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O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou no seu primeiro pronunciamento após vencer as eleições a volta do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, conhecido como Conselhão em seu primeiro governo, com participação de empresários e representantes da sociedade civil. A ideia é o colegiado discutir decisões políticas. Ele também afirmou que a economia vai voltar a girar com os pobres dentro do Orçamento.

"A roda da economia vai voltar a girar, com geração de empregos, valorização dos salários e renegociação das dívidas das famílias que perderam seu poder de compra", disse Lula, que reiterou a promessa de reajustar o salário mínimo acima da inflação e estabeleceu o combate à fome como o compromisso número um do seu governo.

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Lula se comprometeu com a reindustrialização do País e com um comércio internacional mais justo. "Vamos reconquistar a credibilidade, a previsibilidade e a estabilidade do País, para que os investidores - nacionais e estrangeiros - retomem a confiança no Brasil. Para que deixem de enxergar nosso País como fonte de lucro imediato e predatório, e passem a ser nossos parceiros na retomada do crescimento econômico com inclusão social e sustentabilidade ambiental", declarou o presidente eleito.

"Hoje nós estamos dizendo ao mundo que o Brasil está de volta. Que o Brasil é grande demais para ser relegado a esse triste papel de pária do mundo", acrescentou, ao dizer que o mundo sente saudades do Brasil que fortaleceu o Mercosul e falava com o mundo "de igual para igual".

Ao final, Lula disse que o Brasil e o povo são a causa de sua vida e que a luta por um País mais justo vai acompanhá-lo até seu último dia. "Vamos construir um País do tamanho dos nossos sonhos. O Brasil tem jeito. Todos juntos seremos capazes de consertar este País, e construir um Brasil do tamanho dos nossos sonhos - com oportunidades para transformá-los em realidade", finalizou.

Tebet

Cabo eleitoral do agora presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) afirmou que o petista sabe que o Brasil não elegeu o PT, mas o campo democrático. "Não será fácil governar um País tão dividido, mas Lula tem experiência e maturidade", afirmou Tebet após o discurso de vitória de Lula. "Recuperamos a democracia graças a cada voto", frisou a senadora.

Simone Tebet ressaltou mais uma vez que não precisa de ministério no governo Lula. "Jogo em qualquer posição", afirmou. "Ditadura nunca mais, democracia é grande guarda chuva a abrigar nossos direitos. prevaleceram três valores, democracia, verdade e a vida", seguiu.

Ao deixar o auditório em que Lula discursou, o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) seguiu o discurso de união nacional do presidente eleito. "Só tem um Brasil, uma nação", afirmou, rapidamente. "Demos a volta por cima", acrescentou a ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

Em discurso na Avenida Paulista no final da noite deste domingo (30) após a vitória na eleição presidencial, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mostrou preocupação com a governabilidade de seu governo, que toma posse em 1º de janeiro de 2023.

"Estou metade alegre e metade preocupado, a partir de amanhã tenho que me preocupar como é que a gente vai governar esse país", declarou o petista em carro de som. "Eu preciso saber se o presidente vai permitir que haja uma transição", acrescentou. De acordo com Lula, ele vai descansar pelos próximos dois dias antes de montar o governo de transição.

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Sob aplausos e gritos da militância em um ato político lotado na capital paulista, Lula dedicou sua vitória à democracia e ao povo brasileiro. "Essa, de todas as vitórias que eu tive, é a mais consagradora porque nós derrotamos o autoritarismo", afirmou o presidente eleito, que reconheceu o papel do povo nordestino em seu sucesso eleitoral.

"Foi uma campanha muito difícil, não foi do Lula contra Bolsonaro, foi da democracia contra barbárie", seguiu o petista, que também agradeceu o papel de Fernando Haddad (PT), candidato derrotado ao governo de São Paulo, e de Simone Tebet (MDB-MS). "Essa foi vitória de mulheres e homens que amam a democracia".

Lula disse ser preciso "escolher bem" cada pessoa que vai participar de seu governo, chamado por ele de "nova democratização do País. "Vou governar para todos, sem distinção, mas são os mais necessitados que irão receber a política mais influente do meu governo", declarou o presidente eleito. "Voltar aos 77 anos e ganhar só pode ser obra de Deus e do povo brasileiro".

O petista condenou o racismo. "Somos iguais. O que precisamos é de oportunidades iguais", afirmou.

Lula também afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (PL), até agora, não ligou para ele reconhecendo sua derrota. "Em qualquer lugar do mundo, presidente derrotado já teria ligado para mim se reconhecendo derrotado. Ele até agora não ligou, não sei se vai ligar", declarou o presidente eleito.

De acordo com Lula, seu governo será montado "com a cara da vitória". "Com partidos que participaram, com gente da sociedade que pode contribuir", afirmou. "A gente vai ter que ter governo para conversar com gente que está com raiva", acrescentou. "Vamos recuperar o direito de sorrir e ser alegre nesse país."

Em seu primeiro discurso após ser eleita a primeira governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB) afirmou que fez uma campanha difícil e agradeceu o apoio da vice-governadora eleita, Priscila Krause (Cidadania). Além disso, Lyra reconheceu que conseguiu sair vitoriosa por conta dos votos de lulistas e bolsonaristas.

"Fomos para as ruas, para o chão, conversar com as pessoas, olhar olho no olho do povo que vive em cada uma das regiões do nosso Estado. Com eles, nos comprometemos, não com promessas fáceis de falar, não com o caminho mais fácil, e dizer que nós juntos poderemos tirar Pernambuco desse momento de desalento e desencanto que ele vive", falou.

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Raquel aproveitou o momento para parabenizar o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela sua vitória. "Assim como o Brasil, Pernambuco escolheu o seu presidente e eu quero parabenizar o presidente Lula, dizer que com ele nós vamos buscar projetos, ações, investimentos necessários para superar esse momento desafiador que o nosso país vive. O que não nos falta, desde o primeiro momento, é coragem", destacou.

Na coletiva, ao ser questionada sobre como se portará diante do Governo Federal eleito, Raquel foi direta: "Vou procurá-lo, sempre disse que quem quer que fosse o presidente eleito e agora foi eleito o presidente Lula pelos pernambucanos, pelos brasileiros, vamos buscá-lo para que ele possa trazer os investimentos necessários para a nossa terra. Pernambuco precisa voltar a crescer e há obras estruturadoras que precisam ser feitas pelo Governo Federal e a gente vai arregaçar as mangas para arrancar de lá esse recurso".

Raquel foi eleita governadora do Estado com 3.113.415 votos, o que representa 58,70% dos votos válidos. Marília Arraes (Solidariedade) conseguiu 2.190.264 votos, ou 41,30% dos votos válidos, amargando o segundo lugar.

Com um esquema de segurança reforçado durante comício em São João de Meriti, na Baixada Fluminense (RJ), o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, evitou críticas ao ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e voltou a focar a artilharia no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a defender ações de seu governo na área econômica.

"No domingo, teremos a eleição mais importante do Brasil. É a volta do passado da corrupção ou a manutenção da paz e do trabalho. Temos um presidente que defende a família brasileira e está ao lado do seu povo", disse, ao lado de políticos locais e de integrantes da campanha.

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O presidente estava no Rio de Janeiro na noite desta quarta, 26, quando recebeu a decisão do ministro Alexandre de Moraes de negar o pedido da campanha para investigar supostas irregularidades em inserções eleitorais por emissoras de rádios. Ele retornou para Brasília e convocou, às pressas, uma reunião com comandantes das Forças Armadas.

Moraes alegou que os dados apresentados pela campanha de Bolsonaro são inconsistentes. Para o ministro, a campanha levantou suposta fraude às vésperas da eleição "sem base documental crível, ausente, portanto, qualquer indício mínimo de prova".

De volta ao Rio, Bolsonaro manteve as agendas previstas para esta quinta-feira, 27. Ao lado do prefeito de São João de Meriti, Doutor João (PL), do governador reeleito do Rio, Cláudio Castro (PL), e de aliados, Bolsonaro voltou a defender medidas tomada pelo governo federal e a criticar o Lula.

"Temos uma das gasolinas mais baratas do mundo e a criação de 250 mil novos empregos por mês. O Bolsa Família era de R$ 190 e, agora, o Auxílio Brasil é R$ 600. Somos contra a ideologia de gênero (sic) e não queremos liberação das drogas", disse.

Bolsonaro voltou a pedir que seus apoiadores consigam ao menos três votos até o domingo e que convençam aqueles que não foram votar no primeiro turno.

"Vocês que votaram no primeiro turno, votem de novo. O Brasil é do nosso senhor Jesus Cristo. Não aceitamos fechar igrejas", alegou.

O fundador do partido Novo, João Amoêdo, que tem utilizado as suas redes sociais para se posicionar contra o presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmou nesta terça-feira (20), que o mandatário fez, "felizmente", o seu último discurso na Assembléia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

Por meio de sua conta no Twitter, Amoêdo também reforçou o que as últimas pesquisas de intenção de voto estão mostrando: Bolsonaro não deve se reeleger.

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"Bolsonaro não vence no primeiro turno e no segundo turno perde para todos os outros candidatos. E assim, felizmente, assistimos hoje a sua última aparição na ONU", publicou. 

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Discurso

No palco das Nações Unidas, o presidente brasileiro falou por 20 minutos e adotou um tom menos agressivo, mas aproveitou para defender o seu governo. Falou sobre redução do preço dos combustíveis, desemprego, inflação, auxílio emergencial e combate à pandemia de Covid-19.

Também houve espaço para a pauta de costumes, aposta do presidente para mobilizar o eleitorado de extrema direita. "Outros valores fundamentais para a sociedade brasileira, com reflexo na pauta dos direitos humanos, são a defesa da família, do direito à vida desde a concepção, à legítima defesa, e o repúdio à ideologia de gênero", disse.

A ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) foi obrigado a falar sobre o meio ambiente em seu discurso na Organização das Nações Unidas (ONU), mas tem aversão ao tema. 

Em entrevista ao UOL, Marina disse que a realidade da Floresta Amazônica é bem diferente do que o apresentado pelo mandatário. Ele falou na ONU que "dois terços da Floresta Amazônica permanecem com vegetação nativa, que se encontra como estava quando o Brasil foi descoberto em 1500". 

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A ex-ministra do Meio Ambiente salientou que Bolsonaro "não consegue ficar sem mentir" e que o chefe do Executivo brasileiro distorceu os dados ao se referir a vegetação nativa.

"A Amazônia já tem quase 20% da área desmatada e uma grande quantidade de áreas de floresta que estão degradadas. Uma coisa é o corte raso, outra é a degradação, quando você faz o corte seletivo, tira árvores nobres e deixa a floresta empobrecida. Ele pega o corte raso, faz comparações e desconhece outras formas de destruição da floresta, como essas áreas degradáveis, que não teve corte raso, mas teve corte seletivo de madeira. Essa floresta fica suscetível a incêndios criminosos que propositadamente são feitos a cada ano para depois avançar sobre essas áreas", revelou.

Marina, que disputa uma vaga ao Congresso pelo Estado de São Paulo, acentua que o presidente Jair Bolsonaro "não tem nenhuma credibilidade sobre o tema" e que foi "obrigado a falar de meio ambiente porque é um tema que se torna cada vez mais relevante" e que no Brasil "entra no debate eleitoral".

E é importante na decisão de voto de pessoas, inclusive do agronegócio que não quer ver seu investimento associado à violência contra indígenas, queimadas e destruição ambiental. Bolsonaro foi obrigado a falar de meio ambiente, tema sobre o qual tem total ojeriza", analisou.

Em desvantagem na corrida eleitoral de 2022, o presidente Jair Bolsonaro discursou nesta terça-feira (20) na Assembleia-Geral da ONU e adotou um tom menos agressivo que nos anos anteriores, mas aproveitou o palco das Nações Unidas para defender seu governo.

"Temos a tranquilidade de quem está no bom caminho. O caminho de uma prosperidade compartilhada. Compartilhada entre os brasileiros e, mais além, compartilhada com nossos vizinhos e outros parceiros mundo afora", declarou o mandatário.

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Durante o pronunciamento de 20 minutos, Bolsonaro falou sobre redução do preço dos combustíveis, desemprego, inflação, auxílio emergencial e combate à pandemia de Covid-19.

"Quando o Brasil se manifesta sobre a agenda da saúde pública, fazemos isso com a autoridade de um governo que, durante a pandemia da Covid-19, não poupou esforços para salvar vidas e preservar empregos", disse o presidente, que fez campanha aberta contra a vacinação durante a crise sanitária e chegou a afirmar que o Brasil não poderia ser um "país de maricas".

Ao falar sobre a guerra na Ucrânia, Bolsonaro repetiu o pleito histórico do Brasil de "reformar" a ONU e pediu "soluções inovadoras para o Conselho de Segurança", mas sequer mencionou a Rússia.

Também houve espaço para a pauta de costumes, aposta do presidente para mobilizar o eleitorado de extrema direita.

"Outros valores fundamentais para a sociedade brasileira, com reflexo na pauta dos direitos humanos, são a defesa da família, do direito à vida desde a concepção, à legítima defesa, e o repúdio à ideologia de gênero", acrescentou.

Bolsonaro ainda mencionou as manifestações do último dia 7 de setembro, quando parte de seus apoiadores defendeu pautas antidemocráticas, como o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e intervenção militar.

"Milhões de brasileiros foram às ruas, convocados pelo seu presidente, trajando as cores da nossa bandeira. Foi a maior demonstração cívica da história do nosso país, um povo que acredita em Deus, Pátria, família e liberdade", disse o mandatário, citando seu lema de campanha.

Atrás de Luiz Inácio Lula da Silva nas pesquisas, Bolsonaro ainda afirmou ter "extirpado" a "corrupção sistêmica". "Somente entre o período de 2003 e 2015, onde a esquerda presidiu o Brasil, o endividamento da Petrobras por má gestão, loteamento político e desvios, chegou à casa dos US$ 170 bilhões. O responsável por isso foi condenado em três instâncias por unanimidade", afirmou.

De acordo com a última pesquisa Ipec, Lula tem 47% das intenções de voto para presidente, contra 31% de Bolsonaro. Em termos de votos válidos, o petista chegaria a 52%, resultado que lhe daria vitória no primeiro turno.

*Da Ansa

 

Na contramão de pautas que Bolsonaro hostiliza, segundo seus opositores, a presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Rosa Weber, pregou nesta quinta-feira, 15, que a democracia é 'muito mais' do que a escolha de governantes, abarcando 'diálogo, tolerância e respeito às minorias, em especial as mais vulneráveis'.

A ministra frisou que a defesa de tal população 'está consolidada na jurisdição constitucional das liberdades, uma das funções mais relevantes e inegociáveis' do Supremo. "Que saibamos todos defender a democracia enquanto valor inegociável e aperfeiçoá-la continuamente fortalecendo nossas instituições e o estado democrático de direito", indicou.

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Em sua primeira sessão plenária no comando da Corte máxima, a magistrada fez um breve pronunciamento em razão do Dia da Democracia, celebrado no dia 15 de setembro. "Refletir sobre a democracia não constitui mero exercício teórico, mas necessidade inadiável que a todos se impõe", afirmou.

A ministra ainda reforçou a indicação feita em seu discurso de posse, no sentido de que sua gestão será marcada pela 'proteção da jurisdição constitucional e da integridade do regime democrático'. "Reafirmo a nossa fé no regime democrático consagrado na nossa Constituição, de que o Supremo tem a guarda por expresso comando do texto constitucional", ponderou.

Na cerimônia em que se tornou presidente do Supremo já havia ressaltado que a Corte 'em matéria de interpretação constitucional, detém o monopólio da última palavra.

O rei Charles III fez seu primeiro discurso ao Parlamento britânico nesta segunda-feira (12) e prometeu "ser fiel" ao governo de modelo constitucional.

Além disso, voltou a falar de sua mãe, a rainha Elizabeth II, e disse sentir o "peso da história" com a sua perda.

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Acompanhado da rainha consorte Camilla, Charles ainda lembrou a "dedicação insuperável" de sua "amada mãe" ao país e ao seus deveres, prometendo servir aos mesmos princípios. Depois, voltando a citar William Shakespeare, afirmou que Elizabeth II era "uma modelo de vida em todos os princípios".

A fala do novo monarca ocorreu após diversos políticos manifestarem publicamente mensagens de condolências ao rei pela morte da rainha, ocorrida no último dia 8, no Palácio do Balmoral, na Escócia.

Entre aqueles que presenciaram o primeiro discurso, estão os ex-primeiros-ministros Theresa May e Boris Johnson.

Após o discurso, o rei Charles se dirigiu para a Escócia para participar da abertura do velório público da rainha, que será realizada na igreja St. Gilles, em Edimburgo, na Escócia.

O corpo da monarca chegou à cidade neste domingo (11) e ficará na sede religiosa até a terça-feira (12). De lá, será transferido para Londres, onde a partir da quarta-feira (13) ficará em novo funeral público por mais quatro dias em Westminster.

A rainha será sepultada no dia 19 de setembro, na Capela Memorial George VI, no Palácio de Windsor, ao lado do túmulo de seu pai.

Da Ansa

Em discurso no trio elétrico do pastor Silas Malafaia, em Copacabana, na zona sul do Rio, na tarde desta quarta-feira, o presidente Jair Bolsonaro voltou a falar sobre religião, aborto, política antidrogas e ideologia de gênero, temas já abordados pela manhã em Brasília.

"Nós somos um governo e sabemos que o nosso Estado é laico, mas presidente é cristão", afirmou. "Defendemos a vida desde a sua concepção, não existe no nosso governo a ideia de legalizar o aborto. Nós sabemos o que passa uma mãe quando seu filho está nas drogas. Nosso governo não aceita sequer discutir a legalização das drogas", afirmou. "Dissemos não à ideologia de gênero. Educação quem dá é o pai e a mãe", disse o presidente.

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"Nosso governo respeita a propriedade privada, nosso governo botou um fim as invasões do MTST pelo Brasil", afirmou também o presidente.

Por fim, em referência ao PT, Bolsonaro afirmou que "nosso governo respeita a nossa Carta da democracia, que é a nossa Constituição". E arrematou: "o outro lado não respeita a nossa Constituição".

Depois de a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) colocar a esposa do ex-presidente da República, Janja da Silva, na propaganda eleitoral, o presidente da República, Jair Bolsonaro, sugeriu nesta quarta-feira (7) comparar as "primeiras-damas".

"Podemos fazer várias comparações, até entre primeiras-damas", disse Bolsonaro, em discurso em carro de som na Esplanada dos Ministérios, após o desfile que marcou as comemorações da Independência do Brasil.

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De olho no eleitorado feminino, no qual tem alta rejeição, o presidente disse que Michelle Bolsonaro "muitas vezes está na minha frente, não ao meu lado" e disse recomendar aos amigos solteiros que estão "cansados de serem felizes" que se casem "para serem mais felizes ainda".

Logo depois, o presidente beijou a primeira-dama e, ovacionado, aproveitou para puxar um coro de "imbrochável, imbrochável, imbrochável".

O presidente da República, Jair Bolsonaro, mandou um recado às autoridades dos outros Poderes que preferiram não comparecer à cerimônia da manhã desta quarta-feira (7), na Esplanada, após o mandatário fazer da cerimônia em comemoração ao Bicentenário do Brasil um ato político. "Hoje todos sabem quem é o Executivo, Câmara, Senado e todos sabem o que é o Supremo Tribunal Federal", disse o presidente de cima de um carro de som estacionado em frente ao Congresso Nacional.

Os presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), preferiram não comparecer às comemorações do 7 de Setembro para não terem suas imagens vinculadas à do presidente, temerosos com o tom do discurso de Bolsonaro.

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De fato, o presidente não tratou de amenizar o clima, como queriam integrantes da ala mais moderada da campanha.

"Com reeleição, traremos para dentro das quatro linhas da Constituição todos que ousam ficar fora delas. É obrigação de todos jogarem dentro das quatro linhas da Constituição", disse em discurso aos apoiadores, após o desfile cívico-militar.

Em outro momento, ele disse que todos podem "ser melhores no futuro" e criticou as pesquisas de intenção de voto, que o colocam atrás e seu principal adversário, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "Aqui não tem mentirosa Datafolha, é o nosso data povo", disse, ovacionado.

Entre os manifestantes, alguns seguravam faixas com pedidos de impeachment do STF Alexandre de Moraes, atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). "Pelo impeachment de Alexandre de Morais", diz uma das faixas, com a grafia errada do sobrenome do ministro.

Auxílio Brasil, inflação e combustíveis

O presidente Jair Bolsonaro aproveitou discurso em carro de som na Esplanada dos Ministérios para destacar dados econômicos como a criação de empregos, a queda da inflação e dos preços de combustíveis. Na fala a apoiadores, logo após o desfile que marcou as comemorações da Independência, o presidente também ressaltou a criação do Auxílio Brasil, que disse ser um dos programas sociais mais abrangentes do mundo.

"O Brasil ressurge com a economia pujante e uma das gasolinas das mais baratas do mundo. Tem recorde de criação de empregos e inflação despencando", alegou o presidente da República.

Bolsonaro acrescentou que o País respeita a propriedade privada e "combate a corrupção para valer".

O presidente voltou a dizer que o Brasil passou por questões que agravaram as dificuldades econômicas, como a pandemia, e reclamou da "política errada do fica em casa", contrariando, mais uma vez, recomendações de cientistas que defenderam o isolamento social no início da pandemia para tentar controlar a disseminação do vírus em um momento em que ainda não havia vacina.

Ele disse ainda que o Brasil enfrentou consequências da guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta sexta-feira, 26, durante evento da Cotrijal, em Passo Fundo (RS), que não quer a "chinesada" entrando no País para quebrar a indústria nacional. Segundo Guedes, o plano da equipe econômica é acabar com o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para tonar o setor mais competitivo.

"Não queremos a chinesada entrando aqui quebrando nossas fábricas. Queremos uma coisa moderada. Baixei o IPI em 35%. Vamos acabar com o IPI. O IPI é um imposto de desindustrialização em massa. Está destruindo o Brasil há 40 anos. É ridículo, é patético, está errado. É um imposto pago antes de ter renda", disse o ministro da Economia.

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Segundo Guedes, o governo está comprometido em reduzir os impostos, abrir a economia e gerar mais empregos. Além disso, o chefe da equipe econômica voltou a se comprometer a manter o Auxílio Brasil em R$ 600. "Vamos manter o Auxílio Brasil em R$ 600 com a aprovação da reforma tributária, tributando dividendos. Se ganharmos a eleição, aprovaremos a tributação de dividendos no dia seguinte no Senado", disse.

Juros

No mesmo evento, o ministro da Economia afirmou que os juros no Brasil estão altos até demais e devem começar a cair no próximo ano. Para combater a inflação, o Banco Central (BC) elevou a Selic para 13,75% ao ano. "O Brasil já está com tudo no lugar. O Brasil está com o juro até alto demais. O ano que vem vai descer. O fiscal está zerado e já temos um pequeno superávit. Nenhum deles está assim. Um único país do mundo está como a gente, que é Cingapura, uma cidade-Estado. Honramos o compromisso assumido com as gerações futuras", comentou.

Segundo Guedes, o Brasil está crescendo e gerando emprego, mas ainda tem gargalos que afetam a competitividade. O ministro citou como exemplo o minério de ferro, que é produzido no Brasil, exportado para a China e que volta como aço mais barato do que o produzido pelas indústrias brasileiras. "A logística no Brasil é inadequada e fere a competitividade. Além disso, o excesso de impostos faz o aço chinês ser 30% mais barato que o brasileiro", disse.

O chefe da equipe econômica ainda afirmou que não há um armadilha fiscal no Brasil e que a bomba dos precatórios foi desarmada. "A indústria de precatório assaltava a viúva, que é o Tesouro. Resolvemos esse problema", comentou.

Sentados frente a frente no evento de posse do ministro Alexandre de Moraes ao cargo de presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nessa terça-feira (16), Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL) se encararam pela primeira vez desde o lançamento oficial das campanhas eleitorais. Para o petista, o atual presidente ficou visivelmente constrangido diante das defesas ao sistema eleitoral brasileiro.

Bolsonaro foi à cerimônia acompanhado da primeira-dama Michelle e do filho, o vereador Carlos (Republicanos-RJ). A família manteve uma postura rígida ao discurso de posse do novo presidente, que definiu as urnas eletrônicas como "orgulho nacional' e foi aplaudido de pé pelas autoridades reunidas no plenário do TSE. Alexandre de Moraes é o principal alvo de Jair em suas críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF).

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Em entrevista à Rádio Super, de Minas Gerais, Lula afirmou que o adversário se incomodou com as críticas feitas por Alexandre de Moraes ao compartilhamento de fake news. "Bolsonaro ficou muito incomodado porque ouviu tantas vezes a palavra democracia, críticas a fake news, críticas ao autoritarismo. Todo discurso era visível a cara dele de constrangimento, com muita má vontade ele ficava em pé para aplaudir", disse.

O ex-presidente ainda acrescentou que o ambiente reforçava a defesa à democracia, o que teria deixado Bolsonaro inquieto. "É estranho. Numa solenidade você conversa com as pessoas do lado. Estávamos sentados juntos numa demonstração de que ele estava muito inquieto, incomodado. Nunca tinha visto essa quantidade de ar respirando democracia", disse o candidato. 

No mesmo ambiente do presidente Jair Bolsonaro, de quem julga processo sobre crime de ódio, o ministro do STF e novo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, destacou que a Constituição não permite, inclusive durante a propaganda eleitoral, discurso de ódio. E completou: "tampouco a retaliação de manifestação visando o rompimento do Estado democrático de direito com a consequente instalação do arbítrio". Neste momento do discurso de solenidade de sua posse, o magistrado foi ovacionado pela plateia, composta de ex-presidentes, governadores, representantes de toda a esfera jurídica e também do Legislativo.

"Plena proteção da opinião não significa impunidade. Não significa a impossibilidade posterior de análise e responsabilização por informações injuriosas, difamantes, fraudulentas", citou Moraes, que também tem processos de combate à fake news.

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O magistrado ressaltou que a Constituição consagra o binômio liberdade e responsabilidade e que a liberdade de voto exige liberdade de discussão e informação. "A Constituição não permite propagação de discurso de ódio e ideias contrárias a Estados democráticos de direito." Ele defendeu que os candidatos à eleição de outubro devem ter garantidos ampla liberdade de expressão e manifestação, mas avisou que essa liberdade não "é escudo protetivo para toda a sorte de atividades ilícitas". "Liberdade de expressão não é liberdade de agressão. Nem de destruição da democracia. Liberdade de expressão não é liberdade de propagação de discursos de ódio e preconceituosos", afirmou, arrancando palmas novamente.

Moraes disse que a intervenção da Justiça eleitoral será mínima, porém célere, firme e implacável para coibir práticas abusivas ou divulgação de notícias falsa s ou fraudulentas. Neste momento, foi aplaudido uma vez mais, completando que os atos terão foco principalmente nas ações "escondidas no covarde anonimato das redes sociais". "A Justiça eleitoral não permite que se propague mentiras", assegurou.

Democracia

O novo presidente do TSE também destacou que a democracia não resistirá e não existirá onde a liberdade de expressão for ceifada, pois esta é essencial condição ao pluralismo de ideias. Ele disse que o sigilo do voto é plenamente garantido pelas urnas eletrônicas e que os eleitores devem ter ampla liberdade de discussão e informação sem coação ou pressão feita por grupos políticos e econômicos. "A liberdade do direito de voto depende da liberdade de discussão. Deve ser garantido aos candidatos e candidatas a divulgação das informações para que cheguem aos eleitores."

Nesse cenário, de acordo com o ministro, a livre circulação de ideias de pensamentos críticos, fortalece o Estado Democrático de Direito. "A democracia não é caminho fácil, exato ou previsível, mas é o único caminho. É construção coletiva", salientou. É a saída, de acordo com ele, para os que acreditam na liberdade, na paz, no desenvolvimento, na dignidade, no fim da fome e na prevalência da educação, entre outros pontos. "Todos que acreditam na soberania popular e confiam na sabedoria popular sabem que somos todos passageiros, mas que as instituições devem ser fortalecidas, pois são permanentes e imprescindíveis para um Brasil melhor com progresso e mais igualdade. Um Brasil com justiça social, um Brasil com mais amor e esperança."

Ao final do discurso, Moraes citou Bolsonaro e demais autoridades presentes e disse que o tempo é de união, de confiança no futuro, de respeito, de defesa, de fortalecimento e de consagração da democracia. "Vida a democracia, o estado de direito, viva o Brasil."

Diante de empresários na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), nesta terça-feira (9), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atacou o Auxílio Brasil aprovado no governo de Jair Bolsonaro (PL), defendeu que o País "retorne à normalidade" e enalteceu sua parceria com o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB). Ele também fez defesa enfática das urnas e do processo eleitoral.

"Como a gente pode viver em um país em que o presidente conta sete mentiras por dia? Que chama uma carta que defende a democracia de cartinha? Quem sabe a carta que ele gostaria de ter é um feita por milicianos no Rio de Janeiro. E não uma carta feita por empresários, intelectuais defendendo o regime democrático, defendendo a urna eletrônica", disse Lula, que fez uma defesa enfática do atual processo eleitoral. "Que negócio é esse de as Forças Armadas fiscalizarem as urnas? Os militares têm de fiscalizar nossas fronteiras", afirmou. Lula disse que o País vive uma crise de governabilidade e uma crise de "falta de sintonia" entre o estado e instituições que são a garantia do próprio estado.

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Sobre o Auxílio Brasil, Lula afirmou que o País está assistindo à "maior distribuição de dinheiro que uma campanha política já viu desde o fim do Império". "Me preocupa se o povo aceitará pacificamente a retirada desses benefícios depois das eleições", disse.

Defesa de Alckmin

Ao tratar de sua parceria com Alckmin, disse que a aliança é "uma das grandes novidades políticas desse país". "Já fomos adversários. Esse jeitão dele bonzinho não foi tão bom na campanha. Eu tô com as canelas até agora machucadas", disse Lula, arrancando risos da plateia. "E eu e ele resolvemos relegar a segundo plano e compor uma chapa", afirmou o petista.

"Caneladas passam, é preciso olhar para o futuro", disse Alckmin, que voltou a repetir que o "hit" agora é "lula com chuchu".

"Essa junção só pode fazer as pessoas entenderem que não aconteceria se nós não tivéssemos convicção da nossa responsabilidade. Até porque estamos pegando um Brasil um pouco pior do que o que eu peguei em 2003, com um agravante, que é a falta de credibilidade internacional", disse Lula.

O ex-presidente lembrou de seu relacionamento com José Alencar, que foi seu vice-presidente em dois mandatos e é o pai de Josué, presidente da Fiesp. O petista disse que Alencar era tratado como presidente, e não como vice, e prometeu a Alckmin "você também vai ser tratado assim".

O economista e ex-presidente do BNDES André Lara Resende chegou à Fiesp acompanhando a comitiva do PT. Lula estava com o coordenador de seu plano de governo, Aloizio Mercadante, o candidato do PT ao governo do Estado de São Paulo, Fernando Haddad, o ex-chanceler Celso Amorim, o ex-governador do Piauí Wellington Dias e o ex-ministro Luiz Dulci.

Lula tem ampliado o diálogo com o empresariado de diferentes setores, para tentar desfazer o mal-estar entre atores econômicos com o PT. A ida da comitiva petista à Fiesp é um sinal desse novo momento. Antes, sob o comando de Paulo Skaf, a Fiesp patrocinou uma campanha contra medidas adotadas no governo Dilma Rousseff. O "pato da Fiesp", mascote da ação da entidade, tornou-se um símbolo dos protestos contra Dilma, que foram cruciais para o caldo político e social que culminou no impeachment da petista.

O bom relacionamento de Lula com Josué Gomes da Silva já fez com que ele fosse cotado para ser vice do petista na eleição de 2018. Na época, o empresário era filiado ao então PMDB. No ano passado, a Fiesp recuou da ideia de divulgar um manifesto em defesa das instituições - e oposição aos atos de 7 de setembro contra o Supremo Tribunal Federal que vinham sendo convocados por bolsonaristas. Neste ano, por outro lado, a entidade está na liderança de um movimento pela defesa da democracia e do processo eleitoral articulado por empresários e sociedade civil, que deve culminar com um ato no dia 11 de setembro na Faculdade de Direito da USP.

Aliados

Alckmin agradeceu "a posição da Fiesp na defesa da democracia". "As pessoas passam, as instituições ficam. O que precisamos é ter boas instituições. A nação é mais importante que o governo. O governo é o braço político do estado. A nação é nossa língua, nossa cultura, nossa religião. A luta dos que já morreram. A nação assinou a carta aos brasileiros", disse Alckmin.

Alckmin afirmou ser necessário acompanhar os empresários em "preocupações" expostas pelo presidente da Fiesp, como a "competitividade", o combate à inflação, e o crescimento com sustentabilidade. "E, aqui, bem colocado, os acordos internacionais. O presidente Lula é um homem reconhecido no mundo inteiro e vai recolocar o Brasil na economia mundial", disse o ex-governador.

Lula passou a palavra a Mercadante e a Alckmin antes de discursar. Ao iniciar seu pronunciamento, Mercadante, que foi derrotado por Alckmin na disputa pelo governo de São Paulo em 2010, também elogiou a união do ex-tucano com Lula. A aliança, disse ele, é "improvável, imprescindível nesse momento do país e complementar".

Engrossando o coro de Lula, Mercadante também criticou o modelo do auxílio emergencial. "Uma das nossas elaborações é o novo Bolsa Família, que é muito melhor do que essa compra de voto que estamos vendo", afirmou. Em seu discurso, Mercadante ainda afirmou ser inegociável a presença de políticas sociais de combate à fome e à pobreza no governo. "Precisamos de um programa de renda exitoso como foi o Bolsa Família", disse.

O ex-ministro também pregou que o País volte a investir em infraestrutura, amplie investimentos na área de tecnologia e falou sobre a necessidade de ter uma agenda econômica sustentável. Mercadante voltou a defender o papel do BNDES para que a indústria retome seus investimentos.

O ex-ministro ainda disse que o BNDES deve aumentar sua presença nos investimentos para micro e pequenas empresas, e também no fomento de concessões. E ressaltou que o PT é favorável às concessões à iniciativa privada, e às Parcerias Público Privadas. "Nós fizemos dez vezes mais concessões do que o governo FHC e três vezes mais que Bolsonaro e ele pegou o modelo pronto que nós fizemos", disse.

Lula já esteve na Fiesp em julho, para um almoço organizado por Josué Gomes da Silva. Na ocasião, o encontro foi reservado com nomes do empresariado de diversos setores - não apenas do industrial. A reunião desta terça-feira faz parte das rodadas de conversas que a Fiesp tem organizado com todos os candidatos à Presidência. Bolsonaro havia confirmado participação no dia 11, mas cancelou a presença e não remarcou nova data.

Em discurso de menos de dois minutos, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira que o Brasil seguirá sendo um país cristão, democrático e livre. A declaração foi feita no Palácio do Planalto, em cerimônia de cumprimento a oficiais-generais promovidos. Foram vinte e três promoções "pelo critério de merecimento", segundo disse o chefe do Executivo.

"Somos uma das maiores nações do mundo, cristã, democrática e livre, e assim continuaremos a ser", declarou o presidente. "Com as Forças Armadas, é a certeza de que nossos 8 milhões e meio de quilômetros de fronteiras estão guarnecidos", acrescentou, em novo afago aos militares.

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Em seu discurso na sessão de abertura dos trabalhos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o presidente da Corte, Edson Fachin, condenou manifestações anti-urnas. Sem citar o presidente Jair Bolsonaro (PL), que tem atacado o sistema de votação do País, o ministro mandou um recado aos eleitores para que "não cedam aos discursos que apenas querem espalhar fake news e violência".

"Quem vocifera não aceitar resultado diverso da vitória não está defendendo a auditoria das urnas eletrônicas e do processo eleitoral de votação, está defendendo apenas o interesse próprio de não ser responsabilizado pelas inerentes condutas ou pela inaptidão de votado pela maioria da população", afirmou.

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A fala de Fachin fez alusão às declarações recentes de Bolsonaro, que, em mais de uma ocasião, prometeu contestar o saldo das urnas por considerá-las fraudadas. Diante das tensões que se acumulam em torno das eleições, o presidente do TSE disse que "o Brasil é maior que a intolerância e a violência". No mês de junho, um militante do PT foi assassinado a tiros por um apoiador de Bolsonaro durante sua festa de aniversário com tema do partido, em Foz do Iguaçú (PRF).

Fachin enfatizou que discursos de autoridades que desqualificam "a segurança das urnas eletrônicas tem um único objetivo: tirar dos brasileiros a certeza de que seu voto é válido e sua vontade foi respeitada". Há duas semanas, Bolsonaro reuniu mais de 60 embaixadores no Palácio do Planalto num evento cujo objetivo foi desqualificar o sistema eletrônico de votação e atacar o TSE.

O ato organizado por Bolsonaro surgiu em resposta a um evento similar realizado em junho por Fachin nas dependências do TSE, mas com foco em demonstrar ao exterior a segurança das eleições brasileiras. A afronta do presidente ao sistema eleitoral gerou uma crise do governo com os embaixadores, que sequer aplaudiram a apresentação no Planalto. O partido do presidente, o PL, chegou a atuar para ocultar nas redes sociais o mal estar com o corpo diplomático.

"A opção pela adesão cega à desinformação que prega contra a segurança e auditabilidade das urnas eletrônicas e dos processos eletrônicos de totalização de votos é a rejeição do diálogo e se revela antidemocrática", afirmou Fachin.

Durante o discurso nesta segunda, Fachin voltou a defender que há mais de 25 anos o sistema eleitoral brasileiro é tido por autoridades nacionais e internacionais como "seguro e confiável". Na contramão das acusações de Bolsonaro, o presidente do TSE disse que a Justiça Eleitoral "protege o voto e a liberdade de escolha".

"Nossa função é a de garantir a liberdade do seu voto e que ele será computado e considerado tal como feito. Fazemos isso há mais de 26 anos com as urnas eletrônicas, com comprovada transparência e segurança, e continuaremos a fazer isso nas eleições de 2022", afirmou.

Fachin passará o controle do TSE para o ministro Alexandre de Moraes no próximo dia 16 de agosto. O discurso do ministro nesta segunda foi uma de suas últimas manifestações públicas à frente do cargo, que ocupa desde fevereiro desde ano.

Durante seus seis meses de gestão, o presidente da Corte Eleitoral se portou como um dos principais defensores da confiança das urnas e das eleições brasileiras em contraponto à escalada retórica de Bolsonaro contra os sistemas de votação. O magistrado lembrou de medidas aprofundadas na sua gestão para aumentar a transparência do processo e fazer frente às ameaças do Executivo federal, como a ampliação dos encontros da Comissão de Transparência Eleitoral (CTE).

Criada em 2021 durante a gestão de Luís Roberto Barroso, a Comissão se tornou um dos principais desafios de Fachin por ter um militar entre os seus membros. Como mostrou o Estadão, o Ministério da Defesa passou a instrumentalizar a presença no grupo para reproduzir o discurso anti-urnas de Bolsonaro e propor mudanças no processo eleitoral. A resistência de Fachin gerou sucessivas crises com o general Paulo Sérgio Nogueira, que chefia a pasta da Defesa.

"A Justiça Eleitoral é composta por 22.528 cidadãs e cidadãos que compõem um corpo técnico qualificado, firme na defesa do processo eletrônico de votação, servindo à democracia e ao mesmo tempo em que se pauta pela harmonia e pelo respeito às regras", destacou Facin no discurso. "A Justiça Eleitoral tem histórico honrado e imaculado de fiel cumprimento de sua missão constitucional: realizar eleições com paz, com segurança, e com confiabilidade nos resultados", frisou.

O procurador-geral da Eleitoral, Augusto Aras, também discursou e disse que a busca por soluções pacíficas não se confunde com a passividade. Ele é criticado por membros do Ministério Público por sua omissão em condenar os ataques de Bolsonaro à realização das eleições.

O procurador-geral ainda fez menção às comemorações do bicentenário da Independência em sete de setembro, data em que Bolsonaro realizará uma mega-manifestação em Copacabana visando reeditar os atos do feriado do ano passado. Na ocasião, o presidente atacou ministros do TSE e disse que não iria mais cumprir decisões do ministro Alexandre de Moraes. Em Brasília, manifestantes tentaram romper o cordão policial para invadir o Supremo Tribunal Federal (STF).

Para Aras, contudo, o Judiciário chegará a "um bom termo em sete de setembro, assim como tivemos em 2021". "O Ministério Público braisleiro está atento e acompanhando todos os movimentos em busca do fortalecimento do ambiente democrático", afirmou.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, defendeu em seu discurso de retomada das atividades do Judiciário nesta segunda-feira, 1º, que a realização das eleições em outubro será "um dos momentos mais sensíveis" do regime democrático brasileiro. O ministro ainda cobrou tolerância dos candidatos para que a disputa seja marcada por estabilidade e o ano se encerre "sem incidentes".

"O Supremo Tribunal Federal anseia que todos os candidatos aos cargos eletivos respeitem os seus adversários, que não são seus inimigos; confia na civilidade dos debates e, principalmente, na paz que nos permita encerrar o ciclo de 2022", disse.

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Esta foi a primeira manifestação pública do ministro após dezenas de entidades defenderem a democracia, em resposta aos ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL) às urnas eletrônicas durante evento com embaixadores no Palácio do Planalto.

A dois meses de passar o controle da Corte para a ministra Rosa Weber, Fux realizou nesta segunda seu penúltimo discurso como presidente, caso não haja novos atritos com o governo que venham a demandar manifestações. A defesa do processo eleitoral foi uma das marcas da fala do ministro diante das investidas recentes.

"Felizmente, nossa democracia conta com um dos sistemas eleitorais mais eficientes, confiáveis e modernos de todo o mundo, mercê de ostentar no seu organismo uma Justiça Eleitoral transparente, compreensível, e aberta a todos aqueles que desejam contribuir positivamente para a lisura do prélio eleitoral", afirmou.

O ministro dedicou parte do tempo da sessão para cobrar dos candidatos respeito e ponderação nas declarações durante a campanha para evitar conflitos, como o que vitimou o petista Marcelo de Arruda, em Foz do Iguaçu (PR), após um apoiador de Bolsonaro invadir a tiros sua festa de aniversário com tema do PT .

"Nunca é demais renovar ao país os votos de que nós, cidadãos brasileiros, candidatos e eleitores, permaneçamos leais à nossa Constituição Federal, sempre compromissados para que as eleições deste ano sejam marcadas pela estabilidade institucional e pela tolerância", destacou em outro momento.

Assunto presente na maioria dos eventos envolvendo autoridades do Judiciário, as urnas eletrônicas e o processo eleitoral também foram firmemente defendidos por Fux. Assim como o Supremo, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) trocará de comando durante o período de campanha.

O ministro Alexandre de Moraes assume no próximo dia 14 o cargo do atual presidente da Corte, Edson Fachin. Os dois tribunais firmaram parcerias de cooperação para combater a desinformação e devem continuar a atuar em parceria. O ministro parabenizou Fachin "pela singular destreza com que tem comandado" a Corte Eleitoral e estendeu os elogios a Moraes.

"Nesse contexto de pluralidade e de interdependência, a prosperidade do nosso Brasil - seja qual for o resultado das urnas - exige que, ao longo de todo esse processo, sejamos capazes de exercer e de inspirar nos nossos concidadãos os valores da civilidade, do respeito, e do diálogo", disse. "Afinal, vivemos em Estado Democrático de Direito, em que todos têm garantidas pela Constituição as liberdades de se manifestar e de expressar suas divergências, sem censuras ou retaliações", completo.

O ambiente hostil da pré-campanha se refletiu em trechos do discurso de Fux: "O período eleitoral naturalmente desperta as nossas paixões, mas forçoso ter em mente que o exercício dessas liberdades exige respeito e responsabilidade para com o próximo e para com o país". Como fez em seus últimos discursos, o ministro destacou o papel do Supremo na defesa da Constituição e das instituições.

Como de praxe, o discurso ainda apresentou um apanhado das principais pautas do semestre, que terá discussões importantes sobre regras eleitorais e o teto de gastos da administração pública - este último já figura como um dos principais pontos dos planos de governo de alguns candidatos, como o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que prometem revogar a regra.

Em mais um discurso enfático contra a desinformação, o ministro Alexandre de Moraes, que vai presidir o Tribunal Superior Eleitoral nas eleições 2022, detalhou nessa segunda-feira (11) como se dão ofensivas contra o Judiciário e seus integrantes em meio aos 'ataques à democracia' capitaneados pelas chamadas milícias digitais. O magistrado relatou que ameaças às instituições e a pessoas que as integram 'não acontecem duas ou três vezes', mas 'dez vezes por dia', 'diuturnamente', e condenou o 'discurso do ódio', que vai 'elevando a temperatura, gerando violência e conturbando a relação com o Poder Judiciário'.

As ponderações se deram durante palestra ministrada na sede do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo - maior colégio eleitoral do País -, no encerramento do 6º Curso de Pós-Graduação em Direito Eleitoral e Processual Eleitoral da Escola Judiciária Eleitoral Paulista (EJEP). A indicação sobre o 'discurso de ódio' ocorreu em meio à exposição que o ministro fez sobre o funcionamento das milícias digitais e o papel da Justiça Eleitoral em combatê-las, com 'firmeza e serenidade', de modo a garantir ao eleitor a 'liberdade do voto'.

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"Não só combater atividades ilícitas, crimes praticados pelas milícias digitais, garantindo a liberdade do eleitor em escolher seu candidato, qualquer seja, para que ele possa escolher com liberdade. Só se escolhe com liberdade aquele que tem informações corretas, não sofre coações, não é bombardeado por mentiras, discurso de ódio, notícias fraudulentas, preparadas para fraudar determinado objetivo, a veracidade das eleições, atentar contra a democracia", frisou.

O pronunciamento focado em desinformação se deu em meio a uma sucessão de violências no cenário político - ataques com 'bombas' de estrumes até o assassinato a tiros do tesoureiro do PT de Foz do Iguaçu. Durante a palestra no TRE-SP, Alexandre não fez citação direta a nenhum episódio, mas dissertou sobre o cenário de uma 'máquina de informações fraudulentas', milícias digitais, discurso de ódio e de violência, e de incentivo a atentados contra a democracia.

Antes da palestra, em meio à repercussão sobre a morte do guarda municipal Marcelo Arruda por Jorge José da Rocha Guaranho, agente penitenciário federal e apoiador do presidente Jair Bolsonaro, o ministro escreveu, neste domingo, 10, que a 'intolerância, a violência e o ódio são inimigos da Democracia e do desenvolvimento do Brasil'. "O respeito à livre escolha de cada um dos mais de 150 milhões de eleitores é sagrado e deve ser defendido por todas as autoridades no âmbito dos 3 Poderes", afirmou.

Ao explicar sobre os ataques das milícias digitais aos pilares da democracia, entre eles o poder Judiciário independente e autônomo, Alexandre apontou a tentativa dos grupos de deslegitimar e tentar fazer curvar os integrantes de tal poder usando a desinformação. Como exemplo, relatou ter exibido às autoridades que participaram do evento nesta segunda - como os presidentes do Tribunal Regional Eleitoral e do Tribunal de Justiça de São Paulo - vídeo em que um homem se identifica como 'pastor' e diz que 'Deus mandasse um vírus para comer a coluna dos ministros do STF para que rastejassem'.

"Discurso de ódio", definiu. "Tem pessoas que vão até aquele local querendo um apoio e acabam sendo induzidas para isso, são contaminadas. É assim que funciona o discurso de ódio, pegando pessoas que acabam tendo uma dependência emocional com quem está falando. E isso vai elevando a temperatura, gerando violência, conturbando a relação com o poder Judiciário", completou.

Ainda com relação à tentativa de deslegitimar o Judiciário, Alexandre explica que há uma estratégia de personalização por trás dos ataques. "Não adianta atacar o Judiciário, o Supremo. Tem que atacar pessoalmente alguém, mostrar o inimigo a ser destruído. Não é só algo abstrato, o Judiciário. É o juiz a, o juiz b, o juiz c. Eles representam tudo o que tem de ruim. Aí você consegue a história. Por meio das milícias digitais e das fake news, levar o ódio das pessoas a outras pessoas" ressalta.

Dissecando a lógica dos ataques, Alexandre diz as pessoas 'não odeiam instituições'. "Ninguém fala 'ah vamos apedrejar o TRE'. 'Não, vamos apedrejar o juiz tal, cpf, decisões, opiniões", indica.

Segundo o ministro, a Justiça Eleitoral sempre atuou no combate a certos tipos de desinformação, mas tal atuação ganha outras proporções no pleito que se avizinha - "é algo diferente e muito mais importante do que foi em outras eleições", relatou. Hoje há no cenário uma 'máquina de informações fraudulentas', milícias digitais, discurso de ódio, de violência e de incentivo a atentados contra a democracia, diz Alexandre. O magistrado pondera que há uma tentativa de se colocar em risco a democracia - 'algo que se pretende e não se conseguirá', segundo ele.

Ainda de acordo com o ministro, um outro pilar da democracia atacado pelas milícias digitais é o sistema eleitoral. Alexandre ponderou que a ofensiva contra as urnas eletrônicas se dá por que tal mecanismo é o usado no País. "Nos EUA, foi o voto por correio. Em outros países foi o voto por escrito. O ataque das milícias digitais é a democracia, não é a uma forma ou outra de escolha dos representantes, é a própria existência da escolha dos representantes pelo povo", indicou.

Ao reforçar que o combate à desinformação nas eleições 2022 será 'firme', Alexandre lembrou de decisões do Tribunal Superior Eleitoral e do Supremo Tribunal Federal. A mais recente delas, proferida pela 2ª Turma da Corte máxima que manteve a cassação do deputado estadual bolsonarista Fernando Francischini (União Brasil-PR) por espalhar notícias falsas. Segundo Alexandre, a 2ª Turma reafirmou o entendimento da corte eleitoral - e se não fosse por meio de tal colegiado, 'seria pelo plenário (do Supremo) para garantir que o eleitor tinha a liberdade de escolher seu voto'.

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