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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou em Angola nesta sexta-feira, 25, com o objetivo de reforçar os negócios de empresas brasileiras, entre elas a OEC, que pertence a Novonor (antiga Odebrecht), e a Embraer. Ao lado de 160 empresários, diplomatas brasileiros tentam retomar as relações com países atingidos pela Operação Lava Jato.

A visita de Lula traz à memória o esforço do governo petista para impulsionar a participação de empresas brasileiras em obras públicas no exterior. A Lava Jato desvendou esquemas de pagamento de propinas e lavagem de dinheiro de empreiteiras que atuavam em Angola e Moçambique.

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A Odebrecht pagou propinas a políticos e autoridades nos dois países e o antigo presidente da construtora, Marcelo Odebrecht, solicitou várias vezes que Lula usasse sua influência para favorecer a empresa na África.

Hidrelétrica

O imbróglio jurídico envolveu a empresa Exergia Brasil, de Taiguara Rodrigues dos Santos, irmão da primeira mulher de Lula, que recebeu valores milionários como subcontratada na empreiteira brasileira. A ação penal era relativa ao suposto favorecimento da Odebrecht nas obras de modernização e ampliação da hidrelétrica de Cambambe, sobre o Rio Cuanza, em Angola.

Lula era suspeito de atuar para pressionar a liberação de recursos em favor da obra, entre 2008 e 2015. O processo foi trancado e encerrado, conforme a defesa do presidente. O Ministério Público pediu a absolvição de parte dos crimes dos quais o petista era acusado. Lula sempre negou irregularidades.

A obra envolveu financiamento à exportação de bens e serviços de engenharia com US$ 464 milhões do BNDES. Desde o início da política de financiamento dos serviços de engenharia, Angola figurou como o principal destino de recursos. Segundo diplomatas brasileiros, o governo angolano é considerado um bom pagador e quitou várias parcelas da dívida antecipadamente.

Recursos

Angola é país africano que mais recebeu recursos do BNDES, em financiamentos de obras de engenharia a construtoras brasileiras. O banco destinou US$ 3,2 bilhões para projetos como a hidrelétrica de Cambambe.

Tanto o BNDES quanto o Itamaraty falam em retomar os financiamentos de empresas brasileiras em Angola, mas não há projetos prontos para serem anunciados. Lula também já defendeu o retorno das operações com o banco quando esteve na Argentina, em janeiro.

"O governo Bolsonaro apagou Angola. É a porta do Brasil para a África", disse o presidente da Apex-Brasil, Jorge Viana. "Sem financiamento, crédito e garantias, não se exporta nada. Precisamos nos reorganizar com o BNDES, a Camex, que as coisas sejam feitas com mais transparência."

Brasil e Angola têm uma cooperação estratégica e desenvolvem parcerias em diversas áreas, como defesa, agricultura, saúde pública e educação. A Força Aérea de Angola tem interesse em comprar quatro aviões KC-390, da Embraer. Como os angolanos dependem da importação de alimentos, o Brasil pode se tornar ainda mais relevante por meio da exportação.

Tecnologia

Angola busca desenvolver tecnologia no campo e tenta replicar a experiência de produção agrícola no Vale do Rio São Francisco, em parceria com a Embrapa, no Vale do Cunene, na fronteira com a Namíbia. O projeto já está em andamento. "Precisa de investimentos e de empresários dispostos a correr riscos", disse o embaixador Carlos Duarte, secretário de África e Oriente Médio do Itamaraty.

Entre os entraves estão a falta de rotas de transporte marítimo frequentes diretas entre os dois países, o que encarece o frete. A comunidade brasileira tem cerca de 20 mil pessoas, grande para os padrões do Brasil no exterior, com variedade de perfis e mão de obra qualificada. Angola é o país que mais atrai brasileiros na África.

Segundo Lula, é necessário atualizar as políticas para o continente. "Seria insuficiente repetir receitas do passado", disse o presidente. Em mais de uma ocasião, Lula prometeu abrir novamente representações diplomáticas na África, a começar pelas que foram fechadas no governo anterior.

Meio ambiente

O presidente também deseja coordenar políticas climáticas com os africanos. Ontem, ele defendeu uma aliança no combate às mudanças climáticas, na desertificação e na preservação das florestas tropicais.

Em outro aceno, Lula disse que vai tentar incluir a União Africana no G-20 e defendeu que um país do continente esteja representado no Conselho de Segurança da ONU. O Brasil busca uma vaga permanente e acaba de obter uma sinalização de apoio da China durante a cúpula do Brics.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O futuro presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, anunciou nesta quarta-feira (21) os novos diretores da instituição financeira. Entre os nomes, estão ex-ministros, empresários e integrantes do mercado financeiro. Os nomes foram anunciados durante evento para empresários em São Paulo. Após o evento, Mercadante concedeu entrevista coletiva em que confirmou os nomes.

  Segundo Mercadante, o banco de fomento estará orientado “para o futuro”. A instituição, afirmou, buscará financiar a inovação na indústria e revitalizar a atuação em projetos sociais e ambientais. Ele também prometeu a expansão do crédito para micro e pequenas empresas e cooperativas de crédito.

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O futuro presidente da instituição também anunciou que o BNDES buscará fontes externas de recursos para compensar as restrições no Orçamento de 2023, como o Fundo Amazônia, que tinha R$ 1 bilhão parados e que será liberado. Mercadante anunciou que o banco tentará retomar uma parceria com a China para criar um fundo com o BNDES de US$ 10 bilhões e disse que a Europa tem 55 bilhões de euros em financiamentos socioambientais para oferecer a outros países.

Os diretores anunciados foram os seguintes: 

•   Diretoria Financeira: Alexandre Abreu, presidente do Banco do Brasil em 2015 e 2016 e ex-presidente do Banco Original;

•   Diretoria de Planejamento: Nelson Barbosa, ex-ministro da Fazenda e do Planejamento;

•   Diretoria de Mercado de Capitais: Natalia Dias, presidente do Standard Bank Brasil •   Diretoria de Inovação: José Luis Gordon, ex-presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii);

•   Diretoria Social: Tereza Campello, ex-ministra do Desenvolvimento Social e uma das criadoras do Bolsa Família;

•   Diretoria de Economia Verde: Luciana Costa, presidente da subsidiária brasileira do banco de investimentos francês Natixis;  Barbosa e Campello participaram da equipe de transição. O primeiro atuou como coordenador do grupo técnico de Economia. Campello foi uma das coordenadoras do grupo de Assistência Social.

Durante o evento, Mercadante também anunciou o ex-ministro da Controladoria-Geral da União Luíz Navarro para assumir um posto no banco, mas não informou o cargo.

A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira, 23, a Operação Apagão contra um esquema de fraude em financiamentos da Caixa Econômica Federal, lavagem de dinheiro e inserção de dados falsos em sistema de informação. Em nota, a PF informou que cumpriu seis mandados de busca e apreensão em Florianópolis, São José e Joinville, em Santa Catarina.

As ordens judiciais foram expedidas pela Justiça Federal da capital. Foi determinado ainda o bloqueio de valores para ressarcimento da instituição.

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As investigações apontaram que, entre 2013 e 2014, foram obtidos diversos financiamentos habitacionais mediante apresentação de documentos de comprovação de renda falsos perante a Caixa Econômica Federal.

A fraude gerou uma dívida superior a R$ 26 milhões - em valores atualizados -, decorrente do não pagamento das respectivas parcelas.

A Polícia Federal informou que os investigados poderão ser indiciados pela prática, dentre outros, dos crimes previstos no art. 19, par. único, da Lei 7.492/86 (obtenção de financiamento mediante fraude), no art. 1º da Lei 9.613/98 (lavagem de dinheiro) e no art. 313-A do Código Penal (inserção de dados falsos em sistema de informações).

 

Com a palavra, a Caixa

A Caixa esclarece que informações sobre eventos criminosos em suas unidades são repassadas exclusivamente às autoridades policiais, e ratifica que coopera integralmente com as investigações dos órgãos competentes.

O projeto de lei aprovado pelos senadores nessa terça-feira (26) prevê que o fundo eleitoral terá financiamento de cerca de R$ 2 bilhões para custear cada eleição. Para que passe a valer no ano que vem, a proposta ainda precisa ser aprovada pela Câmara, mas durante a votação houve divergências entre os parlamentares quanto ao valor exato que será repassado às campanhas devido às expectativas de repasses do Orçamento.

Caso não seja alterada pelos deputados, será instituído o Fundo Especial de Financiamento de Campanha, composto por 30% do valor destinado a emendas parlamentares de bancada durante os anos eleitorais. Outra fonte virá do dinheiro arrecadado com o fim da propaganda partidária gratuita no rádio e na televisão.

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De acordo com o projeto, relatado pelo senador Armando Monteiro (PTB-PE), o montante do fundo "não alcançará sequer R$ 2 bilhões". Se mantidos os valores atuais do Orçamento de 2018, o percentual das emendas de bancadas equivaleria a aproximadamente R$ 1,3 bilhão. Além disso, a estimativa é de que cerca de R$ 500 milhões sejam gerados por meio do fim da renúncia fiscal gerada atualmente com a propaganda partidária. Com isso, o dinheiro arrecadado com impostos dos veículos de comunicação seria revertido para o fundo.

Já a propaganda eleitoral gratuita, veiculada nos anos em que ocorrem as eleições, será mantida, contrariando o projeto original do senador Ronaldo Caiado (DEM-GO).

Devido às mudanças, a votação gerou polêmica e confusão entre os parlamentares. Em diferentes momentos, os contrários ao relatório de Armando Monteiro verificavam o quórum da sessão, na tentativa de obrigar os senadores a votar individualmente pela proposta. Contudo, alegando seguir o Regimento Interno, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), conduziu a votação de forma simbólica.

Apoiado por senadores do PT e do PSDB, o projeto relatado por Armando Monteiro foi criticado por Caiado e outros colegas, que viram na proposta uma possibilidade de se aumentar o fundo indefinidamente.

“Eu desafio o relator a dizer qual é o teto do fundo de financiamento de campanha. O fundo de financiamento de campanha só tem um piso: ele vai sair de R$ 1,6 bilhão e pode chegar a valores de R$ 4 bilhões, de R$ 6 bilhões, de R$ 8 bilhões. Porque há a prerrogativa de poder usar todas as emendas aditivas pela reserva de contingenciamento”, criticou o senador do Democratas.

Já os defensores da proposta aprovada argumentaram que o texto impede a utilização de recursos das emendas que seriam destinados a saúde e educação. Previstas no Orçamento Geral da União, as emendas de bancada impositivas são definidas com base em um percentual da receita corrente líquida da União e devem ser apresentadas pelos partidos para a realização de obras definidas pelas legendas de acordo com as demandas das bases locais.

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) criticou a “demagogia” dos que, segundo ele, foram contra o projeto porque são, na verdade, a favor do financiamento empresarial das campanhas.

“Eu quero dizer que o projeto do senador Armando Monteiro volta a valores de campanha inferiores a 2002, quando foram gastos R$ 2 bilhões. Agora a previsão de gastos é de R$ 1,6 bilhão, um terço dos gastos da campanha de 2014”, disse.

No relatório, o senador Armando Monteiro afirma que as eleições de 2014 custaram mais de R$ 5 bilhões e que a proposta atual prevê um valor bem menor. A opinião é a mesma do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). Segundo ele, caso o horário eleitoral gratuito fosse extinto, apenas os políticos ricos conseguiriam fazer propaganda.

“O Congresso não pode afrouxar, tem que ter coragem de ter recursos para se fazer campanha política, sob pena das facções do crime organizado bancarem as eleições porque haverá caixa 2 se não houver caixa oficial. Eu quero que todos tenham condição de disputar em igualdade, e acho que R$ 2 bilhões, ainda mais se abrindo mão de dotações no Congresso, não é demais para se ter democracia no Brasil”, declarou.

Após a votação, o senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP) disse que recorrerá ao Supremo Tribunal Federal com o objetivo de evitar que o texto siga para a Câmara. “Houve um golpe no procedimento de votação. Eles votaram o requerimento [de preferência para que a matéria fosse aprovada] e não o mérito do projeto, conforme tínhamos discutido na reunião. No nosso entender, foi uma clara ofensa à Constituição”, reclamou.

Os financiamentos de veículos novos no Brasil somaram 134.745 unidades em fevereiro deste ano, o que representa um tombo de 22% ante o volume apurado no mesmo mês do ano passado. Na comparação com janeiro, a queda foi de 5,8%. Os resultados são da Unidade de Financiamento da Cetip, que compila dados das instituições financeiras.

Considerando os veículos usados, foram 215.301 unidades financiadas, recuo de 4,8% ante um ano antes e baixa de 4,1% em relação ao primeiro mês de 2016. Juntos, novos e usados alcançaram 350.046 financiamentos, queda de 12,3% na comparação com fevereiro de 2015 e declínio de 4,8% sobre o volume de janeiro.

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Por segmento, os automóveis e comerciais leves novos atingiram o volume de 78.980 unidades financiadas, retração de 25% ante fevereiro de 2015 e recuo de 7,8% sobre janeiro deste ano. Entre os veículos pesados (caminhões e ônibus), houve alta de 5,7% na comparação anual, para 4.216 unidades. Já relação a janeiro, houve queda de 9,6%.

Entre os usados, os automóveis e comerciais leves alcançaram 198.210 unidades financiadas em fevereiro de 2016, queda de 4,8% em comparação com fevereiro de 2015 e recuo de 4,5% sobre o nível de janeiro. Os pesados usados somaram 8.884 financiamentos, redução de 5% ante um ano antes e baixa de 0,7% em comparação com o volume do primeiro mês de 2016.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou três novos financiamentos para complexos eólicos em Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Sul. O valor total dos empréstimos é de R$ 1,4 bilhão. Segundo o banco de fomento, os três projetos terão 274 aerogeradores, com potência instalada total de 495,6 MW, e devem gerar 1,6 mil empregos diretos e cerca de 3,5 mil indiretos na fase de implantação.

A maior operação fechada no fim de 2015, de R$ 658,3 milhões, apoia a implantação do Complexo Eólico de São Clemente, do grupo Casa dos Ventos, em Pernambuco, com capacidade instalada de 216,1 MW. Orçado em R$ 1,1 bilhão, o complexo reunirá oito parques, instalados nos municípios de Caetés, Capoeiras, Pedra e Venturosa, no Agreste Pernambucano.

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Está prevista a geração de 500 empregos diretos e mil indiretos na fase de construção. Quando entrar em funcionamento, o projeto deverá criar 30 vagas diretas e 50 indiretas.

No Rio Grande do Sul, o valor do financiamento foi de R$ 496,5 milhões, para o Complexo Eólico de Hermenegildo, nos municípios de Santa Vitória do Palmar e Chuí. Orçado em R$ 1,04 bilhão, o complexo - pertencente à Eletrosul e Renobrax - tem capacidade de 180,8 MW, distribuída por 12 parques eólicos.

O complexo entrou em operação comercial em novembro de 2015. Em sua construção, foram criados 700 empregos diretos e 1,2 mil indiretos. Em operação são 70 diretos e 100 indiretos. Do total financiado pelo BNDES, R$ 346,5 milhões serão desembolsados diretamente pelo Banco e os R$ 150 milhões restantes serão repassados pelo Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE).

No Ceará, o Complexo Eólico de Aracati, do Grupo Alupar, recebeu R$ 261,3 milhões do BNDES. Orçado em R$ 483,15 milhões, o complexo, formado por cinco parques eólicos, terá potência instalada de 98,7 MW. Na construção devem ser criados cerca de 425 empregos diretos e 1,3 mil indiretos. Em operação serão 33 diretos e 100 indiretos.

O BNDES encerrou o ano passado com R$ 7,42 bilhões em aprovações para 82 novos projetos de geração de energia elétrica a partir dessa fonte, que somam 2.102 MW de potência instalada. O valor representa um aumento de 12,7% em relação ao montante aprovado no ano anterior, de R$ 6,58 bilhões.

A quantidade de projetos aprovados mais que dobrou, passando de 40 para 82 - crescimento de 105%. Desde 2003, a instituição financiou R$ 27,5 bilhões para 264 projetos de energia eólica, com potência instalada total de 4.975 MW.

O deputado estadual Silvio Costa Filho (PTB) vai solicitar, nesta terça-feira (25), explicações ao Governo de Pernambuco sobre o andamento do Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento Municipal (FEM). De acordo com o oposicionista a gestão, do governador João Lyra Neto (PSB), precisa esclarecer o porquê de muitas prefeituras estarem sem receber os recursos oriundos do fundo. O tema será abordado pelo petebista durante a sessão plenária de hoje na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).

“Muitos municípios estão sem receber os recursos já ha alguns meses e com isso as obras estão paradas. Há uma preocupação de parte de prefeitos sobre o FEM, sobretudo em relação aos repasses”, observou, em entrevista ao Portal LeiaJá. Além da discussão na Casa, Costa Filho afirmou que a bancada de oposição vai requerer uma audiência pública para tratar do assunto com os secretários da Fazenda, Décio Padilha, e de Planejamento e Gestão, Fred Amâncio. A reunião já está pré-agendada para o próximo dia 2.  

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Outro ponto que segundo o petebista também deve ser esclarecido é o projeto de Lei do Executivo (n° 2159/2014) que altera a fonte oriunda dos recursos do FEM. No texto, Lyra Neto retira a obrigatoriedade do Fundo Rodoviário, Ferroviário e Aquaviário de Pernambuco (FURPE) repassar as verbas para o FEM. “O Estado retira a obrigatoriedade, ou seja, O FEM perde objetivamente a fonte de financiamento”, criticou o parlamentar. 

Retrato fiscal de Pernambuco

Além da questão do FEM, Costa Filho afirmou que vai protocolar um pedido de informação sobre a realidade financeira de Pernambuco. Segundo ele, alguns pagamentos de fornecedores da construção civil e terceirizados não estão sendo efetuados e, com isso, diversas obras foram paralisada. 

“Pernambuco tem se tornado um estado com obras paralisadas e atrasadas. Vamos pedir que o governador nos forneça detalhes sobre as contas do estado, com certeza teremos a resposta”, frisou. Para Silvio Costa Filho é possível que o governo esteja maquiando um endividamento. “Nós estamos debatendo isso internamente e iremos fazer oficialmente as solicitações. Queremos encaminhar o pedido até a próxima segunda”, informou.

O futuro governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), se reuniu na manhã desta terça-feira (18) com a representante do Banco Interamericano de Desenvolvimento no Brasil, Daniela Carrera-Marquis, na sede do BID. O socialista quer identificar as novas oportunidades pra financiamentos no estado e discutir o andamento dos projetos que foram firmados em parceria com a instituição.  

Câmara afirmou que pretende acelerar os projetos que já existem para o estado e buscar novos financiamentos. Daniela aproveitou a visita do governador eleito para agendar uma visita a Pernambuco no primeiro trimestre de 2015. 

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“É um reencontro com o BID, agora como governador. Entendo que devemos fortalecer essa parceria e criar novas oportunidades, especialmente nas áreas sociais, como Saúde e Educação”, explicou Paulo. 

Daniela Carrera-Maquis sugeriu uma maior presença de pequenas empresas de Pernambuco no ConectAmericas, a principal comunidade online de empresas da América Latina e do Caribe dedicada a promover o comércio e investimentos internacionais. 

O presidente da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Murilo Portugal, está reunido na manhã desta terça-feira, 13, com o secretário-executivo do ministério da Fazenda, Paulo Caffarelli, para discutir propostas que possam destravar os financiamentos para aquisição de veículos no mercado doméstico. Pouco antes, Caffarelli recebeu o presidente da Associação Nacional de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, para debater as medidas. Várias propostas estão sendo estudadas, mas o governo não tem conseguido finalizá-las no tempo esperado.

A reportagem apurou que uma das possibilidades com maior chance de ser anunciada em breve é a mudança na legislação para tornar mais rápida a retomada do veículo pelo banco em caso de inadimplência. Atualmente, o processo é demorado e dificulta a venda do automóvel pelo banco. Outra medida em discussão é a criação de um fundo garantidor, com aportes das instituições financeiras, que deve complementar as garantias oferecidas pelo cliente.

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O governo também tem a intenção de facilitar o crédito para operações de até 60 meses. Atualmente, os bancos precisam provisionar 75% do valor dos financiamentos feitos em até 60 meses para aquisição de automóvel. O governo pode flexibilizar essa exigência.

Na semana passada, o setor automotivo conseguiu que o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) adiasse por 24 meses a entrada em vigor da norma que obriga a instalação de rastreadores nos veículos novos. A medida levaria a um aumento dos custos das montadores e do preço final do automóvel para os consumidores. Até o final do ano todos os automóveis teriam que sair de fábrica com o rastreador. Apesar do adiamento por dois anos, o setor quer discutir uma nova regulamentação. A Anfavea defende que o uso do rastreador seja opcional.

A Caixa Econômica Federal publicou nesta terça-feira, 22, no Diário Oficial da União (DOU) circular com os critérios e procedimentos operacionais para a execução de portabilidade de financiamentos habitacionais concedidos a pessoas físicas com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

Essa possibilidade de transferir a dívida de um banco para outro foi autorizada pelo Conselho Curador do FGTS em março deste ano. No fim do ano passado, o Conselho Monetário Nacional (CMN) já havia aprovado resolução sobre a portabilidade de operações de crédito, que entrará em vigor em 5 de maio. Antes era preciso que o Conselho Curador do FGTS aprovasse a portabilidade para as operações envolvendo o dinheiro do Fundo e, na sequência, edição de ato da Caixa, operadora do FGTS, regulamentado a medida.

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Segundo a circular da Caixa, os agentes financeiros do FGTS podem efetuar a portabilidade exclusivamente sob a forma de sub-rogação de dívida, observada a habilitação e o limite de recursos do agente proponente disponível junto ao agente operador do FGTS.

"Na transferência de dívida, a taxa de juros de remuneração do funding FGTS deve permanecer inalterada", diz o texto. "A taxa de juros será acrescida da taxa de risco de crédito do agente financeiro proponente, na forma da legislação do FGTS", acrescenta.

O regulamento permite que os agentes financeiros, a seu critério, possam reduzir o porcentual do diferencial de juros e a taxa de administração, nas operações em que estas são pagas pelo devedor, como forma de incentivar a portabilidade. Já o valor e o prazo da operação no agente financeiro proponente não podem ser superiores ao saldo devedor e ao prazo remanescente da operação de crédito objeto da portabilidade na data da sub-rogação da dívida.

De acordo com a norma, o sistema de amortização da operação de crédito objeto da portabilidade não pode ser alterado e os contratos de financiamento na fase de construção não são objetos de portabilidade.

A comissão especial que analisa o Plano Nacional de Educação (PNE) na Câmara dos Deputados pretende votar o projeto no início de março, logo após o carnaval. A expectativa é que, ainda no próximo mês, o projeto do PNE (PL 8.035/10) seja também votado no plenário da Casa e encaminhado à sanção presidencial. A comissão reuniu-se nesta terça-feira (11) pela primeira vez após o recesso parlamentar.

O PNE estabelece metas para a educação a serem cumpridas em um período de dez anos. Entre as diretrizes, estão a erradicação do analfabetismo e a universalização do atendimento escolar. O plano também destina 10% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país) para a educação – atualmente são investidos no setor 5,3% do PIB brasileiro. 

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O projeto tramita no Congresso Nacional há três anos e sofre críticas pela demora. Já foi aprovado pela Câmara e pelo Senado e agora volta à apreciação dos deputados. Nesta etapa, os deputados vão analisar apenas as modificações feitas no Senado Federal, ao todo, 78. A cada ponto, eles deverão escolher entre a redação já aprovada pela Casa ou optar pelas mudanças feitas no Senado. Não cabem emendas.

"Muita gente lá fora acha que a votação está sendo protelada", disse o presidente da comissão, Lelo Coimbra (PMDB-ES). "Na verdade, isso não aconteceu. O PNE foi trazido a seu tempo para ser votado. Queremos ser céleres, mas sem deixar margem a dúvidas no que votaremos", acrescentou.

Entre as modificações que geram polêmica está a Meta 20, que trata do investimento. De acordo com o texto da Câmara, o investimento deve ser feito em educação pública e, pelo do Senado, em educação. Outra questão é a Meta 21, acrescentada pelo Senado, para ampliar a produção científica brasileira.

Com essas alterações, o dinheiro do Programa Universidade para Todos (ProUni), o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e o programa Ciência sem Fronteiras, hoje compartilhado com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, passam a compor a meta dos 10% do PIB, o que reduz a porcentagem destinada à educação pública.

De acordo com o relator, Angelo Vanhonhi (PT-PR), ainda não é possível perceber uma opinião formada entre a maioria dos deputados. Vanhoni informou que vai se reunir nesta quarta-feira (12) com os consultores da Câmara para esclarecer alguns pontos nas mudanças. A próxima reunião da comissão especial foi agendada para o dia 19.

A Caixa Econômica Federal atingiu, em 2013, R$ 134,9 bilhões em contratações do crédito imobiliário. O volume ultrapassou a previsão de R$ 130 bilhões para o ano. A quantidade de financiamentos também superou a média dos anos anteriores. Em 2013, o número de contratos foi superior a 1,9 milhão, enquanto em 2012, foram firmados 1,2 milhão, cita a Caixa, em nota divulgada nesta segunda-feira (27).

Conforme o banco estatal, famílias do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) que ganham até R$ 1,6 mil foram destaque nas contratações do ano passado. Ao todo o MCMV alcançou 3 milhões e 240 mil unidades contratadas, desde o lançamento do programa. Deste total, 2 milhões e 240 mil moradias foram pelo MCMV 2. Somente em 2013, foram contratadas 900 mil unidades, cita a Caixa. O Minha Casa, Minha Vida, inclusive, foi o assunto destacado na edição desta segunda por Dilma Rousseff no programa semanal de rádio "Café com a Presidente". Segundo ela, o governo federal já aplicou cerca de R$ 200 bilhões no Minha Casa, Minha Vida e, com isso, mais de 1,5 milhão de famílias tiveram acesso a moradia.

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"A estabilidade econômica somada ao aumento da renda e melhores condições de financiamento - taxas de juros menores, prazos maiores, além de maior simplicidade operacional - tem permitido um maior acesso ao credito para compra do imóvel desejado. Para 2014, a previsão é de que o crédito imobiliário continue crescendo, devendo ficar entre 10% e 20% maior do que no ano passado", destaca o vice-presidente de Habitação da Caixa, José Urbano Duarte.

Do total aplicado no último ano pela Caixa no setor, 65% foi destinado à aquisição de imóveis novos e 35% para imóveis usados. No total, foram R$ 61,64 bilhões em aplicações com recursos da poupança (SBPE), R$ 41,22 bilhões pelas linhas que utilizam recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e R$ 20,47 bilhões de recursos do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR). Demais fontes somaram R$ 11,57 bilhões.

Os financiamentos para aquisição ou construção de imóveis individuais somaram R$ 79,12 bilhões e os financiamentos para a produção de imóveis atingiram R$ 55,83 bilhões. O financiamento direto à produção vem apresentando crescimento significativo nos últimos anos, saindo de 14% do total do crédito imobiliário do banco, em 2007, para 41% do total aplicado em 2013.

A participação da Caixa no mercado financiamento de imóveis ficou em 69% ao final de 2013. Segundo a instituição, a inadimplência dos financiamentos imobiliários manteve-se baixa, com índice de 1,47%, inferior ao índice de 1,54% do fechamento do primeiro semestre.

A suspensão do reajuste das tarifas de pedágio nas rodovias paulistas afeta a percepção de risco no setor de concessões e aumenta as incertezas a respeito dos próximos leilões, avaliam os analistas do HSBC Alexandre Falcão e Ravi Jain.

Para os profissionais, embora o governo de São Paulo tenha afirmado não ter intenção de quebrar contratos e que vai compensar as concessões por meio da redução nos custos, a fim de garantir o rebalanceamento econômico e financeiro dos contratos, a decisão influencia a percepção de risco pela intervenção regulatória. "Acreditamos que a possível continuidade da interferência do governo cria o potencial para desequilíbrios econômicos no futuro", disseram, em relatório.

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No que diz respeito às companhias com concessões estaduais, caso da Arteris, CCR e EcoRodovias, os analistas avaliam que, no caso de não haver compensação, o efeito sobre o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) de 2013 "não será significativo". A casa estima que, na ausência de reajuste tarifário, o Ebitda de Arteris, CCR e Ecorodovias vai cair 3,6%, 3,5% e 2,4%, respectivamente. "Embora o impacto pareça limitado para um ano, sem a compensação, esse impacto pode ser composto ao longo da duração da concessão", afirmam.

Ainda assim, Falcão e Jain lembram que o governador Geraldo Alckmin declarou que o Estado planeja conseguir o rebalanceamento dos contratos por meio de reduções nos custos, como a diminuição na tarifa da agência regulatória estadual, a Artesp, que passará de 3% para 1,5% do faturamento das concessionárias; o início da cobrança de pedágio dos "eixos suspensos"; e, se necessário, a redução do ônus fixo pago ao governo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, disse na manhã desta quinta-feira que o governo estuda ampliar o mecanismo que permite o uso de parte dos depósitos compulsórios pelos bancos privados para financiamentos de longo prazo, dentro do Programa de Sustentação do Investimento (PSI).

"Estamos sempre estudando formas de ampliar isso e termos instrumentos que façam com que tenhamos maior participação do setor privado nos financiamentos de longo prazo. Vamos anunciar medidas no momento oportuno", disse Augustin.

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O secretário do Tesouro citou outros mecanismos já adotados para que o setor privado possa ocupar espaço nesses financiamentos, aliviando a participação do BNDES, como os incentivos fiscais para as emissões de debêntures de infraestrutura.

A presidente da República, Dilma Rousseff, anunciou, nessa segunda-feira (28), a reabertura da adesão aos programas de construção de creches e de construção e cobertura de quadras poliesportivas em escolas da rede pública. A informação foi dada durante a abertura do Encontro Nacional de Novos Prefeitos e Prefeitas, em Brasília. O evento ocorre até esta terça-feira (29).

Dilma destacou a importância do repasse dos recursos oriundos dos royalties do petróleo para a educação. No contexto das creches, os prefeitos terão que disponibilizar o terreno onde os prédios serão construídos. Os líderes municipais também deverão providenciar a licitação da obra, que segue projeto fornecido pelo Ministério da Educação (MEC). De acordo com informações do MEC, os recursos são oriundos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

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Ainda segundo o MEC, além das obras de estrutura física, o Governo Federal visa destinar os recursos para custear novas unidades durante o período em que elas não estiverem inclusas no censo escolar, fato de que deve ocorrer no mês de outubro deste ano. “Além das creches previstas para 2013, os prefeitos podem pegar (os recursos destinados) as creches previstas para 2011 e que não foram construídas”, declarou a presidente, conforme informações do Ministério.

Já para as quadras poliesportivas, o governo permitirá a escolas que têm mais de cem estudantes que peçam a construção, bem como a cobertura. Anteriormente, na última chamada pública realizada pelo FNDE, somente escolas com mais de 500 alunos poderiam ser beneficiadas. “Nenhum país do mundo tornou-se desenvolvido sem garantir creche, pré-escola, alfabetização na idade certa e educação integral para suas crianças”, comentou Dilma, também de acordo com informações do MEC.

A presidente também fez questão de destacar o setor de educação profissional e tecnológica, frisando o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). No ano passado, o Pronatec teve 2,5 milhões de matrículas.

A maioria dos paulistanos (85,8%) não tem intenção de contrair financiamentos nos próximos três meses, de acordo com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). O restante dos moradores da capital paulista se divide entre os que não responderam ou não sabem (2%) e os que pretendem abrir crediários (12,2%).

Os números estão na Pesquisa de Risco e Intenção de Endividamento (Prie), que começa a ser divulgada mensalmente pela FecomercioSP. A instituição fez 2.200 entrevistas na Capital nos meses de junho, julho, agosto e setembro e divulgou os resultados do último mês.

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A pesquisa aponta também que 44,7% dos paulistanos têm algum tipo de aplicação financeira. Em junho, este número era de 39,7%, passando para 41% em julho e para 38,3% em agosto. Dentro do grupo de paulistanos que aplicam seu dinheiro, a maioria (75,2%) tem como principal opção a poupança. Na sequência, vêm aplicações em renda fixa (16,5%), previdência privada (4,2%), ações (1,7%) e outras ou não sabem/não responderam (2,4%). Em agosto, 82,5% dos entrevistados pertencentes a esse grupo aplicavam dinheiro na caderneta. De acordo com a FecomercioSP, tem aumentado o número de famílias que buscam aplicar o dinheiro em renda fixa - em agosto, essas aplicações respondiam por 7,5% do total.

Famílias endividadas

De acordo com a FecomercioSP, 51,7% das famílias na capital paulista disseram estar endividadas em setembro. Entre as famílias paulistanas que declararam estar endividadas, 38,3% tinham alguma aplicação em setembro. A porcentagem é superior aos resultados de junho (33,3%), julho (37,5%) e agosto (34,0%). Entre as não endividadas, a porcentagem dos que têm alguma aplicação também subiu, passando de 48,3% em junho para 44,4% em julho, 44,8% em agosto e 51,7% no último registro.

"Os dois grupos mostraram aumento da propensão a poupar. Ainda assim a propensão ou capacidade de poupar das famílias é muito baixa, se comparada à necessidade do País. Se a análise for feita com base no tipo de carteira, o grau de investimentos de risco (ações) e de maturação de longo prazo é praticamente zero, muito abaixo de economias como a americana, europeia ou a japonesa", mostra o estudo.

A conclusão da FecomercioSP é de que o risco de inadimplência inerente ao mercado de crédito "está pautado pelas condições de emprego e renda (ora mantidas no Brasil)" e também pela existência de "um colchão de recursos por parte dos devedores". Em setembro, de acordo com a FecomercioSP, este risco diminuiu, quando se considera o aumento na proporção de paulistanos que estão poupando dinheiro, tanto entre os endividados quanto entre os não endividados.

A forte demanda por financiamentos na cadeia do petróleo deve fazer com que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) amplie o volume de recursos disponíveis para empresas fornecedoras de bens e serviços do setor. A intenção do BNDES, conforme anunciado em setembro de 2011, no lançamento de um pacote específico para a cadeia de petróleo e gás, era disponibilizar R$ 4 bilhões até dezembro de 2015. O montante, contudo, deve ser alcançado antes desse prazo.

De acordo com o chefe da área de petróleo e do departamento de gás na cadeia de Abastecimento do BNDES, Ricardo Cunha da Costa, o banco de fomento já possui em carteira financiamentos no total de R$ 3 bilhões. Apenas neste ano, a previsão do BNDES é desembolsar R$ 750 milhões, número que subirá para R$ 1 bilhão em 2013. "Se esse ritmo continuar, vamos superar os R$ 4 bilhões antes do prazo", afirmou Cunha, para em seguida afirmar que mais recursos podem ser disponibilizados para o setor futuramente.

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O plano, voltado a atender empresas que fornecem bens e serviços para as grandes petrolíferas, tem atraído companhias locais e também grupos estrangeiros que já atuam no Brasil e buscam alternativas para elevar o nível de peças locais, adequando-se à lei de conteúdo local. Essas empresas conversam com o BNDES na tentativa de encontrar soluções para fomentar a competitividade de parceiros locais.

Outra alternativa já cogitada, mas ainda não viabilizada, é a possibilidade de financiamento no modelo de empresa âncora, no qual uma grande companhia assume o papel de seguradora da operações de financiamento feitas por empresas menores.

O pacote do BNDES voltado para empresas de menor porte da cadeia de petróleo e gás é considerado tímido, mas importante devido à necessidade de financiamento dessas empresas. O banco estima que a cadeia de petróleo e gás investirá aproximadamente US$ 400 bilhões até 2020, sendo mais da metade desse montante desembolsado pela Petrobras.

Planilha de financiamentos concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) à Delta Construções mostra que a empreiteira recebeu R$ 139 milhões entre 2010 e 2012, período das investigações que deram origem à Operação Monte Carlo. O valor representa mais da metade do total de empréstimos - R$ 249,7 milhões - obtido pela construtora, suspeita de envolvimento com integrantes da organização de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

Só no governo da presidente Dilma Rousseff, segundo documentos obtidos pela reportagem, foram mais de R$ 119 milhões, sendo R$ 75,1 milhões em 2011. É o maior valor desde 2001, início das operações financeiras da construtora com o banco.

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Investigada pela CPI do Cachoeira, a empresa teve o sigilo bancário quebrado pelos parlamentares. O valor da dívida da Delta com o sistema BNDES-Finame é de R$ 160,3 milhões, com vencimentos até 2020.

A análise dos dados mostra que, no período em que a Delta irrigou contas de empresas suspeitas de serem de fachada, o BNDES emprestou R$ 20,5 milhões à empreiteira, por meio das operações indiretas. Relatórios da Polícia Federal registram empresas cuja única fonte de renda identificada eram os repasses da Delta. Entre elas estão a Alberto e Pantoja Construções, que recebeu R$ 26,2 milhões, e a Brava Construções, com R$ 13 milhões. Ambas eram gerenciadas por Geovani Pereira, tesoureiro de Cachoeira e operador financeiro do esquema do contraventor, que está foragido.

Os empréstimos feitos pela Delta fazem parte do Finame, linha específica para compra de máquinas e equipamentos. A empreiteira assinou 701 contratos, que variam de R$ 2,1 mil a R$ 4,3 milhões. Mas a checagem do uso do dinheiro, segundo o banco, é feita depois, por amostragem.

De acordo com o BNDES, esse financiamento utiliza recursos do banco repassados por meio de agentes financeiros. A aquisição das máquinas pode ser feita pelo intermediário diretamente com o fornecedor ou por reembolso. A taxa de juros dos contratos da construtora varia entre 4,5% e 15,75% ao ano.

Principal empreiteira do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a Delta foi a empresa que recebeu o maior volume de recursos do governo nos últimos três anos. Foram R$ 2,4 bilhões em obras e serviços. A construtora tem mais de 300 contratos com 23 Estados e o Distrito Federal. Além de construção civil, a empreiteira atua em coleta de lixo, concessão de rodovias e construção de linhas de transmissão de energia.

Em nota, a Delta informou que o Comitê Executivo que passou a gerir a empresa decidiu que só voltará a se manifestar publicamente após a resposta da Justiça do Rio sobre o pedido de recuperação judicial. Na segunda-feira, a empresa entrou com a medida para evitar a falência, depois que a holding J&F Participações desistiu da compra da empreiteira, alegando "crise de confiança e credibilidade".

Durante a negociação da venda da Delta para a holding, o governo barrou um requerimento da oposição para convocar o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, e representantes das empresas. Os parlamentares queriam obter esclarecimentos sobre a compra com a justificativa de que o frigorífico JBS, uma das principais empresas da holding, recebeu aportes milionários do banco nos últimos anos.

O BNDES afirmou que não iria se pronunciar sobre valores e contratos da Delta. Em relação à dívida, o banco informou que caberá aos agentes financeiros contratados acompanhar o andamento dos empréstimos. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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