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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicou, nesta sexta-feira (1º), que poderá não disputar a reeleição em 2026, caso seja eleito nas eleições de outubro deste ano. Lula, que tem 76 anos, tem sido apresentado como líder nas pesquisas de intenção de voto desde que as simulações começaram a ser realizadas. A informação teria sido sugerida em entrevista à rádio Metrópole, da Bahia, apesar do petista não ter sido questionado sobre o tema. 

De acordo com a última rodada da pesquisa BTG/FSB sobre a corrida ao Palácio do Planalto este ano, divulgada no último dia 27, Lula segue à frente da disputa com 43% das intenções de voto, contra 33% do presidente Jair Bolsonaro (PL). Em comparação à rodada anterior, realizada em 13 de junho, Lula oscilou negativamente um ponto percentual, dentro da margem de erro, enquanto Bolsonaro variou um ponto positivo.  

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Apesar das previsões apontarem para uma estabilidade da campanha do ex-presidente, o possível mandato pode acabar sendo mais curto do que as ações planejadas e divulgadas parcialmente até o momento. Durante a entrevista, Lula disse que é preciso formar novos quadros políticos para as próximas eleições a presidente. Depois, afirmou que tem apenas quatro anos para deixar o país "tinindo". 

"Daqui a quatro anos a gente vai ter gente nova disputando as eleições. Quero deixar o país preparado", disse. "Não vou ser o presidente da República que está pensando na sua reeleição. Vou ser o presidente que vou estar pensando em governar este país por quatro anos. E deixar ele tinindo, tinindo". 

Mais à frente, na mesma entrevista, repetiu: "Só tenho quatro anos, só tenho quatro anos". Em seguida, em outro momento, de novo sem ser questionado, falou em entregar o mandato em 2026 para uma outra pessoa o cargo de presidente. "Sonho todo dia. Quando chegar 31 de dezembro de 2026, que a gente for entregar esse mandato para outra pessoa, esse país estará bem", afirmou o petista. 

A primeira-dama Michelle é mais uma da família Bolsonaro a se filiar ao Partido Liberal (PL). Como filiada, ela vai poder participar de peças publicitárias da legenda nos veículos de comunicação.

Após Jair, Flávio e Eduardo, Michelle desembarcou na sigla de Valdemar Costa Neto, mas não deve ser lançada como candidata. Sua missão seria equilibrar as posições machistas do presidente e atrair tanto o voto feminino quanto o evangélico.

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Mesmo reforçando sua posição contrária à reeleição, o ministro da Economia, Paulo Guedes, se mostrou favorável a um novo mandato do presidente Jair Bolsonaro. "A reeleição é tragédia brasileira. Era melhor ter mandato de cinco anos. Sempre fui a favor de acabar com a reeleição", afirmou nesta quinta-feira, 19, durante o seminário Perspectivas econômicas do Brasil, promovido pela Arko Advice e o Traders Club.

Guedes disse que continua contra a reeleição, mas depois de dois governos de Fernando Henrique Cardoso, dois de Luiz Inácio Lula da Silva e dois de Dilma Rousseff, "dá pra ter dois de Bolsonaro". "Tomara que ele (Bolsonaro) faça reforma política", considerou, na hipótese de o atual mandatário continuar no poder por mais quatro anos.

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O ministro também disse que está acontecendo um fenômeno político interessante no Brasil e que Bolsonaro ganhou eleições de 2018 sozinho. "Foi uma ruptura, um chega", disse durante o seminário.

Guedes salientou que a vitória de Bolsonaro foi uma ruptura a um ciclo de política que causou moratória, juro de dois dígitos, criou impostos excessivos e tornou a economia fechada, entre outros pontos. "É natural que quem ficou 30 anos no poder reclame", salientou.

O ministro comentou que em sua viagem internacional já no posto, no Fórum Econômico Mundial, em Davos, teve que enfatizar que acreditava nas instituições brasileiras, na democracia. "Fui a Davos e disse : vou surpreender vocês. Cadê o golpe? Quem deu golpe em quem?", relatou.

Guedes também comentou que, mesmo antes da pandemia de covid, já havia um descredenciamento do Brasil no exterior. "Tive de dizer que acreditava na democracia. Somos democracia resiliente. Se a moça que era terrorista, assaltava banco, pode ser presidente, então um capitão que não fazia nada disso podia ser presidente também", comentou citando indiretamente a ex-presidente Dilma Rousseff.

Instituições

Novamente defendendo Bolsonaro, o ministro disse que "todo mundo comete excessos". "Tem que respeitar a liberdade de opinião, se o cara (Bolsonaro) dá opinião é fascista?", questionou. "Temos que respeitar instituições, tem uma instituição chamada Presidência da República".

A cúpula do PSDB traçou como prioridade nacional neste ano a reeleição do governador Rodrigo Garcia em São Paulo, enquanto João Doria ainda tenta se viabilizar na corrida presidencial. Os tucanos reservam a maior fatia de recursos do Fundo Eleitoral da sigla entre candidatos a Executivos estaduais a Garcia. Serão R$ 21 milhões na expectativa de manter o poder no Estado administrado pela legenda há 28 anos e garantir projeção nacional.

Garcia é tucano filiado há pouco tempo - fez carreira política no antigo DEM, hoje União Brasil, resultante da fusão com o PSL - e precisa se tornar conhecido. Ainda com baixos índices nas pesquisas de intenção de votos, figura atrás de Fernando Haddad (PT), apoiado por Luiz Inácio Lula da Silva, e Tarcísio de Freitas (Republicanos), ungido pelo presidente Jair Bolsonaro.

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Garcia detém a máquina pública para alavancar a candidatura, mas enfrenta, como fator de desgaste, a impopularidade de Doria. Para reverter essa situação, o PSDB destinará ao candidato valor equivalente ao teto estabelecido pela Justiça Eleitoral para o Estado. O atual governador vai receber bem mais do que Doria há quatro anos, quando disputou o Palácio dos Bandeirantes e ficou com R$ 6,2 milhões do partido.

Não só a campanha de São Paulo será agraciada com altas cifras. Pelo planejamento estratégico do partido, os outros dois Estados comandados por tucanos, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul, também terão o limite: R$ 9,1 milhões para os gaúchos, que podem lançar Eduardo Leite, que renunciou de olho no Planalto, e R$ 4,9 milhões para os sul-mato-grossenses, que terão como candidato Eduardo Riedel, ex-secretário do governador Reinaldo Azambuja.

Ao todo serão nove postulantes para chefiar Executivos estaduais. Além de Garcia, Leite e Riedel, estão em páreos regionais Raquel Lyra (PE), Pedro Cunha Lima (PB), Rodrigo Cunha (AL), Alessandro Vieira (SE), Izalci Lucas (DF) e Silvestri Filho (PR). Esses nomes terão menos recursos se Doria for candidato ao Planalto, uma vez que uma campanha presidencial custaria R$ 65 milhões dos R$ 314 milhões do Fundo Eleitoral tucano. Em 2018, foram R$ 185,8 milhões. Geraldo Alckmin, então candidato a presidente, ficou com R$ 53,6 milhões da legenda.

 

RESISTÊNCIA

Em um gesto para tentar reduzir a resistência da bancada do PSDB na Câmara a Doria, aliados do ex-governador na Executiva dizem que os 22 deputados federais com mandato receberão o teto estabelecido para disputas proporcionais: R$ 2,4 milhões. Em tese, a medida esvaziaria a narrativa de que uma campanha presidencial drenaria recursos.

A maioria da bancada, porém, pressiona o ex-governador a desistir do Planalto. Em um jantar em Brasília na quarta-feira passada na casa do líder tucano na Câmara, Adolfo Viana (BA), os deputados deram uma trégua a Doria, mas demonstraram ceticismo com o projeto presidencial.

No caso de São Paulo, aliados de Garcia dizem que o problema da candidatura de Doria é político e estratégico: a alta rejeição pode contaminar a campanha de reeleição que precisará de eleitores da faixa bolsonarista para chegar ao segundo turno - por isso há pressão pela desistência de Doria até no Estado. "A questão não é financeira. A candidatura de João Doria tira votos do Rodrigo Garcia em uma eleição que já não será fácil", disse o ex-senador tucano José Aníbal (SP).

Quadros ligados a Garcia mas que são próximos a Doria argumentam que o PSDB precisa fazer da campanha a governador de São Paulo a principal disputa. Na campanha nacional, dizem, não há a menor chance de o partido vencer e a insistência em um nome acentuará divisões internas.

TERCEIRA VIA

Um eventual apoio do PSDB à senadora Simone Tebet (MDB-MS), segundo fontes do partido, não atrapalha a campanha paulista. Já a sobrevida de Garcia no Bandeirantes é considerada crucial para o futuro político do partido, que está em frangalhos e perdeu a capacidade de organização nacional durante a ascensão do bolsonarismo.

Tucanos afirmam que é positivo ter no comando de São Paulo um candidato que é distante tanto de Bolsonaro como de Lula e pretendem vender a ideia aos eleitores de que isso servirá como um sistema de freios e contrapesos ao Planalto, seja lá quem se torne o vencedor. Procurado, Garcia não quis se manifestar.

"Rodrigo Garcia vencerá a eleição em São Paulo. Nacionalmente, o partido avança ciente do compromisso com a democracia brasileira, com candidaturas importantes nos Estados e com a construção fundamental da terceira via, onde o PSDB apresenta João Doria", afirmou Marco Vinholi, presidente do PSDB-SP e coordenador da pré-campanha do ex-governador.

Enquanto tenta resolver o impasse, Doria segue em ritmo intenso. Ele já recebeu R$ 2,8 milhões do PSDB e reforçou o caixa com doações de pessoas físicas. A pré-campanha do ex-governador é a mais estruturada da terceira via. Ele usa jatos alugados em viagens e seu comitê em São Paulo tem hoje 25 integrantes.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O deputado federal Danilo Cabral foi reeleito, por unanimidade, vice-presidente nacional de Relações Parlamentares do Partido Social Brasileiro, neste sábado (30), durante o encerramento do XV Congresso Constituinte da Autorreforma do PSB, que acontece em Brasília. Pré-candidato a governador da sigla, Danilo tem mais de 30 anos de militância nesse que foi seu único partido. O mandato de Danilo vai até 2025.

O parlamentar agradeceu pela confiança depositada pelos seus correligionários. “O PSB atualizou seu pensamento político. Vamos debater esse pensamento com a sociedade brasileira apontando um caminho. Apresentamos ao nosso povo um projeto de Brasil por meio de uma grande frente ampla em defesa da Democracia, liderada pelo presidente Lula, do PT, e pelo nosso companheiro do PSB, o ex-governador Geraldo Alckmin. Em Pernambuco, vamos reproduzir essa aliança. É hora de promovermos esse reencontro de Pernambuco com o Brasil”, argumentou Danilo. 

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A Executiva Nacional do PSB ainda conta com os pernambucanos Carlos Siqueira, reconduzido à presidência, Paulo Câmara (vice-presidente), João Campos (segundo vice-presidente), Geraldo Júlio (primeiro-secretário nacional), Pedro Campos (secretário-nacional especial) e Milton Coelho (secretário-nacional especial).

O diretório nacional, também eleito por unanimidade no ato de encerramento do congresso, conta, da mesma forma, com vários pernambucanos, entre deputados federais e estaduais, vereadores, outras lideranças e militantes em geral. 

Entre os segmentos do partido, Dora Pires, que integra a Executiva Estadual do PSB de Pernambuco como secretária de Formação Política e Articulação dos Segmentos, foi reconduzida ao cargo de secretária nacional de Mulheres da sigla.

O governo Jair Bolsonaro emitiu nota nesta segunda-feira, 25, com cumprimentos ao presidente da França, Emmanuel Macron, pela reeleição. O gesto veio mais de 24 horas após as projeções apontarem a vitória do líder francês sobre Marine Le Pen, de extrema direita.

"O Brasil reafirma a disposição de trabalhar pelo aprofundamento dos laços históricos que unem os dois países e trazem benefícios mútuos a brasileiros e franceses, e manifesta expectativa de seguir implementando a ampla agenda bilateral", diz a nota distribuída pelo Ministério das Relações Exteriores. "O governo brasileiro cumprimenta o senhor Emmanuel Macron por sua reeleição à Presidência da República Francesa."

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Macron foi reeleito na França no domingo, 24. Apesar da baixa participação, o centrista obteve 58,6% dos votos, enquanto sua rival de extrema direita obteve 41,4%. Le Pen reconheceu a derrota pouco depois da divulgação das projeções de boca de urna e Macron celebrou a vitória, em escala menor que em 2017, quando chegou ao Palácio do Eliseu.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) e Macron têm uma relação tensa diante da pressão da França por uma política ambiental brasileira realmente eficaz para conter o desmatamento da Amazônia.

Pré-candidatos à Presidência da República usaram as redes sociais nesta segunda-feira para parabenizar Macron. Os presidenciáveis também celebraram a derrota de Le Pen.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) confessou que pretende se dedicar à reeleição neste ano em detrimento de alavancar aliados nos Estados. Em entrevista a um canal de TV na Bahia, o chefe do Executivo também atacou o ex-presidente Lula e o ex-governador Geraldo Alckmin, que formarão chapa para disputar a Presidência, e reiterou suas críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF). "Alckmin está ajudando Lula a voltar à cena do crime", afirmou.

A declaração sobre a campanha foi dada ao comentar a situação eleitoral em Estados em que terá mais de um palanque. "O Rio Grande do Sul tem outro bom candidato que é o Luiz Carlos Heinze. Tem estado, como Santa Catarina, que tem três candidatos simpáticos a mim. O que eu pretendo fazer nesses estados? Ser neutro", declarou o presidente. "Eu vou me dedicar à minha possível reeleição", disse à TV Aratu, da Bahia. No Rio Grande do Sul, o candidato "oficial" ao governo é o ex-ministro do Trabalho e Previdência Onyx Lorenzoni, considerado um aliado de primeira hora de Bolsonaro.

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A Bahia também foi citada na entrevista. Bolsonaro confirmou que seu candidato é João Roma (PL), ex-ministro da Cidadania, mas evitou fazer críticas ao favorito para a disputa, o ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União Brasil). "Quase não converso com ele, (mas) não costumo criticá-lo".

O chefe do Executivo ainda voltou a disparar sua artilharia contra alvos corriqueiros, como Lula e o STF, mas agora incluindo Alckmin, aprovado nesta quarta-feira, 13, como vice do petista na corrida à reeleição, como foco. "Quero saber opinião do Alckmin sobre aborto", declarou, resgatando a polêmica iniciada por Lula e lembrando que o ex-tucano é católico. "Essa chapa (Lula-Alckmin) perdeu sua credibilidade".

Na entrevista, Bolsonaro lembrou que Lula defendeu o aborto como questão de saúde pública na semana passada, em nova tentativa de polatizar com o petista, líder nas pesquisas de intenção de voto. Ele também disse que a maioria dos ministros do STF não age corretamente e que cinco ou seis deles seriam favoráveis ao aborto. "Se Lula voltar, coloca mais dois (ministros favoráveis ao aborto)", afirmou o presidente. "Aborto será aprovado no Brasil se Lula voltar pelo STF a exemplo da Colômbia", acrescentou, descartando uma aprovação via Congresso.

Outro pré-candidato à Presidência recebeu ataques de Bolsonaro na entrevista: o ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB). "Nas pesquisas de opinião, é uma coisa ridícula", disparou o chefe do Executivo. "É um governo (o paulista) que quer aparecer criticando os outros".

Corrupção

Bolsonaro também voltou a comentar a corrupção nos governos petistas. "Ele comprava voto no parlamento. Como era o governo na época do PT? Cada partido tinha seus ministérios, bancos oficiais, estatais, em troca de apoio político", afirmou, sem citar que assumiu nesta semana ter oferecido cargos ao Centrão e dar emendas do Orçamento Secreto para "acalmar o Congresso". "Alguns cargos demos, mas não demos ministérios, nem estatais", tentou explicar sobre sua relação com o Centrão. "Aprovamos muita coisa dentro do parlamento graças ao apoio dos partidos de centro", reconheceu.

Dezesseis dos 18 governadores aptos à reeleição deverão disputar este ano um novo mandato nos Executivos estaduais. Dos nove governadores que encerram a segunda gestão à frente de seus Estados, quatro deixaram os cargos na última semana com objetivo de concorrer a cadeiras no Senado.

Neste quadro, entre os governadores pré-candidatos à reeleição - que vão comandar a máquina pública em meio ao período eleitoral -, ao menos dez têm histórico de apoio a Jair Bolsonaro (PL) ou se filiaram a partidos que compõem a base aliada ao presidente.

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O presidente perdeu apoio em Goiás e em Minas Gerais. Em Minas, apesar das tentativas do governador Romeu Zema (Novo) de articular palanques locais, o PL decidiu filiar o senador Carlos Viana (ex-MDB) e lançá-lo na disputa ao Palácio Tiradentes.

Em Goiás, por sua vez, o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) pediu votos para Bolsonaro no segundo turno da eleição de 2018 ao Planalto, mas rompeu com o presidente, que indicou o deputado federal Vitor Hugo (PL) para a disputa majoritária no Estado. Já em Santa Catarina, mesmo com o histórico de apoio do atual governador, Carlos Moisés, a Bolsonaro, e de sua recente filiação ao Republicanos, o PL também deve lançar uma candidatura própria e, assim, dividir votos no Estado.

Tucanos e nordeste

Entre os governadores que renunciaram aos cargos na semana passada - Renan Filho (MDB), de Alagoas; Camilo Santana (PT), do Ceará; Flávio Dino (PSB), do Maranhão; Wellington Dias (PT), do Piauí; Eduardo Leite (PSDB), do Rio Grande do Sul; e João Doria (PSDB), de São Paulo -, os correligionários tucanos deixaram o Executivo e travam uma nova disputa, agora velada, pela vaga de presidenciável do partido.

Os outros quatro mandatários - todos da Região Nordeste - já indicaram interesse por vagas no Senado e devem dar palanque à candidatura do ex-presidente petista Luiz Inácio Lula da Silva ao Palácio do Planalto.

De folga no Guarujá, litoral de São Paulo, o presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou os questionamentos sobre os gastos com suas viagens, custeadas com dinheiro público. Em entrevista à Jovem Pan, nessa segunda-feira (28), ele disse que quem estiver achando ruim, não vote nele em outubro.

“Eu estou aqui num quarto no quartel do Exército no Guarujá. Não tem despensa nenhuma aqui. Quanto custa a diária desse quarto aqui? R$ 100,00, talvez. Eu estou chutando”, disse o presidente.

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“Se achar que eu não devo sair mais de folga, se eu virar candidato à reeleição, que não vote mais em mim, aí eu não vou estar mais aqui no hotel”, emendou, ao ser questionado sobre o custo da sua viagem de férias no fim do ano, para Santa Catarina.

Segundo o jornal O Globo, o descanso do presidente no réveillon custou R$ 900 mil aos cofres públicos. Durante os dias de descanso, em Santa Catarina, o presidente fez passeios de jet ski e foi ao parque do Beto Carreiro. Naquela ocasião, a Bahia passava por uma crise com a tragédia causada por fortes chuvas. 20 pessoas morreram.

A nove meses das eleições, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), anunciou que fará campanha para o presidente Jair Bolsonaro (PL), que deve concorrer em outubro a um segundo mandato. Durante evento do BTG Pactual, nesta terça-feira (22), o deputado explicou que a decisão se dá por coerência partidária, já que seu partido apoiará Bolsonaro e está no comando da Casa Civil com Ciro Nogueira.

"A gente tem que, nesse momento, separar sempre o presidente da Câmara do deputado. Por exemplo, o presidente do meu partido é o ministro da Casa Civil, hoje ele está licenciado do partido. Eu sou o presidente da Câmara. Então, ele tem uma atribuição e eu tenho outra. Eu não interfiro nas decisões partidárias e ele não interfere nas decisões da presidência da Câmara", disse Lira no CEO Conference 2022 do BTG Pactual. "Então, lógico que, por questão de coerência, eu não fujo, se o meu partido é da base do governo, o deputado Arthur Lira, no Estado, por coerência, deverá fazer campanha para o presidente Bolsonaro", acrescentou.

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Lira disse esperar que o governo "se realinhe" e que as "coisas entrem no eixo". Durante o evento, antes de declarar apoio à reeleição de Bolsonaro, o presidente da Câmara prometeu uma agenda "intensa" de votações na Casa, mesmo em ano eleitoral, e defendeu reformas como a administrativa. "Vamos evitar que 2022 seja taxado de um ano de não funcionamento. Vamos funcionar na plenitude."

Ao ser questionado se concorrerá a um segundo mandato na presidência da Câmara, Lira disse que tem a "possibilidade legal" de disputar novamente o cargo, mas ponderou que isso vai depender da composição do novo Congresso e das articulações políticas.

Semipresidencialismo

O deputado também voltou a defender a troca do sistema de governo do País para o semipresidencialismo. No último dia 10, Lira propôs ao Legislativo um debate sobre o assunto a partir de março. A ideia é deixar a votação de uma proposta efetiva para 2023, com um novo Congresso eleito, além de estabelecer que a mudança só entre em vigor a partir de 2030.

"(Com o semipresidencialismo), evitaríamos essa questão do cai, não cai, dos impeachments, porque, em vez de nós pensarmos em reformar a lei do impeachment, vamos tentar reformar o nosso sistema político", disse Lira no evento, ao defender a mudança. De acordo com o deputado, o sistema atual dificulta a realização de reformas estruturantes, devido à instabilidade política.

O semipresidencialismo distingue os papéis de chefe de Estado e chefe de governo, ao contrário do presidencialismo, em que os dois papéis são exercidos pela mesma pessoa. Nesse modelo, o presidente da República continuaria sendo eleito por voto popular, mas a administração seria chefiada por um primeiro-ministro, que por sua vez poderia ser indicado pelo presidente e eleito pelo Congresso.

Ao propor o semipresidencialismo apenas para 2030, o parlamentar tem dito a interlocutores que a proposta afastará o risco de atingir o presidente que governará a partir de 2023. Na visão de Lira, isso pode reduzir a oposição de partidos à mudança no sistema de governo.

O ex-governador Ciro Gomes, aposta do PDT para as eleições presidenciais de 2022, declarou, pela primeira vez, que abrirá mão de uma reeleição caso seja eleito este ano. A posição foi colocada durante entrevista concedida à Rádio CBN nesta terça-feira (15). 

"Hoje em dia, quando se elege um cidadão, quem quer seu lugar, seja na situação ou oposição, trabalham diuturnamente para ele não acertar a mão, pois, caso contrário, vai ser reeleito. Então eu vou abrir mão da minha própria reeleição em troca da reforma", garantiu Ciro Gomes. A mesma estratégia foi mencionada pelo governador gaúcho Eduardo Leite (PSDB). 

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Segundo Ciro Gomes, o planejamento é antes da eleição, levar as pancadas pelas propostas feitas, como aumentar o imposto para os mais ricos. Somente depois de eleito, diz o pré-candidato, teria início a negociação, que se daria com os políticos já empossados. 

O nome do PDT não tem se saído bem nas pesquisas, pontuando entre 5% e 8% na maioria das simulações, estando atrás até mesmo do ex-ministro Sérgio Moro (Podemos). Na pesquisa mais recente da Ipespe, Ciro aparece empatado com Moro, pontuando 8%. Bolsonaro e Lula pontuaram 25% e 43%, respectivamente. 

Nome limpo

Ciro Gomes també voltou a defender o seu projeto de flexibilização de prazos para que os brasileiros com o nome sujo possam pagar as suas dívidas. O pedetista tem como proposta uma parceria única com o Banco do Brasil e com a Caixa Econômica Federal, através da qual a população poderia encontrar taxas de juros “menos abusivas” do que as oferecidas pela rede privada. 

Ao vivo, Ciro disse que a proposta não é “um gesto demagogo e nem de caridade”, mas um “elemento central da retomada do desenvolvimento do país”. O opositor também criticou políticas anteriores e mencionou diretamente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

“Quando o Lula expandiu o crédito de 15% para 55% do PIB, todo mundo achou muito bom na hora. Só que o que acontece hoje? 72 de cada 100 famílias estão endividadas. Isso é o maior endividamento da história do Brasil. E o resultado disso, com a perda da renda e do emprego, são 73,7 milhões de brasileiros que estão com o nome sujo no SPC. E diante de uma conta com juros absolutamente criminosos e de um de um país que não tem governo e que entregou toda a economia para a banqueirada, como é que a gente sai disso? Ora, nós fazemos isso aqui todo mês aqui no Ceará. Nós temos conseguido aqui 90% de desconto. O que que eu vou fazer? Trocar o juro abusivo da rede privada por um juro sério do Banco do Brasil e da Caixa Econômica, e o prazo do parcelamento do saldo devedor, de maneira a permitir que tanto as empresas quanto as famílias possam recomeçar a vida”, argumentou o ex-ministro. 

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Dois meses após ser derrotado nas prévias do PSDB para a escolha do pré-candidato do partido à Presidência da República, o governador gaúcho Eduardo Leite agora cogita disputar a reeleição no Rio Grande do Sul e até mesmo deixar a legenda para tentar virar presidenciável pelo PSD.

A mudança de discurso foi tornada pública no sábado (12), quando o gaúcho acenou à possibilidade de concorrer ao cargo novamente no Estado para, segundo ele, não deixar a gestão gaúcha "à deriva" de candidaturas que classificou como "populistas". Em evento com militantes do partido, o tucano afirmou que vai participar das eleições como uma "liderança ativa", sem descartar enfaticamente uma eventual disputa pela renovação de seu mandato.

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"Não vou me omitir nesse processo eleitoral. Não sei se será como candidato, mas vou participar como liderança ativa", disse o governador. Durante sua gestão no Palácio Piratini, Leite assumiu o compromisso de não tentar uma recondução ao cargo. No ninho tucano, ele tem recebido apelos para mudar de ideia, dado que uma eventual candidatura ao Planalto pelo partido ficou mais distante após sua derrota nas prévias.

Nesta segunda-feira (14), o gaúcho afirmou que mantém seu posicionamento, mas disse ficar "envaidecido" pelo apelo interno de seu partido para que ele reconsidere a possibilidade. Novamente, o governador não descartou ser candidato. "Me sensibilizam os apelos que têm sido feitos. Se tivermos a condição de passar o bastão, é como eu prefiro (...), mas também tenho a convicção de que não podemos perder a continuidade desse trabalho". As declarações foram feitas à Rádio Bandeirantes.

Ainda sobre o jogo eleitoral deste ano, Leite confirmou que mantém diálogo com o PSD, legenda pela qual é cortejado para disputar a Presidência. Derrotado por João Doria nas prévias do PSDB, migrar para a sigla de Gilberto Kassab seria uma alternativa para reter o plano original de disputar o Executivo federal.

Em entrevista ao Estadão em novembro, Leite sublinhou que não se via deixando o PSDB após a derrota nas prévias. Hoje, o gaúcho disse ter "boas conversas" com Kassab, embora ainda incipientes, e afirmou que tem novos encontros marcados para discutir uma candidatura com o dirigente. "Tem que ser tarefa de todos nós ajudar a construir uma alternativa à polarização entre Lula e Bolsonaro".

O governador também fez críticas à pré-candidatura de Doria para a Presidência e classificou como "preocupante" o fato de o tucano não estar crescendo nas pesquisas. Leite negou que haja uma conspiração contra o paulista na legenda, mas disse considerar válido questionar a viabilidade eleitoral do escolhido para a disputa. Questionado se a derrota nas prévias é o que motiva sua possível candidatura à reeleição, dado que afastou sua chance de tentar o Planalto, o gaúcho reiterou que ainda não se comprometeu a tentar renovar o mandato, mas, outra vez, não negou a possibilidade.

Diante da pressão para que João Doria desista de ser o candidato do PSDB ao Palácio do Planalto, o presidente nacional do partido, Bruno Araújo, coordenador da pré-campanha presidencial do paulista, tenta convencer o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, a concorrer à reeleição. Leite perdeu as prévias, mas tucanos que o apoiaram buscam saídas para que Doria não seja o candidato da legenda.

"As prévias tornaram Eduardo um player nacional e um segundo mandato com novas entregas no RS vai tornar ele um presidenciável com excelentes expectativas", disse Araújo, que participou de evento ao lado do governador no diretório gaúcho. Para que o movimento se concretize, Leite teria de ser convencido a ir contra uma bandeira pessoal, a de não disputar o mesmo cargo mais de uma vez, e a ficar no PSDB. Ele passou a ser cortejado abertamente pelo PSD.

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O pré-candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) voltou a defender o fim da reeleição para presidente. Segundo o ex-ministro, o dispositivo é uma "tragédia" para a democracia brasileira, e extingui-lo seria uma forma de gerar segurança para a aprovação de reformas. "As reformas serão propostas todas no primeiro semestre, e eu vou oferecer aos políticos (caso vença a eleição) o fim da minha própria reeleição para que eles não tenham medo de que, acertando a mão, eu queira ser beneficiado por uma reeleição, que é uma tragédia no Brasil", afirmou ele na segunda-feira (24), em entrevista ao apresentador José Luiz Datena.

Ciro não é o único a condenar o instrumento. Levantamento do Estadão mostrou que outros candidatos da "terceira via" apostam no fim da reeleição como uma das marcas de suas campanhas. Além do pedetista, Sérgio Moro (Podemos), João Doria (PSDB), Simone Tebet (MDB), Alessandro Vieira (Cidadania) e Luiz Felipe d'Ávila (Novo) defendem um único mandato para o chefe do Poder Executivo.

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No evento de sua filiação ao Podemos, em novembro do ano passado, Moro disse que a reeleição é uma experiência fracassada no Brasil. "O presidente, assim que eleito, e eu vi isso, começa a se preocupar mais com a reeleição do que com a população. Está em permanente campanha política", afirmou, em referência ao período em que foi ministro da Justiça do governo Bolsonaro.

O presidenciável João Doria argumenta que o dispositivo leva os governos a aprovarem medidas irresponsáveis na busca pelo segundo mandato, embora pondere que a reeleição ajudou o País a se estabilizar macroeconomicamente e consolidar o Plano Real nos anos 1990.

Simone Tebet segue o mesmo raciocínio e acredita que não haveria políticas fiscais e econômicas irresponsáveis no ano pré-eleitoral se a reeleição acabasse. Na avaliação do pré-candidato do Novo, Felipe d'Ávila, o instrumento "em si" não é o problema, mas "foi desvirtuado pela maneira inescrupulosa de manipulação do poder".

O assunto é menos frequente nas declarações dos candidatos fora da "terceira via". O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não tem a extinção do dispositivo como uma de suas promessas, mas já disse no passado ser contra a renovação do mandato.

Em 2007, um ano após ser reeleito, ele afirmou que "sempre foi contra a reeleição" no programa semanal de rádio que o governo mantinha à época, "Café com o presidente". "Acontece que tem o instituto da reeleição e eu sou um presidente reeleito, portanto, eu não posso agora dar palpite", disse Lula à época.

Procurada, a assessoria do pré-candidato ainda não se manifestou sobre a posição do petista sobre o tema atualmente.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou a defender o fim da reeleição durante sua campanha em 2018, mas não levou a proposta adiante em sua gestão. Ele tem sido criticado por levar adiante medidas econômicas controversas no ano em que busca a reeleição. Recentemente, o governo aprovou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para adiar o pagamento de precatórios, que são dívidas reconhecidas pela Justiça, a partir do próximo ano, e mudar a regra de cálculo do teto de gastos, principal âncora fiscal do País, para abrir espaço no Orçamento e viabilizar os pagamentos de R$ 400 pelo programa Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família.

O São Paulo realizou neste domingo (23), na sede do clube, a Assembleia Geral Extraordinária para definir a aprovação ou não da proposta de reforma estatutária. O resultado foi contabilizado no início da noite e os associados reprovaram a proposta de reeleição presidencial e a de maior mandato de conselheiros.

Na cédula de votação, os associados tinham as opções "Sim" (para aprovação da proposta de reforma estatutária), "Não" (para rejeição da proposta) e Abstenção. Conforme revelou o clube, 818 associados reprovaram a mudança no estatuto, enquanto 506 aprovaram. Houve cinco abstenções.

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"Como sempre em minha vida, saúdo a democracia. A reforma estatutária proposta por um grupo de 82 conselheiros não foi aprovada hoje na Assembleia Geral. Ou seja, deve-se seguir a vontade do sócio, sem que seja feita recontagem de votos ou impetradas ações na Justiça - isso sim seria uma tentativa de golpe. Parabenizo a todos que lutaram por seus ideais nas últimas semanas - com respeito, todas as opiniões são bem-vindas. Seguimos em frente o nosso trabalho, com muito afinco e acreditando no fazer o melhor para o nosso São Paulo Futebol Clube", afirmou o presidente do clube, Julio Casares.

O presidente era um dos defensores da mudança, visando uma reeleição no futuro. Seu mandato vai até o final de 2023. Assim como Julio Casares, o São Paulo também usou a democracia para explicar o resultado obtido neste domingo.

"O São Paulo Futebol Clube ressalta que todo o processo foi desenvolvido com base em princípios democráticos, valorizando a participação dos associados nas decisões que envolvem o futuro do Clube. O respeito à democracia seguirá sendo um pilar para processos futuros, sempre em prol da melhoria do São Paulo", publicou o clube, em seu site oficial.

Passada a votação, o São Paulo começa a se concentrar exclusivamente na estreia do Campeonato Paulista. O time enfrenta o Guarani na quinta-feira, às 21h30, no estádio Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas.

Em meio a uma divisão na base que o apoiou em 2018 e queda na popularidade, o presidente Jair Bolsonaro admitiu impasses para seu projeto de reeleição em outubro e voltou a atacar o PT, partido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, provável rival na disputa presidencial. "A missão está posta, obviamente a gente vai ter problemas numa possível reeleição, mas temos que brigar para que nós não venhamos voltar atrás em função de tudo que já aconteceu no Brasil", disse Bolsonaro, que atacou a gestão do PT em função dos rombos na Petrobras.

Em entrevista à rádio Viva FM, do Espírito Santo, o presidente afirmou que tem "muitos apoiadores" no Estado e fez um apelo pela união dos aliados. Com um apoio majoritário da população à vacinação contra a Covid, conforme pesquisas divulgadas recentemente, Bolsonaro afirmou que é preciso convencer o "outro lado", mas, respeitar a posição de cada um.

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"Vamos cada um respeitar a posição do outro, quem é contra ou quem é a favor, seja o que for. Vamos tentar convencer o outro lado e, caso não possamos convencê-los, vamos seguir a nossa vida. Não vamos brigar entre nós. Afinal de contas, o bem maior que nós temos é a liberdade, não podemos perder por ter desavenças entre nós", disse o presidente.

Em aceno ao eleitorado evangélico, dividido nas intenções de voto entre Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente afirmou que agora o Supremo Tribunal Federal (STF) tem um ministro "terrivelmente evangélico" e que as decisões envolvendo pautas ideológicas cairão nas mãos de André Mendonça.

Jogos de azar

Jair Bolsonaro também afirmou na entrevista que os jogos de azar não são "bem-vindos no Brasil". O chefe do Executivo sinalizou que deve vetar a legalização da prática no País se um projeto de lei for aprovado nesse sentido. Nesse caso, ele lembrou que o veto pode ser derrubado no Congresso.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), aliado de Bolsonaro, pretende pautar o projeto da legalização a partir de fevereiro, com a volta do recesso parlamentar. Em dezembro, os deputados aprovaram um requerimento de urgência para a tramitação do projeto no plenário da Casa. Foram 293 votos a favor, 138 contra e 11 abstenções.

A bancada evangélica é contra a proposta, dividindo a base aliada de Bolsonaro no tema. Na entrevista, o presidente afirmou que deputados estão dizendo que aprovarão o projeto e que há maioria suficiente para derrubada de um veto. "Os jogos de azar não são bem-vindos no Brasil. Alguns falam que no começo seriam os grandes cassinos, não estaria aberto às pessoas mais humildes, mas é uma porteira que se abre e não sabemos o que pode passar por ela."

Empregos

Antes da divulgação dos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de dezembro, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o Brasil ultrapassou a marca de 3 milhões de empregos criados em 2021. "No mês de dezembro, ainda não pegamos esse números, estão para aparecer esses números. Então, até o final de novembro, foram 2,992 milhões de empregos. Dezembro, como é um mês atípico para melhor, nós ultrapassamos sim 3 milhões de empregos durante o ano de 2021", disse.

Para 2022, de acordo com o presidente, o governo vai investir em desburocratização e desregulamentação para combater o desemprego. Em meio à discussão sobre o futuro da reforma trabalhista, o presidente defendeu a mudança aprovada no governo do ex-presidente Michel Temer. O tema causou ruído entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-governador de São Paulo Geral Alckmin, cotado para uma candidatura a vice-presidente na chapa do petista em outubro. "Mente quem fala que a reforma trabalhista retirou direitos do trabalho", disse Bolsonaro.

Cerca de 13,5 milhões de brasileiros estão desempregados e o presidente Jair Bolsonaro (PL) deve abrir os cofres públicos no ano eleitoral para custear medidas populistas que voltem a atrair votos. A expectativa do pacotão de ações para 2022 é de R$ 90 bilhões, mais que o dobro do previsto para o rombo das contas públicas.

Distante de Paulo Guedes desde que o cargo do ministro foi ameaçado por sua proximidade com uma empresa em paraíso fiscal, Bolsonaro já disse que não entende do assunto e deu carta branca ao administrador. Porém, já contrariou as orientações do Ministro da Economia a favor do empresariado.

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Prometida em 2018, a dita 'nova política' considerava o encolhimento das contas do Estado com a diminuição expressiva de benefícios do Governo.

Com o baixo rendimento nas intenções de voto, o plano foi sendo deixado de lado com a reaproximação do presidente com o Centrão e a sua percepção de que quem digita os botões das urnas eletrônicas são os CPFs e não os CNPJs. 

Desgaste neoliberal

A estratégia neoliberal deu vez ao antigo populismo frequentemente criticado na campanha como arma de manipulação da esquerda.

"Não é mais possível defender o Governo Bolsonaro como praticante de uma agenda neoliberal", afirma o cientista político e professor da Relações Internacionais na Asces-Unita, Gustavo Rocha.

Na sua visão, a agenda populista já descaracterizou totalmente o que seria uma política "fiscal austera na percepção neoliberal" e, apesar de tentar manter a aura de responsabilidade econômica, a "redução de investimentos e gastos em áreas estratégicas para gastar naquilo que eles imaginam ter apelo eleitoral" resultam em um cenário 'desastroso'.

Como quando o feitiço vira contra o feiticeiro, a postura adotada pelo novo perfil de Bolsonaro acaba chocando de frente com o discurso que o levou à Presidência, pois a abertura irresponsável dos cofres acaba "sendo instrumentalizada para funcionar como propaganda eleitoral e meio de manipulação", complementou Rocha.

O vereador Milton Leite (DEM), 65 anos, foi reeleito presidente da Câmara Municipal de São Paulo nesta quarta-feira, 15. Aliado do prefeito Ricardo Nunes (MDB), Leite comandará a Casa pela quarta vez a partir de 2022 - ele está no sétimo mandato consecutivo.

Com apoio da maioria dos partidos, Leite obteve 49 votos entre os 55 vereadores. O candidato derrotado, Celso Giannazi (PSOL), recebeu 6 votos.

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Nas eleições de 2020, Leite teve a campanha mais cara entre todos os candidatos em São Paulo, com um gasto total de R$ 2,5 milhões. Ele foi o segundo mais votado do município, ficando atrás de Eduardo Suplicy (PT).

Em discurso antes da votação, Leite disse que a Câmara Municipal tem liberdade de atuação. "Essa Câmara tem diálogo, ela compõe. Nem sempre agrada o Executivo", disse. A fala de Leite foi uma resposta ao discurso do opositor, Celso Giannazi, que tinha criticado a atuação da presidência da Casa. "Precisamos interromper essa subserviência da Câmara Municipal às ações do Executivo. Todos os projetos do Executivo passaram aqui sem alteração e a população não foi atendida", disse o vereador do PSOL.

Câmara de SP também elege Mesa Diretora

Para o próximo ano, a composição da Mesa Diretora apresentou apenas um novo integrante: o vereador Alfredinho (PT), que substitui Juliana Cardoso (PT).

Rute Costa (PSDB), Atílio Francisco (Republicanos), Fernando Holiday (Novo), George Hato (MDB) e Milton Ferreira (Podemos) continuam para 2022 respectivamente nos mesmos cargos de 1ª vice-presidente, 2º vice-presidente, 2º secretário, 1° suplente e 2° suplente. O mandato da Mesa Diretora dura um ano.

A Câmara também realizou a eleição para a corregedoria da Casa. O vereador Gilberto Nascimento Jr. (PSC) foi reeleito como corregedor geral com 47 votos favoráveis. O mandato também é de um ano.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a criticar seu ex-ministro da Justiça Sergio Moro (Podemos), pré-candidato ao Planalto em 2022. A apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, o presidente afirmou que o rival "não aguenta 10 segundos de debate" e ainda disparou contra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). "Ele se elegeu na onda do real do Itamar Franco. Daí ele comprou a (emenda da) reeleição", disse o chefe do Executivo.

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Bolsonaro também revelou sua meta de senadores aliados na próxima legislatura: doze. Questionado por uma simpatizante sobre quantos parlamentares os apoiadores deveriam fazer para o Senado, Bolsonaro respondeu: "uma dúzia está bom".

Serão 27 vagas em disputa para o Senado nas eleições de 2022, uma por Unidade da Federação. O Palácio do Planalto pretende lançar ministros como Tereza Cristina (Agricultura, DEM-MS) e Flávia Arruda (PL-DF) para aumentar a bancada na Casa, que costuma oferecer mais resistência aos projetos do governo em relação à Câmara dos Deputados, onde o Executivo tem a fidelidade de Arthur Lira (PP-AL) no comando.

O presidente ainda disse aos apoiadores que o deputado federal Major Vitor Hugo (PSL-GO), seu ex-líder na Câmara, deseja ser candidato a governador de Goiás. "Tem que ver como ele tá, eu não sei. Ele é um cara competente. Tem tudo para dar certo da política", afirmou Bolsonaro, que reconheceu a dificuldade de emplacar aliados em algumas regiões. "Tem Estado que a gente não vai conseguir", afirmou.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), diz não trabalhar pensando na reeleição como líder da casa legislativa, mas considera a hipótese de que possui condições para encabeçar uma nova gestão. Apesar do seu comando na Casa estar vinculado à sua proximidade com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), ele acredita que sua reeleição não depende da do chefe do Executivo.

“A eleição da Câmara tem diversos componentes. Tem os nomes apresentados. Tem a situação política do momento. Tem toda uma estrutura pretérita de perfil, do que um pensa, o outro não pensa. É determinante o apoio do governo? É. Às vezes um governo se elege e quer ter um candidato, e ajuda. Mas não só isso. Muitos governos foram derrotados nas suas iniciativas, inclusive recentemente”, disse, em entrevista à Folha, divulgada nesta segunda-feira (22).

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“Eu sou candidato à reeleição no meu Estado. Aí [a reeleição como presidente] os deputados é que vão resolver. Tenho a possibilidade de ser, diferentemente de outros momentos em que tentou se alterar a Constituição. Mas tem muitas variáveis, não trabalho pensando nisso”, continuou o parlamentar.

Segundo o deputado, a filiação de Bolsonaro ao PL, de Valdemar Costa Neto, está definida e há possibilidade de o candidato a vice da chapa ser do PP, mas não do presidente se filiar ao Progressistas.

“Há uma vontade, que ele sendo do partido da base, possa escolher o vice de outro partido que possa se coligar. Tem um caminho longo ainda. Tem o Republicanos, Progressistas, partidos que podem compor. Então é normal que possa sair um vice do Nordeste ou de Minas. Um estado que possa balancear”, respondeu, sobre a hipótese do vice-presidente ser um progressista.

Quanto à união de PP e PL, acredita que é preciso alcançar uma estabilidade antes. Lira também comentou sobre o desempenho, por região, da tese da ida de Bolsonaro à legenda.

“Temos que caminhar para um sistema mais estável. Na Câmara temos 28 partidos orientando. Tem que procurar composições. As federações vão ajudar. O que restringe é o rigor da lei, quatro anos de união. A nível nacional, são partidos que pensam igual, de centro, dão governabilidade. E 'ai' do país se não tivesse esses partidos de centro”, disse.

E continua, reafirmando a resistência para aceitação de Bolsonaro no Nordeste, incluindo nas bancadas políticas: “O presidente Ciro [Nogueira] conversou com todo o partido, houve apoio forte do Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Norte. E resistência no Nordeste. Pragmaticamente, o partido aumentaria suas bancadas com a vinda do presidente Bolsonaro. [...] Individualmente, para um ou outro poderia não ser [bom]”.

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