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Alvo de pressões pela atuação do governo no combate ao novo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro disse, nesta quarta-feira (20), que a Força Aérea Brasileira (FAB) cumpriu sua missão na entrega de vacinas contra a Covid-19 no que chamou de "Dia D menos um". Em evento da Aeronáutica nesta quarta-feira, Bolsonaro destacou o papel da instituição na ajuda do governo federal a Manaus, que nas últimas semanas tem vivenciado uma sobrecarga do sistema de saúde devido ao aumento de casos pela Covid-19 e falta de oxigênio para atendimento de pacientes.

"A nossa Força Aérea, nessa primeira parte da entrega de vacinas no Brasil, cumpriu a sua missão no Dia D menos um. Isso é motivo de orgulho, tendo em vista o seu planejamento, a sua organização, o seu patriotismo e o sentimento de defesa dos direitos humanos, que vem da alma, vem do coração de cada militar da nossa Força Aérea", disse.

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Bolsonaro fez referência a uma fala do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que afirmou na semana passada que a vacina seria entregue "no Dia D, na hora H". A previsão inicial do ministério era lançar a campanha nesta quarta-feira, 20, mas o processo teve que ser antecipado depois que o governador de São Paulo, João Dória (PSDB), iniciou a vacinação, no domingo (17), minutos após o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o uso emergencial dos imunizantes.

Na segunda-feira (18), após conversa com governadores, Pazuello anunciou o começo da distribuição das vacinas para o mesmo dia, mas em vários Estados elas chegaram com atraso. Pazuello atribuiu o ocorrido à antecipação e disse que a previsão inicial era que o processo fosse realizado em cinco dias, e não em 24 horas. Aeronaves da FAB foram usadas para o envio doses da Coronavac, vacina produzida pela farmacêutica Sinovac e o Instituto Butantan.

Também no evento de hoje, Bolsonaro disse que a FAB transportou "em suas asas meios, materiais e gente para socorrer os nossos irmãos" em Manaus. A crise no Amazonas, cuja falta de oxigênio para o tratamento de pacientes chegou também ao interior, aumentou a pressão sobre o governo e a gestão de Pazuello. Em resposta a críticas, Bolsonaro disse que "setores que teimam remar em sentido contrário" ao governo "perderão".

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM), usou aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) para apoiar a campanha eleitoral de seu irmão Josiel, candidato do DEM à prefeitura de Macapá. Apesar do esforço do senador, Josiel perdeu a eleição no domingo passado, para Dr. Furlan (Cidadania). O Estadão apurou que entre os dias 9 de outubro e 18 de dezembro, Alcolumbre percorreu 14 vezes, em aviões da Aeronáutica, os 1.792 quilômetros que separam Brasília de Macapá.

Registros dos voos oficiais indicam que as viagens eram sempre feitas na companhia de seguranças do Senado. Em setembro, período da pré-campanha, Alcolumbre não realizou nenhuma viagem ao Amapá, seu Estado natal, utilizando aviões da FAB. Josiel havia largado bem nas pesquisas, mas viu a candidatura ruir após a explosão de transformadores que deixaram o Amapá às escuras por mais de duas semanas, em novembro.

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Diante de "sinais de convulsão social" e risco para a segurança dos eleitores, por causa do apagão, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, decidiu adiar as eleições em Macapá. Com o novo calendário, o primeiro turno ficou marcado para o dia 6 deste mês. A segunda rodada foi realizada domingo passado.

Com o prolongamento do apagão e a queda de Josiel nas pesquisas, as viagens de Alcolumbre com aviões da FAB se tornaram mais frequentes. Os deslocamentos ocorreram principalmente em meados de novembro, quando seu irmão intensificou a campanha de rua, apesar da pandemia do novo coronavírus.

As regras da Aeronáutica não permitem que aviões da FAB sejam usados para fins particulares. No dia 6 de março, o presidente Jair Bolsonaro publicou um decreto que alterou normas de transporte de autoridades nessas aeronaves. Agora são exigidas justificativas e comprovações que atestem a necessidade do uso dos aviões, autorizado em três situações: emergência médica, motivo de segurança e viagem a serviço.

A medida foi tomada por Bolsonaro após pressão de seus apoiadores. Em janeiro, o presidente demitiu José Vicente Santini do cargo de secretário executivo da Casa Civil por utilizar um avião da FAB em viagem ao exterior. Santini ocupava interinamente a chefia da Casa Civil. Após a publicação do decreto, apoiadores de Bolsonaro comemoraram nas redes sociais o fim da "farra" no uso de aeronaves militares por parte de autoridades.

Roteiro

A primeira viagem de Alcolumbre, no período eleitoral, ocorreu em 9 de outubro, quando ele partiu de Brasília, às 11h14, em direção a Macapá. O retorno, também em avião da FAB, ocorreu quase uma semana depois, no dia 15. Vinte assentos foram reservados, na ida e na volta, para a equipe do presidente do Senado.

Naquela semana, Alcolumbre cuidou pessoalmente da campanha do irmão. Apelou a políticos aliados para que reforçassem o apoio a Josiel, posou para fotos e participou de caminhadas nas ruas, pedindo votos. No dia 14, por exemplo, o candidato a vereador da coligação de Josiel, Zezé Nunes, postou uma foto ao lado do senador e de Silvana, vice na chapa, durante ato nas ruas da cidade. "Zezé 43123. Nosso grande Senador e Presidente do Senado, Davi Alcolumbre, junto com nossa futura Vice-prefeita Silvana", escreveu Nunes, em legenda no Instagram. A foto foi compartilhada na rede social do então candidato a prefeito.

No dia seguinte, 15 de outubro, Alcolumbre também fez selfies ao lado de outros candidatos a vereador pela coligação de seu irmão. Um deles, Cláudio (DEM), usou a foto para pedir votos no Instagram. "Aqui é parceria forte por Macapá! Cláudio + Davi + Josiel!", disse o concorrente, destacando que a imagem havia sido feita durante reunião para discutir um "projeto coletivo pela cidade que queremos ser nos próximos quatro anos".

O Estadão procurou Alcolumbre, mas não obteve resposta até a conclusão desta edição.

Em Macapá, senador focou na articulação

Nos períodos de estadia em Macapá, em viagens com aviões da FAB, Alcolumbre preferiu cuidar da articulação política e evitar exposição excessiva na mídia. Ajudava, ainda, no corpo a corpo com os eleitores. Em 1.º de novembro, no entanto, o próprio Josiel postou uma foto ao lado do irmão, que estava na cidade, para pedir votos no Facebook.

"Ter um amapaense ocupando a cadeira de Presidente do Senado trouxe recursos como nunca antes para nosso Estado. Vamos manter o diálogo com Brasília e seguir aproveitando todas as oportunidades, trazendo obras e gerando mais empregos em Macapá", escreveu Josiel.

Às 18h15 daquele mesmo dia, Alcolumbre embarcou com sua equipe, também em avião da FAB, em mais um retorno para Brasília durante a campanha. O senador e seus seguranças estavam em Macapá desde 23 de outubro e só voltaram naquele 1.º de novembro. Os dois voos da FAB foram reservados para embarque e desembarque de 14 pessoas.

Alcolumbre regressou a Macapá seis dias depois, em 7 de novembro. O presidente do Senado e sua equipe embarcaram de novo em avião da FAB, com destino à capital. Ao chegar, Alcolumbre concedeu entrevistas a veículos locais, demonstrando apoio ao irmão.

"O maior atingido desse apagão chama-se Josiel Alcolumbre, que ia ganhar a eleição no primeiro turno, que estava caminhando para ganhar em primeiro turno a eleição", afirmou ele à rádio Diário FM, em 12 de novembro. O empenho de Alcolumbre na campanha o levou a pedir que o presidente Jair Bolsonaro gravasse um vídeo em apoio ao irmão. Não adiantou e Josiel saiu derrotado da disputa.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Força Aérea Brasileira (FAB) mandou para o Amapá aeronaves com toneladas de equipamentos necessários para reestabelecer a energia elétrica no estado. As aeronaves transportarão máquinas de purificação de óleo e geradores para Macapá (AP). A missão, que começou nesta sexta-feira (6), deve terminar no sábado (7). Um incêndio em um transformador, na noite de terça-feira (3), provocou o apagão em 14 cidades do estado. Apenas dois municípios não foram afetados.

O transformador avariado pertence à empresa concessionária Linhas de Macapá Transmissora de Energia (LMTE), controlada pela espanhola Isolux, e foi totalmente destruído. Como outros dois equipamentos também foram danificados, não houve possibilidade de reaproveitamento das peças para religamento da subestação.

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Situação de emergência

O apagão levou o governo do estado a decretar situação de emergência. Pessoas estão perdendo alimentos em virtude da falta de refrigeração e gêneros básicos começam a faltar nos mercados. Uma das poucas panificadoras da capital que ainda funcionam concentra longas filas na entrada. O estabelecimento decidiu limitar a quantidade de pães por cliente.

Além disso, as pessoas têm dificuldade de fazer compras de forma eletrônica por falta de internet estável e energia para carregar as máquinas de cartão. Os consumidores precisam sacar dinheiro para fazer compras, mas o apagão também não permite saques em caixas rápidos. Os principais hospitais do estado estão operando a base de geradores a óleo diesel.

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou ontem (5) que o restabelecimento das condições normais de abastecimento energético no estado deve levar 30 dias. Ele esteve com o governador do estado, Waldez Góes, para tratar da crise de energia. 

Segundo afirmou o ministro na quinta-feira, havia expectativa de que fossem restabelecidos de 60% a 70% do abastecimento de energia elétrica no Amapá no mesmo dia. Além do conserto dos geradores danificados, o governo tem providenciado o envio de geradores.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) está em Macapá desde o início da crise e tem enviado vídeos com relatos do que tem acontecido. “Depois de quase 65 horas sem energia, temos notícias do reestabelecimento em alguns bairros da cidade. Ao que tudo indica, pelos próximos 10 a 15 dias, por termos apenas um transformador na subestação funcionando, energia em sistema de racionamento”, afirmou o senador, na tarde de hoje. Ele tem atuado junto ao Poder Judiciário para tentar garantir a distribuição de cestas básicas e água à população, dentre outras medidas.

A Força Aérea Brasileira (FAB) concluiu as investigações sobre o acidente que tirou a vida do cantor Gabriel Diniz, aos 28 anos, em maio de 2019 em Sergipe. O relatório do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) foi divulgado na quinta-feira (29), segundo o portal G1. 

A conclusão é de que, além das condições meteorológicas, a indisciplina dos pilotos ocasionaram a queda do avião que transportava o artista. Segundo a FAB, não houve uma avaliação adequada por parte dos pilotos sobre os parâmetros para operação da aeronave, decidindo de forma equivocada levar o voo adiante apesar do tempo desfavorável.  

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De acordo com o relatório, a aeronave não possuía radar meteorológico e estava sem a certificação para voar sob Regras de Voo por Instrumentos (IFR), que é autorizada pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) para operar sem Condições de Voo Visual (VMC).

A aeronave Piper Cherokee PT-KLO, fabricada em 1974, estava sob o comando dos pilotos Linaldo Xavier e Abraão Farias, que também faleceram no acidente. Mas, de acordo com o relatório, apenas Linaldo estava comandando a aeronave no momento do acidente e que tomou decisões erradas na operação.

O senador Chico Rodrigues (DEM-RR), flagrado pela Polícia Federal (PF) com R$ 33 mil escondidos na cueca, ajudou a negociar um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para transportar equipamentos de proteção individual (EPIs) vendidos ao governo de Roraima por uma empresa suspeita de superfaturar o material. A informação consta no inquérito que apura desvios de recursos de emendas parlamentares destinados ao combate à pandemia do novo coronavírus.

Em ofício encaminhado no início de abril ao ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, o senador pede a disponibilização de uma aeronave e argumenta que "trata-se de material imprescindível na luta contra a pandemia do Covid-19 e um alento neste momento de crise".

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"No intuito de ajudar em especial com meu Estado de Roraima, zona de fronteira com a Venezuela, solicito seja disponibilizada emergencialmente aeronave para transporte de material hospitalar", diz um trecho do documento. "O material já está pronto para ser entregue na base aérea de São Paulo".

Mensagens obtidas pela Polícia Federal no curso da investigação indicam que os pedidos de ajuda com o transporte do material partiram do então servidor da Secretaria Estadual de Saúde Francisvaldo de Melo Paixão, delator do suposto esquema de desvios na Saúde em Roraima.

Nas conversas, Chico Rodrigues chega a responder: "falei com o brigadeiro Flávio. Está programando a data". Em outra mensagem, o senador, que era vice-líder do governo Bolsonaro, diz que passou o contato de Francisvaldo ao Planalto. "Passei o tel do Secretário e o seu para equipe do Palácio do Planalto. Assunto avião transporte material médico", afirma. Apesar das mensagens, o inquérito não confirma se o transporte foi realizado.

A empresa que forneceu os equipamentos é a Quantum que, segundo a Polícia Federal, superfaturou máscaras de proteção vendidas ao governo de Roraima a um preço 26 vezes mais caro do que o custo original.

Defesa

Os advogados do parlamentar se manifestaram sobre o tema. "O Senador Chico Rodrigues jamais intercedeu indevidamente em prol de qualquer interesse privado no âmbito de contratações no Estado de Roraima ou em qualquer outro órgão. As investigações irão provar que ele não cometeu qualquer irregularidade no exercício de suas funções. O Senador está à disposição das autoridades para esclarecer quaisquer dúvidas a respeito dos fatos em apuração." Assinaram Ticiano Figueiredo, Pedro Ivo Velloso e Yasmin Handar.

José Vicente Santini, que foi demitido do posto de secretário-executivo da Casa Civil em janeiro deste ano após usar um jato da Força Aérea Brasileira (FAB) para uma viagem exclusiva para a Índia, ganhou um cargo no Ministério do Meio Ambiente. Ele terá um salário de R$ 13.623,39 como assessor especial do gabinete do ministro Ricardo Salles. A portaria com a nomeação foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (16). 

Santini foi demitido por utilizar um avião oficial com apenas três passageiros para voar de Davos, na Suíça, onde participava do Fórum Econômico Mundial, para a Índia, onde o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) cumpria agenda.

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Na ocasião, Bolsonaro classificou o ocorrido como "inadmissível", mas acrescentou que usar a aeronave não era ilegal mas completamente imoral. Bolsonaro não havia descartado a possibilidade de Santini ocupar outro posto.

No mesmo dia em que foi exonerado, o ex-secretário-executivo foi renomeado como assessor especial de relacionamento externo da Casa Civil. A repercussão negativa fez com o presidente tornasse a medida sem efeito no dia seguinte.

A nova recondução de Santini teria ocorrido após sua absolvição nos processos da Comissão de Ética Pública da Presidência, no Tribunal de Contas da União (TCU) e na Justiça Federal, segundo O Globo.

Ele é filho de general do Exército e tem amizade com os filhos de Bolsonaro desde a infância. O agora assessor especial costumava divulgar festas e churrascos com a família do presidente nas redes sociais.

Dois aviões carregados com um total de 1.150 quilos de cocaína foram interceptados por caças da Força Aérea Brasileira (FAB) e obrigados a pousar, neste domingo, 2, em Mato Grosso do Sul. Na primeira ação, um monomotor Minuano foi interceptado pelos caças tucanos após serem avistados na região do Pantanal, próximo da fronteira com a Bolívia. O monomotor foi escoltado até o aeroporto de Rondonópolis, sul do Mato Grosso, e durante a abordagem foram encontrados 450 kg de cocaína. Os dois pilotos foram presos.

Na segunda ação, um avião levantou suspeita ao voar em baixa altitude e sem comunicação do plano de voo pelo piloto. A aeronave teria entrado em território brasileiro pela região de fronteira entre a Bolívia e o Paraguai. Dois caças tucanos decolaram do aeroporto de Campo Grande e fizeram a abordagem de advertência para que o piloto pousasse no aeroporto de Três Lagoas, na região nordeste do Estado.

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O bimotor, no entanto, arremeteu no momento do pouso e foi perseguido. A aeronave acabou pousando em uma fazenda no município de Ivinhema. Com as coordenadas passadas pela FAB, policiais da Força Tática de Nova Andradina foram até o local e localizaram o avião Beech Aircraft Baron, prefixo PR VCZ, carregado com malotes de cocaína, totalizando 700 kg. Não havia ninguém no avião. O piloto fugiu possivelmente a pé pela mata próxima e era procurado.

Conforme a Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul, os registros da aeronave foram levantados junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e o proprietário está sendo procurado. De acordo com a pasta, a suspeita é de que a droga foi embarcada na Bolívia e seguiria para São Paulo ou Rio de Janeiro. A FAB informou que as ações fazem parte da Operação Oslium, deflagrada para coibir o tráfico internacional transfronteiriço, com apoio do Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro.

A Comissão de Ética Pública da Presidência arquivou o processo de José Vicente Santini, ex-secretário-executivo da Casa Civil, demitido em janeiro após utilizar uma aeronave da Força Área Brasileira (FAB) para ir à Europa e à Ásia acompanhar uma viagem do presidente Jair Bolsonaro. A decisão foi tomada em reunião do colegiado na terça-feira (30).

Na época, Santini respondia como ministro da pasta, substituindo o então titular da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que estava de férias. O então secretário, alegando falta de tempo hábil para cumprir os compromissos, utilizou o jato para ir a uma reunião do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, e depois se juntar à comitiva presidencial que estava na capital indiana.

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Ele viajou acompanhado de duas assessoras, enquanto outros ministros, como Paulo Guedes (Economia) e Tereza Cristina (Agricultura), viajaram em voos comerciais. Após a repercussão negativa do caso, Bolsonaro endureceu as regras para o uso de aviões da FAB. O presidente revogou o decreto anterior que permitia que servidores que substituírem ministros de solicitar as aeronaves.

Antes da decisão da Comissão de Ética, um parecer técnico do Tribunal de Contas da União (TCU), de 17 de março, também foi favorável a Santini e recomendou o arquivamento da representação, alegando "não estar acompanhada de suficientes indícios concernentes à irregularidade ou ilegalidade".

O documento ao qual o jornal O Estado de S. Paulo teve acesso justifica que Santini estava na condição de ministro substituto e, portanto, poderia usar a aeronave da FAB, conforme o decreto 4.224/2002 vigente na época. O parecer destaca ainda que, segundo essa mesma regulamentação, o uso de voo comercial era uma opção para ministros e seus substitutos, o que não tornou irregular a conduta de Santini.

Relembre o caso

Com a divulgação do caso, Bolsonaro anunciou, em 28 de janeiro, a demissão de Vicente Santini e classificou o caso como "inadmissível". "O que ele (Santini) fez não é ilegal, mas é completamente imoral. Ministros antigos foram de avião comercial, classe econômica", afirmou o presidente na ocasião.

No dia seguinte, no entanto, Santini, que estava em ascensão no Planalto e era presença constante em viagens e reuniões do primeiro escalão, foi readmitido como assessor da Secretaria Especial de Relacionamento Externo da Casa Civil. Na época, o retorno foi atribuído aos apelos do deputado federal e filho do presidente Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Com a repercussão negativa nas redes sociais, Bolsonaro recuou e Santini deixou o governo definitivamente.

Atualmente, de acordo com o decreto de 5 de março de 2020, apenas o vice-presidente da República, os presidentes do Senado, da Câmara e do Supremo Tribunal Federal, os ministros de Estado, além dos comandantes das Forças Armadas e o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, podem pedir para voar de FAB.

O decreto também exige justificativas e comprovações que atestem a necessidade de uso dos aviões. Pelo novo texto, as solicitações de transporte serão atendidas em três situações, por ordem de prioridade: motivo de emergência médica, segurança e viagem a serviço. Deslocamentos feitos por autoridades ao local de sua residência permanente são enquadrados como motivos de segurança.

Sempre que possível, a aeronave também deverá ser compartilhada por mais de uma autoridade se o intervalo entre os voos para o mesmo destino for inferior a duas horas.

A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, anulou anistias políticas concedidas a 295 ex-cabos da Força Aérea Brasileira (FAB) após concluir que o desligamento deles das Forças Armadas não se deu por motivos políticos. A determinação é um desdobramento de decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que autorizou a revisão de anistias concedidas a 2,5 mil militares da Aeronáutica.

As anulações foram publicadas, nessa segunda-feira (8), em portarias que alegam "ausência de comprovação da existência de perseguição exclusivamente política no ato concessivo". Conforme disposto no Diário Oficial da União, os militares não vão precisar devolver as verbas recebidas.

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As anistias contestadas foram concedidas com base em um portaria de outubro de 1964, do então Ministério da Aeronáutica. Ela determinava que após oito anos de serviço os militares eram automaticamente desligados, condição dos 2,5 mil submetidos ao pente-fino do ministério de Damares Alves. Por mês, a Aeronáutica paga a eles R$ 31,5 milhões em indenizações.

A Comissão de Anistia, ligada à pasta de Damares, é o colegiado ao qual cabe a análise dos pedidos de reparação por perseguições políticas entre 1946 e 1988. Não há prazo limite para as solicitações.

"Sempre conduzimos os trabalhos neste âmbito de forma muito transparente, e com muito respeito aos anistiados. Repudiamos o que foi feito no passado. Advogados ficaram ricos. Uma militância absurda. Mas, agora, queremos conduzir tudo, de fato, à luz dos direitos humanos. E respeitando a dignidade do anistiado, especialmente daqueles que já estão idosos", afirmou a ministra.

Até o governo de Michel Temer, a Comissão de Anistia era ligada ao Ministério da Justiça. Sob Bolsonaro, passou a ser responsabilidade da pasta da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Chefe do ministério, Damares Alves deu a orientação de "fechar a torneira" das indenizações.

Em 2019, a comissão já havia mudado o entendimento sobre a portaria de 1964. Antes, o texto era interpretado como "ato de exceção, de natureza exclusivamente política". Em seguida, prevaleceu a abordagem administrativa, a de que a referida portaria foi baixada para diminuir gradativamente o efetivo pois havia uma distorção no total de cabos e soldados, o que gerava problemas administrativos e orçamentários.

Pagamentos a ex-militares são considerados absurdos pelo núcleo militar do governo de Jair Bolsonaro. Até 2018, as despesas com anistiados políticos chegavam a R$ 17,4 bilhões, como mostrou o Estadão. Do montante, R$ 9,9 bilhões já haviam sido pagos no período, sendo R$ 3,5 bilhões para ex-militares da Aeronáutica, do Exército e da Marinha.

Após a decisão do STF que permitiu a revisão, em outubro passou, o governo criou uma força-tarefa para reanalisar as indenizações. A Advocacia-Geral da União (AGU) estabeleceu rotinas e procedimentos para a verificação que levou às anulações.

O tenente-brigadeiro Nivaldo Rossato, ex-comandante da Força Aérea do Brasileira (FAB), enviou aos colegas brigadeiros um documento no qual critica duramente a atual gestão do Ministério da Defesa e a decisão do presidente Jair Bolsonaro de permitir ao Exército ter aviação de asa fixa.

O Estadão mostrou que o decreto que permitiu ao Exército ter aviões causou críticas de brigadeiros e reação em peso da oficialidade da FAB. No documento de duas páginas, Rossato afirma que, "em sendo aceita a vontade do Exército Brasileiro, ficaria patente a dificuldade do Ministério da Defesa de otimizar os recursos e validar a tão sonhada complementaridade de nossas Forças Armadas".

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O documento de Rossato, com o título Asa Fixa do Exército diz que, em 2017, a possibilidade de dar ao Exército aviões foi discutida em reunião do Ministério da Defesa com a presença do ministro, dos comandantes das três Forças e do chefe do Estado-Maior Conjunto. "O comando da Aeronáutica, apresentando fundamentadas razões, posicionou-se contrário à decisão unilateral do Exército."

Rossato não diz, mas a Aeronáutica não foi a única a ser contrária à medida. Documento feito pelo general Carlos Alberto dos Santos Cruz apresentado um ano antes ao Estado-Maior do Exército, também afirmava que a aviação de asa fixa devia permanecer com a Aeronáutica.

As razões, além da economicidade, eram a necessidade de operação conjunta e interoperabilidade das Forças. Uma das lições aprendidas num teatro de operações moderno era o da Guerra das Malvinas, em 1982, em plena Guerra Fria, onde as ações conjuntas argentinas fracassaram, levando à derrota na guerra para os britânicos.

Oficiais ouvidos pelo Estadão creditam ao ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, a iniciativa de dar ao Exército a aviação de asa fixa. Ex-comandante da Brigada Paraquedista, Azevedo e Silva assinou o decreto em companhia de Bolsonaro, outro ex-paraquedista. A brigada depende dos aviões da FAB para parte de seus deslocamentos.

Na carta de Rosatto, à qual o Estadão teve acesso, o ex-comandante da Aeronáutica afirma que as "razões do posicionamento da Força Aérea são facilmente identificadas e reforçadas pela gênese da Força e do Ministério da Defesa, associados à sempre indispensável necessidade de otimização dos parcos recursos para que nosso País mantenha uma mínima capacidade dissuasória".

Outro tenente-brigadeiro ouvido pelo Estadão foi ainda mais enfático. Segundo ele, enquanto a FAB tiver aviões parados por falta de recursos não é momento de o Exército ter sua aviação. Capitães são afastados do voo por não haver esforço aéreo suficiente para que possam voar, ainda segundo esta fonte.

Rossato fez um balanço da situação da Força que comandou até janeiro de 2019. "A Força Aérea tem uma frota de 100 aviões de transporte, com potencial de voar acima de 50 mil horas anuais. Entretanto, consegue voar pouco mais da metade deste esforço aéreo por absoluta falta de recursos financeiros que poderiam ser priorizados pelo Ministério da Defesa".

Para ele, "alocar recursos de dezenas de milhões de dólares para treinar tripulações, adquirir e adequar aeronaves para o Exército enquanto dezenas de aeronaves da Força Aérea estão paradas por falta destes mesmos recursos chega a ser um acinte no momento em que as dificuldades orçamentárias comprometem a missão das Forças Armadas".

O Ministério da Defesa informou que deve apresentar nesta segunda-feira os questionamentos feitos pelo Estadão sobre o decreto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Duas aeronaves da Força Aérea Brasileira chegam a Manaus (AM) neste sábado (2) para fazer a entrega de 452 mil equipamentos de proteção individual (EPIs), como são conhecidos os suprimentos básicos de prevenção contra o coronavírus.

Ao todo, foram entregues 300 mil unidades de máscaras cirúrgicas, 17 mil unidades de máscaras N95, 130 mil unidades de luvas, 4.080 óculos e 1.300 aventais, além de 1.080 litros de álcool em gel doados pela Fundação Itaú para Educação e Cultura.

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Manaus está com seu sistema de saúde em total colapso, sem capacidade nenhuma de atender pacientes. Na quarta-feira (29), em entrevista ao Estado, o governador do Amazonas, Wilson Lima, criticou o governo Bolsonaro pelo "pouquíssimo apoio" que o Palácio do Planalto tem prestado ao Estado. "O governo federal ajudado pouquíssimo, é pouco demais diante do problema que a gente tem. Precisamos de mais ajuda", disse Lima.

Segundo o governador, é urgente o recebimento de pelo menos 100 profissionais, entre médicos, intensivistas e enfermeiros, além de cerca de 100 respiradores e equipamentos de proteção individual. "É o mínimo que precisamos para aguentar pelos próximos dez a 15 dias", comentou.

A Procuradoria de Justiça Militar em Juiz de Fora (MG) ofereceu denúncia contra três coronéis da reserva da Aeronáutica e um engenheiro civil por rombo de R$ 10.462.455,92 - sem correção monetária - na construção da sede do Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (CIAAR), transferido de Belo Horizonte para Lagoa Santa, entre novembro de 2010 e dezembro de 2011.

Foram denunciados os coronéis Marcelo Marques de Azevedo, Pedro Alcântara de Rezende Júnior e Silvio Antonio de Arruda, além do engenheiro civil Antonio Luiz Carneiro.

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Todos teriam elaborado, analisado ou aprovado análises de medição ideologicamente falsas acerca dos serviços executados.

Segundo a denúncia, as notas fiscais ideologicamente falsas, que descreviam a execução integral de serviços não plenamente realizados, eram recebidas e falsamente certificadas pelos denunciados, entre os quais o próprio presidente da Comissão de Implantação, Marcelo Marques de Azevedo. Depois, o coronel 'realizava a liquidação da respectiva nota fiscal com o pagamento indevido, mediante emissão da ordem bancária correspondente'.

Eles são enquadrados por peculato e violação do dever funcional com o fim de lucro.

A denúncia dá conta de que eles também teriam incorrido no crime previsto no artigo 92 da Lei 8.666/93, que impede o pagamento de fatura 'com preterição da ordem cronológica de sua exigibilidade'. Esta imputação, no entanto, prescreveu.

Os oficiais foram afastados das respectivas funções no início de 2012, após serem denunciadas as irregularidades na fiscalização e no pagamento à empresa contratada.

A sede do Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (CIAAR) foi transferida de Belo Horizonte para Lagoa Santa. Foto: Google Maps/Reprodução

Denúncia

Uma segunda-tenente, Priscila Elma da Cruz Silva, oficial temporária da Aeronáutica, engenheira civil, foi designada para exercer a Chefia da Subcomissão de Fiscalização em Campo em dezembro de 2011.

Ela identificou as irregularidades e, após análise da técnica em edificações Eliane Garcia Santos, as informou ao engenheiro civil Antonio Luiz Carneiro.

Segundo consta das investigações, ele 'não adotou nenhuma providência e determinou que ambas não comunicassem tal fato a seus superiores' e ainda afastou Eliane.

Então afastada, Eliane representou perante o Ministério Público Federal em Belo Horizonte, em 26 de janeiro de 2012.

Esta denúncia-crime deu início a investigações perante a Procuradoria e a Polícia Federal, posteriormente transferidas para o Ministério Público Militar.

A Procuradoria Militar destaca que a Aeronáutica recebeu pagamento de seguro de R$ 10.011.670,14 pela inadimplência da empresa contratada.

No entanto, não houve reparação de dano por parte da empresa ou dos agentes administrativos responsáveis pela gestão e fiscalização do contrato em razão dos ilícitos por eles praticados.

O contrato foi rescindido em 27 de março de 2015 pois as obras executadas correspondiam a pouco mais de 50% do previsto no cronograma.

A reportagem busca contato com a defesa dos coronéis da Aeronáutica Marcelo Marques de Azevedo, Pedro Alcântara de Rezende Júnior e Silvio Antonio de Arruda e do engenheiro civil Antonio Luiz Carneiro, todos citados na denúncia. O espaço está aberto para manifestações.

As aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) com as 34 pessoas resgatadas de Wuhan, na China, chegam por volta da meia-noite desse sábado (8) na Base Aérea de Anápolis (GO), onde as pessoas passarão por uma quarentena de 18 dias. A cidade chinesa é o epicentro do surto de coronavírus.

A informação foi confirmada nesta sexta-feira (7) pelo brigadeiro Marcelo Damasceno, responsável pela Operação Regresso, em reunião com o presidente Jair Bolsonaro, no Ministério da Defesa, em Brasília.

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“Ao levar informação clara para o Brasil e, em especial, para o pessoal de Anápolis, que não existe qualquer risco para terceiros aqui no Brasil. É uma operação muito bem preparada e planejada”, disse Bolsonaro

Os ministros da Defesa, Fernando Azevedo, e da Saúde, Henrique Mandetta, também participaram do briefing antes de seguir para Anápolis, onde visitarão as instalações que receberão os brasileiros e suas famílias.

Os dois aviões partiram de Ürumqi, última escala na China, pouco depois das 10h (horário de Brasília), com previsão de chegada em Wuhan às 13h30 (de Brasília). Às 17h30, partem da cidade chinesa. Antes de embarcar, as pessoas serão submetidas a exames médicos prévios. Quem apresentar sintomas compatíveis com o coronavírus não poderá viajar.

Além dos 34 resgatados, brasileiros e suas famílias, mais seis estrangeiros – quatro poloneses, um indiano e um chinês - embarcarão no voo da FAB. De acordo com o brigadeiro, foi um gesto de solidariedade ao governo da Polônia que não tinha como buscar seus cidadãos.

Ao deixarem Brasília, na quarta-feira (5), as aeronaves brasileiras fizeram escala em Fortaleza (CE), Las Palmas (Espanha), Varsóvia (Polônia) e Ürumqi (China), até o destino final em Wuhan. A viagem de volta prevê escalas nos mesmos locais. Os estrangeiros desembarcarão em Varsóvia.

Entre os 34 resgatados estão duas crianças de 2 e 3 anos. Além deles, 24 pessoas da equipe de resgate também passarão pela quarentena: 12 pessoas da equipe médica da FAB, dois médicos do Ministério da Saúde, duas pessoas da equipe de imprensa – entre elas, um cinegrafista da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) – e oito tripulantes.

Instalações

O hotel da Base Aérea de Anápolis foi isolado e preparado para receber as 58 pessoas para os dias de quarentena. Eles ficarão em quartos individuais, terão seis refeições diárias, televisão e internet disponíveis e espaço de lazer e entretenimento.

Os cidadãos confinados terão tratamento gratuito e o direito de serem informados permanentemente sobre seu estado de saúde. Eles serão monitorados e, em caso de suspeita de infecção, serão isolados e levados para outro setor da base aérea. Caso o quadro de saúde se agrave, eles serão transportados, em aeronave preparada, para o Hospital da Forças Armadas, em Brasília.

No dia 30 de janeiro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o surto de coronavírus como emergência em saúde pública de importância internacional. Mais de 630 pessoas já morreram na China e 30 mil foram infectadas pelo novo vírus. No Brasil, nove pacientes são monitorados por suspeita de terem sido infectados. Até agora, nenhum caso foi confirmado.

O Ministério da Defesa informou nesta quinta-feira (6) que os aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) destacadas para repatriar os brasileiros que estão em Wuhan, China, epicentro do surto do novo coronavírus, já estão em Varsóvia, na Polônia, onde estava prevista uma das escalas.

As duas aeronaves VC-2 aguardam a alocação de um horário para pouso do controle aéreo chinês. De acordo com o ministério, a espera é devido ao alto fluxo de tráfego aéreo no país e das missões internacionais de repatriação, que estão saindo e chegando da região afetada.

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A previsão é que as aeronaves brasileiras cheguem na China no final da sexta-feira (7). Já a chegada ao Brasil deve acontecer no sábado (8).

Os aviões da FAB partiram ontem (5) de Brasília para buscar ao menos 34 pessoas (brasileiros e parentes) que requisitaram resgate ao governo. A previsão é que as aeronaves levem 62 horas no processo de ida e volta, sendo 47 horas de voo.

Antes de chegar à cidade destino, as aeronaves fizeram escala em Fortaleza (CE), Las Palmas (Espanha) e Varsóvia (Polônia). Também está prevista uma escala em Ürümqi, já na China. No retorno, as aeronaves passarão pelas mesmas cidades.

Quarentena

Para agilizar o processo de repatriação dos brasileiros, o governo enviou, na terça-feira (4), um projeto de lei (PL) ao Congresso estabelecendo regras e medidas para controle, no território brasileiro, da epidemia do coronavírus. A matéria já passou pela Câmara e nesta quarta-feira também foi aprovada no Senado.

Ao deixar o Palácio da Alvorada na manhã desta quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que até amanhã o projeto será sancionado, antes que os aviões da FAB retornem ao país.

O projeto aprovado prevê, entre outros pontos, o isolamento para portadores do vírus ou quarentena para os que tiverem suspeitas de contaminação. Os cidadãos isolados terão tratamento gratuito e o direito de serem informados permanentemente sobre seu estado de saúde. O projeto prevê ainda o fechamento de fronteiras, portos e aeroportos para entrada e saída do país e a autorização excepcional e temporária da entrada de produtos sem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária ,caso sejam necessários.

Assim que chegarem em território brasileiro, todos os integrantes das aeronaves passarão por uma quarentena de 18 dias na Base Aérea de Anápolis (GO), incluindo os tripulantes.

No dia 30 de janeiro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o surto de coronavírus como emergência em saúde pública de importância internacional. Mais de 550 pessoas já morreram na China e 28 mil foram infectadas pelo novo vírus. No Brasil, 11 pacientes são monitorados por suspeita de terem sido infectados, até agora nenhum caso foi confirmado.

A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado se reúne nesta quinta-feira (6) para a primeira reunião deliberativa do ano. Na pauta, entre outros temas, consta o projeto de lei do senador Lasier Martins (Podemos-RS) que endurece as regras de uso de aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) por autoridades.

O texto é relatado pelo senador Angelo Coronel (PSD-BA), que foi favorável a proposta e apresentou duas emendas de redação. A pauta inclui também outros cinco projetos e duas mensagens presidenciais com indicações para o cargo de embaixador, que devem ter seus relatórios lidos e pedidos de vista coletiva concedidos.

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Indicações

Nestor Forster foi indicado para a embaixada brasileira em Washington, nos Estados Unidos, e Hermano Telles Ribeiro, para a embaixada em Beirute, no Líbano. Bolsonaro anunciou o nome de Forster para o cargo depois que o filho, Eduardo Bolsonaro, desistiu de tentar ocupar a vaga diante da resistência do Congresso.

Já estão a caminho de Wuhan, na China, as duas aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) que trarão, de volta ao Brasil, as 34 pessoas (brasileiros e parentes) que se encontram na cidade epicentro do surto de coronavírus. As aeronaves VC-2 – uma delas destinada ao transporte presidencial – deixaram o solo brasileiro por volta das 12h22.

"As pessoas que vão embarcar na China estão sadias e sem evidência da doença. Na chegada ao Brasil, serão feitos exames para identificar quaisquer problemas", disse o responsável pela missão, brigadeiro Damasceno.

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Cada avião sai do Brasil com 18 tripulantes. Desses, sete são da área de saúde (seis médicos militares e um ligado ao Ministério da Saúde). 

Antes de chegar à cidade destino, as aeronaves farão escala em Fortaleza (CE), Las Palmas (Espanha), Varsóvia (Polônia) e Ürümqi (já na China). No retorno, as aeronaves passarão pelas mesmas cidades.

A previsão é de que as aeronaves levem 62 horas no processo de ida e volta, sendo 47 horas de voo. Com isso, a chegada na China está prevista para o final do dia 6 (horário de Brasília). A chegada ao Brasil está prevista para sábado, dia 8.

Quando chegarem ao Brasil, todos os resgatados, bem como a tripulação de militares e o cinegrafista da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) que estão a bordo, passarão por uma quarentena de 18 dias na cidade de Anápolis (GO), seguindo protocolos e instruções oficiais visando a segurança de todos envolvidos. Os cidadãos isolados terão tratamento gratuito e o direito de serem informados permanentemente sobre seu estado de saúde.

Emergência global

No dia 30 de janeiro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o surto de coronavírus como emergência em saúde pública de importância internacional. Quase 500 pessoas já morreram na China e 20 mil foram infectadas pelo novo vírus. No Brasil, 13 pacientes são monitorados por suspeita de terem sido infectados, até agora nenhum caso foi confirmado.

O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse, em entrevista à Rádio Gaúcha, que o governo avalia alterar as regras para uso dos aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) em agendas de membros do governo, após o ex-secretário da pasta, Vicente Santini, ter sido demitido em decisão do presidente Jair Bolsonaro por ter usado um jatinho da FAB para viajar à Índia, onde estava a comitiva presidencial.

"Vamos trabalhar para tornar isso as regras para o uso dos aviões mais claro", disse Onyx. Segundo o ministro, o modelo que norteará o novo regulamento é uma normativa da Organização das Nações Unidas (ONU) que trata do uso de aviões por membros de governos. As novas normas levarão em conta três critérios para permitir as viagens: distância percorrida, faixa etária e volume de trabalho.

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Sobre a crise iniciada com a demissão de Santini, ocorrida enquanto Onyx estava de férias, o ministro disse que "essa é uma situação a ser ajustada, passível de várias interpretações". Onyx ainda elogiou o ex-secretário, mas afirmou que a decisão de Bolsonaro deve ser respeitada.

"Santini sempre foi uma pessoa correta e teve comportamento adequado, é preparado. Mas na opinião do presidente, ele cometeu um equivoco", disse. Perguntado se permitiu a viagem feita por Santini, Onyx reiterou que estava de férias durante o período e, por isso, não fez parte da decisão.

Para explicar o uso de jatinhos da Força Aérea Brasileira (FAB) em deslocamentos, o ministro da Economia, Paulo Guedes, justificou que a opção trata-se de um questão de segurança. Ele é um dos 14 ministros que viajam em aviões da Aeronáutica, contudo, as solicitações vão além da agenda oficial.

De fato, Guedes usa os aviões para participar de reuniões do governo. Porém, as solicitações se estendem para que ele participe de eventos e promova palestras. O ministro não esclareceu o uso da FAB fora do cronograma da sua pasta.

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Segundo apuração da Folha de São Paulo, divulgada nesta segunda-feira (3), o ministério afirmou que as solicitações de aeronaves são feitas quando "questão econômica está sendo tratada e há grande repercussão".

Recentemente, o assessor especial da Casa Civil e braço direito de Onyx Lorenzoni, Vicente Santini, foi exonerado por duas vezes após utilizar uma aeronave da FAB para retornar da Índia. Ainda assim, a sanção imposta a Vicente Santini parece ter sido uma exceção, pois a ‘farra’ de voos em aviões da Força Aérea prossegue sem impedimentos ou novas punições.

O governo federal confirmou nesta quinta-feira, 30, a anulação da nomeação de José Vicente Santini para um segundo cargo na Casa Civil da Presidência, logo depois de ter sido exonerado da função de número 2 da pasta por determinação do presidente Jair Bolsonaro.

O decreto que torna sem efeito a nomeação dele como assessor especial da Secretaria Especial de Relacionamento Externo da Casa Civil foi publicado nesta tarde em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), como Bolsonaro havia dito hoje cedo pelo Twitter que faria. Esta é a segunda exoneração de Santini em uma semana. Em 12 horas, a reação negativa nas redes sociais forçou o presidente a recuar da recondução, pedida pelo seu filho e deputado federal, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).

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Santini foi exonerado pela primeira vez por Bolsonaro, do cargo de secretário executivo da Casa Civil, na quarta-feira, 29, pela manhã. O presidente não gostou de ele ter usado um voo da Força Aérea Brasileira (FAB) para viajar à Suíça e à Índia. Bolsonaro ficou irritado e argumentou que Santini poderia ter viajado em voo comercial, como outros ministros fizeram. No entanto, ontem mesmo, Santini foi nomeado novamente para esse outro cargo na Casa Civil, do qual agora também foi dispensado.

No cargo de número 2 da Casa Civil, de natureza especial, Santini recebia um salário bruto de R$ 17.327,65 mensais. No novo cargo, de categoria DAS 102.6, a remuneração prevista seria de R$ 16.944,90 (R$ 382,75 a menos).

Após a primeira exoneração e nomeação no novo cargo, a Casa Civil disse em nota que "o presidente (Bolsonaro) e Vicente Santini conversaram, e o presidente entendeu que o Santini deve seguir colaborando com o governo". Vicente Santini utilizou voos da FAB para acompanhar comitivas do governo em viagens oficiais à Suíça e à Índia. Ele viajou na condição de ministro em exercício, já que o titular da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, estava em férias.

A FAB e a Casa Civil afirmaram que o voo cumpriu as disposições legais, mas Bolsonaro classificou o ato como "imoral". "O que ele (Santini) fez não é ilegal, mas é completamente imoral. Ministros antigos foram de avião comercial, classe econômica", afirmou o presidente.

Interino

Na mesma edição do Diário Oficial, também foi publicada a exoneração de Fernando Moura da interinidade no cargo de secretário executivo da Casa Civil. Ele ficou como ministro interino da pasta por um dia, desde ontem, no lugar de Santini. Mas hoje Bolsonaro também decidiu dispensá-lo dessa função. Porém, Moura segue trabalhando na Casa Civil, no cargo que já ocupava, o de secretário executivo adjunto da pasta.

Agora, quem será o número 2 do ministério, também de forma interina, é Antônio José Barreto de Araújo Junior, que acumulará a nova função com o cargo anterior, de subchefe de Análise e Acompanhamento de Políticas Governamentais.

O senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ) reagiu ao vaivém do ex-número 2 da Casa Civil Vicente Santini. Em uma publicação na internet, o parlamentar negou que o ex-secretário tenha sido readmitido no governo após apelo dos filhos de Bolsonaro.

Nesta quinta-feira (30), o presidente Jair Bolsonaro avisou que vai tornar sem efeito a admissão de Vicente Santini em um novo cargo. É a segunda exoneração dele nesta semana.

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Conforme o Estadão/Broadcast mostrou na quarta-feira, Bolsonaro havia cedido ao apelo do seu filho, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), o "03", e autorizado a recondução de Santini a outro cargo após a primeira demissão. Flávio, o "01", também é próximo ao ex-número 2 da Casa Civil.

Em uma publicação no Instagram, o senador negou que o pedido para manter o secretário no governo tenha sido feito pelos filhos. "As tais 'fontes' são usadas reiteradamente para dar suporte a intrigas, fofocas e, às vezes, crimes contra o governo", escreveu Flávio Bolsonaro, após o último anúncio do pai.

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