroz jogava em todas as posições no time da família: ponta de lança na área da milícia, articulador das rachadinhas no gabinete do Flávio, trouxe o matador Adriano da Nóbrega para o elenco e ainda depositou $$$ na conta da primeira-dama", escreveu Freixo em um dos tuítes.

O senador Fabiano Contarato (Sustentabilidade-ES) foi outro que questionou o fato de Queiroz estar na casa do advogado da família. Contarato classificou como "lorota" as recorrentes declarações de Flávio afirmando não saber o paradeiro do ex-assessor. "Estava escondido na casa do advogado da família Bolsonaro há mais de um ano e o senador investigado diz que não sabia do seu paradeiro. Com certeza não dá para acreditar nessa lorota: o cinismo dessa gente não tem limites!", escreveu.

O líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Sustentabilidade-AP), foi mais radical em sua manifestação. O senador defendeu a cassação do mandato de Flávio e que o filho do presidente fosse levado até a Justiça. "Queiroz foi preso! E foi encontrado na casa do advogado de FLÁVIO BOLSONARO. Quem poderia imaginar essa relação? Aliás, está na hora da nossa denúncia contra Flávio andar. Tem que ser cassado URGENTE! O senador e filho do presidente deve respostas à justiça. Ah! Grande dia."

Ex-aliados do presidente também aproveitaram o momento para criticar a relação da família com o ex-assessor, apontado pelo MP do Rio como o operador de um esquema de rachadinha no gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, quando era deputado estadual. A deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), publicou uma série de mensagens com a hashtag #DelataQueiroz em seu Twitter. Em uma delas, a deputada destacou que a fachada do imóvel onde houve a prisão tinha uma placa do escritório de advocacia de Wassef.

Utilizando a mesma hashtag, o deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP) fez referência a uma declaração em que Queiroz pede que nada aconteça com sua filha, que também foi assessora da família Bolsonaro, e com sua mulher - alvo de um mandado de prisão. "Queiroz dizia que ficaria calado se fosse preso, mas abriria o bico caso a Justiça chegasse na sua mulher ou na sua filha. Sua mulher teve mandado de prisão expedido hoje. #DelataQueiroz GRANDE DIA."

O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, não fez nenhuma crítica direta. No entanto, aproveitou para voltar ao tema de que a independência entre as instituições. Ao deixar o governo, Moro acusou o presidente Jair Bolsonaro de tentar interferir na Polícia Federal, o que resultou no inquérito que vem sendo relatado pelo ministro Celso de Mello no Supremo Tribunal Federal. "O importante é que polícias, Ministério Público e Cortes de Justiça possam trabalhar de maneira independente e que todos os fatos sejam esclarecidos", disse.

Alvo da mesma investigação em que Queiroz é alvo, o senador Flávio Bolsonaro foi o primeiro representante da família a se manifestar publicamente após a prisão de seu ex-assessor. Flávio se disse tranquilo e afirmou que a operação era apenas "mais uma peça" movimentada para atacar Bolsonaro.

"Encaro com tranquilidade os acontecimentos de hoje. A verdade prevalecerá! Mais uma peça foi movimentada no tabuleiro para atacar Bolsonaro. Em 16 anos como deputado no Rio nunca houve uma vírgula contra mim.Bastou o Presidente Bolsonaro se eleger para mudar tudo! O jogo é bruto!"

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), por sua vez, usou as redes sociais para esclarecer que o imóvel em que houve buscas na zona norte do Rio não pertence ao seu pai. No começo da manhã, um mandado de busca e apreensão foi cumprido em um endereço no bairro de Bento Ribeiro, próximo a um imóvel declarado como bem do presidente. A casa alvo do mandado, onde morava uma assessora de Flávio, contudo, não é o mesmo.

Preso nesta quinta, 18, em Atibaia, São Paulo, Fabrício Queiroz estava sem advogado desde dezembro do ano passado, quando Paulo Klein deixou sua defesa. Neste mês, contudo, o ex-assessor de Flávio Bolsonaro contratou Paulo Emílio Catta Preta, experiente defensor de Brasília que atuou recentemente para Adriano Magalhães da Nóbrega, miliciano do Rio morto em fevereiro. 'Capitão Adriano', como era conhecido, também tem ligação com o esquema de rachadinha no gabinete do filho de Jair Bolsonaro.

Catta Preta está no Rio, na cadeia de Benfica, onde Queiroz ficará preso. Eles conversam pessoalmente, pela primeira vez, no início desta tarde. "A família me procurou no início do mês, estava preocupada por ele estar sem advogado", explicou o advogado ao Estadão, pouco antes de Queiroz chegar ao local.

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O defensor ainda não estudou a fundo os autos do caso, que desde 2018 é tocado pelo Ministério Público do Rio.

Miliciano morto tinha relação com Queiroz e Flávio

Adriano foi morto em fevereiro deste ano pela polícia da Bahia, no município de Esplanada. Era apontado por investigadores do Rio como chefe do Escritório do Crime, grupo de pistoleiros da milícia na zona oeste da capital fluminense. Quando ainda era policial militar - chegou a ser capitão do BOPE -, Adriano trabalhou com Queiroz no batalhão de Jacarepaguá, também na zona oeste. Ele respondem juntos a um homicídio registrado como "auto de resistência".

No caso da rachadinha, Adriano está ligado a Flávio por meio da mãe, Raimunda Veras Magalhães, e a ex-mulher, Danielle da Nóbrega. Em mensagens de WhatsApp obtidas no âmbito da investigação sobre a milícia, o Ministério Público do Rio constatou que Adriano se beneficiava do esquema na Alerj. Ele afirmou à ex-esposa que "também contava" com o que vinha do dinheiro da Assembleia.

O senador Fabiano Contarato (Rede-ES) encaminhou, nesta quinta-feira, 18, um ofício endereçado ao Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, solicitando a apuração de potencial infração ética e a responsabilização do advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef, por ter ocultado informações sobre o ex-assessor parlamentar Fabrício Queiroz.

Como o Estadão divulgou mais cedo, Wassef afirmou, em ao menos duas ocasiões no ano passado, desconhecer o paradeiro de Queiroz, que foi preso nesta quinta em um imóvel do advogado em Atibaia, no interior de São Paulo. Segundo o delegado da Polícia Civil Osvaldo Nico Gonçalves, o ex-funcionário do gabinete do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) morava na casa havia um ano. Wassef é advogado do filho do presidente no caso das 'rachadinhas', que levou à prisão que Queiroz, o que levanta a suspeita sobre uma possível troca de informações entre investigados - que poderia configurar tentativa de obstrução de Justiça.

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"O Estatuto da Advocacia e da OAB, Lei n. 8.906/94, dispõe ser dever do advogado proceder de forma que o torne merecedor de respeito e que contribua para o prestígio da classe e da advocacia (art. 31). O código de Ética diz ainda que o advogado deve abster-se de 'emprestar concurso aos que atentem contra a ética, a moral, a honestidade e a dignidade da pessoa humana'. Ao mentir publicamente sobre o paradeiro de Queiroz, Wassef desonra nossa categoria", escreveu Contarato no documento.

O senador afirma ainda que os fatos narrados, ainda que potencialmente, 'ferem a dignidade e a moralidade da profissão de maneira pública, uma vez que associam o exercício da advocacia ao encobrimento de manobras espúrias'.

'Rachadinha'

Queiroz é investigado em um suposto esquema de rachadinha na Assembleia Legislativa do Rio e por lavagem de dinheiro em transações imobiliárias com valores de compra e venda fraudados.

Em dezembro de 2018, o Estadão revelou que ele foi citado em um relatório do antigo Conselho de Atividades Financeiras (Coaf) por movimentar R$ 1,2 milhão em sua conta de maneira 'atípica', o que arrastou o gabinete do filho do presidente Jair Bolsonaro para o centro de uma investigação do Ministério Público Estadual.

Promotores apontam indícios de que uma organização criminosa foi montada no gabinete de Flávio, o 01 do presidente, para desviar dinheiro dos salários dos funcionários, a chamada 'rachadinha'. O dinheiro teria sido lavado por meio da compra e da venda de ao menos 19 imóveis no Rio.

Em abril de 2019, a Justiça do Rio de Janeiro determinou a quebra do seu sigilo fiscal e bancário, do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), e de outras 84 pessoas e 9 empresas entre 2007 e 2018.

COM A PALAVRA, FREDERICK WASSEF

Até a publicação desta matéria, a reportagem não obteve contato com o advogado Frederick Wassef que, até o momento, não atendeu às ligações. O espaço permanece aberto a manifestações.

Políticos de oposição classificaram esta quinta-feira (18) como um "Grande Dia" para comemorar a prisão de Fabrício Queiroz. O termo, inclusive, está entre os assuntos mais falados no Twitter. O ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos), acusado de articular esquema de ‘rachadinha’ em seu antigo gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), é apontado pelos opositores como a principal ligação entre a família Bolsonaro e os crimes cometidos por milícias cariocas.

Queiroz foi encontrado pela Polícia Civil na casa do advogado da família, Frederick Wassef. 

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"Imagina o desespero do Jair Bolsonaro agora... O único isolamento social que ele defendia era o do Queiroz", ironizou o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL). O parlamentar ainda aponta que o ex-assessor foi responsável por apresentar a família Bolsonaro ao miliciano Adriano da Nóbrega, integrante do Escritório do Crime, que estava envolvido na morte da ex-vereadora Marielle Franco (PSOL). Ele seguia foragido, mas foi executado pela Polícia Militar da Bahia no início deste ano.

Um dos postulantes à cadeira presidencial na última eleição, Guilherme Boulos (PSOL), acredita que, caso o ex-assessor abra a boca, o presidente será deposto do cargo. Ele ainda lançou a campanha '#FalaQueiroz', que pede o depoimento do suspeito.

A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB) apropriou-se do terraplanismo da extrema-direita para fazer uma alusão à uma das condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Lava Jato. "A gente sabe que a Terra plana gira quando o amigo de Bolsonaro desde a década de 80 é preso em... Atibaia", publicou. 

Já a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL) destacou a proximidade entre Bolsonaro e Queiroz. Para ela, o ex-assessor é o elo da família com "esquemas criminosos de ordem variada".

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Um vídeo em que um homem confronta o vereador do Estado do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro circula nas redes sociais nesta sexta-feira (12). Na imagem o homem afirma que o filho do presidente comanda um gabinete do ódio e questionou “cadê o Queiroz?”.

"O senhor comanda um gabinete do ódio junto com seu pai, é isso mesmo e eu tou aqui dizendo para todo mundo, eu quero saber aonde está o Queiroz?", esbraveja o homem no vídeo. As acusações do homem contra Carlos Bolsonaro vão além. 

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"quem mandou matar Marielle Franco? Eu estou te perguntando, o senhor sabe, quem mandou matar Marielle Franco?". Na imagem Carlos aparece no mercado rebatendo a fala, mas não é possível identificar no vídeo o que foi dito pelo vereador.

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Embora a Polícia Federal (PF) do Rio de Janeiro tenha pedido o arquivamento de um inquérito que apura se o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) mentiu ao declarar imóveis nas últimas eleições, o Ministério Público Eleitoral decidiu que vai continuar com a investigação de suspeita de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica eleitoral.

Além disso, o caso, que está nas mãos da 204ª Promotoria Eleitoral do Rio de Janeiro, passa a receber o auxílio do Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (Gaecc), o mesmo que investiga o suposto esquema de rachadinha (quando servidores devolvem aos políticos parte dos seus salários) no antigo gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

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Em março, a PF havia pedido o arquivamento do inquérito, mas a Promotoria não concordou e solicitou ajuda ao Gaecc. Isso porque as duas investigações podem se cruzar, já que o inquérito eleitoral apura se o senador mentiu ao declarar seu patrimônio nas últimas eleições de que participou.

A informação a respeito da manutenção do inquérito foi noticiada pelo jornal O Globo e confirmada pelo jornal O Estado de S. Paulo.

"O Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção do MPRJ (GAECC/MPRJ) confirma que passou a atuar no caso a partir de auxílio solicitado pela 204ª Promotoria Eleitoral e que está analisando o inquérito para adoção das medidas cabíveis", informou o Ministério Público, por meio de nota.

Rachadinha

A investigação do Gaecc sobre o esquema de rachadinha está em estágio mais avançado. Há mais de um ano, em abril de 2019, os promotores conseguiram autorização da Justiça para fazer as primeiras quebras de sigilo bancário e fiscal dos investigados. Depois, em dezembro, chegaram a cumprir mandados de busca e apreensão.

O juiz que autorizou as medidas cautelares, Flávio Itabaiana Nicolau, é o mesmo em cujas mãos está a função de decidir sobre o que for produzido no inquérito eleitoral.

O esquema investigado teria o ex-assessor Fabrício Queiroz como operador financeiro. Homem de confiança da família Bolsonaro, ele seria o responsável por receber de volta parte do salário dos funcionários do gabinete de Flávio. O senador nega todas as acusações de irregularidades. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após as afirmações que fez envolvendo o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), de quem é suplente, o empresário Paulo Marinho prestou na quinta-feira, 21, depoimento no Ministério Público Federal sobre suspeita de vazamento de informações da Operação Furna da Onça. Durante o depoimento, a defesa do empresário e pré-candidato à prefeitura do Rio pelo PSDB pediu ao MPF que investigue informações de que suas contas bancárias estariam sido alvo de uma "devassa" em represália às suas declarações.

Marinho se disse "perplexo" com a possibilidade de invasão de suas contas. Segundo o site O Antagonista, "algum poderoso de Brasília" estaria demandando informalmente dados bancários do empresário. "Eu solicitei ao procurador que tomasse as providências e apurasse", disse Marinho após deixar a sede do MPF no Rio.

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Ele e sua defesa não deram detalhes sobre o que seria a suposta devassa nas suas contas bancárias.

Na eleição de 2018, o patrimônio declarado do candidato a suplente era de R$ 752,7 mil. A lista de bens não inclui, por exemplo, a casa no Jardim Botânico, zona sul do Rio, que serviu como uma espécie de bunker para a campanha de Bolsonaro. Isso porque a residência e outros bens do empresário estão no nome de sua esposa.

A estratégia seria uma forma de impedir bloqueios de bens na Justiça, já que Marinho enfrenta vários processos envolvendo antigos negócios, como os feitos em parceria com Nelson Tanure, de quem já foi sócio no estaleiro Verolme e com quem trabalhou no Jornal do Brasil. Os dois viraram inimigos na Justiça, onde também responderam a processos movidos por antigos funcionários.

Ao deixar a Procuradoria-Geral, Marinho disse que deixou provas de suas declarações com os procuradores, mas que não poderia revelar mais nada. "Reproduzi o meu depoimento de ontem (anteontem, à Polícia Federal) com riqueza de detalhes maior porque a investigação aqui é mais ampla. Trouxe provas, deixei nas mãos do procurador. E ele me recomendou que eu, igualmente ao depoimento de ontem, não declarasse ou divulgasse o teor."

Entre as provas que podem ter sido apresentadas por Marinho estão papéis que comprovem a realização de reuniões entre ele, Flávio e outros aliados que ele citou em entrevista publicada no domingo pelo jornal Folha de S.Paulo. À publicação, Marinho relatou que Flávio teria recebido, de um delegado da Polícia Federal, informações vazadas sobre uma investigação que poderia atingir seu ex-assessor Fabrício Queiroz.

O procurador Eduardo Benones disse que o conteúdo apresentado por Marinho é significativo e faz com que as investigações continuem. "Foi produtivo. No mínimo temos razão para continuar as investigações." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O empresário Paulo Marinho prestará novo depoimento na tarde desta quinta-feira (21) desta vez, na sede do Ministério Público Federal no Rio de Janeiro. Na tarde de ontem, o suplente do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) passou cinco horas na sede da superintendência da Polícia Federal, onde o MPF também estava representado.

À PF, Marinho levou papéis que podem ser considerados provas de que as acusações que fez contra Flávio são verdadeiras. Ao sair da superintendência, contudo, ele alegou que não poderia dar detalhes do que foi dito aos investigadores, já que o processo é sigiloso. No Twitter, ele afirmou que o conteúdo do que apresentou dialoga com o que o ex-ministro Sérgio Moro disse ao sair do governo de Jair Bolsonaro.

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"Sobre o meu depoimento na PF: por mais de cinco horas, trouxe detalhados elementos que vão auxiliar a investigação, indo ao encontro do que o Sérgio Moro trouxe à tona. Por ordem da autoridade policial, não posso revelar o teor do meu testemunho", publicou o empresário, que foi um dos principais aliados de Bolsonaro na campanha de 2018.

Em entrevista à Folha de S.Paulo publicada no último domingo, Marinho afirmou que um delegado teria se encontrado na porta da superintendência da PF - a mesma em que foi depor hoje - com interlocutores do então deputado estadual e hoje senador para informar que a operação Furna da Onça seria atrasada, a fim de não prejudicar a família Bolsonaro em meio ao período eleitoral de 2018.

A operação foi às ruas no dia 8 de novembro e cumpriu 19 mandados de prisão temporária, três de prisão preventiva e 47 de busca e apreensão, expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) e tendo como foco deputados da Assembleia Legislativa do Rio.

Flávio não era alvo, mas relatórios de inteligência financeira produzidos pelo antigo Coaf já apontavam desde janeiro daquele ano movimentações suspeitas nas contas de Fabrício Queiroz, seu suposto operador financeiro no esquema de "rachadinha". Os relatórios tinham como escopo deputados e assessores da Alerj, e o caso específico de Flávio foi revelado pelo Estadão no início de dezembro, quando o procedimento investigativo já havia sido aberto pelo Ministério Público do Rio.

Segundo Marinho, os advogados Miguel Braga Grillo e Victor Granado Alves, que têm longo histórico de relação com a família Bolsonaro em gabinetes e processos judiciais, compareceram à sede da PF junto com outra interlocutora, Val Meliga, para ouvir o que o delegado tinha a dizer.

Após cerca de cinco horas de depoimento na superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro, o empresário Paulo Marinho disse que não podia comentar sobre o que falou aos investigadores porque o inquérito é sigiloso. Havia a expectativa de que ele apresentasse provas sobre as acusações que fez contra o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), de quem é suplente. Ao chegar ao local, o ex-aliado da família presidencial foi perguntado sobre o que carregava na mochila. "Um suco de laranja", brincou.

O depoimento foi prestado a delegados da PF e procuradores do Ministério Público Federal. Enquanto os policiais reabriram um procedimento antigo sobre o suposto vazamento da operação Furna da Onça, o MPF abriu um inquérito a partir das declarações do empresário.

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"Para não prejudicar as investigações, não posso dar nenhuma declaração a respeito do meu depoimento. Em respeito a vocês que estão aqui desde as duas da tarde, vim dar essa declaração", limitou-se a dizer Marinho ao sair da superintendência.

Em entrevista à Folha de S.Paulo publicada no último domingo, Marinho afirmou que um delegado teria se encontrado na porta da superintendência da PF - a mesma em que foi depor hoje - com interlocutores do então deputado estadual e hoje senador para informar que a operação seria atrasada, a fim de não prejudicar a família Bolsonaro em meio ao período eleitoral de 2018.

A operação foi às ruas no dia 8 de novembro e cumpriu 19 mandados de prisão temporária, três de prisão preventiva e 47 de busca e apreensão, expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) e tendo como foco deputados da Assembleia Legislativa do Rio.

Flávio não era alvo, mas relatórios de inteligência financeira produzidos pelo antigo Coaf já apontavam desde janeiro daquele ano movimentações suspeitas nas contas de Fabrício Queiroz, seu suposto operador financeiro no esquema de "rachadinha". Os relatórios tinham como escopo deputados e assessores da Alerj, e o caso específico de Flávio foi revelado pelo Estadão no início de dezembro, quando o procedimento investigativo já havia sido aberto pelo Ministério Público do Rio.

Segundo Marinho, os advogados Miguel Braga Grillo e Victor Granado Alves, que têm longo histórico de relação com a família Bolsonaro em gabinetes e processos judiciais, compareceram à sede da PF junto com outra interlocutora, Val Meliga, para ouvir o que o delegado tinha a dizer.

O empresário Paulo Marinho chegou à superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro por volta das 13h45 desta quarta-feira, 20, para prestar depoimento. Há a expectativa de que ele apresente provas sobre as acusações que fez contra o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). Ao chegar ao local, o ex-aliado da família presidencial foi perguntado sobre o que carregava na mochila. "Um suco de laranja", brincou.

Em entrevista à Folha de S. Paulo publicada no último domingo, Marinho afirmou que um delegado teria se encontrado na porta da superintendência da PF - a mesma em que foi depor nesta quarta - com interlocutores do então deputado estadual e hoje senador para informar que a operação seria atrasada, a fim de não prejudicar a família Bolsonaro em meio ao período eleitoral de 2018.

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A operação foi às ruas no dia 8 de novembro e cumpriu 19 mandados de prisão temporária, três de prisão preventiva e 47 de busca e apreensão, expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) e tendo como foco deputados da Assembleia Legislativa do Rio.

Flávio não era alvo, mas relatórios de inteligência financeira produzidos pelo antigo Coaf já apontavam desde janeiro daquele ano movimentações suspeitas nas contas de Fabrício Queiroz, seu suposto operador financeiro no esquema de "rachadinha".

Os relatórios tinham como escopo deputados e assessores da Alerj, e o caso específico de Flávio foi revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo no início de dezembro, quando o procedimento investigativo já havia sido aberto pelo Ministério Público do Rio.

Segundo Marinho, os advogados Miguel Braga Grillo e Victor Granado Alves, que têm longo histórico de relação com a família Bolsonaro em gabinetes e processos judiciais, compareceram à sede da PF junto com outra interlocutora, Val Meliga, para ouvir o que o delegado tinha a dizer.

As denúncias de Marinho fizeram com que a PF reabrisse um inquérito sobre supostos vazamentos da Furna da Onça. O Ministério Público Federal também anunciou que vai investigar o caso.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu na noite deste domingo, 17, que a Polícia Federal colha depoimento do empresário Paulo Marinho sobre a denúncia feita por ele de vazamento de informações sigilosas ao senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).

Em ofício encaminhado pelo procurador João Paulo Lordelo Guimarães Tavares à delegada Christiane Correa Machado, do Serviço de Inquéritos Especiais no Supremo Tribunal Federal, a PGR também solicita a oitiva de Miguel Ângelo Braga Grillo, chefe de gabinete de Flávio.

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Segundo relato de Marinho ao jornal Folha de S.Paulo, foi por meio de Braga que um delegado da PF procurou pelo senador, em 2018, para dar a ele a informação reservada sobre a Operação Furna da Onça.

A operação teve acesso a dados de movimentações financeiras de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio, quando o filho do presidente Jair Bolsonaro era deputado estadual. A operação foi deflagrada no dia 8 de novembro de 2018.

Ainda de acordo com o relato de Marinho, o delegado que procurou por Braga e Flávio recomendou que o então funcionário fosse demitido. Tanto Queiroz quanto a filha dele, Nathalia Queiroz, lotada no gabinete do então deputado Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados, foram demitidos no dia 15 de outubro daquele ano.

A PGR também solicitou cópia de inquérito aberto pela PF para apurar um outro suposto vazamento de informações relacionadas à Operação Furna da Onça.

As novas diligências serão realizados no âmbito das apurações sobre tentativa de interferência política na PF, por Jair Bolsonaro, iniciadas com base em acusações feitas pelo ex-ministro da Justiça Sérgio Moro.

A PF também já abriu investigação para averiguar o teor das declarações feitas por Paulo Marinho à Folha. "Todas as notícias de eventual desvio de conduta devem ser apuradas e, nesse sentido, foi determinada, na data de hoje (17), a instauração de novo procedimento específico para a apuração dos fatos apontados", informou, em nota.

No domingo, Flávio Bolsonaro rebateu a acusação, feita por Paulo Marinho, que é pré-candidato à Prefeitura do Rio pelo PSDB. O senador classificou a acusação de "invenção" e afirmou que o empresário tem interesse em prejudicá-lo, já que é suplente de Flávio no Senado Federal.

O senador Flávio Bolsonaro (sem partido) pagou R$ 30 mil em espécie para adquirir a mobília de um apartamento localizado na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. O imóvel foi comprado em 2014 e as informações foram repassadas pelo ex-proprietário em depoimento feito ao Ministério Público (MP-RJ).

Segundo o antigo dono, identificado como David Macedo Neto, o apartamento foi vendido por R$ 2,55 milhões e os móveis foram mantidos em troca de dez depósitos de R$ 3.000, feitos entre outubro e novembro do ano da negociação. Neto afirmou aos promotores que os depósitos foram feitos "por Flávio Bolsonaro como pagamento por parte do mobiliário que guarnecia o imóvel", aponta a Folha de São Paulo.

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Os repasses foram fracionados, na tentativa de fugir do sistema de controle financeiro. Pois, entradas em espécie a partir de R$ 10 mil devem ser monitoradas e comunicadas à Unidade de Inteligência Financeira -antigo Coaf. Em sua defesa, Flávio afirmou que o valor foi parcelado para evitar a fila do banco. Contudo, nem Neto, nem Flávio conseguiram explicar o excedente de R$ 7.813,04 na negociação.

O uso de dinheiro em espécie na transação foi identificado após a quebra de sigilo bancário do ex-proprietário. Ele e mais 21 pessoas foram alvos da investigação por comprar ou vender imóveis para Flávio e a esposa. Outros dois imóveis localizados em Copacabana também foram adquiridos com dinheiro 'vivo', em 2012.

Segundo o MP-RJ, o filho do presidente pagou R$ 638,4 mil ao ex-dono e não declarou o valor na escritura e na Receita Federal. As investigações também discorrem sobre a compra de uma franquia da Kopenhagen, que não alterava os valores da conta mesmo com a variação de vendas durante o ano.

Tais movimentações reforçam os indícios do suposto esquema de 'rachadinha' em seu antigo gabinete, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Seu ex-assessor, Fabrício Queiroz, era responsável por recolher -em dinheiro vivo- parte dos salários de funcionários. A data da entrada dos valores em espécie coincide com os dias que Queiroz fazia a 'arrecadação'.

O Ministério Público do Rio de Janeiro afirmou em relatório à Justiça que recursos desviados da Assembleia Legislativa do Estado (Alerj) podem ter sido lavados por meio de uma franquia da rede de chocolaterias Kopenhagen, adquirida pelo então deputado estadual Flávio Bolsonaro em 2014. Segundo a promotoria, o filho do presidente Jair Bolsonaro e sua esposa, Fernanda, não tinham "lastro financeiro" para bancar a aquisição e operação da unidade. Com isso, a loja teria proporcionado retornos "absolutamente desproporcionais" ao casal. Flávio foi eleito senador pelo Rio de Janeiro no ano passado pelo PSL, mas está sem partido.

A acusação consta em investigação sobre o possível uso do empresário Alexandre Ferreira Dias Santini, sócio de Flávio, como laranja para acobertar o uso de repasses da Alerj para a compra da loja, que fica no Shopping Via Parque, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Ao todo, o custo para colocar o negócio em pé ficou em R$ 1 milhão, segundo o MP.

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A promotoria somou todos os rendimentos e despesas declarados de Flávio e da esposa em 2014 e aponta uma diferença negativa de R$ 69 mil. Somados com os dois primeiros meses de 2015, período em que a loja foi adquirida, o déficit nas contas do casal chega a R$ 39 mil.

A promotoria afirma que as receitas do casal Bolsonaro não seriam suficientes "para cobrir sequer o sinal de aquisição da franquia, pois resulta em injustificável saldo a descoberto no ano de 2014".

"Como Flávio e Fernanda Bolsonaro não possuíam fontes de receitas lícitas para custear sequer a metade do investimento para aquisição e operação da loja Kopenhagen, a informação de que o administrador Alexandre Santini teria dividido os custos do empreendimento pode ter sido falsamente inserida nos contratos com a finalidade de acobertar a inserção de recursos decorrentes do esquema de 'rachadinhas" da Alerj no patrimônio de Flávio Bolsonaro sem levantar suspeitas", acusa o MP.

Outro ponto que chamou a atenção dos investigadores foi o fato de Fernanda ter feito dois depósitos no valor de R$ 550 mil em benefício da empresa, mesmo sem ser sócia da loja. "Apesar de não figurar nos contratos, a esposa de Flávio Bolsonaro arcou não apenas com as dívidas de seu marido, como também integralizou a parte do sócio Alexandre Ferreira Dias Santini no capital da sociedade", diz o MP.

Segundo a promotoria, Fernanda foi a única pessoa a aportar recursos próprios para formar o capital de giro da empresa. "A figura do sócio de capital que de fato não arca com recursos próprios para a capitalização da sociedade levanta suspeitas de que Alexandre Santini possa ter atuado como laranja do casal Bolsonaro na aquisição da loja Kopenhagen a fim de camuflar a origem dos recursos investidos no empreendimento que ultrapassaram R$ 1 milhão e não seriam compatíveis com a renda do casal", afirmam os promotores.

Cruzamento de dados fiscais e bancários de Flávio, Fernanda e Santini mostram discrepâncias nos repasses da empresa aos sócios e no valor da sociedade. Enquanto o senador declarou ter R$ 50 mil relativos à metade da cota da Bolsotini (razão social da franquia), o contrato social da empresa registrado por Santini na Junta Comercial mostra que o capital social da loja seria de R$ 200 mil, sendo R$ 100 mil de cada um. O valor é o dobro do que declarado pelo senador.

Vendas incompatíveis. O Ministério Público também apontou "quantias incomparáveis com o volume de vendas da loja" depositadas na conta da Bolsotini e repassadas a Flávio e a Santini, "travestidas de distribuição de lucros fictícios".

Os dados foram obtidos com a administração da Via Parque Shopping, responsável pelo centro comercial onde está instalada a franquia. A empresa realizou auditorias na loja de Flávio e coletou dados sobre valores máximos de receitas do empreendimento comercial entre março de 2015, quando a loja entrou em operação, até dezembro do ano passado.

No período, a diferença entre o faturamento auditado pela loja e o crédito repassado em forma de lucro para o senador e seu sócio revelados pela quebra de sigilo fiscal e bancário chegou a R$ 1,6 milhão.

Outra discrepância seria o fato de a loja ter recebido R$ 1,7 milhão em depósito em espécie entre 2015 e 2018, sem guardar "proporção com o faturamento da loja proveniente de outros meios de pagamento".

A suposta origem ilícita dos recursos, segundo o MP, decorre da "coincidência dos depósitos em dinheiro no mesmo período em que Fabrício Queiroz arrecadava parte dos salários do assessores da Alerj". O ex-assessor teria "disponibilidade de papel-moeda em quantia suficiente para efetuar os depósitos ilícitos na conta da Bolsotini", continua a promotoria.

Na Páscoa, por exemplo, época de vendas de chocolates, os valores em dinheiro representaram de 17% a 24% do faturamento. O porcentual, no entanto, não apresentou variações em outras épocas do ano, quando o movimento de vendas tende a diminuir.

"Embora o volume de vendas na quinzena da Páscoa seja muito superior ao verificado no restante do ano, o volume de dinheiro depositado em espécie na conta da Bolsotini não variou na proporção das vendas aferidas de outros meios de pagamento", afirma o MP. "Pelo contrário: em períodos com volumes de venda muito inferiores, houve depósitos de dinheiro em espécie em quantias ainda superiores àquelas constatadas no período da Páscoa, não somente em termos percentuais mas também absolutos."

Retornos. A promotoria afirma ainda ser "absolutamente desproporcional" a velocidade em que os repasses de lucros da Bolsotini foram destinados a Flávio, bem como a diferença dos valores pagos ao senador e ao sócio.

Entre 2015 e 2018, Flávio Bolsonaro recebeu R$ 978 mil em transferências da Bolsotini a título de retiradas de lucro, enquanto Santini, dono de 50% das cotas da Bolsotini, embolsou R$ 506 mil.

Procurados, Flávio Bolsonaro, Fernanda Bolsonaro, Fabrício Queiroz e Alexandre Santini não se pronunciaram.

Na manhã desta quarta-feira (18), uma operação liderada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) cumpre mandados de busca e apreensão sob suspeita de lavagem de dinheiro e peculato (desvio) em endereços ligados aos ex-assessores e parentes do senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ). A ação investiga o ex-chefe de segurança Fabrício Queiroz, um dos supostos operadores da prática de "rachadinha" - quando o assessor devolve parte do salário ao parlamentar.

Os mandados são referentes aos supostos crimes ocorridos na época em que Flávio ainda era deputado e mantinha um gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Além de Queiroz, são investigados nove parentes de Ana Cristina Siqueira Valle, ex-companheira do pai, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), e mãe do irmão mais novo Jair Renan.

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Todos esses parentes da ex-companheira do pai integraram o gabinete de Flávio entre 2003 e 2018, são eles: o ex-sogro de Jair José Procópio Valle, a ex-cunhada Andrea Sequeira Valle, o primo Francisco Diniz, a prima Daniela Gomes, a prima Juliana Vargas, o tio Guilherme dos Santos Hudson, a tia Ana Maria Siqueira Hudson, a tia Maria José de Siqueira e Silva, a tia Marina Siqueira Diniz.

A força-tarefa foi iniciada em 31 de julho de 2018, após um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) enviado para ao MP pela suspeita diante da movimentação atípica de Queiroz. Segundo o documento, entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, ele movimentou R$ 1,2 milhão. No entanto, o caso foi paralisado de julho até novembro deste ano e aguardava a liberação do Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir o compartilhamento das informações necessárias para a investigação.

O deputado Alexandre Frota (PSDB-SP) levou um bolo para celebrar um ano do caso Queiroz durante a ouvida da deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News, nesta quarta-feira (4).

Frota chegou a acender uma vela no bolo que levou a Comissão para registrar um ano da divulgação da investigação de “rachadinha” envolvendo Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro.

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Caso Queiroz

A ligação do hoje senador Flávio Bolsonaro (PSL-) com Queiroz está relacionada ao envolvido em repasses ilegais de funcionários do gabinete do filho do presidente enquanto atuava como deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). O episódio ficou conhecido como “rachadinha’.

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O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) desistiu de habeas corpus que solicitava a anulação de provas obtidas na investigação do chamado caso Queiroz, que mira movimentação atípica de R$ 1,2 milhão nas contas de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio quando ele ocupava uma cadeira na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. O pedido seria julgado nesta terça-feira, 1, pela 3.ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio.

A desistência foi pedida depois que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes acolheu reclamação da defesa do senador e, na noite de segunda-feira, determinou a suspensão de todas as investigações e processos relacionados ao caso.

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No recurso apresentado a Gilmar, os advogados de Flávio alegaram que a Justiça do Rio não estaria cumprindo inteiramente decisão de julho passado do presidente do STF, Dias Toffoli, que determinou em caráter liminar a suspensão de investigações criminais pelo País que usem dados detalhados de órgãos de controle - como o antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (rebatizado de Unidade de Inteligência Financeira), Receita Federal e Banco Central - sem previa autorização judicial. O caso deve ser julgado pelo plenário do STF no próximo mês.

O habeas corpus que seria julgado pela 3.ª Câmara do Tribunal de Justiça do Rio pedia a suspensão da quebra dos sigilos bancário e fiscal do parlamentar com base no argumento de que Flávio teria direito a foro especial. A decisão que autorizou a quebra foi dada por um juiz da primeira instância do Rio, Flávio Itabaiana de Oliveira Nicolau, da 27.ª Vara Federal Criminal. Com o caso suspenso por Gilmar, porém, a defesa desistiu do pedido.

O senador tem negado participação em qualquer irregularidade envolvendo seu ex-assessor e afirma que o caso teria o objetivo de também atingir o presidente Jair Bolsonaro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Justiça do Rio marcou para a terça-feira da semana que vem, dia 1º de outubro, o julgamento do habeas corpus apresentado pela defesa de Fabrício Queiroz. O caso será analisado pelos cinco desembargadores da 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, com relatoria do desembargador Antonio Carlos Nascimento Amado.

A decisão de pautar o processo, no entanto, desagrada aos advogados de Queiroz, já que o caso está suspenso provisoriamente por decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). A votação da matéria pelo plenário da Corte está marcada para novembro.

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No final de maio, o desembargador que relata o habeas de Queiroz negou, em liminar, o pedido feito pela defesa. Os advogados alegam, no texto, que o caso foi afetado por uma série de ilegalidades e vazamentos que contaminaram a investigação. Pede, assim, a suspensão da quebra dos sigilos bancário e fiscal do policial militar.

Queiroz é apontado como o operador de Flávio Bolsonaro no esquema que apura a suposta prática dos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa no antigo gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

Revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo em dezembro do ano passado, o caso teve início com um relatório de inteligência financeira fornecido pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) ao Ministério Público do Rio. Queiroz movimentou R$ 1,2 milhão no período de 1 ano, valor considerado atípico para seus rendimentos como policial e assessor parlamentar.

A suspensão das investigações por decisão de Toffoli tem como base justamente os dados do Coaf: o ministro mandou paralisar todos os inquéritos que tenham usado dados de órgãos de controle sem autorização judicial prévia. O julgamento no plenário do Supremo está marcado para novembro, mas Toffoli já admitiu que pode antecipar.

Além do pedido de Queiroz, outros dois habeas corpus apresentados pela defesa de Flávio Bolsonaro devem ser analisados em breve pelos desembargadores da 3ª Câmara. Um deles, parecido com o do ex-assessor, pede a suspensão da quebra de sigilo; o outro solicita que o senador tenha direito a ser julgado pela segunda instância do Rio, já que os supostos crimes teriam sido praticados quando ele era deputado estadual.

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