Com o tempo, o deputado estadual tucano Daniel Coelho perceberá que a entrada do PSDB na coligação encabeçada pelo PSB pode ter salvado o seu projeto de disputar um mandato federal com absoluto sucesso.
Pelas contas dos que entendem de eleição proporcional, a chapinha isolada do PSDB para Câmara Federal, formada por Sérgio Guerra, Bruno Araújo e o próprio Daniel, só seria capaz de eleger um.
O que se ouve nos bastidores é que Bruno e Guerra têm mais votos do que Daniel pelo volume de apoios no Interior, os chamados votos de estrutura, ancorados em prefeituras e aliados de peso, estejam ou não no controle da máquina municipal.
Embora tenha disputado a eleição para prefeito do Recife e obtido mais votos do que Humberto Costa, para garantir o seu mandato na chapinha tucana Daniel teria que superar as votações de Guerra e Bruno.
O problema é que a sua concentração de votos se dá apenas no Recife e parte da Região Metropolitana, sem resultados significativos no resto do Estado. Com o PSDB no chapão do PSB, Daniel tem sua eleição facilitada, evitando uma queda de braço dentro da sua legenda com Guerra e Bruno.
Mas o próprio Daniel não pensa assim. Ele acha que será o deputado federal mais votado do PSDB e por isso continuará condenando a aliança com o PSB, que, naturalmente, enfraquece o seu discurso, mas do ponto de vista de ganho na disputa proporcional o favorece.
O mundo é dos mais sábios. Talvez Daniel não conheça o provérbio japonês que diz que as dificuldades são como as montanhas: só se aplainam quando avançamos sobre elas.
ARGENTINO COMANDA– Segundo antecipou Ilimar Franco ontem em sua coluna no jornal O Globo, o argentino Diego Brandy deverá ser o principal coordenador da área de marketing da campanha de Eduardo Campos à Presidência da República. A direção do PSB chegou a pensar em contratar Renato Pereira, que recentemente deixou a campanha de Aécio Neves, mas acabou recuando.
Relação azeda – Ligado a Sérgio Guerra, o secretário de Infraestrutura de Jaboatão, Evandro Avelar, perdeu a paciência, ontem, com o deputado Betinho Gomes, filho do prefeito gastador Elias Gomes. E soltou uma nota pedindo paciência, tolerância e cautela. “A aliança foi aprovada pela maioria”, diz. Não é o que Betinho anda espalhando.
Em boa hora– De autoria da deputada Raquel Lyra, a Lei da Transição, que será sancionada, hoje, pelo governador, pune gestores que se recusarem a passar informações para o sucessor. Na eleição passada, uma dezena de prefeitos entregou verdadeiras massas falidas aos eleitos e ainda sumiram com equipamentos, danificando, inclusive, arquivos financeiros.
De volta ao aconchego- Informa o blog de Roberto Santos que o ex-secretário de cultura de Jaboatão, Ivan Roberto Bezerra da Conceição, detonado após se envolver num escândalo de superfaturamento de shows, foi recontratado pelo prefeito gastador Elias Gomes com salário de R$ 7 mil. Ficará lotado na Secretaria Executiva de Mobilidade como gerente de comunicação. A portaria tem efeito retroativo a 2 de dezembro do ano passado.
Briga no Interior– Em Carpina, a vice-prefeita Marta Guerra (PMDB) e a vereadora Maria da Conceição, a Lia (PSB), romperam com o prefeito Carlinhos do Moinho. Saíram atirando. Acusam o socialista de contratos superfaturados e malversação do dinheiro público. Em nota, o prefeito alega que os ex-aliados fazem o jogo do ex-prefeito Botafogo e do deputado Antônio Moraes.
CURTAS
DESISTIU?– O que se ouve nos bastidores é que o deputado José Chaves (PTB) teria liberado aliados no Interior, porque não tem mais nenhum tipo de entusiasmo para renovar o seu mandato federal.
GRANDE MANÉ!– Deus levou, ontem, o radialista Mané Queiroz, um grande camarada, de bem com a vida, amigo de todos, brincalhão e bom caráter. Deixa um enorme vazio na crônica esportiva pernambucana. Que Deus o tenha!
Perguntar não ofende: Quando sai, finalmente, a reforma de Dilma?