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Com a chegada do mês de fevereiro, terminam as férias escolares e os estudantes precisam retornar ao dia a dia de tarefas, provas e preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Entre dificuldades para se readaptar aos horários de aulas, saudade dos amigos e o nervosismo para escolher uma profissão e entrar na universidade depois do terceiro ano, os jovens experimentam diversos tipos de sentimentos no momento de retomar os estudos.

Sentimentos e preparação

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Maria Eduarda Pereira tem 16 anos de idade, está no terceiro ano do ensino médio no Colégio Motivo e conta que, para estudar todos os assuntos sem acúmulo, gosta de saber sobre os conteúdos aprendidos cada dia e depois fazer apenas revisões. “Eu gosto de estudar sozinha, fazer mapa mental e resumos”, conta a jovem.

Uma estratégia parecida é adotada por Matheus Campos, de 17 anos, também no 3º ano do Colégio Motivo. Ele explicou que depois de estudar o assunto do dia, costuma rever o tema de forma mais leve nas semanas seguintes. “Eu estudo o assunto e na outra semana eu tento fazer questões dele, não necessariamente voltar a estudar com tanta intensidade como no dia em que foi dado, mas estar sempre fazendo questões e resumos”, disse ele. 

Geovanna Victoria Jacinto da Silva, de 17 anos, é aluna do 3º ano da Escola de Referência em Ensino Médio (Erem) Santos Dumont há três anos e conta que a volta às aulas traz consigo uma mistura de sentimentos bons e ruins. “Vai começar tudo de novo, as noites sem dormir, as manhãs doloridas, o cansaço mental, mas ao mesmo tempo é bom pois são meus últimos momentos com as pessoas que eu amo e que o próprio ensino médio me presenteou”, diz a estudante. 

Questionada sobre os estudos e o futuro na universidade, Geovanna explica que o último ano de colégio é o mais estressante de todos devido ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). “Me sinto muito frustrada e nervosa sempre, mas sempre tento respirar fundo e dar um passo de cada vez”, disse a jovem, que também explicou que já pensou em muitas opções de curso superior e no momento deseja fazer nutrição. 

Júlia Domingues Marinho deseja cursar medicina, tem 17 anos e está no 3º ano do Colégio Marista São Luís. Para ela, a volta às aulas é “uma época em que a gente carrega muita ansiedade e muito saudosismo”, e não seria diferente no terceiro ano, que é o último dos tempos de escola. 

A estudante explica que a adaptação à rotina é cansativa, mas ainda assim é bom retornar. “Um novo ano, novos professores, desafios, rotina... algo que vai deixar saudade”, disse ela. Perguntada sobre a rotina de estudos para a escola e o Enem, Júlia contou que sente o peso, além de uma pressão imensa, devido ao curso que deseja. 

Para 2020, a expectativa da estudante é alcançar o equilíbrio em busca da aprovação. “A expectativa é transformar esse ano, acima de várias coisas, em um ano leve e balanceado, o que é meio complicado mas faz parte. Tudo isso com intuito de passar e poder seguir a minha vocação”, afirmou a jovem.

Para o professor de Física Antônio Lorena, é muito importante que os alunos comecem a se dedicar aos estudos, tanto às provas escolares quanto ao Enem, desde o início do ano. “Não adianta só assistir aula. Tem um trabalho muito forte extraclasse. Esse trabalho tem que ser muito bem desenvolvido e amadurecido no primeiro semestre, para que no segundo o aluno venha e já se sinta mais capaz de enfrentar os vestibulares”, disse ele. 

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Tonho é um exemplo de comerciante que atua perto de escolas / Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

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Uma escola, várias crianças, jovens com seus familiares, professores e funcionários indo e vindo todos os dias. E em frente aos colégios, é comum encontrarmos vendedores dos mais diversos produtos que têm a comunidade escolar como seu público alvo. 

Entre barraquinhas, pequenas vendas, carrinhos para comércio ambulante e restaurantes, os vendedores de "porta de escola" muitas vezes passam décadas exercendo esse trabalho no mesmo local, atendendo a várias gerações de estudantes. Por vezes, a várias gerações de uma mesma família. 

“Tonho marcou minha infância e adolescência"

Antônio Alcino André, de 64 anos, é mais conhecido como Tonho e desde 1981 vende lanches em frente ao Colégio Boa Viagem, que fica no bairro com o mesmo nome, na Zona Sul do Recife. Nascido em Orobó, município do Agreste de Pernambuco, Tonho começou a trabalhar ao adquirir uma barraca que pagou em 12 vezes há quase 38 anos.

Depois de muito trabalho, o pernambucano realizou o sonho de ampliar o negócio: transformou a barraca na 'Comedoria do Tonho', um espaço onde comercializa lanches e almoço, oferecendo conforto à clientela. 

“Era da minha vontade fazer uma casa mais bem organizada para atender os fregueses e dar um pouco mais de tranquilidade, uma melhor forma de atendimento, não é? Porque lá [na barraca] eles comiam no sol, na chuva e em pé. Meu sonho era botar uma casa onde eles pudessem chegar e se aconchegar bem, sem precisar estar se escondendo debaixo do sombreiro”, explica o comerciante Com o aumento das vendas e fazendo economias, Tonho conseguiu melhorar a estrutura de sua barraca e passou a fabricar os salgados em casa. 

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O movimento foi crescendo e possibilitou a montagem da comedoria como ela é hoje. Além de vender lanches e almoço, Tonho já começa a se preparar para oferecer serviço de entrega de comida através de aplicativos de delivery.

“Esse é um sonho que eu tive e graças a Deus realizei. Eu queria um espaço um pouco maior, mas foi o que deu pra fazer. Se aqui tivesse espaço para expandir até que eu gostaria, mas não tem mais como crescer. Se amanhã ou depois houver uma oportunidade de um espaço coligado a esse, sim. Mas se não houver, tem que ter paciência e se contentar com o que tem”, diz Tonho. 

Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

Em uma visita ao estabelecimento, é fácil encontrar estudantes e funcionários do Colégio Boa Viagem e também de outras instituições localizadas nas proximidades. No entanto, entre os atuais clientes que movimentam a comedoria, há também muitas pessoas que foram clientes nos tempos de escola e voltam para provar novamente a comida de Tonho, por quem têm muito carinho. 

A advogada Lorena Torres é um exemplo do carinho que os estudantes têm por Tonho. Aluna do Colégio Boa Viagem da antiga segunda série até o terceiro ano do ensino médio, entre os anos de 1992 a 2001, ela ainda lembra bem de como gostava de lanchar com os amigos. 

“Tonho marcou minha infância e adolescência, o vínculo que a gente cria é tão forte que acabamos levando para a vida adulta. Não só eu como quase todos da minha geração do Colégio Boa Viagem até hoje vamos em Tonho, às vezes saímos de onde estamos só para comer lá, porque é uma nostalgia e a comida é ótima”, conta ela. 

"Enquanto tiver saúde eu quero continuar com essa jornada"

Severino Santana tem quatro filhos, é vigia noturno e, para complementar a sua renda familiar, há 19 anos trabalha vendendo pipoca em frente à Escola Polichinelo, localizada no bairro de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes. A instituição atende crianças a partir dos dois anos de idade até a quinta série do ensino fundamental. 

Ele conta que gosta muito do trabalho que desempenha, é muito respeitado tanto pela dona do colégio, que lhe permitiu trabalhar lá, como pelo corpo de funcionários, professores e familiares dos alunos. "Eu sou muito agradecido primeiramente a Deus e a toda a população que compra minha pipoquinha, toda a minha clientela do Polichinelo", conta o vendedor.

O carinho que as crianças têm a ele também é um dos fatores que faz “Seu Severino Pipoqueiro” afirmar categoricamente que enquanto tiver saúde e forças, seguirá trabalhando na escola, vendendo pipoca para as crianças de quem tanto gosta e das quais recebe muito carinho.  "Quando eles saem, às vezes as tias e tios vêm buscar e eles esquecem a tia e o tio, muitos me abraçando e pedindo o sabor da pipoca. Enquanto tiver saúde eu quero continuar com essa jornada e fico feliz em tudo que eu faço", conta o pipoqueiro.

Por se tratar de uma escola que não tem turmas de ensino fundamental II e ensino médio, depois de anos de convivência, ainda crianças, os alunos precisam procurar outra instituição de ensino. Esse momento, de acordo com Severino, é emocionante e ao mesmo tempo um pouco triste, pois o apego traz saudade devido ao elo construído, muitas vezes, desde antes do nascimento da criança. 

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Com o tema “Nossa cidade também ensina. A educação está em todos os lugares”, a sexta edição do Concurso Tempos de Escola abre inscrições para alunos da rede dos ensinos fundamental, médio e da Educação de Jovens e Adultos - EJA. A premiação envolve 15 municípios de sete estados brasileiros. Em Pernambuco participarão Jaboatão dos Guararapes e Paulista. A proposta tem como objetivo sensibilizar estudantes sobre a importância da dedicação aos estudos e os valores da educação em diversos conceitos.

O concurso será dividido em quatro categorias, de acordo com a familiaridade de seus conhecimentos sobre escrita e língua. Com o subtema “Venha conhecer a minha terra”, os alunos do 4º, 5º e 6º ano do ensino fundamental escreverão uma carta apresentando atrações do município e diversas características locais. Os estudantes do 7º, 8º e 9º ano trabalharão o subtema “Pessoas da minha cidade”, produzindo a biografia de um personagem local, sobre a forma como ele contribui na comunidade.

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Já os alunos do 1º, 2º e 3º ano do ensino médio abordarão o subtema “Minhas aprendizagens na cidade e na escola”. Para categoria Educação de Jovens e Adultos, a proposta é escrever a biografia de um personagem da localidade, também a partir do subtema “Venha conhecer a minha terra”.

As inscrições podem ser realizadas através do blog Educação até 10 de julho. Os alunos destaques nacionais serão premiados com um notebook. Os municipais do 4º, 5º e 6º ano, do ensino fundamental, irão receber uma bicicleta, os do 7º, 8º e 9º e de todas as séries do ensino médio irão ganhar uma câmera fotográfica.

Municípios participantes: Anita Garibaldi/SC; Aracruz/ES; Barra Mansa/RJ; Cachoeira/BA; Candeias do Jamari/RO; Capão Bonito/SP; Conceição da Barra/ES; Itapeva/SP; Jaboatão dos Guararapes/PE; Niquelândia/GO; Paulista/PE; Primavera/PA; Resende /RJ; Rio Branco do Sul/PR; Selvíria/MS; Três Marias/MG e Vazante/MG.

A equipe do Tempos de Escola passa os dias tentando descobrir se atores, cantores e humoristas tinham boletins com notas azuis, bom comportamento na aula e o que faziam na hora do recreio. Os integrantes do time da atração - exibida todas as terças, às 22h30, no Futura, porém, tiveram de voltar a ser alunos antes de dar expediente na atração, que funciona como um modelo de programa de TV em prol da sustentabilidade.

"Fazemos um treinamento com a equipe com eles e passamos vídeos sobre impacto ambiental. Acabamos fazendo um relatório de diminuição de consumo", conta Ariene Ferreira, uma das fundadoras da Cinema Verde, empresa que analisa o esquema do mercado audiovisual para adaptá-lo para ser menos agressivo ao meio ambiente.

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"Também sou produtora e acredito na conscientização, pois trabalhamos em um setor que causa muito impacto. Nas produções, sempre há mais do que o necessário", alega. Ela reorganizou a estrutura montada pelos profissionais da Bossa Nova Films, responsáveis pelo Tempos de Escola.

Todo o material utilizado nos dias em que a atração é gravada é listado. "Anotamos os dados de consumo, desde o gasto com carros, táxis e sacos de lixo", enumera. Quem trabalha por trás das câmeras já se acostumou a poupar o que pode, como os copos de água, que visualmente se assemelham aos de plástico, comuns em empresas grandes. "Mas os nossos são biodegradáveis, feitos de fécula de milho, que é um pouco mais caro, mas diminui o impacto. As pessoas escrevem os nomes e usam os mesmos ao longo do dia."

Para estimar os efeitos de um dia de gravação, a turma que dá expediente no Tempos de Escola encomendou à Unicamp uma calculadora ecológica, em que a soma do material vai parar em uma planilha que, no futuro, será uma referência para ver o que pode ser reduzido.

O plano de ser mais sustentável tem efeitos no orçamento do programa. O cenário, formado por pedaços de acrílico e madeira, é guardado ao final de cada temporada, cuja gravação dura, em média, três semanas, e é reaproveitado no ano seguinte. "Há um cuidado na hora de embalar para que ele possa ser reutilizado. Depois, quando o pegamos de volta, fazemos um restauro. Em 2014, será o mesmo que temos agora", conta Ariene.

Para dar a impressão de que o fundo do programa é novo, a equipe de cenografia faz pequenas adaptações. A preocupação na conservação é tanta que apenas o apresentador Serginho Groisman e o convidado podem pisar diretamente naquele pedaço do estúdio. Funcionários precisam colocar uma espécie de touca sobre os sapatos para não deixar manchas no chão, coberto por papel.

Os equipamentos que não podem ser eliminados recebem componentes que causam menos impacto. Na captação de som, os aparelhos movidos a pilha têm modelos recarregáveis. Assim que a gravação termina, uma cooperativa de reciclagem contratada exclusivamente, vai até o estúdio para separar o que foi descartado.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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