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Após três anos de uma briga judicial intensa de alguns ex-moradores do Conjunto Residencial Eldorado, localizado na Zona Norte do Recife, no Bairro do Arruda, o Tribunal da Justiça de Pernambuco (TJPE) condenou a Sulamérica Seguradora  a pagar indenizações no valor de R$ 155 mil, a cada proprietário de apartamento. A sentença da 11ª Vara Cível garantem o direito de pelo menos 80 famílias, das 224 que residiam no prédio na época, de serem indenizadas pelos imóveis perdidos.

De acordo com informações do escritório Frutuoso Advocacia, que atua na causa das 80 famílias que serão indenizadas, apesar de a sentença dar ganho de causa aos seus clientes, eles irão recorrer e pedir também pagamento da multa decendial, pelo atraso em resolver essa situação, além de juros e as correções. Atualmente, os moradores estão recebendo o valor mensal de R$ 1,6 mil para o pagamento de aluguéis de outros imóveis. 

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Entenda o caso

O Residencial situado no Arruda foi evacuado no ano de 2013 após uma constatação de risco de desabamento, que colocava em risco a vida de todos os moradores. Após a evacuação dos apartamentos, os ex-moradores iniciaram uma luta na justiça para que alguma medida fosse tomada. O conjunto tinha 16 blocos e 224 habitações. No mês de janeiro, foi divlugada uma sentança que também foi favorável para outro grupo de moradores que estão lutando pela indenização, mas até o momento ninguém recebeu nenhum valor da seguradora.

Parte dos moradores do Conjunto Residencial Eldorado, localizado no Arruda, Zona Norte do Recife, continuam enfrentando grandes dificuldades. Três meses se passaram, desde as primeiras desocupações, e pouca coisa mudou. Muitos condôminos continuam dividindo imóveis com parentes ou amigos e outros nem o auxílio moradia receberam.

É o caso de Paulo Roberto, integrante da comissão do residencial montada logo após a interdição. Proprietário de um dos apartamentos do Bloco A2, ele já passou pela casa da mãe, da sogra e agora enfrenta uma nova mudança. “Mudou tudo. Deixamos o imóvel onde eu e minha família moramos desde a inauguração. Trocamos de bairro, os ônibus que estamos utilizando pra ir ao trabalho e a faculdade também são outros, são vários transtornos”, desabafou.

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Paulo conta que ele e outros 123 moradores contrataram um advogado para cuidar do caso, mas até agora a primeira parcela do benefício ainda não foi depositada. A expectativa inicial era receber o valor de R$ 1.200 na última sexta-feira (23), mas, segundo ele, devido a um pedido de anulação por parte da Caixa Econômica a quantia não foi paga.

“Nosso advogado está entrando com uma petição para que seja cumprido o acordo, incluindo a multa de R$ 1 mil por dia de atraso. Aluguei um apartamento contando com esse benefício e a primeira parcela vence dia 5 de setembro, mas até agora nada. Vou ter que tirar dinheiro de onde não tenho para cobrir mais uma dívida”, afirmou.

Diferente de Paulo, um total de 85 moradores do Eldorado receberam em agosto a segunda parcela do auxílio moradia. Eles entraram na justiça com outro profissional e conseguiram o valor de R$ 1.600 mensal. A quantia começou a ser paga em julho deste ano e deve continuar a ser depositada até o final do processo.

De acordo com André Frutuoso, advogado desse grupo de condôminos, este é o maior valor de indenização securitária já pago no Brasil. Segundo ele, agora o próximo passo é ressarcir as famílias dos danos morais e materiais deixados pela tragédia. “Estamos pedindo uma indenização definitiva correspondente ao valor do imóvel corrigido. Conforme pesquisas que fizemos hoje um apartamento naquele bairro custa cerca de R$ 150 mil”.

MPPE – O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) também ingressou com um processo na justiça defendendo 28 moradores do Eldorado. Mas segundo a promotora Selma Carneiro, esse grupo também não recebeu a quantia de R$ 1 mil estipulada pela justiça.

“O juiz deferiu uma limitar solicitando os contratos de locação dos novos imóveis dessas famílias. Mas na segunda-feira (26) passada eu entrei com um pedido alegando que muitas pessoas foram morar com parentes e por isso não teriam esse documento. Espero que ainda essa semana eu tenha uma resposta positiva”, concluiu.

As 224 famílias do Conjunto Residencial Eldorado, no Arruda, continuam enfrentando dificuldades desde o dia 24 de maio, quando o bloco A1 apresentou rachaduras e foi imediatamente desocupado. Além de serem obrigados a deixar os lares onde muitos moram há 17 anos, vários moradores tiveram seus apartamentos saqueados nos últimos dias.

Eles reclamam da falta de segurança dos edifícios prometida pela Prefeitura do Recife (PCR). Devido à vulnerabilidade, pessoas desconhecidas teriam aproveitado a situação para roubar pertences dos condôminos, como portas, janelas e privadas. 

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“Eu tive que ficar aqui até às 1h30 da madrugada da segunda (17) e presenciei duas mulheres tentando levar uma bacia sanitária. Sai daqui e a minha grade ainda estava no lugar, voltei e agora ela já não está mais”, afirmou o proprietário do apartamento 301, do bloco C1, Jeorge da Conceição.

A moradora do imóvel 104, do bloco C1, conta que mais de 20 pessoas invadiram o condomínio na noite anterior e saquearam as residências. Ela estava inconformada, pois contratou um profissional para retirar algumas grades e o homem foi impedido de realizar o trabalho. “Eu vim correndo quando soube que não poderia levar coisas que eu comprei com o meu dinheiro. Eu não posso tirar nada, mas tenho certeza que os bandidos vão levar”.

A doméstica realizou a mudança no último sábado (15) e lamenta ter que sair do local onde morou por 17 anos. “Meu apartamento é próprio, grande, com três quartos, dois banheiros, varanda. Agora aluguei um bem menor por R$ 1.300, na Rua das Moças, no Arruda”.

O prazo para desocupação total estipulado pela Secretaria-Executiva de Defesa Civil do Recife (Sedec) foi encerrado neste domingo (17). Mas ontem, segundo a Secretaria Executiva de Controle Urbano, duas famílias permaneceram no local e, por isso, foram notificadas. Um dos condôminos alega que o imóvel para onde ele irá se mudar está em reforma. Eles receberam mais um dia para realizar a mudança.

Quanto à segurança, em nota a Sedec garantiu que uma viatura da Polícia Militar “está de forma permanente no Conjunto Residencial Eldorado desde que foi anunciada a necessidade de desocupação dos imóveis. A Sedec também está em contato com os órgãos de segurança do Estado a fim de preservar o isolamento da área”.

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No último dia que os moradores do Conjunto Eldorado, no bairro do Arruda, têm para tirar seus pertences das casas que residem, muitos desde a construção em 1996, o movimento ainda é grande no residencial.

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Alguns aproveitam até o último minuto do prazo estabelecido pela Defesa Civil do Recife, que se encerra nesta sexta-feira (14), para tirar tudo o que investiram nas residências que correm o risco de desabar. É possível perceber os donos dos apartamentos retirando grades, janelas e portas, que um dia já serviram de proteção para seus lares.

Moradora desde a inauguração do residencial, há 17 anos, a aposentada Carmem Lúcia da Silva, de 60 anos, do bloco F3, já conseguiu fazer a mudança. Saiu da casa própria para um imóvel alugado, em Olinda. No mesmo prédio, moram os filhos da mulher, que a aposentada foi ajudar a realizar a mudança. “Eu vi os meus filhos se casarem e meus netos cresceram aqui. Dizem que a Caixa vai agendar um conversa com alguns moradores pra que eles voltem a morar aqui. Eu gostaria de voltar porque eu gosto da localização e da vizinhança. Desde que aconteceu o primeiro problema vi muita gente chorando. Muito sufoco”, lamentou.

É o mesmo caso do marceneiro Melquisedeque Rosa da Souza, 71. Ele vai deixar a casa própria e se mudará na tarde desta sexta para o bairro vizinho, Campo Grande, onde pagará R$ 2 mil de aluguel. “Atualmente eu não penso em indenização, porque se existe a proposta de recuperar o imóvel, eu prefiro voltar pra cá. O meu apartamento não tinha nenhum dano, até as pessoas começarem a retirar essas grades. Se tem como recuperar, eu não vou destruir o que é meu”, desabafou.

De acordo com a Defesa Civil, das 20 viagens marcadas para esta sexta-feira (14), 15 já foram realizadas e as outras cinco estão programadas para esta tarde. Apesar do prazo se encerrar hoje (14), alguns agendamentos para retirada de pertences está previsto para o fim de semana. Segundo o órgão, a recomendação é que os moradores não durmam mais no prédio.

Com informações de Damares Romão

O prazo de 15 dias para desocupação dos 224 apartamentos do Conjunto Residencial Eldorado, no Arruda, se encerra nesta sexta-feira (14). A orientação da Secretaria Executiva de Defesa Civil do Recife (SEDEC) é que hoje nenhum morador durma no local.

De acordo com a assessoria de comunicação do órgão, até a última quarta-feira (12) um total de 133 famílias teriam deixado os imóveis. Para hoje, estão agendadas 20 mudanças com os caminhões disponibilizados pela SEDEC, além do transporte de móveis e pertences em carros dos moradores.

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O levantamento do total de apartamentos desocupados deve ser divulgado ainda nesta sexta-feira. O resultado do laudo do risco de demolição de todos os blocos, programado para sair no último dia 10, ainda não foi emitido.

 

Um aura de tristeza no Residencial Eldorado, no bairro do Arruda, toma conta dos poucos moradores que ainda restam no local. Vários caminhões disponibilizados pela Prefeitura do Recife (PCR) estão auxiliando a retirada dos pertences das famílias nesta quinta-feira (13), penúltimo dia para desocupar os apartamentos.

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A dona de casa Vandeíusa de Moura ainda custa a acreditar no ocorrido. Para ela, que construiu parte da vida há 17 anos, desde que o residencial foi entregue, a tristeza é grande. "Ainda não caiu a ficha pra mim. Ver minha família ter que sair, ver os meus vizinhos que eu tanto me dava bem. É muito difícil lidar com essa tragédia, só quem sabe é quem passa", lamenta a senhora, que tira os poucos móveis que ainda restam no bloco C1.

Muita gente encontrou dificuldade para achar casas. A professora Ana Cristina Souza também reside no Eldorado há 17 anos e o problema foi achar um local com preço acessível. "O menor preço que achei foi R$ 750. Ainda assim, está muito caro para nós que não tínhamos essa despesa, né? Além do mais, não recebemos  auxílio moradia. Fica difícil arcar com tudo isso de uma hora pra outra", conta a moradora também do C1.

Elissandra da Silva, que reside no D2, disse que até esta sexta (14), ela vai conseguir tirar tudo do apartamento. "Graças a Deus achei uma casa. Cara, mas achei, em torno de R$ 800. Até amanhã, não virei mais aqui, deixando tudo pra trás. É uma sensação horrível", afirmou.

A Defesa Civil está no local para auxiliar os moradores. O órgão informou que até ontem (12), 133 famílias desocuparam o residencial. Hoje (13), mais 23 mudanças estão agendadas e amanhã (14), mais 23 famílias saem do local.

Ao todo, incluindo o bloco A1, A2 e com os agendamentos, 195 residentes terão saído até o último dia do prazo estabelecido pela Defesa Civil, que disse ainda que outras mudanças estão sendo realizadas por conta própria. A contagem de desocupação dos 224 moradores só poderá ser feita no fim desta sexta (14).



Apesar da prefeitura do Recife ter dito que haveriam vários caminhões disponíveis para as famílias que vão desocupar o Residencial Eldorado, apenas uma programou a mudança para a manhã desta sexta-feira (31). Não há agendamento prévio dos moradores que queiram levar os pertences para outro local no período da tarde. A medida está sendo realizada pela Defesa Civil depois da decisão de todos terem que desocupar o residencial nesta quinta (30).

A família de Vanice Carneiro, do bloco F3, foi a primeira a deixar o Eldorado.“Já alugamos um apartamento em um bairro próximo daqui por R$ 1.200, o mais barato que conseguimos e os móveis estão indo pra lá nessa mudança. É difícil, mas é melhor prevenir do que depois acontecer um acidente com nós mesmos. Ainda estou abalada, afinal de contas isso desestabiliza qualquer pessoa”, lamenta a moradora.

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Assistentes sociais e psicólogos realizam o cadastramento do pessoal que precise de um caminhão para se mudar até o próximo dia 14. “A procura ainda é pequena porque muitas pessoas ainda não têm para onde ir. Segundo os moradores, o aluguel das casas aqui na área está caro depois do ocorrido. O maior problema é esse. Até agora, 20 famílias estão cadastradas das 192 no total”, relata Janaína Pedrosa, assistente social da Defesa Civil.

A equipe do órgão estará no salão de festas do residencial das 9h até as 16h30, todos os dias, fazendo o agendamento. Neste sábado (1°), três famílias devem sair dos apartamentos, de acordo com o agendamento prévio. O laudo final deve sair no dia 10 de junho.

Os moradores do Residencial Eldorado ainda estão em estado de choque após a confirmação da Defesa Civil do Recife que todos devem desapropriar os apartamentos, inaugurados há 17 anos no bairro do Arruda, na Zona Norte do Recife. Na manhã desta sexta-feira (30), dez caminhões da Defesa Civil estarão no local para auxiliar na remoção dos pertences. 

Evânia Venceslau, que mora no bloco C1, conta que ainda não tem uma casa para ir. "Estou muito mal mesmo, ainda custo a acreditar que isso aconteceu. Está todo mundo ainda abalado com essa notícia. E o pior é que meus primos e tios moram aqui e eles já vão pra casa dos parentes. E eu, pra onde vou com minha filha?", lamenta.

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O morador Fernando Lima, do mesmo bloco, relata que está só está esperando desocupar a apartamento para sair definitivamente do prédio. "Isso aqui é hoje, não é amanhã. Estávamos praticamente dentro do caixão sem saber, porque estava condenado há tempos. O A1 também não tinha nada, por isso estou com pressa de sair, mas é muito difícil deixar para trás toda a história", afirma.

Técnicos da Defesa Civil chegaram por volta das 8h45 de hoje (30), mas até um momento apenas um caminhão chegou para retirar objetos do local. A movimentação para a saída dos moradores ainda é pequena nesta manhã. 

 

Os moradores dos 224 apartamentos do Conjunto Residencial Eldorado, no Arruda, terão 15 dias para desocupar os imóveis. Durante este período os edifícios continuam sendo monitorados. A decisão foi anunciada nesta quinta-feira (30) pela Secretaria Executiva de Defesa Civil do Recife (SEDEC). 

De acordo com o órgão, serão disponibilizados dez caminhões para realizar a mudanças das famílias. O morador que quiser utilizar o serviço precisa agendar no salão de festa do edifício o transporte. A primeira mudança será realizada a partir das 8h desta sexta-feira (31).

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A interdição total será necessária porque o Instituto de Tecnologia de Pernambuco (ITEP) averiguou que a alvenaria da base do Bloco A1 era de má qualidade e o material utilizado era frágil. A situação atual edifício é de 0.6 MPA, quando o mínimo de resistência dessa escala é de 3.5 MPA. Além disso, houve reforma nos apartamentos, como retiradas de parede, o que ampliou o risco. “O risco já havia sido esclarecido pelo ITEP como risco muito alto e após o que ocorreu com o bloco A1, existe a possibilidade de acontecer com os demais. Eles não encontram-se no mesmo estado de esmagamento, mas há uma fragilidade muito grandes dos materiais, por isso optamos por desocupação geral”, explicou a gerente de risco e tecnologia, Elaine Holanda.

A Prefeitura do Recife enviou um ofício a Caixa Econômica Federal e ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) solicitando que as duas entidades adotem todas as medidas cabíveis. “Eles precisam custear os alugueis, disponibilizar um guarda para o residencial e posteriormente realizar a reconstrução dos imóveis”, explicou Ricardo Correia, Secretário de Assuntos Jurídicos do Recife.

No próximo dia 10 de junho o resultado do lado do risco de demolição de todos os blocos será emitido. Em seguida, será avaliada a necessidade ou não da execução do serviço. O condômino foi erguido em 1995, pela Construtora Sete de Setembro. “A prefeitura vai disponibilizar os abrigos para as pessoas que ainda não tem um lugar para ficar”, contou o Secretário Executivo da Defesa Civil, Cabral Adalberto.

*Com colaboração de Damares Romão

Ter uma casa e não poder morar. Esse é o drama de 144 famílias que há oito anos precisaram sair de seus apartamentos, em Jardim Piedade, condenados pela Defesa Civil de Jaboatão dos Guararapes. Os noves blocos de prédios do tipo caixão, do Residencial Arrecifes, apresentaram estalos, fissuras, rachaduras e infiltrações.

A história se confunde com a vivenciada pelos moradores do Conjunto Residencial Eldorado, no bairro do Arruda, Zona Norte do Recife. Nos dois casos, o medo de um desabamento tiraram o sono e a tranquilidade das famílias que moravam nos locais. Essa situação se espalha por vários prédios do tipo caixão na capital e outras em cidades do Estado.

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Em Jaboatão, os transtornos começaram em agosto de 2005. Os moradores identificaram as rachaduras no momento em que iriam realizar a pintura dos prédios. “Estávamos lavando os edifícios quando notamos algumas fissuras. Com medo, acionamos uma vistoria e recebemos e informação do risco de desabamento”, lembra a última sindica do residencial, Sandra Valéria.

Os moradores tiveram que sair dos apartamentos cinco dias após o resultado da perícia, pois, segundo eles, as falhas estavam evoluindo. Muitos móveis permanecem até hoje nos apartamentos. “Foram dias de pânico, desespero, além de muita confusão. Algumas pessoas resistiram para deixar os imóveis”, contou.  

Inicialmente, as famílias passaram a morar nas casas de parentes e amigos. Um ano depois, após acionarem a justiça com advogados particulares, os proprietários começaram a receber o auxílio aluguel, no valor inicial que variava entre R$ 300 e R$ 500. “Fizemos tudo por conta própria, pois as financiadoras não nos ajudaram em nada. Até mesmo a remuneração dos advogados até hoje nós temos que tirar do auxílio aluguel”.

Durante esses oito anos quase nada mudou. As famílias do ‘Arrecifes’ continuam morando de aluguel, na casa de parentes e muitos já se mudaram cinco vezes. Eles contam que também não receberam retorno dos órgãos envolvidos e nem sinal de uma indenização. O residencial está cada vez mais destruído, o que aumenta a revolta dos moradores. “Já tentaram invadir nossas casas duas vezes. Além disso, roubaram janelas, grades, portas e até as bacias sanitárias”. 

O caso continua tramitando na justiça e a única coisa que alguns moradores conseguiram foi um aumento do auxílio aluguel, que passou a valer R$ 1 mil. Enquanto isso, eles continuam impossibilitados de retornar aos imóveis e sem condições de comprar uma nova casa. “Resumo nosso drama como um descaso e uma frustração. O sonho de qualquer pessoa é ter uma casa própria, e isso nos foi roubado”, concluiu.

O Conjunto Residencial Eldorado, localizado no bairro do Arruda, Zona Norte da Cidade, voltou a ser vistoriado nesta quarta-feira (29). Desta vez, a Secretaria-Executiva de Defesa Civil do Recife está realizando uma raspagem na parte externa do térreo dos 14 blocos do residencial. O procedimento vai servir para uma análise da estrutura dos prédios.

De acordo com a Defesa Civil, o resultado da perícia deve ser divulgado até o final da tarde de hoje. A medida foi tomada para verificar se há algum risco de desabamento dos outros edifícios e se eles apresentam problemas na estrutura. 

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Os trabalhos foram acompanhados de perto por Josauro Jason, morador do apartamento 02, do bloco A1. Ele e alguns vizinhos retornaram hoje ao local para analisar as futuras medidas que serão tomadas em conjunto com um advogado. “Nós ainda não fechamos nada, pois existem muitas pessoas interessadas no caso. Estamos vendo direitinho o que vai ser resolvido em uma ação conjunta com os moradores” .

A expectativa é que eles consigam uma indenização e garantam o auxílio aluguel. Daniela Barbosa é proprietária de um apartamento do bloco A2. Desde a última sexta-feira (24), ela, os pais e os irmãos tiveram que se mudar para o imóvel da avó, no bloco E1. “Eu acho que essa vistoria não é suficiente. Eles só fiscalizam por cima, veem a base do bloco e não analisam como um todo. Se isso resolvesse, nós não teríamos perdido nossa casa. Mas graças a Deus conseguimos tirar tudo de lá”, concluiu.

Com informações de Pollyanne Brito

A Secretaria-Executiva de Defesa Civil do Recife retorna nesta quarta-feira (29) ao Conjunto Residencial Eldorado para realizar um novo levantamento técnico nas fachadas nos demais blocos do imóvel. 

A ação será realizada devido à identificação de uma fragilidade na alvenaria da fachada do bloco C durante o monitoramento nessa terça-feira (28). De acordo com a gestora de análise tecnológica da Defesa Civil, Elaine Holanda, a vistoria incluirá a raspagem de alguns elementos das fachadas dos blocos. 

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Os moradores do residencial foram surpreendidos com estalos na última sexta-feira (24) e tiveram que sair imediatamente das suas residências. Quem morava no bloco A1, não pôde entrar mais nas casas para pegar os pertences por conta do risco de desabamento. 

Depois de passar quatro horas esperando por uma boa notícia da Defesa Civil do Recife, moradores do bloco A1 do edifício Eldorado, no Arruda, Zona Norte, ficam decepcionados com a negativa do órgão para poder entrar no prédio. 

Na manhã desta terça-feira (28), técnicos da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros foram ao local avaliar a possibilidade dos moradores do 2°, 3° e 4° pavimento entrarem nas residências, mas no início da tarde, a conclusão foi dada pelo órgão. “Não vale a pena o risco de deixar as pessoas entrarem nesse prédio, porque a estrutura está bastante colapsada. A decisão foi tomada hoje e a possibilidade de deixar alguém entrar no futuro é muito pequena”, afirmou o secretário executivo da Defesa Civil, Cel. Adalberto Freitas.

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Dorival Lima, morador do bloco, não escondeu a tristeza de ter a expectativa não correspondida. “Foi uma total frustração para os moradores receberem essa avaliação hoje, porque a esperança era poder entrar e tirar o mínimo que fosse de objetos. Muitas coisas vão ficar pra trás, fotografias, história de família. Agora é sair desse impacto psicológico e pensar no futuro: é uma sensação que não desejo a ninguém”, lamentou.

De acordo com a Defesa Civil uma empresa vai ser contratada para avaliar e ver a melhor forma de fazer a demolição do prédio. Além disso, um estudo aprofundado dos outros blocos será realizado para averiguar se há comprometimento nas estruturas.

Com informações de Damares Romão

A parte externa do térreo em que fica o bloco C2 do Residencial Eldorado, localizado no Arruda, na Zona Norte do Recife teve danos por volta das 12h desta terça (28). O conjunto, que recebe vistoria da Defesa Civil desde a ameaça de desabamento do A1, já identifica mais problemas e deixa os moradores aflitos.

O apartamento da comerciante Selma Melo, que concedeu entrevista ao Portal LeiaJá nessa segunda-feira (27), foi o mais afetado. "Mostrei a enorme fissura que tinha aqui ontem e olha como isso tá? Cadê o governador, cadê o prefeito? Vai precisar eu acordar morta também pra poder fazer alguma coisa?", indaga a moradora.

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Os moradores do A1 também estão aflitos a espera de uma decisão da Defesa Civil, que ainda não receberam uma resposta para verificar se há ou não como retirar os pertences. "Ninguém deu assistência a gente não. Disseram que tinham dado em entrevistas, mas se não fosse ajuda dos nossos parentes a gente tava na rua. Querem coragem? A gente vai lá e entra, é a nossa vida. Desde sexta ninguém come direito, ninguém dorme e é essa agonia", disse, emocionada, a moradora do A1, Edileuza Martins.

Os técnicos da Defesa Civil ainda permanecem na vistoria desde o início desta manhã (28) e ainda não deram resposta aos residentes do Eldorado.

Os moradores do bloco A1, do Residencial Eldorado, localizado no Arruda, na Zona Norte do Recife, acordaram esperançosos na manhã desta terca-feira (28). A Defesa Civil retornou ao local para verificar se há possibilidade de retirar os pertences do bloco interditado na última sexta (24).

"Estou muito ansioso. Graças a Deus, agora é certo que vou conseguir pegar documentos e roupas. O que der pra pegar ainda, eu saio tirando", afirma o morador do A1, Josauro Jason, de 54 anos.

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Ele ainda se emocionou ao lembrar do anúncio, quando comprou o apartamento. "Ali foi o início de tudo, o começo... Era uma alegria poder entrar na casa alugada, depois tê-la como própria. Ainda não tinha caído a ficha que ia ser desse jeito. Mas a história continua, Deus vai ajudar em tudo", conta Jason, que agora está morando com a esposa e filhos na casa da irmã, em Afogados.

A dona de casa Betânia Lucena também recebeu a ligação e está na expectativa. "Espero que dê certo para que a fonte consiga pegar algo lá dentro", relata a moradora também do A1 há 17 anos. Técnicos da Defesa Civil estão vistoriando e os residentes aguardam no local.

 

Cinco trechos de três rodovias que cortam Pernambuco continuam bloqueados nesta quarta-feira (17). Desde o início da manhã, integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) realizam as interdições pelo Jornada Nacional de Lutas, que lembra os 19 companheiros assassinados no Massacre de Eldorado de Carajás, em 1996.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), no momento os bloqueios são no quilômetro 12 da BR-101, em Goiana, quilômetro 160 da mesma rodovia, em Gameleira, quilômetro 220 da BR-232, em Pesqueira, além de dois trechos da BR-104: quilômetro 89, em Agrestina, e quilômetro 40, em Caruaru.

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Agentes da PRF estão nos locais interditados para tentar negociar com os integrantes do MST a liberação das rodovias. Até o momento, eles conseguiram liberar o tráfego no quilômetro 95 da BR-408, em São Lourenço da Mata, e o quilômetro 29, no município de Moreno. 

Com informações de Pollyanne Brito

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, determinou "apuração cuidadosa" de responsabilidades no conflito que resultou na morte de um índio e em pelo menos nove pessoas feridas - três policiais e seis índios. O incidente ocorreu na última quarta-feira, durante operação da Polícia Federal para destruir dragas em garimpos ilegais no norte do Estado de Mato Grosso. "Se comprovada qualquer situação de abuso, nós agiremos disciplinarmente", avisou. Ele ressalvou, porém, que os indícios e provas colhidas até agora demonstram que os policiais foram emboscados e agiram em legítima defesa para não serem trucidados.

Segundo o ministro, a PF cumpria na região ordem judicial para afundar 14 balsas usadas por uma quadrilha para extração ilegal de ouro em rios da região, com cumplicidade de chefes indígenas. Citando escutas telefônicas e filmagens, ele disse que os índios tramaram a emboscada, enquanto seu chefe, o cacique José Emiliano Krixi, um dos feridos, negociava a realização pacífica da operação com o delegado Antônio Carlos Moriel, também ferido. "As escutas revelam - e os relatos comprovam - que os policiais teriam sido vítimas de uma emboscada", destacou o ministro.

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Uma das escutas, revelou, "mostra indígenas comentando entre eles, por telefone: vamos nos preparar para matar ou morrer". Então, continuou, "na hora em que se estava explodindo essa balsa, os policiais foram atacados com flechas e armas de fogo", disse, acrescentando que os policiais reagiram, dominaram a situação e apreenderam as armas. O delegado, ainda conforme o relato do ministro, foi alvejado por uma flecha quando estava em cima da balsa e teria inclusive caído no rio. "Os policiais, conforme essa versão, reagiram e houve o incidente lamentável com a morte desse indígena e outros feridos".

Ele explicou que a operação, chamada Eldorado, foi desencadeada na região a pedido do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Investigações de vários meses, com agentes infiltrados na região e escutas telefônicas, segundo o ministro, reuniram "provas muito claras de abusos, com desmatamento indevido, infrações ao meio ambiente e outras situações ilegais". Diante disso, acrescentou, a Justiça Federal determinou a prisão de várias pessoas, inclusive de chefes indígenas envolvidos no esquema.

Apesar das evidências de emboscada, Cardozo disse que determinou uma apuração isenta e rigorosa ao diretor-geral da PF, Leandro Daiello Coimbra. "Ele começou a reunir imagens, escutas e depoimentos de todas as partes", afirmou. "Se houve abuso de Policial Federal, será punido. Mas, claro, na medida em que também houve ato ilícito praticado por indígena, nós temos de fazer a aplicação da lei como ela se coloca", ressalvou.

A Justiça Federal, conforme o ministro, acompanha todos os passos da operação e, diante das evidências de emboscada, determinou a prisão de 15 indígenas. As armas deles, todas de cano longo, também estão apreendidas. "Vamos agora aguardar a apuração. Eu garanto o seguinte: abusos, por quaisquer das pessoas envolvidas serão exemplarmente punidos. Eu não posso, a priori, fazer nenhum julgamento. Vamos verificar os fatos", concluiu.

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