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O líder do PT no Senado, Humberto Costa, disparou críticas nesta quarta-feira (11) contra o que ele considera uma estratégia de desgaste das instituições do país com a finalidade de inflamar o povo para que a ditadura volte a ser implementada sob o comando do presidente Jair Bolsonaro (PSL). 

De acordo com o senador, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC), autor da frase de que não há saída para o Brasil pelas vias democráticas, é seu álter ego. “Todos nós sabemos que ele fala em nome do pai e que prega um golpe militar, a devolução do Brasil às sombras, ataca a Constituição e ameaça a liberdade do povo”, declarou.

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Para o petista, o governo Bolsonaro tem absoluta falta de apreço pela democracia, assim como a Lava Jato. Ele avalia que há um casamento ideal da operação com o presidente, inclusive com a utilização dos mesmos métodos, e que eles se merecem.

“Alguns integrantes da Lava Jato, que podemos dizer que formam uma organização criminosa, são os responsáveis pela ascensão de Bolsonaro, por quem trabalharam e a quem servem hoje. Não há o que estranhar quando Bolsonaro rasga a tradição e procura interferir em órgãos como o Ministério Público, a Receita Federal e a Polícia Federal”, afirmou.

Humberto ainda disse que “o sonho de Bolsonaro e sua turma pela volta da ditadura não vai se realizar, pois a população não aceitará essa manobra e aquele período tenebroso de novo”.

A ex-deputada Manuela D’Ávila (PCdoB) sugeriu, nesta terça-feira (10), que a bancada de oposição no Congresso Nacional entre em obstrução de pauta até o presidente Jair Bolsonaro (PSL) se pronunciar sobre o argumento do filho e vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (PSC), de que “por vias democráticas a transformação que o Brasil quer não acontecerá na velocidade que almejamos”.

Ao avaliar a declaração de Carlos, Manuela salientou que no Brasil o primeiro atingido com uma eventual intervenção autoritária é o parlamento nacional. “Oposição - toda ela, a de centro também- deveria entrar em obstrução no parlamento até o presidente da República desmentir a declaração do filho. Nada de iniciativa do governo deveria entrar em pauta ou ser votado”, disse a comunista.

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“Conhecemos a história do Brasil. O parlamento é sempre o primeiro a ser fechado quando o golpismo se impõe. Desde 1823”, emendou a ex-candidata à vice-presidente em 2018 na chapa de Fernando Haddad (PT). 

Na ótica de Manuela, “os inimigos do que resta de Estado Democrático de Direito  tramam isso [um golpe] de dentro dos palácios, com todas as vantagens e possibilidades de quem exerce o poder”.

“Um dos filhos do presidente, que Bolsonaro já disse mais de uma vez que fala em seu nome, ameaça o país com um golpe”, disse. “A unidade dos democratas de todos os matizes é urgente. Os limites da nossa democracia e das instituições que lhe são características são reais. Mas o que esses tiranetes preparam, acreditem, é muito pior”, acrescentou.

A Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) aprovou, nesta terça-feira (3), por 15 x 9 votos, o projeto de lei que visa proibir homenagens ao golpe militar e a torturadores da ditadura. De autoria do mandato coletivo Juntas (PSOL), o PL 102/2019 segue para sanção do governador Paulo Câmara (PSB), através da qual pode virar lei.

“Fica proibido atribuir a prédios, rodovias, repartições públicas e bens de qualquer natureza pertencente ou sob gestão da Administração Pública Estadual direta e indireta, nome de pessoa que conste no Relatório Final da Comissão Nacional da Verdade de que trata a Lei Federal nº 12.528/2011 como responsável por violações de direitos humanos, assim como agente público, ocupante de cargo de direção, chefia, assessoramento ou assemelhados e pessoas que notoriamente tenham praticado ou pactuado, direta ou indiretamente, com violações de direitos humanos, durante o período da ditadura militar”, explica o texto.

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O PL exige ainda a mudança de nomes de bens públicos que exaltem a memória da ditadura, assim como a retirada de placas ou bustos que enalteçam seus agentes. O texto pede ainda a cassação de honrarias estaduais concedidas à pessoa que conste no Relatório Final da Comissão Nacional da Verdade. “É um importante passo na garantia do direito à memória, verdade e justiça em nosso estado”, comemorou o mandato em suas redes sociais.

O sargento reformado do Exército Antônio Waneir Pinheiro de Lima, conhecido como "Camarão", se tornou réu por crimes cometidos durante a ditadura militar. Ele é acusado por sequestro qualificado e estupro (duas vezes) de Inês Etienne Romeu no imóvel conhecido como "Casa da Morte", em Petrópolis (RJ). Os crimes teriam ocorridos em 1971, segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF).

A denúncia foi aceita ontem pela Primeira Turma do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) após recurso do Ministério Público Federal de Petrópolis e atuação do MPF na 2ª Região (RJ/ES).

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Em decisão por maioria (dois votos a um), a Primeira Turma aceitou recurso do MPF contra a decisão da 1ª Vara Federal Criminal de Petrópolis, que havia rejeitado a denúncia sob as alegações de que a conduta do militar foi alcançada pela Lei da Anistia (Lei 6.683/1979) e que teria sido extinta a possibilidade de puni-lo, pois os crimes estariam prescritos desde 1983.

Ontem, a desembargadora federal Simone Schreiber e o desembargador em exercício Gustavo Arruda Macedo divergiram do relator do processo, desembargador Paulo Espírito Santo, que tinha votado anteriormente contra o recurso do MPF.

De acordo com a Procuraodria, o "imóvel conhecido como Casa da Morte foi tombado pelo Município (Decreto Municipal 610/2018) e declarado de utilidade pública em 29 de janeiro de 2019, para fins de desapropriação (Decreto Municipal 649/2019)".

"O Centro de Informações do Exército (CIE) usou a casa na Rua Arthur Barbosa, nº 50 (antigo 668-A), Caxambu, como aparelho clandestino de tortura no período do regime militar e foi localizado por Inês Etienne Romeu, única prisioneira política a sair viva do aparelho, conforme declarações ao Conselho Federal da OAB", afirma a Procuradoria.

Comissão da Verdade

Segundo o MPF, "o imóvel foi emprestado ao Exército pelo então proprietário Mário Lodders e, segundo o tenente-coronel reformado Paulo Malhães, em depoimento prestado à Comissão da Verdade do Estado do Rio de Janeiro, o local foi criado para pressionar presos a mudarem de lado, tornando-se informantes infiltrados".

"Ao menos 18 pessoas foram assassinadas ali e seus corpos permanecem desaparecidos. Além do depoimento de Inês Etienne Romeu e outros envolvidos, os atos ilícitos de cárcere privado e tortura praticados contra Inês por servidores militares entre 5 de maio e 11 de agosto de 1971 na "Casa da Morte", foram reconhecidos por decisão da 17ª Vara Federal Cível de São Paulo (processo n.º 0027857-69.1999.4.03.6100)", afirma o MPF.

Líder nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos (PSOL) rebateu, nesta quinta-feira (8), os elogios do presidente Jair bolsonaro (PSL) ao Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, condenado por crime de tortura na época do regime militar. O presidente hoje voltou a chamar Ustra de “herói nacional”.

Na avaliação de Boulos, “Ustra é um lixo humano”. “Alguém que simboliza um período vergonhoso da nossa história. Heróis nacionais são os que enfrentaram perseguições e torturas para derrotar a ditadura militar no Brasil”, escreveu em publicação no Twitter.

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Ele não foi o único a criticar o elogio de Bolsonaro sobre o militar. O senador Humberto Costa (PT-PE) ironizou a fala do presidente e disse “cada um tem o herói que merece”. “O de Jair Bolsonaro é um torturador responsável por páginas das mais sombrias da história do Brasil. O presidente da República é a forma mais bem acabada da decrepitude a que pode chegar a raça humana”, alfinetou o petista.

O elogio de Bolsonaro foi exposto quando ele foi explicar para jornalistas na manhã de hoje, o motivo do encontro dele com a viúva do militar, Maria Joseíta. "Um herói nacional que evitou que o Brasil caísse naquilo que a esquerda hoje em dia quer", chegou a classificar o presidente. Brilhante Ustra comandou o Destacamento de Operações de Informações (Doi-Codi) em São Paulo, de 1970 a 1974.

Após causar polêmica internacional com sua fala a respeito do desaparecimento de Fernando Santa Cruz, pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) voltou a falar no assunto nesta sexta-feira (2).

De acordo com o presidente, ele não falou “nada demais” sobre a morte do opositor ao regime militar. Bolsonaro havia dito que, se Felipe quisesse, ele contaria a verdade sobre o que aconteceu com seu pai.

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Em seguida, o presidente afirmou que o pernambucano Fernando Santa Cruz foi morto por grupos de esquerda durante a ditadura militar.

"O que que eu falei de mais para vocês? Me respondam. O que eu tive conhecimento na época. Eu ofendi o pai dele? Não ofendi o pai dele. O que eu tive conhecimento na época, o assunto foi esse”, afirmou Bolsonaro na saída do Palácio da Alvorada.

Na tarde desta sexta-feira (2) familiares e amigos de Fernando Santa Cruz vão se reunir em frente ao monumento Tortura Nunca Mais, na Rua da Aurora, área central do Recife, para lembrar a memória do pernambucano e mostrar repúdio ao que foi dito por Bolsonaro.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio de Mello, sugeriu que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) passasse a usar uma “mordaça” para evitar falas sucessivas que atacam instituições, políticos e regiões do país. A informação é do blog do jornalista Tales Faria. 

De acordo com a publicação, Marco Aurélio foi indagado sobre como fazer para acabar com as declarações destemperadas de um presidente da República e ele respondeu: "Tempos estranhos. Aonde vamos parar?" Logo em seguida propôs: “No mais, apenas criando um aparelho de mordaça".

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Nessa segunda-feira (29), o presidente se envolveu em mais uma polêmica. Ele declarou que sabia a verdade sobre o desaparecimento de Fernando Santa Cruz, na época da ditadura militar. E pontuou que se o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, quisesse, ele contaria a verdade. Felipe é filho de Fernando. 

Logo depois, Bolsonaro declarou que o militante estudantil foi morto por companheiros do movimento esquerdista Ação Popular, do qual Fernando fazia parte, e não por militares, como aponta relatório da Comissão Nacional da Verdade. 

Gretchen é a convidada desta sexta (28) do Conversa com Bial. No programa, a cantora conversou com Pedro Bial sobre o início da sua carreira, no fim da década de 1970, e relembrou como seu trabalho foi mal visto pelo regime político da época. 

Gretchen surgiu quebrando paradigmas na música brasileira. Cantando músicas sensuais e rebolando em suas coreografias, ela chegou a ser vetada na televisão por conta do Regime Militar. "Sou da época da Ditadura e logo que comecei fui censurada. Tive que ficar um mês se aparecer na TV".

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Durante a Ditadura, o governo brasileiro determinava o que era permitido ser veiculado nos meios de comunicação nacionais. Gretchen deu mais detalhes. "Quando eu me apresentava e fazia aquelas caras sensuais, ou passava a língua nos lábios... Isso era proibidíssimo, era um absurdo. (A acusação era que) eu estava incitando a sensualidade.

 

O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL) repercutiu nesta sexta-feira (31) as manifestações que aconteceram em todo o Brasil em defesa da educação e contra os cortes anunciados pelo Ministério da Educação (Mec).

 Na visão do parlamentar, as últimas notícias mostraram outra faceta do presidente Jair Bolsonaro (PSL). “A crise na Educação escancarou o fanatismo totalitário do governo Bolsonaro. A tentativa de intimidar e criminalizar professores, pais e alunos que divulguem protestos e o desejo de que a polícia atue nas universidades para ‘inibir o viés ideológico’ são ditatoriais”, avaliou.

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 O parlamentar seguiu comentando afirmações feitas pelo presidente. “Bolsonaro disse que está na hora de um ministro evangélico no STF. Desde que as convicções religiosas não ameacem o Estado Laico, não importa a fé do ministro”, disse.

 Ainda em sua publicação, Marcelo Freixo sugeriu que Bolsonaro coloca a democracia em risco. “O problema é que não é isso o que o presidente quer. Bolsonaro deseja submeter a democracia aos seus valores religiosos”, finalizou.

A deputada federal Tabata Amaral (PDT), que costuma levantar pautas relacionadas à educação em seus discursos, alfinetou o ministro da Educação Abraham Weintraub através de seu perfil oficial no Twitter.

 Após as manifestações nacionais dessa quinta-feira (30), a parlamentar disse que “em mais uma atuação autoritária, o MEC diz que professores, alunos e pais ‘não são autorizados a divulgar e estimular protestos durante o horário escolar’”, escreveu.

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 Amaral correlacionou a recomendação do Ministério da Educação com a realidade de uma ditadura. “Há apenas um tipo de regime onde cidadãos são proibidos de se manifestarem: ditaduras”, disse.

 Ainda em sua publicação, a parlamentar disse que Weintraub não deveria estar no cargo que ocupa. “Um ministro que se acha no direito de restringir a liberdade das pessoas não tem condições de ocupar um cargo tão importante em uma democracia”, finalizou.

A deputada federal Carla Zambelli (PSL) parece não ter gostado muito do fato da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) dizer que vai processar cível e criminalmente o presidente Jair Bolsonaro (PSL) por declarações concedidas por ele durante viagem aos Estados Unidos.

 “Todo membro de organização terrorista tem as mãos sujas de sangue. A Dilma dizer que não tem é o mesmo que alguém dizer ‘olha, eu trabalhei na al-Qaeda em 2001, mas não tive nada a ver com o 11 de setembro!’”, disparou a parlamentar nesta sexta-feira (17).

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 Durante a entrega do prêmio personalidade do ano da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, o presidente afirmou que "quem até há pouco ocupava o governo teve em sua história suas mãos manchadas de sangue na luta armada", fazendo referência a Dilma.

 Através de seu perfil oficial no Twitter, Carla Zambelli recebeu mensagens de apoio a suas críticas à ex-presidente petista. Um de seus seguidores afirmou que “a única coisa boa que a ‘Mandioca’ fez foi a Lava Jato, que foi um tiro no pé dela mesma, de Lula, Zé Dirceu, PMDB”.

 Em resposta, a deputada afirmou que Dilma não teve participação na criação da operação. “Ela não fez a Lava Jato. A Lava Jato é puro trabalho de autoridades concursadas. Talvez ela tenha ajudado sancionando a lei da delação premiada, mas foi uma resposta desesperada dela aos protestos de 2013”, finalizou.

A deputada federal pelo PSL de São Paulo Carla Zambelli utilizou sua sua conta oficial no Twitter nesta quinta-feira (2) para repercutir a situação de caos político vivido na Venezuela.

A parlamentar anunciou a morte de uma mulher e cobrou respostas do Partido dos Trabalhadores. “Acaba de morrer mais uma venezuelana: Jurubith Rausseo, com 27 anos, ferida de bala pelo exército de Nicolás Maduro”, descreveu Zambelli.

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Zambelli, que tem na sua biografia do Twitter a seguinte frase: “se a esquerda fosse boa, Jesus não sentaria à direita do Pai”, é bastante crítica às colocações de grupos mais alinhados à esquerda.

Pelo fato do contestado governo de Maduro na Venezuela ser de esquerda, a deputada cobrou posicionamento do PT quanto ao assunto. “Meus sentimentos e orações. E aí, PT, vão se posicionar de que forma?”, questionou.

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Com a estreia da terceira temporada prevista para o dia 5 de junho, a série The Handmaid's Tale (O conto da Aia, no Brasil), baseada no romance distópico de Margaret Atwood é uma das produções mais aclamadas da contemporaneidade. Em 2017, ano do seu lançamento, levou 8 das 13 indicações ao Primetime Emmy Awards.

Em The Handmaid's Tale, o telespectador é apresentado à Gileade, onde geograficamente se localiza o Estados Unidos. Essa sociedade, foi vítima um ‘golpe’ de governo mascarado de intervenção necessária diante de uma onda de infertilidade nacional e agora as mulheres são tratadas como inferiores, onde as leis têm como base os ensinamentos bíblicos.

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Sem voz ativa, direitos ou meios de fugir dessa ditadura, as Aias, como são chamadas as mulheres férteis, são estupradas regularmentes pelos chefes de governo, além de serem violadas psicologicamente todos os dias. O uniforme vermelho que essas mulheres usam na produção virou símbolo de protesto internacional pelos direitos femininos. No Brasil, foi usada em agosto de 2018, para pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) na decisão de descriminalização do aborto.

Assim como Gileade, outras sociedades com governos opressores já ganharam produções audiovisuais. Conheça algumas séries que abordam o tema:

Holocausto

Lançada em 1977, a série Holocausto conta a história de uma família judia alemã fictícia e ilustra momentos importantes que acontecem nas vésperas e durante a II Guerra Mundial. Apesar de ser aclamada, a produção recebeu diversas críticas de sobreviventes do holocausto e foi considerada simplista. De toda forma, após ser exibida novamente este ano na Alemanha, a produção trouxe de volta a discussão no país sobre as atrocidades cometidas durante o período. De acordo com a BBC, cerca de dez mil alemães ligaram para emissora WDR, da Alemanha, para expressar seu choque e vergonha em relação a esse capítulo da história.

 

Os dias eram assim

No Brasil, o país vivenciou por mais de 20 anos um regime opressor e é no cenário da ditadura militar do Brasil, que o enredo de ‘Os dias eram assim’ se desenvolve. Com 88 capítulos, a série conta a história de amor de Alice e Renato, que ao longo da trama enfrentará vários percalços por conta da divergência política das pessoas próximas ao casal. A super série foi exibida de abril a setembro de 2017 pelo Rede Globo.

 

3%

Outra produção brasileira que retrata um governo opressor e que segrega é a série 3%, da Netflix. Nesta sociedade pós-apocalíptica, grande parte da população sobrevivente no ‘Continente’, um lugar miserável, onde falta tudo: água, comida e energia. Aos 20 anos, todo ‘cidadão’ tem o direito de participar de uma seleção para morar no ‘Maralto’, onde há abundância de recursos, mas só 3% das conseguem passar no processo.

 

Um dos fatos mais polêmicos da história brasileira, o regime militar é a pauta desta semana do programa Vai Cair No Enem, produzido pelo LeiaJá. Nesta edição, você confere dicas essenciais para a prova do Exame Nacional do Ensino Médio.

Convidamos o professor de história Marlyo Alex, além do docente de atualidades Benedito Serafim. Lembrando que os feras também podem seguir o Instagram @vaicairnoenem, onde há dicas, questões, notícias, aulas exclusivas e muitos outros conteúdos. Confira, a seguir, o programa desta semana:

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O professor Aluízio Lins Leal e a cientista social Eneida Cañedo Guimarães dos Santos se reencontraram com a história diante do prédio do museu Casa das Onze Janelas, em Belém. No último dia 31 de março, Aluizio e Eneida participaram de protesto contra o movimento militar que, há 55 anos, derrubou o presidente João Goulart. Com microfone na mão, Aluizio gritou palavras de ordem na porta do prédio onde esteve preso.

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“Realmente, eu fui ‘hóspede’ daquela cela da primeira janela junto à porta de entrada, quando aqui ainda era a 5ª Companhia de Guarda da 8º Região Militar. E que era comandada por um major, Douglas Farias de Sousa”, falou Aluizio, apontando para a direção da janela de seu antigo cárcere.

Eneida Cañedo, que por anos, devido à perseguição feita pelos militares, assumiu o pseudônimo de Isabel, relatou a sua experiência como membro de movimento estudantil e a perseguição que os militares promoviam contra os estudantes e opositores do governo. “No movimento universitário continuei a minha atuação militante e estive tanto no Centro Acadêmico da minha escola como, também, no Diretório Central dos Estudantes da Universidade Católica de Goiás. A perseguição era toda hora. Naquele momento, quando (ocorreu) o assassinato do Edson Luís, em todas as capitais, as lideranças estudantis lideraram passeatas sem medo daquelas botas dos militares que viviam fazendo terror”, disse a mestra em Ciências Sociais.

O ato contra o Golpe de 1964, que deu início à ditadura militar, ocorreu, em Belém, na manhã e na tarde de 31 de março, um domingo. Em resposta à orientação do presidente da República, Jair Bolsonaro, de comemorar a data nos quartéis, diversos grupos civis organizaram-se para manifestar o repúdio à homenagem ao governo antidemocrático que durou 21 anos.

Organizado pelo coletivo Comunicadores Pela Democracia, o protesto em frente à Casa das Onze Janelas teve um objetivo em particular: lembrar o local onde ficaram encarcerados presos políticos.

Um dos representantes do coletivo, Max Costa, afirmou que o evento resgata a história brasileira. “A ideia desse ato é mostrar que dia 31 de março não é uma data de comemoração. É uma data de repúdio e de protesto para mostrar que a nossa democracia brasileira está ameaçada. Não podemos aceitar que um presidente como Jair Bolsonaro venha comemorar um período marcado por prisões, torturas e perseguições”, disse Max.

Estiveram representados na manifestação a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PA), Conselho Regional de Psicologia, Conselho Regional de Serviço Social, Instituto Paulo Fonteles, Sindicato dos Trabalhadores das Instituições Federais de Ensino Superior no Estado do Pará e Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará, além de estudantes.

“Acho que é importante que a gente se posicione em situações desse tipo. É importante ocupar as ruas no período que a gente anda vivendo, um período muito delicado em que a gente percebe que a democracia, que antes já não muito bem fortalecida e não estava muito bem estruturada, agora está mais fragilizada ainda”, afirmou Íris Viana, estudante de Museologia da Universidade Federal do Pará (UFPA).

Os nomes de vítimas do regime foram citados no protesto, como o do estudante do curso de Engenharia Química César Moraes Leite. Na época com 19 anos, César foi morto durante uma aula da disciplina de Estudos dos Problemas Brasileiros (EPB) sobre “violência e porte de arma”, no bloco F da Universidade Federal do Pará (UFPA), no dia 10 de março de 1980.

O professor Aluízio Leal relatou como se deu o processo de encarceramento do qual foi vítima e citou o nome de alguns dos seus companheiros de cela. “Tinha várias pessoas que hoje são nome na nossa história, como Bené (Benedito) Monteiro e Ruy Barata. Estive preso com eles, é claro que com uma diferença de idade enorme. Porque eu era moleque, estudante do primeiro ano de matemática ainda. A minha prisão se deveu a minha militância e na cela estavam reunidos todos aqueles que ousavam sonhar com a liberdade”, disse o ex-preso político, hoje doutor em História Econômica.

A manifestação também contou com um minuto de silêncio e reavivou clássicos da música popular brasileira. Teve igualmente a presença de poesia e testemunhos. A oração ecumênica foi conduzida pelo padre Paulinho, da Comissão Pastoral da Terra (CPT), e Antônia Brioso, representante da Paróquia Evangélica de Confissão Luterana em Belém.

O padre da Pastoral da Terra lembrou do assassinato de estudantes, indígenas, intelectuais e religiosos, como frei Tito de Alencar Lima. Após isso, propôs a transformação do então Museu de Arte Casa das Onze Janelas em memorial às vítimas da ditadura em território paraense. “Olhando para essa casa, por que não ousar transformá-la num memorial paraense da verdade? Colocando aqui os nomes dos paraenses perseguidos, torturados e eliminados pela ditadura militar. Como na Cidade de Guatemala, ao redor da Catedral da praça central”, propôs o religioso.

Antônia Brioso relembrou do surgimento da Paróquia Evangélica de Confissão Luterana em Belém na década de 1980. “A nossa igreja surge nos anos 80. Surge não como uma igreja, mas como movimento contra ditadura. Nós tivemos uma pastora, Marga Rothe, que se foi há alguns anos e que era um misto de pastora, ativista e militante. Nós temos um galpão lá atrás em que hoje é a casa pastoral, mas também é um memorial. Ali se faziam, se pintavam as faixas e camisas, porque era uma igreja, ninguém desconfiava disso. Depois a pastora Marga descobriu que já estavam de olho e havia sempre um carro lá na frente da igreja querendo saber, entender aquelas entradas e saídas de tantos jovens”, relatou, explicando de onde vem o compromisso da Igreja Luterana de Belém com a defesa da democracia brasileira.

Segundo a pesquisadora Mariana Lorenzi, do Fórum Permanente, revista digital vinculada à Universidade de São Paulo (USP), a Casa das Onze Janelas foi construída para servir de residência para o senhor do engenho de açúcar Domingos da Costa Bacelar, em meados do século XVII, e era originalmente chamado de Palacete das Onze Janelas, nome que vem do fato de possuir onze janelas em sua fachada. 

Em 1768, o edifício foi vendido para o governador do Grão-Pará, Francisco Ataíde Teive, e após reformas feitas pelo arquiteto italiano Antônio José Landi se tornou um hospital militar chamado “Hospital Real”.

O hospital militar funcionou no local até 1870, quando o prédio começou a ser usado para outras atividades militares, abrigando o Corpo da Guarda e a Subsistência do Exército até o final do século XX.

Reportagem de Wesley Lima.

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Após se reunir com Jair Bolsonaro (PSL) no Palácio do Planalto, na tarde da sexta-feira (5), o cantor Amado Batista gravou um vídeo enaltecendo o presidente da República. O registro foi publicado nas redes sociais do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL) neste sábado (6).

“É um cara excelente como pessoa, um administrador maravilhoso”, afirma o cantor no vídeo. “Não podia ter um presidente melhor do que esse para fazer o nosso país ser um país de primeiro mundo”, ele complementa.

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Amado Batista ficou preso por dois meses durante o regime militar. No período, ele foi torturado pelos militares. Mais de uma vez, Amado Batista minimizou o ocorrido em entrevistas na televisão. "Eu acho que não tinha que estar brigando contra o governo. O governo estava defendendo também de pessoas que estavam querendo tomar o país à força, com as armas nas mãos. Nós podíamos ter virado uma Cuba”, disse em entrevista a Marília Gabriela, quando afirmou também acreditar ter recebido uma boa correção.

Para o Programa do Porchat em 2017, Batista disse: “Eu prefiro a ditadura do que essa anarquia que está aí hoje”. Na mesma entrevista, o compositor definiu a ditadura como ‘maravilhosa’. O presidente Jair Bolsonaro já expressou em diversas situações sua simpatia pelo regime militar que se iniciou com o golpe de 1964, e chegou a dar ordem para que a data fosse comemorada em 2019.

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O ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, disse que haverá mudanças em livros didáticos para revisar a maneira como são retratados nas escolas o golpe de Estado que retirou o presidente João Goulart do poder, em 1964, e o regime militar que o seguiu. A declaração ocorreu em uma entrevista do ministro ao jornal Valor Econômico, publicada nesta quarta-feira, 3.

Segundo o jornal, Vélez diz acreditar que a mudança de regime, há 55 anos, não foi um golpe, e sim uma "mudança de tipo institucional". Além disso, teria dito que o período que seguiu a posse do general Castello Branco não seria ditadura, e sim um "regime democrático de força". A tese é refutada por historiadores que estudaram o período.

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Vélez disse, segundo o Valor, que as mudanças em livros didáticos seriam "progressivas", e devem ocorrer "na medida em que seja resgatada uma versão mais ampla da história". Ele ainda teria dito que o papel do Ministério da Educação (MEC) é "regular a distribuição do livro didático e preparar o livro didático de tal forma que as crianças possam ter a ideia verídica, real, do que foi a sua história".

Contatado para comentar as declarações do ministro, o MEC não respondeu à reportagem. A notícia repercutiu mal entre representantes de editoras e autores de livros didáticos.

O presidente da Associação Brasileira dos Autores de Livros Educativos (Abrale), Cândido Grangeiro, ressaltou que todos e qualquer livro didático deve, por regra, ser baseado em ampla consulta acadêmica, e não por opiniões.

"O que sempre deve nos guiar é o rigor acadêmico na produção dos materiais didáticos, para que os alunos tenham acesso a conteúdo pautado em pesquisa", disse Grangeiro. "A Abrali é contra qualquer tipo de revisionismo que seja baseado em opiniões."

Durante missa realizada na Paróquia Militar de São Miguel Arcanjo e Santo Expedito, em Brasília, o bispo dom José Francisco Falcão citou a canção "É proibido proibir", de Caetano Veloso, e afirmou que gostaria de dar veneno de rato para o cantor e compositor.

A missa foi realizada no último dia 31 de março, em comemoração ao golpe militar de 64, contando com a presença de Joseita Brilhante Ustra, viúva do coronel e ex-chefe do Destacamento de Operações de Informação - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) Brilhante Ustra.

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Por meio de uma nota oficial assinada por Dom Fernando Guimarães, Arcebispo Militar do Brasil, e Dom José Francisco Falcão de Barros, Bispo Auxiliar do Ordinariado Militar do Brasil, a Paróquia Militar diz que "em nenhum momento do transcurso da Missa falou-se de 'ditadura' ou de 'golpe' ou se agradeceu a Deus por outro motivo senão pelos novos promovidos", a igreja acentua também que "em nenhum momento do transcurso da Missa fez-se alusão ao nome de qualquer cantor ou compositor".

Caetano Veloso, até a publicação dessa matéria, não se pronunciou. Sua mulher e produtora, Paula Lavigne, comentou o caso no Twitter. "Ainda bem q Dona Canô não está viva pra ver isso! Q vergonha pra igreja católica, um Padre querer matar uma pessoa? O q está acontecendo? Coitado de @caetanoveloso ainda ter q passar por isso depois de tudo q viveu na ditadura militar?!!"!!! #Chocada", postou Lavigne.

Em um show realizado na Argentina no último dia 31, o artista aproveitou o momento para erguer faixas com os dizeres "Ditadura Nunca Mais", em repúdio às menções a favor da ditadura e do golpe militar de 1964.

Confira a nota da Arquidiocese Militar do Brasil na íntegra

A respeito da matéria “Missa pela ditadura tem generais, viúva de Ustra e críticas a Caetano”, publicada pela edição eletrônica de VEJA, de 1º de abril de 2019, a Arquidiocese Militar do Brasil tem a dizer:

A referida Missa, celebrada na Paróquia Militar de São Miguel Arcanjo e Santo Expedito, em Brasília (DF), no dia 31 de março de 2019, às 19h30, foi em ação de graças pelas promoções dos oficiais generais do Exército Brasileiro. Tais promoções ocorrem na referida data desde a década de sessenta do século passado;

A Missa de ação de graças a Deus pelos oficiais generais promovidos é uma tradição em todas as capelanias e paróquias militares católicas, dentro e fora do Distrito Federal, desde o século passado;

Sendo dia de domingo numa Paróquia militar, é natural a presença de militares ou familiares de militares na celebração da Eucaristia;

Em nenhum momento do transcurso da Missa falou-se de “ditadura” ou de “golpe” ou se agradeceu a Deus por outro motivo senão pelos novos promovidos, um dos quais, o Gen. de Divisão Ayres, usou da palavra para agradecer a Deus;

Em nenhum momento do transcurso da Missa fez-se alusão ao nome de qualquer cantor ou compositor;

No transcurso da homilia, gravada em áudio, que comentou exclusivamente as leituras litúrgicas, ao se falar da atitude do filho pródigo ao abandonar a casa do Pai, em busca de uma liberdade sem proibição, aludiu-se ao correto significado de “liberdade”, que comporta um conjunto de restrições, portanto de proibições; de fato, dos dez mandamentos da Lei de Deus, seis são proibições. Daí que, na visão cristã, não se pode falar de “liberdade” e, ao mesmo tempo, de “proibição à proibição”;

Os cristãos procuram pautar sua conduta pela obediência à Verdade (1Pedro 1, 22), como de fato ela é.

Brasília, DF, 1º de abril de 2019

Dom Fernando Guimarães

Arcebispo Militar do Brasil

Dom José Francisco Falcão de Barros

Bispo Auxiliar do Ordinariado Militar do Brasil

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), afirmou, nesta terça-feira (2), que o Senado tem de emitir um voto de repúdio e que a Procuradoria-Geral da República (PGR) tem de levar o presidente Jair Bolsonaro à Justiça por ter difundido um vídeo pelas redes oficiais do Palácio do Planalto fazendo apologia ao regime que torturou, matou e fez desaparecer milhares de brasileiros entre 1964 e 1985. O PT e outros partidos entraram com uma representação na PGR contra o capitão reformado.

Para Humberto, que cobrou do Senado uma posição sobre o ato do presidente, é impossível não responsabilizar diretamente Bolsonaro, até porque o próprio presidente em exercício, Hamilton Mourão, atestou que o titular do cargo foi o responsável pela divulgação do material.

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“Bolsonaro usou a estrutura pública descaradamente para defender um reconhecido golpe de Estado, responsável por violações sistemáticas contra os direitos humanos. E o erro não foi por falta de aviso. A própria PGR já havia advertido que o ato seria ilegal, porque desrespeita a Constituição e diversas leis”, declarou o senador.

Segundo ele, é inadmissível uma atitude como essa ser praticada por um presidente da República num Estado democrático de Direito. O parlamentar ressaltou que o ato constrangeu a própria cúpula militar que sustenta o governo e que sabe que não é hora de ficar revirando coisas do passado.

De acordo com Humberto, o presidente deveria estar preocupado em fazer justamente o oposto, que é buscar entendimento e harmonia na sociedade, em vez de apontar na linha de comemoração de um período sombrio para o Brasil.

“O presidente da República quebrou o juramento constitucional e, ao fazer isso, legitimou violações de direito por parte do Estado. E isso ocorre, especialmente, num momento em que a Constituição está sob ataque. Princípios e dispositivos que asseguram garantias também vêm sendo desrespeitados por segmentos do próprio Ministério Público e do Judiciário nos últimos anos. Lula é prova disso”, comentou.

Na sua avaliação, não pode o Brasil ter o maior líder político da sua história, defensor da democracia e das liberdades, preso e, na cadeira de presidente, alguém que defenda ditaduras, torturas e mortes de opositores.

“É inaceitável que o país trilhe esse caminho perigoso, flerte com atrocidades que nos lançaram num abismo de 21 anos. Bolsonaro é despreparado e não honra o cargo que ocupa. Lula, que sempre o honrou, não pode seguir preso”, disse.

“Este Congresso Nacional não pode ficar omisso diante do que Bolsonaro fez. Não podemos ficar calados diante de alguém que faz apologia aos crimes de tortura e de assassinato. O Senado tem de manifestar seu voto de repúdio à posição do presidente de comemorar um golpe sanguinário”, disparou.

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