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O Rio Tietê teve avanço na sujeira de suas águas entre 2021 e 2022. A mancha de poluição em um ano aumentou mais de 40%, passando de 85 quilômetros para 122 quilômetros nos 55 pontos de medição em sua bacia, de acordo com monitoramento da Fundação SOS Mata Atlântica. No mesmo período, a extensão da água de boa qualidade despencou de 124 quilômetros no ano passado para 60 na atual medição.

Entre os motivos da perda de qualidade da água estão a transferência de sedimentos contaminados acumulados no reservatório de Pirapora do Bom Jesus para o Médio Tietê. De acordo com o relatório Observando o Tietê 2022, esses sedimentos com altas cargas de Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) carregam remanescentes de esgotos e de fontes difusas de poluição, como lixo, defensivos agrícolas, fuligem de carros, entre outros.

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Gustavo Veronesi, coordenador da Mata Atlântica, diz que a retomada da atividade econômica após dois anos da pandemia de covid-19 também entra na conta, mas não pode ser vista como a única responsável por esse aumento. "Mesmo na pandemia, as pessoas continuaram gerando esgoto doméstico, as produções agrícolas continuaram acontecendo, mas, sim, ter mais pessoas na rua gerando poluição difusa que acaba indo para o rio contribui para o avanço da poluição", afirma.

Em 2021, a pandemia ainda prejudicou a medição, feita por grupos voluntários ao longo da bacia do Tietê. "Antes da pandemia, tínhamos mais de cem grupos nas bacias do alto e médio Tietê e que agora estão voltando", diz Veronesi.

O monitoramento foi realizado por 35 grupos voluntários da SOS Mata Atlântica, entre setembro de 2021 e agosto de 2022, ao longo de 576 quilômetros do rio, desde a nascente, em Salesópolis, até a jusante da eclusa do Reservatório de Barra Bonita. O Tietê se estende por 1.100 km de sua nascente à foz, no Rio Paraná. "Esse resultado vem de pontos representativos", afirma Veronesi.

O relatório divulgado nesta quinta-feira, quando é lembrado o Dia do Rio Tietê, faz parte do projeto Observando os Rios, que conta com o apoio da Ypê. Dos 55 pontos de coleta, 34 estão situados ao longo do rio principal.

MELHORA

Em três deles foi constatada melhora na qualidade da água, todos na chamada região Tietê Cabeceira. Em cinco pontos houve piora: no trecho do Tietê entre Botucatu e Barra Bonita, a água passou de boa para regular e, em Laranjal Paulista, de regular para ruim. Em Santana de Parnaíba a classificação da qualidade foi péssima. Em Anhembi, Barra Bonita, Mogi das Cruzes, Pirapora do Bom Jesus, Salto e Tietê, os índices se mantiveram regulares. Em Guarulhos, Itaquaquecetuba e Suzano, na Grande São Paulo, ruins.

Segundo Veronesi, quando se compara o dado atual com o que já foi a poluição do rio nos anos 90 a situação agora é bem melhor, mas nem por isso o retrato mais recente deve deixar de ser considerado preocupante. "Se a gente considerar todos os rios da bacia houve uma certa estabilidade. A piora mesmo foi no Tietê em si", diz o coordenador do SOS Mata Atlântica. "Há 20 anos, essa mancha de poluição era de mais de 500 km e foi regredindo, mas é triste ver que aumentou de 85 km para 122 km em um ano."

De acordo com Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente, durante a pandemia, a medição foi prejudicada em razão da diminuição dos pontos e da frequência das análises. Em nota, a pasta do governo do Estado afirma que "outros estudos sobre a queda da poluição difusa na Grande São Paulo durante a quarentena, entre os quais do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e da Cetesb, também mostram que não é possível comparar períodos atípicos."

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A pandemia do novo coronavírus modificou o comportamento das pessoas e isso se refletiu na qualidade da água do Rio Tietê. Uma análise dos últimos 12 meses mostra que a mancha de poluição somou 150 quilômetros de extensão e, pela primeira vez desde 2010, não foram registrados trechos com água de péssima qualidade. Também se observou uma estabilidade da qualidade do recurso hídrico nos 83 pontos monitorados em relação a 2019. Os dados são do relatório Observando o Tietê, que está sendo divulgado nesta terça-feira pela SOS Mata Atlântica. O grupo monitora 576 dos 1,1 mil quilômetros do rio.

Nas avaliações feitas entre setembro de 2019 e agosto de 2020 - com interrupção entre março e julho, por causa da pandemia, a qualidade de água ruim foi verificada em trechos que antes estavam no nível péssimo. No ano passado, o trecho considerado "morto", com água imprópria para uso ou vida aquática, foi de 163 quilômetros. Além disso, a qualidade da água melhorou em 94 quilômetros, atingindo a condição boa, um indicador que não era obtido há décadas.

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Mas é importante destacar que um trecho de 44 quilômetros entre os municípios de São Paulo e Barueri, a partir da Ponte da Rodovia Anhanguera, não foi analisado este ano. Na série histórica, essa porção do rio costuma apresentar condição péssima, mas se for considerada ruim nesta avaliação a mancha teria uma extensão de 194 quilômetros. "Dessa vez, mesmo que fosse considerado o trecho inteiro, a condição estaria ruim, não péssima", diz Malu Ribeiro, gerente da SOS Mata Atlântica, que destaca o dado positivo na análise.

Para ela, essa melhora é reflexo do comportamento humano alterado pela pandemia. "As pessoas ficaram mais em casa, teve menos lixo na rua, que assim não foi para os rios, e houve menor pressão sobre os recursos hídricos por parte das atividades industriais e agronegócio. O consumo doméstico aumentou, mas, de forma geral, a pressão foi menor."

Um cenário inédito este ano é que a mancha de poluição ficou dividida em dois grandes trechos e dois menores. Um deles compreende a faixa entre Porto Feliz e Laranjal, que desde 2010 apresentava qualidade regular da água. Segundo Malu, isso é reflexo da abertura de barragens ou eclusas, que levou água ruim para essas regiões. "Se não fosse essa abertura em Laranjal, a mancha seria menor", afirma. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As ações do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) para limpeza e desassoreamento do Rio Tietê no ano passado caíram à metade do nível dos anos anteriores, conforme dados do governo do Estado. No primeiro ano da gestão João Doria (PSDB), o total de lama retirado da calha do Tietê foi de 409 mil metros cúbicos de material, enquanto a média entre os anos de 2016 e de 2018 foi de 800 mil metros cúbicos, segundo informa o departamento. Uma chuva recorde para fevereiro fez o Rio Tietê transbordar em 16 locais anteontem.

A Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente informou, por meio de nota, que mais recentemente concentrou esforços na região do Alto Tietê e em serviços feitos no Rio Pinheiros, que deságua no Tietê. "A prioridade foi definida de acordo com a batimetria (técnica que mede a profundidade do leito) que constatou alguns trechos com cerca de um metro", diz o texto.

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O desassoreamento é a forma de retirar do fundo do rio o material levado ao Tietê pelos córregos. Com o fundo cheio de sedimentos, a capacidade de vazão do rio é reduzida, o que facilita os transbordamentos. Em 2016, no Tietê, foram retirados 672 mil m³ de sedimentos; em 2017 foram 958,5 mil m³. Já em 2018 foram 778 mil m³, segundo números repassados pelo governo à reportagem.

Dados da Secretaria Estadual da Fazenda mostram que os gastos com a manutenção do Rio Tietê na área urbana também foram menores do que em anos anteriores. Em 2019, essas ações consumiram R$ 58,5 milhões. Já em 2018, último ano da gestão de Geraldo Alckmin (PSDB) e Márcio França (PSB), esse volume havia sido de R$ 99 milhões, em números corrigidos pela inflação.

Em todos os anos anteriores, até 2014, os recursos destinados a manter o rio desassoreado foram maiores do que no ano passado: em 2014, essa atividade consumiu R$ 164,9 milhões, em valores corrigidos pela inflação. Subiu para R$ 100 milhões (2015), caiu para R$ 80 milhões (2016) e passou em 2017 para R$ 100,2 milhões.

Para o ano de 2020, as ações de manutenção do Rio Tietê têm previsão de gastos de R$ 90,2 milhões, também segundo dados da Fazenda estadual. Por enquanto, o sistema de execução do orçamento mostra que, em janeiro, nenhum gasto foi feito.

A situação do Tietê é diferente da do Rio Pinheiros, que anteontem também transbordou, causando oito pontos de alagamento. Para este, Doria anunciou um plano em junho do ano passado para retirada de R$ 1,2 milhão de metros cúbicos de sedimentos da calha, que ainda está em execução.

Na época, o anúncio foi que, nos cinco anos anteriores (portanto entre 2014 e 2019), haviam sido retirados 500 mil metros cúbicos de material da calha do Pinheiros, serviço feito pela Empresa Metropolitana de Água e Energia (Emae). Ao longo do ano, 322 mil m³ foram retirados do Pinheiros. Anteontem, o temporal fez o rio alcançar o maior nível em 15 anos.

Contraponto

O engenheiro civil Aluísio Canholi, que foi coordenador técnico do Plano de Macrodrenagem da Bacia do Alto Tietê, destaca que há mais indicadores sobre a eficiência do serviço de manutenção do rio, que não consideram só a quantidade de material retirado por desassoreamento. Cita como exemplo os pontos onde o Tietê encontra os afluentes, como o Tamanduateí, que são locais em que o acúmulo é maior e precisam ser considerados.

Canholi destaca também que, mesmo se a calha estivesse em boas condições, o projeto de engenharia que a definiu foi pensado para que o Tietê tivesse uma capacidade de receber e transportar água inferior a condições climáticas atuais. "O projeto foi de cem anos", diz.

Na prática, se buscaram dados dos cem anos anteriores e se calculou um projeto que aguentasse a pior tempestade registrada neste período. "A vazão é para uma chuva de 120 milímetros em 24 horas. A chuva de anteontem teve 120 milímetros entre 6 e 12 horas, dependendo do ponto", destaca ele. No projeto da calha, feito no fim dos anos 1990, o fenômeno mais intenso dos cem anos anteriores havia sido justamente as enchentes de 1983, que foram superadas pela tempestade da madrugada de anteontem.

Investimentos

Segundo nota enviada pela gestão Doria, a partir deste ano o Estado ainda contará com um recurso extra de R$ 20 milhões do Fundo Estadual de Recursos Hídricos (Fehidro) para arcar com as despesas relacionadas aos serviços de desassoreamento. "Vale lembrar que o orçamento recebido em 2019 não foi elaborado pela atual gestão", destaca.

O corpo de uma mulher foi encontrado nas margens do Rio Tietê, nas proximidades da Barra Funda, na zona oeste da capital paulista, na madrugada desta terça-feira, 19.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo, a vítima ainda não foi identificada. Por volta das 3 horas da manhã, policiais militares foram acionados para atender a ocorrência.

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O caso foi registrado como morte suspeita no 7º DP (Lapa).

A SSP disse ainda que foram solicitados exames para a vítima e perícia no local.

O Rio Tietê transbordou e as águas levaram grande quantidade de espuma branca para as ruas de Salto, no interior de São Paulo, na tarde desta sexta-feira, 5. Com a vazão próxima dos 650 metros cúbicos por segundo, o dobro do volume normal, a água invadiu uma parte da área urbana, na região ribeirinha. A Defesa Civil pôs em alerta os moradores da região ribeirinha para eventual necessidade de saída das casas, caso o nível continuasse subindo.

A Rua 24 de outubro - acesso ao Campo do Avenida -, a Ilha dos Amores e o acesso ao Parque Natural Ilha da Usina e à Ponte Pênsil foram interditados. Conforme a prefeitura, a espuma aparece devido a componentes químicos de sabão e detergentes lançados na água em cidades da Região Metropolitana de São Paulo. O material é considerado poluente e pode causar irritação na pele, garganta e olhos.

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De acordo com a Defesa Civil, com as chuvas intensas na capital, as comportas das represas da Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae) foram abertas, aumentando a vazão do rio. Até o fim da tarde, as equipes faziam o monitoramento dos rios Tietê e Jundiaí, próximo à região central de Salto. "A Defesa Civil reforça para que a população em geral evite locais próximos ao rio e respeite a sinalização de segurança e interdições", informou em nota.

Nesta terça-feira (5), o rio Tietê amanheceu com a água escura na regão de Salto (SP).

O nível do rio subiu de repente nesta manhã e, por causa da cor escura, causou alerta nos moradores e ambientalistas próximo ao Memorial do rio Tietê.

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Ambientalistas indicam que esse fato deu-se porque ocorreu nova abertura nas barragens instaladas em Santana do Parnaíba ou Pirapora do Bom Jesus.

Estas barragens são de responsabilidade da Empresa Metropolitana de Água e Energia (Emae), que pertence ao governo do estado de São Paulo.

A Emae comunicou que, "como concessionária de geração de energia elétrica, não tem condições de avaliar as causas de eventuais mudanças na coloração das águas conforme reportado. Informa também que não é responsável pela qualidade das águas que chegam às instalações que opera, no entanto tem seus equipamentos e sistemas submetidos a estas águas, e que sua atividade principal, a geração de energia por meio de fonte hidráulica, não é uma atividade poluidora."

A extensão do rio que atravessa a cidade sofre com a contaminação com constância. As chuvas no decorrer de maio e junho deste ano causaram a já habituada espuma do Rio Tietê, consequência da poluição no manancial. (Por Beatriz Gouvea)

O governo do Estado de São Paulo iniciou nesta quarta-feira (1) obras para o desassoreamento de mais um trecho do rio Tietê. O orçamento da obra, que está localizada entre a barragem da Penha e o lado da barragem Edgard de Souza, na região metropolitana de São Paulo, é de R$ 55,9 milhões.

Segundo o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), responsável pela obra, o prazo para conclusão é estimado em 12 meses. A estimativa é de retirar 500 mil metros cúbicos de sedimentos, como areia, argila, materiais inertes e lixo depositado no fundo do canal.

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O governador do estado de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), esteve no local e disse que "o rio aprofundado ajuda a macrodrenagem de São Paulo, porque o Tietê é o grande ralo de São Paulo. Todos os rios confluem para ele, então, melhora o rio Aricanduva, o Cabuçu, o Mandaqui, enfim, melhora toda a macrodrenagem". As obras irão influenciar os municípios de São Paulo, Osasco, Carapicuíba, Barueri e Santana do Parnaíba.

As chuvas de outono elevaram em até três metros o nível do Rio Tietê, e as águas invadiram áreas urbanas em quatro cidades do interior paulista. Em Tietê, grande parte da Avenida Fernando Costa, na beira do rio, foi alagada. Casas e estabelecimentos comerciais foram tomados pelas águas. A maioria dos moradores trancou o imóvel e se refugiou em casas de parentes. Uma indústria de flocos de arroz deu folga aos funcionários.

"Estamos parados desde a tarde de ontem (terça-feira, 7) e não sabemos quando vamos voltar", disse o mecânico industrial Valdemar Zamuner.

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Segundo ele, essa é a terceira enchente do ano - as duas anteriores foram em janeiro -, mas a primeira no mês de junho desde 1983. Toda a parte baixa do rio, que corta o centro da cidade, estava alagada.

A conferente Natália Domingues arregaçou a calça e enfrentou a inundação para chegar em casa, na Rua Tenente Gelás. As águas cobriram a ponte que liga a cidade ao bairro Santa Cruz. "Do lado de lá, tem muita gente ilhada, pois essa é a única ligação com o centro", disse.

No bairro São Pedro, castigado pela enchente, duas residências foram interditadas e as famílias removidas para a casa de parentes. Na zona rural, moradores do bairro Manessununga estavam ilhados.

Outras cidades

Em Salto, o Rio Tietê cobriu parte da Rua 24 de Outubro, interditando o acesso ao estádio do Avenida. Algumas famílias se negaram a sair das casas e permaneciam ilhadas. De acordo com o aposentado Bruno Pavani, na terça-feira a Defesa Civil alertou os moradores sobre o risco de inundação. O complexo turístico da cachoeira, onde fica o Memorial do Rio Tietê, estava interditado. As águas passavam sob a Ilha dos Amores, uma das atrações.

Em Porto Feliz, a água atingiu ruas e casas do Jardim Vante, na área ribeirinha. Em Barra Bonita, a abertura das comportas da hidrelétrica de mesmo nome elevou o nível do rio e as águas invadiram a Avenida Pedro Ometto, na orla do Tietê.

Três pessoas de uma mesma família morreram afogadas quando nadavam numa prainha do Rio Tietê, na tarde de domingo, 3, em Buritama, interior de São Paulo. As vítimas, uma mulher de 40 anos, uma jovem de 18 anos, e o irmão dela, de 7 anos, tinham ido ao local para comemorar o aniversário da garota.

A mulher, Lara de Oliveira Rodrigues, tia dos irmãos, observava os sobrinhos brincando na água quando o menino começou a se afogar.

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A jovem teria tentado salvá-lo e Lara entrou no rio para ajudar. Os três acabaram se afogando. A mulher chegou a ser socorrida pelos bombeiros voluntários, mas já chegou sem vida ao pronto-socorro de Buritama.

Os corpos dos irmãos só foram encontrados pelo Corpo de Bombeiros na manhã desta segunda-feira, 4. A Polícia Civil abriu inquérito para apurar as causas dos afogamentos.

A espuma do Rio Tietê que cobriu o centro de Salto, região de Sorocaba, na manhã de quarta-feira (9), levou também quatro toneladas de lixo para as ruas da cidade. Nesta quinta-feira (10), a prefeitura mobilizou uma equipe com 20 funcionários, uma retroescavadeira, um caminhão-pipa e um basculante para remover a sujeira - garrafas PET, latas, sacos plásticos e pedaços de isopor - que ficou nas ruas depois que a espuma baixou.

As vias públicas ficaram cobertas por um lodo preto e precisaram serem lavadas. O material recolhido foi transportado para um aterro sanitário. Os trabalhos de limpeza devem prosseguir na sexta-feira (11). A Avenida Castro Alves, a mais atingida, continua com um trecho interditado, pois o local ainda exala mau cheiro.

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De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente, em um ano, é a terceira vez que o lixo carreado pelo Rio Tietê para na cidade. Nas duas ocasiões anteriores, foram retiradas mais de 50 toneladas de sujeira.

O aumento na vazão do Rio Tietê por causa das chuvas fez com que uma camada de espuma invadisse as ruas centrais de Salto, região de Sorocaba, na manhã desta quarta-feira (9). O fenômeno levou a prefeitura a interditar a Avenida Castro Alves, uma das principais da cidade. A espuma se formava no complexo da cachoeira, na região central, onde as águas despencam entre as pedras. A camada era tão espessa que transbordou para as ruas, atraindo a curiosidade dos moradores.

De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente do município, a formação de espuma é decorrente do estado de degradação do rio, que chega à cidade já poluído pelo despejo de esgotos na Região Metropolitana de São Paulo. Segundo a pasta, a água do Rio Tietê mudou de cor e também carrega grande quantidade de lixo.

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O rio está sendo monitorado, já que a prefeitura prevê a chegada de grande quantidade de detritos carreados para o Tietê pela enchente que atingiu, terça-feira, 8, a capital e cidades da Grande São Paulo.

As águas do Rio Tietê voltaram a apresentar coloração escura neste final de semana, em Salto, no interior de São Paulo. O fenômeno foi observado durante todo o domingo (5) e, nesta segunda-feira (6), a água ainda tinha um tom de cinza escuro. A espuma que se formava logo após a região central da cidade apresentava manchas pretas. Turistas e moradores se espantaram com a mudança na cor da águas.

O secretário de Meio Ambiente do município, João de Conte, que foi ver de perto o fenômeno, disse que pode ter sido resultado das chuvas dos últimos dias. "Houve aumento na vazão, e a água pode ter revolvido a lama e a poluição assentadas no fundo, mas isso ainda é só uma hipótese." Ele lembra que, em novembro de 2014, as chuvas ocorridas após longo período de estiagem fizeram com que as águas do rio ficassem pretas. Na ocasião, o fenômeno causou a morte de 40 toneladas de peixes.

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Desta vez, não tinham sido registradas mortes de peixes até a tarde desta segunda-feira. Segundo Conte, os órgãos ambientais foram acionados para detectar a origem do problema. Nas últimas semanas, a formação de espuma tem sido frequente nesse trecho do rio, o que ele atribui à presença de detergentes na água, decorrentes de esgotos lançados no rio sem tratamento, sobretudo na Grande São Paulo.

A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) informou que a mudança na coloração da água deve-se a um fenômeno natural, decorrente da chuva. O aumento na vazão fez com que os detritos depositados no leito se misturassem à água, que se tornou mais escura.

Plantas aquáticas cobrem grandes extensões do Rio Tietê e de outros rios importantes do interior de São Paulo, como o Pardo e o Jacaré-Pepira. A vegetação forra a superfície dos rios com mantos verdes que impedem a pesca e atrapalham a navegação. Os aguapés se acumulam nas barragens e causam o entupimento de comportas em hidrelétricas. O fenômeno, associado à poluição e ao calor, está ocorrendo numa época em que faz frio.

Em Ibitinga, região central do Estado, a presença de aguapés já interrompeu o serviço de balsas do rio Jacaré-Pepira, próximo da foz com o Rio Tietê, segundo a prefeitura. As plantas se acumulam também na barragem da Usina Hidrelétrica de Ibitinga, no Rio Tietê, prejudicando as operações. Pescadores de Ibitinga reclamam que os pontos de pesca nos dois rios estão cobertos de plantas e já começam a aparecer peixes mortos.

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O acúmulo de aguapés também era observado, nesta quarta-feira, 24, no reservatório da Hidrelétrica de Barra Bonita, próximo de Anhembi, e em trechos do Rio Piracicaba, perto do distrito de Artemis.

No Rio Pardo, em Santa Rosa do Viterbo, além dos tapetes de plantas aquáticas, grande quantidade de algas conferia um tom esverdeado à água. O fenômeno é o mais drástico em 40 anos, segundo pescadores locais. Na Usina Hidrelétrica Limoeiro, em Mococa, as comportas tiveram de ser abertas para evitar que a vegetação entupisse as grades ou atingisse as turbinas.

De acordo com a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), o principal motivo para o aumento na quantidade de plantas é a maior presença de nutrientes na água. O Rio Tietê recebe esgotos de 32 milhões de habitantes de cerca de duzentas cidades e a matéria orgânica desse poluente serve de alimento às plantas. Esse problema é intensificado na época de estiagem, pois o volume de água diminui, o que acarreta maior concentração dos nutrientes.

Em quantidade moderada, o aguapé ajuda a depurar a água, mas em excesso prejudica a qualidade do rio, reduzindo o índice de oxigênio na água. Uma das consequências pode ser a mortandade de peixes.

Um homem desapareceu após cair no Rio Tietê, na zona oeste da capital paulista, na manhã desta sexta-feira (19). A vítima teria sido agredida com golpes de taco de madeira antes de cair em um vala.

O caso aconteceu por volta das 6h, na Avenida Nicolas Boer, região da Barra Funda. Em depoimento aos policiais, o irmão do desaparecido, um garçom de 25 anos, teria informado que os dois se envolveram em uma briga durante uma festa e o seu irmão teria sido agredido com um soco.

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Após a confusão, os dois saíram a pé da festa em direção à Ponte Julio de Mesquita Neto, informa a Secretaria de Segurança Pública (SSP). No caminho, eles teriam sido surpreendidos por quatro veículos, segundo relato da testemunha aos policiais. O garçom também disse que várias pessoas desceram dos carros com tacos de madeira e passaram a bater neles.

A vítima teria tentado escapar, quando foi golpeada. Ao se desequilibrar, o homem teria caído em uma vala do Rio Tietê. O Corpo de Bombeiros foi acionado e realizou buscas na região, mas não conseguiu encontrar o desaparecido.

Registrado no 23º Distrito Policial (Perdizes) como lesão corporal e desaparecimento, o caso foi comunicado ao Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).

O trecho considerado "morto" do Rio Tietê foi reduzido em 70,8% nos últimos quatro anos, aponta relatório da Fundação SOS Mata Atlântica sobre a despoluição da água do principal rio paulista que será divulgado hoje em São Paulo. Segundo o levantamento, a extensão do rio onde não há vida porque o nível de oxigênio dissolvido na água é praticamente nulo encolheu de 243 em 2010 para 71 quilômetros, entre Guarulhos e Pirapora do Bom Jesus, na Grande São Paulo.

Há quatro anos, quando o governo do Estado finalizou a segunda etapa do Projeto Tietê, o trecho "morto" começava em Suzano, mais perto da nascente em Salesópolis, e se estendia até Porto Feliz, a cerca de 100 km da capital. No início do projeto de despoluição, em 1993, a mancha anaeróbica - sem oxigênio -, onde a qualidade da água oscila entre ruim e péssima, era de 530 km, entre Mogi das Cruzes e Barra Bonita, a cerca de 230 km da capital.

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"Sem dúvida, esse resultado é muito positivo, principalmente para quem olha o rio como um todo. Mas não queremos passar a falsa ideia de que está tudo legal. Para que o Tietê se recupere em São Paulo da forma que a população espera, vai demandar muitos esforços de aprimoramento da legislação e da fiscalização do lançamento de efluentes industriais e domésticos", afirmou Malu Ribeiro, coordenadora da Rede das Águas da SOS Mata Atlântica.

O relatório é resultado do monitoramento da qualidade da água do Tietê e de outros 58 outros corpos hídricos ligados ao rio, como lagos e córregos, em uma bacia que abrange 68 cidades. Ao todo, são 82 pontos de monitoramento analisados entre setembro de 2013 e este mês, dos quais 17 instalados no curso do rio, ao longo de 576 km, entre a nascente e Barra Bonita.

Segundo o relatório, a seca que castiga os mananciais da região desde o início do ano impactaram a qualidade da água do Tietê, especialmente no trecho de 38 km entre Guarulhos, passando pelas duas Marginais na capital paulista, até o limite com Osasco. "Nós observamos que nesses pontos a qualidade da água regrediu aos índices do início da década passada. Nossas expedições identificaram que o rio ainda recebe muito lançamento de esgoto clandestino, de caminhões que fazem coleta em indústrias e despejam os resíduos à noite no rio", disse Malu. Segundo ela, a proteção das áreas de conservação no Alto Tietê impediram a queda na qualidade da água entre Salesópolis e Biritiba-Mirim mesmo com a crise hídrica.

Os investimentos em saneamento básico realizados na Grande São Paulo possibilitaram que 18 pontos de coleta distribuídos em córregos e pequenos rios da capital deixassem uma condição péssima - de rios completamente mortos - e passassem para índices ruins, regulares e bons. Em toda região monitorada, os pontos de coleta com índices de qualidade péssima caíram de sete para três. Já o índice de qualidade boa aumentou de três para dez. Um deles é o Córrego Água Preta, que fica no bairro Pompeia, zona oeste da capital, altamente adensada. "Ali está um ótimo exemplo da importância da iniciativa da população na recuperação dos corpos d’água. A comunidade adotou o córrego, e isso fez diferença", disse Malu.

Hoje, ela debate com outros especialistas da área e o secretário estadual de Saneamento e Recursos Hídricos, Mauro Arce, se o Rio Tietê, em toda sua extensão, pode ser uma opção no futuro para abastecimento público. Na semana passada, o Conselho Estadual de Recursos Hídricos reconheceu a melhora na qualidade da água em 25 quilômetros do Rio Jundiaí, um afluente do Tietê, entre as cidades de Itupeva e Indaiatuba, e autorizou o seu uso para consumo humano após 30 anos de investimentos em coleta e tratamento de esgoto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A recuperação do Rio Jundiaí é apontada como um exemplo de que a despoluição do Rio Tietê, iniciada há 21 anos, é possível. Atualmente, cerca de 78 quilômetros do rio que corta a Grande São Paulo continuam sendo classe 4, ou seja, situação mais crítica e cujo uso para abastecimento público é proibido.

Segundo a coordenadora da Rede das Águas da Fundação SOS Mata Atlântica, Malu Ribeiro, o processo de despoluição do Tietê, contudo, é mais complexo e deverá levar mais tempo. "O Rio Jundiaí nasce na serra e vai protegido até metade da bacia, onde começa a receber carga de efluentes. O Tietê, por sua vez, recebe uma carga muito maior, fruto de uso industrial intenso, muito próximo da nascente, produzindo impacto maior", diz.

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Foi sepultado na tarde deste sábado (30), em Porto Feliz, o corpo do menino Cauã Felipe da Silva, de 10 anos, que estava desaparecido desde a última quarta-feira, 27. De acordo com um primo, o garoto corria atrás de uma bola quando escorregou e caiu no rio Tietê, que corta a área urbana. Segundo a testemunha, o nível do rio estava alto e o menino foi levado pela correnteza.

Depois de dois dias de buscas, o corpo foi encontrado no final da noite de sexta-feira, 29, por um amigo da família. Usando um barco, ele continuou as buscas mesmo depois que o Corpo de Bombeiros e a Guarda Civil Municipal interromperam os trabalhos em razão da noite avançada. O corpo foi achado perto da margem do rio, a um quilômetro do local em que o menino teria caído no rio. A Polícia Civil aguarda o laudo do Instituto Médico Legal (IML) para confirmar a causa da morte.

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Três equipes do Corpo de Bombeiros vasculham o rio Tietê, em Porto Feliz, região de Sorocaba, à procura do menino Cauã Felipe da Silva Correia, de dez anos, desaparecido desde o final da tarde de quarta-feira (27). Segundo um primo do garoto, de oito anos, Cauã escorregou e caiu no rio quando procurava uma bola.

Os dois brincavam na margem do rio, na periferia da cidade, e o solo estava escorregadio. Os bombeiros iniciaram as buscas logo após o desaparecimento, mas tiveram de suspendê-las durante a noite. Familiares da criança e moradores vizinhos protestaram contra a paralisação das buscas interditando uma rua com uma barricada de galhos e ateando fogo. Os trabalhos foram retomados pela Guarda Municipal e prosseguiram até a madrugada. De manhã, bombeiros da cidade apoiados por equipes de Sorocaba e Tietê reiniciaram a procura por Cauã.

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No trecho, o rio é fundo e tem águas escuras em razão da poluição. O volume das águas está aumentado por causa das chuvas recentes. Até as 13 horas, não havia sinal do garoto.

Grandes tapetes de espuma cobriam a superfície do rio Tietê na área urbana de Pirapora do Bom Jesus, na manhã desta quarta-feira. O espetáculo que atraía curiosos denunciava também um aumento na poluição concentrada nas águas. Com o vento, alguns blocos se deslocavam e caíam nas ruas próximas do rio. Moradores reclamam que, ao secar, a espuma deixa manchas no chão, em roupas e na pintura dos carros. A prefeitura alega que a cidade perdeu mais de 50% dos turistas por causa da poluição do rio e quer uma compensação.

O fenômeno ocorre dois quilômetros abaixo de uma barragem existente no rio. O Tietê corta o centro velho da cidade e, ao passar pelos vertedouros da barragem da Usina Hidrelétrica do Rasgão, as águas turbilhonam e produzem a espuma. A cidade de 15.727 habitantes abriga o santuário do Bom Jesus, destino de 600 mil romeiros por ano. Apesar da beleza cênica, a espuma incomoda os turistas, diz a secretária do santuário, Raíssa Aureliano da Silva. "Quem vem pela primeira vez reclama de coceira no nariz e ardência nos olhos." Às vezes, o cheiro de um gás liberado pela espuma invade a igreja.

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A assistente administrativa Maria Dionísia de Oliveira, moradora da cidade há 16 anos, já se acostumou com o cenário do rio. "A espuma desaparece por uns tempos, depois forma outra vez. As pessoas estão acostumadas", disse. O prefeito Gregório Maglio (PMDB) contou que o nível das águas do Tietê está mais baixo em razão do tempo seco, o que agrava a poluição, aumentando a formação de espumas. Ele disse que a cidade tem sido castigada por um problema que não gerou. "O rio já chega aqui poluído e nós pagamos a conta." Na década de 1980, segundo ele, os barcos turísticos faziam passeios pelo rio e a cidade recebia dez mil turistas todo fim de semana. "Hoje, se vêm dois ou três mil é muito."

O prefeito considera ser obrigação do governo estadual despoluir o rio, por isso tem discutido com os órgãos governamentais uma forma de compensação para a cidade. "Pirapora não foi considerada estância turística por causa da poluição e por isso perde os recursos destinados a essas cidades. Nossa população não aumenta porque a poluição do rio afasta novos moradores. É uma conta alta", reclamou.

Relatório de qualidade das águas elaborado pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) mostra que o rio Tietê está mais poluído na região. Enquanto em outras bacias do Estado houve diminuição no lançamento de esgotos, no Tietê, de 2011 para 2012, aumentou de 622 para 644 toneladas diárias a carga remanescente de Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO). O DBO é um parâmetro utilizado para quantificar a poluição orgânica da água.

A piora na qualidade do rio ocorreu mesmo com os investimentos expressivos em saneamento realizados na Grande São Paulo, através do Projeto Tietê, o maior projeto de despoluição do Estado. De acordo com a Cetesb, o esgoto doméstico continua sendo o principal responsável pela presença de indicadores de poluição nas águas, como nitrogênio amoniacal e surfactantes, bem como de ferro, alumínio e manganês.

Poluída na Grande São Paulo, a água do Rio Tietê será usada para abastecer uma população de quase 200 mil habitantes no interior do Estado. Araçatuba, a 530 quilômetros da capital paulista, será a primeira cidade não ribeirinha do Estado a usar a água do rio para abastecimento da população, de 180 mil habitantes. O projeto de captação da água do Tietê, iniciado há dez anos pelas autoridades municipais, será finalmente concluído neste sábado, 15, pela Soluções Ambientais Araçatuba S.A. (Samar), concessionária que administra o serviço público de abastecimento de água no município.

A obra custou mais de R$ 22 milhões aos cofres públicos e além da estação de tratamento, que será entregue neste sábado, ela conta com uma adutora de 15 quilômetros de extensão e uma estação de bombeamento da água. A adutora capta a água no rio e leva até a estação para ser tratada e depois ser distribuída, inicialmente para 32 bairros - principalmente da região norte, onde há problemas de abastecimento - e depois para toda a cidade.

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De acordo com a assessoria da Samar, a intenção, por enquanto, é desativar o poço profundo que capta água no aquífero Guarani e posteriormente desativar o sistema de captação de água no ribeirão Baguaçu, também usado para abastecer a população. O novo sistema também prevê o uso da água, na sua forma bruta, para atividade industrial. A empresa alega que investiu R$ 5 milhões na conclusão do sistema, que apesar de oferecer maior volume de água, de 24 milhões de litros/dia, não influenciará no preço da tarifa de consumo pago pela população.

Holding da construtora OAS, a Samar pagou R$ 39 milhões para assumir o serviço de abastecimento, privatizado pelo município em setembro de 2012. Ela prometeu investir R$ 340 milhões em 30 anos em troca dos recursos pagos em forma de tarifas pelos moradores.

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