Tópicos | Comissão dos Direitos Humanos

A deputada Luizianne Lins (PT/CE) foi eleita, no último dia 15, presidente da Comissão dos Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial (CDHMIR). Com 18 membros titulares e 17 suplentes, a comissão é uma das permanentes da Casa Legislativa, levantando debates e promovendo a implementação de propostas acerca do que defendem. A CDHMIR existe há 25 anos. Dentre as suas principais frentes estão o recebimento, avaliação e investigação de denúncias relativas a ameaça ou violação de direitos humanos.

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Com uma agenda ainda incipiente, tendo registrado apenas duas reuniões, um seminário e uma audiência pública, o ponto de maior tensão é, até o momento, a lista dos titulares que assumiram a comissão para a nova legislatura. Um dos que se destaca é o do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG). O deputado mais votado do país é também o que responde por transfobia e homofobia devido a seu comportamento na plenária da casa legislativa. No último dia 8 de março, ele colocou uma peruca loira na cabeça e se apresentou na tribuna como “Nikole”. A atitude foi considerada ofensiva por outras bancadas da Casa.

Do Partido Liberal (PL), outros dois parlamentares dividem espaço com Ferreira na Comissão: Gilvan da Federal (ES) e Helio Lopes (RJ). Os deputados são do mesmo partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, que defendeu em seu governo ideias conservadoras, fazendo claras referências machistas e homofóbicas em suas falas. O deputado Helio Lopes carregou o sobrenome do ex-presidente durante a campanha eleitoral de 2018, quando foi eleito deputado federal pela primeira vez. Ele chegou a ser condenado, em março deste ano, a pagar uma indenização de R$ 50 mil aos irmãos Luccas e Felipe Neto, após tê-los acusado falsamente de pedofilia.

O bloco da direita na comissão ainda é composto pelos deputados: Clarissa Tércio (PP/PE), Felipe Francischini (UNIÃO/PR), Geovania de Sá (PSDB/SC), Glaustin da Fokus (PSC/GO), Prof. Paulo Fernando (REPUBLICANOS/DF) e Rodrigo Valadares (UNIÃO/SE).

Clarissa Tércio, quando era deputada estadual, fez parte do grupo de evangélicos que bloquearam uma maternidade pública no Recife para impedir a entrada de uma menina de 10 anos que foi estuprada no Espírito Santo e foi encaminhada ao local para realizar um aborto. Na época, Tércio fazia parte do Partido Social Cristão (PSC), e junto com outros colegas e seguidores, bloqueou a entrada de pessoas no hospital, e chegou a chamar a criança, vítima de violência sexual, de “assassina”.

Já como deputada federal, Tércio foi condenada a pagar uma indenização de R$ 10 mil a um casal trans por ter exposto imagens de suas vidas íntimas nas redes sociais, com comentários transfóbicos. Ela também esteve sob investigação por ter participado dos atos golpistas no dia 8 de janeiro em Brasília.

A próxima atividade agendada da comissão é uma audiência pública, marcada para a próxima quarta-feira (4), onde será debatido o Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo.

Com o início das atividades parlamentares nesta quarta-feira (1°), a Câmara dos Vereadores do Recife também retomará os trabalhos das comissões permanentes, temáticas e temporárias. A escolha de quem vai conduzir os colegiados tem gerado discussões internas, principalmente em torno da Comissão de Direitos Humanos. Apesar do indicativo de que a presidente do grupo será a vereadora Michele Collins (PP), o vereador Jayme Asfora (PMDB) anunciou hoje o seu apoio a indicação do vereador Ivan Moraes (PSOL) para assumir o posto.

Segundo o peemedebista, Ivan atende aos anseios da própria sociedade que exige que o cargo seja ocupado por quem esteja engajado em lutas importantes como o combate à homofobia, ao racismo e ao machismo, entre outras. 

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"Conheço a trajetória de Ivan Moraes – que já foi coordenador do Movimento Nacional de Direitos Humanos e atuou no Centro Luiz Freire –, e já estivemos juntos em algumas trincheiras. Por isso, sei que ele entende que é preciso trabalhar para avançar nas conquistas e não permitir retrocessos", explicou Asfora sobre a decisão.

Para o vereador, que já foi membro da Comissão na Legislatura passada e presidiu a Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB Federal entre 2010 e 2012, o compromisso de Ivan Moraes com as bandeiras que são importantes para as minorias e para os segmentos da população mais fragilizados se traduz no apoio que ele também recebeu de mais de 100 entidades representativas da área.

Sob a ótica de Jayme Asfora, é necessário que haja uma oxigenação da Comissão e que a mesma produza avanços.

Influência religiosa

Contrário à indicação de Collins para presidente da comissão, Asfora lembrou da época em que o deputado Marcos Feliciano foi presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal e, por exemplo, “o espaço foi usado pelo mesmo para trazer à tona pautas conservadoras e esdruxúlas como o da 'cura gay'”. 

“Recentemente, o Legislativo recifense também presenciou debates que não se coadunam com o compromisso com os direitos humanos, como a defesa da submissão da mulher ao homem; a crítica aos investimentos no acesso da população LGBT a políticas públicas; o impedimento do debate sobre o respeito ao próximo, independente de orientação sexual, nas escolas; entre outros. É esse espaço que não podemos abrir”, argumentou Asfora, fazendo até uma analogia com as recentes medidas conservadoras de Donald Trump. “Quem achava que tudo que ele falava seria pirotecnia, agora está tendo que se deparar com esses decretos reacionários e radicais, que causam sofrimento e transtorno a inúmeras famílias. Não se pode arriscar”, conclui.

Rebaixado a suplente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias após tentar disputar a presidência à revelia do partido, o deputado Sóstenes Cavalcante (PSD-RJ) se tornará presidente da comissão criada para acelerar a tramitação de um projeto que reconhece como família apenas os núcleos sociais formados a partir da união de um homem e de uma mulher.

Pastor da Assembleia de Deus, Cavalcante foi diretor de eventos da Associação Vitória em Cristo, do também pastor Silas Malafaia e trabalhou de cabo eleitoral do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em sua campanha pelo comando da Casa.

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"Conquanto a própria Carta Magna tenha previsto que o Estado deve proteger a família, o fato é que não há políticas públicas efetivas voltadas especialmente à valorização da família e ao enfrentamento das questões complexas a que estão submetidas às famílias num contexto contemporâneo", alega o deputado Anderson Ferreira (PR-PE) na justificativa do texto. "São diversas essas questões. Desde a grave epidemia das drogas, que dilacera os laços e a harmonia do ambiente familiar, à violência doméstica, à gravidez na adolescência, até mesmo à desconstrução do conceito de família, aspecto que aflige as famílias e repercute na dinâmica psicossocial do indivíduo."

Além de tratar como família apenas a união entre homem e mulher e seus descendentes, o projeto quer determinar que os currículos do ensino fundamental e médio adotem a disciplina "Educação para a família". As escolas também deverão "formular e implantar medidas de valorização da família no ambiente escolar".

Além de Cavalcante e Ferreira, a comissão tem outros integrantes da bancada conservadora, que inclui religiosos e deputados com posicionamentos considerados reacionários. Irmão Lázaro (PSC-BA), Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), João Campos (PSD-AM) e Pastor Eurico (PSB-PE) estão entre os titulares. Na suplência, há nomes como Eduardo Bolsonaro (PSC-SP), filho de Jair Bolsonaro (PP-RJ), e o Missionário José Olímpio (PP-SP).

No outro extremo, estão os deputados Jean Wyllys (PSOL-RJ), defensor de causas LGBT, e Maria do

Rosário (PT-RS), ex-ministra de Direitos Humanos durante o primeiro governo Dilma Rousseff. (Daniel Carvalho - daniel.carvalho@estadao.com)

O PSD decidiu oferecer ao deputado Pastor Sóstenes Cavalcante (PSD-RJ) a relatoria da comissão especial que analisa o Estatuto da Família como forma de convencê-lo a desistir da candidatura avulsa à Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara. O impasse com o candidato oficial, o petista Paulo Pimenta (RS), adiou a sessão de instalação para a próxima semana.

O partido vai sugerir ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que indique Sóstenes para a relatoria da comissão dominada pela bancada evangélica. Caso Sóstenes mantenha a candidatura, a sigla ameaça tirá-lo da posição de membro titular e colocá-lo na suplência da comissão, o que inviabiliza sua postulação.

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O líder da bancada, Rogério Rosso (DF), reitera que manterá o acordo feito entre os partidos para o comando das comissões temáticas. "Queremos possibilitar ao parlamentar a oportunidade de relatar o Estatuto da Família. Desta forma, o PSD cumpre o acordo com todas as demais legendas e, principalmente, respeita a ideologia e a convicção religiosa do seu correligionário", destaca a nota do líder do PSD.

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), não quis mais uma vez comentar a ausência do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), no jantar oferecido pela presidente Dilma Rousseff aos peemedebistas na segunda-feira, 2. Questionado por que atendeu ao convite, disse que foi por ser uma "pessoa educada".

"Fui convidado gentilmente, aceitei o convite e fui com toda a educação, como eu iria se você me convidasse para jantar na sua casa", respondeu aos jornalistas.

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'Mal educado'

O presidente da Câmara ainda anunciou que pedirá a convocação do ministro da Educação, Cid Gomes (PROS). Cid teria dito, em visita à Universidade Federal do Paraná, que a Câmara abriga mais de 400 "achacadores".

"Ele vai ter que vir aqui explicar quem são os achacadores do Congresso. Um governo que tem como lema 'Pátria Educadora' não pode ter um ministro da Educação mal educado. Precisamos colocar isso à prova, vou levar o requerimento e colocá-lo em votação", avisou.

Na tarde desta quarta, o plenário da Casa já vota um requerimento apresentado pelo DEM para a convocação de Cid. A base governista trabalha para que o requerimento seja transformado em convite.

Direitos Humanos

Cunha afirmou que vai atuar para que o PT presida a Comissão de Direitos Humanos, conforme acordo firmado ontem entre os partidos. Hoje, o deputado Sóstenes Cavalcante (PSD-RJ) apresentou candidatura avulsa contra a do petista Paulo Pimenta (RS).

"A Comissão de Direitos Humanos foi escolha do PT e tem que ficar com o PT. Tem que aprender a cumprir acordo", declarou. Ele confirmou que ligou para o deputado da bancada evangélica para que ele retirasse a candidatura.

Cunha ressaltou que não pode impedir candidatura avulsa de parlamentares do mesmo bloco. Ele sugeriu que o PSD, se for o caso, troque seus indicados para contornar o problema. "Esse é um instrumento que, como líder, nós sempre utilizamos. A gente retira da comissão aqueles que eventualmente estão se insurgindo contra o acordo. Talvez o líder do PSD faça isso", afirmou.

Integrantes da Comissão de Direitos Humanos do Senado vão visitar o quartel do exército onde funcionou Departamento de Operações e Informações (DOI) do 1º Exército durante a ditadura militar, no Rio de Janeiro. Vetados, em agosto, de entrar no local, membros da Comissão Nacional da Verdade e da Comissão Estadual da Verdade do Rio estarão com os senadores. No local, ocorreram torturas e mortes de opositores do regime.

A visita dos parlamentares, marcada para 12 de setembro, foi negociada com o ministro da Defesa, Celso Amorim, e com o comandante do Exército, Enzo Peri. Os senadores Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e João Capiberibe (PSB-AP), presidente da subcomissão da Memória, Verdade e Justiça da CDH, estiveram na reunião, na última terça-feira, 3, em que foi acertado o convite do general.

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Antes dessa autorização formal, a comissão já havia aprovado um requerimento para fazer uma diligência no local. Agora, a ida foi transformada em convite pela Defesa e aprovada nesta quinta-feira, 5, em requerimento durante reunião da CDH.

Barrados

Integrantes da Comissão Estadual da Verdade do Rio foram impedidos de entrar no DOI pelo Comando Militar do Leste. A visita foi proibida sob o argumento de que a comissão não tem respaldo legal para fazer diligência em área administrada pelo governo federal. O presidente da comissão, Wadih Damous, disse na época que o Exército havia sido notificado sobre a visita, mas informou que não permitiria a entrada.

A intenção da comissão é pressionar para que o prédio seja tombado e se torne centro de memória sobre a tortura praticada durante o regime militar. Registros e testemunhos apontam que foi no antigo DOI que o ex-deputado Rubens Paiva foi preso, torturado e morto.

Segundo Capiberibe, o general demonstrou preocupação com a ida dos membros da Comissão da Verdade e tinha preferência pela ideia de uma comitiva integrada apenas por parlamentares. O senador, contudo, destacou a necessidade da presença da comissão e disse que pretende trabalhar para "o resgate e a preservação da memória do período ditatorial, que deve servir como instrumento de conscientização sobre a importância de democracia, para que fatos semelhantes não voltem a acontecer".

A Comissão de Direitos Humanos da Câmara do Recife vai receber, na próxima terça-feira (13), o secretário de Habitação do Recife, Eduardo Ganja. No encontro eles vão discutir e votar os projetos em pauta e também devem ouvir o relato de algumas famílias, vítimas do incêndio que aconteceu no bairro dos Coelhos, na última segunda (6). 

Para a presidente da Comissão, a vereadora Michele Collins (PP) a reunião vai servir para esclarecer o que o Executivo está fazendo para garantir os direitos humanos das vítimas. "Ouviremos as famílias e o Executivo Municipal a respeito das necessidades dessas pessoas, assim como as medidas que estão sendo e que serão implementadas", destacou a progressista.

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O tucano Daniel Coelho (PSDB) criticou, nesta quarta-feira (26), o projeto que permite aos psicológos promoverem um tratamento com o objetivo de curar a homosexualidade, proposto pelo deputado federal Marcos Feliciano, presidente da Comissão Dos Direitos Humanos, na Câmara. "O objetivo da proposta é agredir um segmento e dividir a sociedade", disparou.

A matéria foi aprovada no último dia 18 e, desde então, tem gerado muita polêmica entre os que são contra ou a favor do projeto. Segundo Daniel, além de dividir a nação entre os que respeitam o próximo e os homofóbicos, a proposta tem favorecido o aumento do preconceito contra a comunidade LGBT e os evangélicos. "A verdadeira intenção da proposta, de autoria de um parlamentar da bancada evangélica, é ganhar votos de um segmento que, às vezes, por ter pouca informação, acaba sendo manipulado" reiterou Coelho, lembrando que o Congresso tem de atuar em sintonia com os anseios da sociedade e não em dissonância.

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Em meio às polêmicas que o pastor e presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados Marco Feliciano (PSC-SP) vem gerando nas redes sociais, desde domingo (7) repercute nas teias um vídeo em que Feliciano diz que Deus matou o músico inglês John Lennon, assassinado a tiros em 1980.

No vídeo, publicado no youtube, sem data identificada e com quase 65 mil visualizações, o pastor comenta polêmica e fala do ex-integrante dos Beatles, que afirmou que a banda era mais popular que Jesus Cristo na década de 1960. Além disso, na imagens, que são de um culto evangélico presidido por Feliciano, o hoje deputado diz: “A minha bíblia diz que Deus não recebe esse tipo de afronta e fica impune. Passou um tempo depois dessa declaração, estava ele (John) entrando em seu apartamento, quando abre a porta e escuta alguém chamar ele pelo nome. Ele vira e é alvejado com três tiros no peito”.

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Na época, a declaração do músico inglês rendeu críticas e cancelamento de concertos dos Beatles, que acabaram se desculpando publicamente depois. “Eu queria estar lá no dia em que descobriram o corpo dele. Ia tirar o pano de cima e dizer me perdoe John, mas esse primeiro tiro foi em nome do Pai, esse em nome do Filho e esse é em nome do Espírito Santo”, ressalta Feliciano no vídeo.

Além da morte de John Lennon, o pastor afirma também em outro vídeo que Deus matou o grupo Mamonas Assassinas.

Confira os vídeos:

A ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário Nunes, afirmou nesta quinta-feira que o fechamento ao público das sessões da Comissão de Direitos Humanos da Câmara "fere a democracia e precisa ser imediatamente revisto". Mas ponderou que o presidente da Casa, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e os líderes partidários, saberão encontrar soluções regimentais para restabelecer o perfil democrático do colegiado. Defensora da saída do pastor e deputado Marco Feliciano (PSC-SP) da presidência da comissão, ela prometeu resistência organizada enquanto a solução não vem.

"Nós e os movimentos sociais não vamos parar de avançar no Brasil e de construir políticas de direitos humanos por causa do deputado Feliciano", avisou a ministra, em entrevista, após abrir, nesta manhã, o seminário Brasil-União Europeia de Combate à Violência Homofóbica. "Vamos seguir defendendo os direitos humanos e convido a todos, independentemente de religiosidade, a participar da luta", convocou a ministra. Por orientação do Palácio do Planalto, todavia, ela adotou tom cauteloso nas críticas ao pastor.

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Acusado de defender posições homofóbicas e racistas, Feliciano vem sendo alvo de protestos desde que assumiu o cargo, no início de março. Por proposta dele, as sessões da comissão foram tornadas secretas para evitar os constantes atritos com manifestantes. "Não vou entrar no mérito da permanência ou não do deputado no cargo, mas posso garantir que, se depender de nós, não haverá retrocesso e vamos continuar defendendo as causas", ponderou. Rosário quer a sociedade mobilizada até que o Congresso encontre uma solução para o impasse em torno da comissão.

Segundo ela, a liberdade religiosa é um dos direitos humanos consagrados na Constituição, mas não justifica posições fundamentalistas. No seu discurso de abertura do seminário, ela dedicou alfinetadas a Feliciano. "A dignidade e a incolumidade da pessoa humana devem ser protegidas diante da violência de Estados ou dos fundamentalismos", disse ela. E acrescentou: "Nós não podemos desconhecer que esse encontro ocorre num momento em que o fundamentalismo de diferentes matizes e estruturas encontra-se mobilizado no mundo contemporâneo".

Seu discurso foi interrompido por aplausos e alguns gritos de "fora Feliciano" na plateia. O seminário termina nesta sexta-feira (5), com um relatório sobre proteção aos direitos das comunidades LGBT (gays, lésbicas, bissexuais e travestis). Estão presentes representantes de vários países e convidados especiais, entre os quais a diretora do Centro Nacional de Educação Sexual de Cuba, Mariela Castro, filha do presidente cubano Raul Castro e militante da causa LGBT.

 

Teses reacionárias

Maria do Rosário defendeu a aprovação de projeto de lei, em tramitação no Congresso, que criminaliza a homofobia, nos mesmos moldes do que ocorreu com o racismo. "Para enfrentar discursos antidemocráticos que justificam a violência de caráter homofóbico, é preciso que o Estado brasileiro aprove a lei e afirme que o enfrentamento à homofobia é igual à defesa da democracia", disse ela. "A religiosidade livre é um direito humano que a Constituição assegura e nós aspiramos que eles (os religiosos) somem conosco para defender os direitos de todos no Brasil".

Coube ao deputado federal Nilmário Miranda (PT-MG), membro da comissão e também presente ao seminário, disparar as críticas mais contundentes ao pastor. "Um colegiado dedicado às minorias agredidas, a comissão de Direitos Humanos de repente foi usurpada por pessoas de concepções opostas", afirmou. "A defesa das minorias de repente foi entregue a pessoas que pregam a intolerância e o ódio. As teses reacionárias e as aberrações que ele (Feliciano) defende o tornam inabilitado ao cargo", acrescentou. "Não se trata de luta religiosa, mas de uma pessoa errada no lugar errado".

 

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