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A Polícia Federal vai investigar a existência de uma organização de "agentes públicos e milicianos" que procura obstruir o esclarecimento do assassinato há oito meses da vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes, informou nesta quinta-feira o ministro de Segurança Pública, Raul Jungmann.

A investigação foi aberta a pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, devido a "graves denúncias" feitas por duas testemunhas sobre a existência de uma "organização criminosa que envolve agentes públicos, milicianos, organizações criminosas e a contravenção".

Esse grupo pretende "impedir que se chegue aos mandantes e executores reais do duplo homicídio", afirmou Jungmann em coletiva de imprensa em Brasília.

Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes foram executados a tiros em 14 de março deste ano, no Estácio, no Rio de Janeiro. A apuração do assassinato está a cargo da Polícia Civil.

As denúncias foram colhidas nas últimas semanas e Dodge ainda pediu proteção para testemunhas, afirmou Jungmann.

Um confronto entre traficantes de drogas e milicianos que começou de madrugada e se intensificou na manhã desta segunda-feira (8) impediu muitos moradores de comunidades de Santa Cruz, na zona oeste do Rio, de saírem para trabalhar. Imagens do helicóptero da TV Globo feitas pela manhã mostraram ao menos 18 milicianos usando fardas parecidas com as da PM e portando armamento pesado.

Policiais do 27º Batalhão da Polícia Militar (BPM) chegaram ao local por volta das 7h30 para tentar conter o intenso tiroteio nas comunidades do Rola, Antares, Cesarão e Aço.

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"A gente observa que há um grande contingente de marginais, uma grande quantidade de armas sendo empregadas. A situação é bem complexa", explicou o porta-voz da PM, major Ivan Blaz, em entrevista ao "Bom Dia Rio". "A missão neste momento é estabilizar o terreno. Posicionar os veículos estrategicamente para que possam ficar entre esses dois grupos de homens que, deliberadamente, querem se matar, para interromper o confronto. Estabilizar a área é fundamental. São cenas absurdas. Homens com armas de guerra disparando em plena praça pública", disse.

Dois suspeitos de envolvimento com os assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, presos na manhã desta terça-feira (24), serão investigados pela Delegacia de Homicídios da Capital por atuarem como pistoleiros de uma milícia que atua na zona oeste do Rio de Janeiro. 

Os dois homens presos são o ex-bombeiro Luiz Claudio Ferreira e o policial militar reformado Alan Nogueira. Segundo a polícia, há evidencias de que eles estariam ligados à morte de um policial militar chamado José Ricardo da Silva e do ex-PM Rodrigo Severo. Ambos seriam integrantes de uma milícia chefiada por Orlando Oliveira de Araújo, o “Orlando Curicica”, de acordo com o delegado Willians Batista.

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De acordo com o jornal “O Globo”, Nogueira estaria em um dos veículos usados na “emboscada” que matou a vereadora e o motorista, conforme relato do delator. Como não havia provas suficientes para prender os dois pela morte de Marielle, os mandados de prisão temporária tanto de Nogueira como de Claudio Ferreira foram baseados em uma investigação das mortes do PM e do ex-PM. 

No entanto, o advogado de Nogueira, Leonardo Lopes, nega o envolvimento dele com a milícia que cobrava taxas de “proteção” na zona oeste carioca e comercializava de forma ilegal serviços de TV a cabo e gás em áreas de favela. 

Marielle foi assassinada com quatro tiros na cabeça, em março deste ano, quando ia para casa no bairro da Tijuca, zona norte do Rio, retornando de um evento ligado ao movimento negro, na Lapa. A parlamentar viajava no banco de trás do carro, quando os criminosos emparelharam com o carro da vítima e atiraram nove vezes. A morte da parlamentar teve repercussão mundial. 

RIO DE JANEIRO - Em meio a uma conturbação social decorrente da paralisação dos caminhoneiros, a intervenção militar no Rio de Janeiro completou 100 dias nesta semana. Enquanto o governo tentava um acordo com os manifestantes, os militares foram autorizados a liberar rodovias, com o direito de assumir a direção dos veículos que estivessem parados, para assegurar o transporte de combustível e produtos alimentícios.  

Mesmo cumprindo a função de desmobilizar o movimento, parte da categoria clamava pelo retorno dos militares ao poder. O que muitos talvez desconheçam é que, além do pedido ser considerado um crime pela Lei de Segurança Nacional, o Rio de Janeiro vivencia a intervenção das Forças Armadas pela 13ª vez nos últimos 10 anos. Os efeitos dessa convocação tão recorrente, contudo, são questionáveis.

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"Trata-se de um recurso caro que só deve ser empregado de forma pontual e emergencial para não ser desqualificado em razão de suas limitações estruturais. O uso das Forças Armadas tem sido banalizado", criticou a especialista em segurança pública, Jaqueline Muniz, em entrevista ao LeiaJá um mês após o início das operações.

Após um evento promovido pelo observatório militar da intervenção na quarta passada (30), o atual secretário de Segurança Pública, general Richard Nunes, reconheceu a complexidade da questão, em uma das poucas declarações públicas desde que assumiu o cargo. "Não há soluções mágicas", admitiu Nunes na coletiva de imprensa, alegando que não seria adequado comparar os índices deste ano com os de 2017.

De fato, o contraponto não é favorável ao período de atuação dos militares. Segundo o Instituto de Segurança Pública do Rio (ISP), os índices relativos a óbitos pioram durante a intervenção: homicídio doloso teve um aumento de 8,9% (436 em abril de 2017 – 475 em 2018); letalidade violenta, que são tipos variados de crimes que resultam em mortes, subiu 9,8% (539 para 592) e homicídio decorrente de oposição à intervenção policial aumentou 26,3% (de 80 para 101).

Além disso, foi neste período que a vereadora Marielle Franco (PSOL) e o motorista Anderson Gomes foram executados em uma via pública, no centro do Rio, há poucos quilômetros do Palácio Duque de Caxias, onde funciona o gabinete da intervenção. O secretário de Segurança, entretanto, discorda dessa análise. "Um padrão comparativo com o ano passado é equivocado porque, no primeiro trimestre, tivemos uma greve da polícia que ocorreu, então, uma subnotificação de determinados crimes", argumentou. 

Gráfico da violência no Rio de Janeiro, no comparativo entre abril de 2017 e 2018. Fonte: ISP

Há um outro índice que chama atenção. O Fogo Cruzado, um Data Lab que agrega e disponibiliza informações através de um aplicativo e mapa colaborativo, contabilizou 2.309 tiros na região metropolitana do Rio nos três primeiros meses da intervenção, equivalente a um aumento de 86,36% do total de disparos no mesmo período do ano passado (1.239 tiros).

Quatro dos vinte bairros da capital onde mais houve tiroteios durante a intervenção, receberam operações militares: Praça Seca (1º no ranking com 100 disparos/tiroteios), cujas ações aconteceram neste mês; Cidade de Deus (2º com 68), Rocinha (3º com 68) e Vila Kennedy (5º com 63), sendo este último o escolhido pelas Forças Armadas para servir de 'laboratório' das ações em outras áreas.    

Forças Armadas durante patrulhamento na Avenida Brasil, na altura de Vila Kennedy. Foto: Mellyna Reis/LeiaJáImagens"Nós temos uma proposta de transferência de responsabilidade dessas áreas que antes estavam sem patrulhamento para os batalhões da área. Isso não significa que não vão se produzir eventos de criminalidade, mas eles precisam ser mantidos sobre controle", afirmou o secretário. 

Para Cecília Oliveira, especialista em segurança pública e uma das responsáveis pelo aplicativo, o número crescente de tiroteios é condizente com o aumento de homicídios por oposição à intervenção policial.

"Embora, claro, as mortes não tenham sido cometidas em sua totalidade por armas de fogo, vale ressaltar que dados de 2016 - últimos disponíveis - reiteram que 79% das vítimas de mortes intencionais na Baixada foram por armas de fogo. Número que ultrapassa a média do estado (74%) e do país (71%). O que é possível notar - portanto - é que a violência armada continua em patamares alarmantes", alerta.

Nunes encarou as análises como precipitadas e projeta resultados a longo prazo. "Nós temos de trabalhar de maneira integrada, efetiva, com planejamento e isso nós só começamos a fazer na plenitude a partir do mês de abril. Para nós, esses números [índices de criminalidade] têm de ser vistos com mais cautela e temos que ter uma visão de um prazo mais alargado. Tratar com esse imediatismo desses números, realmente, não vai nos levar a boas conclusões", avalia.

'Onda de violência'

Instaurada a partir de um decreto federal assinado no dia 16 de fevereiro, a intervenção foi justificada pelo aumento da violência no Carnaval carioca. "As pessoas lá não têm mais limites", disse Michel Temer, na época. Os bastidores em Brasília, no entanto, apontavam outro motivo: a inabilidade política do governo para aprovar a Reforma da Previdência e, com o decreto em voga até 31 de dezembro de 2018, nenhum Projeto de Emenda Constitucional (PEC) como o da reforma poderia sequer tramitar no Congresso.

O argumento da 'onda de violência' durante o Carnaval também foi rebatido pela diretora-presidente do ISP, Joana Monteiro. "Foi um carnaval muito parecido com o dos outros anos. Estou segura em dizer que não houve nenhuma explosão de violência neste ano", afirmou Joana, em entrevista ao jornal Estadão, pouco após o decreto.

De acordo com o instituto, o número de ocorrências deste ano (5.865) ficou próximo ao registrado em 2017 (5.773), quando houve a greve da Polícia Civil, e consideravelmente menor do que nos anos anteriores: 9.016 ocorrências em 2016 e 9.062 em 2015. Uma pesquisa do Datafolha, realizada em março, também revela certa desconfiança da população: mesmo apoiando, 71% dos entrevistados acham que a intervenção militar não trouxe alguma melhora para a segurança pública.

O general Richard Nunes, por outro lado, pontua a integração entre as polícias Civil e Militar e a cooperação com órgãos federais, o poder judiciário e o Ministério Público como avanços importantes. "Nós temos que consolidar esses ganhos, nem sempre são perceptíveis, mas pra nós que operamos essa política, isso é notório", enfatiza.

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Trabalhando inicialmente com a estrutura das Forças Armadas para capacitar policiais e recuperar a frota da Polícia Militar, além de doações de armas e munição por parte de empresários, o gabinete da intervenção passou a contar com uma cerca de R$ 1 bilhão para investir nas operações, recurso que levou o gabinete a criar uma secretaria para gerenciá-lo.

O governo estadual também viabilizou contrapartidas: a entrega de 265 novas viaturas da PM e os pagamentos da quarta parcela da dívida do Sistema Integrado de Metas (SIM) e do Regime Adicional de Serviço (RAS), hora extra remunerada para policiais militares e civis, totalizando R$ 28 milhões. "Temos que ter uma regularidade no fluxo de recursos que são alocados para a segurança pública, sejam eles humanos, materiais ou financeiros", ressaltou o secretário, ao que atribuiu de 'legado da intervenção'.

RIO DE JANEIRO - O drama das famílias dos detidos na operação realizada no dia 7 de abril, em Santa Cruz, Zona Oeste do Rio, só aumenta. Nove presos dos 137 - que tiveram a prisão preventiva revogada pela Justiça na última quarta-feira (25) - ainda estão no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu. 

Os familiares passaram os últimos três dias na expectativa da saída e seguem sem respostas sobre a demora na liberação. "Não deram previsão nenhuma e eu estou com medo de transferirem isso para quarta-feira e ele tenha que passar mais tempo", desabafou a dona de casa, Isabel Cristina, que aguarda a saída do filho Dirceu Lima Siqueira, de 30 anos.

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Cerca de dez parentes de Dirceu ficaram mais de 10h em frente ao presídio, nesta sexta-feira (27), aguardando a saída dele. A família também passou a quinta em Bangu, dia do aniversário de dona Isabel, quando foram soltos outros três primos que estavam na festa.

No entanto, a aflição da dona de casa aumentou depois que soube que o filho sofreu uma agressão na costela e ainda está machucado. Como o Estado decretou ponto facultativo na segunda, ela teme que isso atrase mais. "A gente está mais preocupada com a saúde dele. Estamos só esperando ele sair para poder levá-lo no hospital", conta.       

A assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP) não soube informar o motivo da demora e disse apenas que os oficiais de Justiça ainda não tinham ido levar os últimos alvarás de soltura ao presídio.

Um funcionário do Tribunal de Justiça do Rio que atendeu a reportagem do LeiaJá disse que o plantão Judiciário não recebeu nenhuma demanda referente aos alvarás do caso, que poderiam estar em posse dos oficiais que atuam em Bangu ou que a demora poderia ter sido causada até por problemas no Seriço de Arquivo (Sarq).  

Alívio para uns, sentimento de injustiça para todos

Além da prisão, a angústia pela dificuldade em conseguir informações vem crescendo entre os familiares. A maioria tem chegado na parte da manhã e fica aguardando até por volta das 22h. Na sexta, foram liberados 14 detidos, sendo que o último grupo saiu por volta das 20h30. Ninguém foi liberado até às 21h deste sábado (28).     

A cada saída, os familiares aplaudiam e gritavam que eram todos inocentes. Os parentes questionaram o fato de a Polícia Civil argumentar que a operação estava sendo preparada há dois anos e ter resultado numa prisão em massa indiscriminada, já que os 138 detidos não possuem sequer passagem pela polícia.

"[Os policiais] Chegaram atirando. Eu fui um que desviei da bala perto do banheiro. Na Cidade da Polícia fomos tratados como bicho, nós ficamos mais de 30 horas sentados sem comer nada. Vou tentar retomar a minha vida aqui fora, porque a minha vida acabou. O Estado acabou com a vida de muita gente", detalhou emocionado, o bombeiro hidraúlio Elton Carlos, de 33 anos, ao deixar o presídio. 

Várias pessoas relataram que nem todos os homens da festa foram levados e que depois que os dois ônibus ficaram lotados, a polícia dispersou os que não couberam nos veículos. As famílias ainda denunciaram que não conseguiram contato com os detidos desde que foram levados à Cidade da Polícia, na Zona Norte, mesmo sendo um direito previsto em lei.

Muitos parentes só souberam do caso pela imprensa ou pelas mulheres que os acompanhavam e que foram todas liberadas, após de serem mantidas na cozinha do sítio. "As mulheres gritavam o tempo todo, chorando o tempo todo, aquele nervosismo todo e eles jogaram spray de pimenta e deram um tiro para o alto para acalmar as mulheres", relembra Veronilda Galdino, cujo marido foi um dos últimos a serem soltos na noite de sexta.

"Uma grande injustiça que teve, covardia o que fizeram com a gente. Eu trabalho com meu pai e meu irmão há mais de 20 anos. Nunca tive problema com isso, nunca tive problema com nada", disse Vinicius Araújo, dono de uma loja de material de construção, pouco depois de reencontrar a esposa Veronilda.      

Pelo menos um dos detidos já perdeu o emprego durante a prisão. A informação chegou por meio de um telegrama à residência do jovem, que estava em contrato de experiência e não sabe se vai conseguir reaver a vaga. "Passaram por cima de tudo. Não teve justiça nenhuma", criticou a diarista Carmem Lúcia, tia de Vinicius Guedes, de 22 anos.    

A Defensoria Pública do Rio está prestando assistência para outros cinco dos 21 presos que não tiveram a prisão preventiva revogada. Contudo, vai acompanhar o desfecho do caso, já que o Ministério Público ainda não se pronunciou se vai oferecer denúncia contra todos os detidos.   

A Justiça do Rio concedeu, nesta quarta-feira (25), a liberdade a 137 presos na megaoperação policial realizada no dia 7 de abril, em um sítio onde era realizado um show de pagode em Santa Cruz, na zona oeste da cidade.  

A decisão foi do juiz Eduardo Marques Hablitschek, da 2ª Vara Criminal de Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, que atendeu ao pedido do Ministério Público (MPRJ) e revogou a prisão preventiva desses detidos, que não possuíam antecedentes criminais.

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O magistrado foi o mesmo que havia autorizado a soltura do artista circense, Pablo Dias Bessa Martins, de 23 anos, conhecido com Pablo Prynce, solto no fim de semana passado.

"Não resta ao Poder Judiciário outra alternativa a não ser verificar se os fatos imputados, bem como os indigitados autores, estão perfeitamente individualizados, de acordo com as informações constantes da investigação policial", afirmou o juiz, ressaltando que o MP será responsável por denunciar e atribuir eventuais delitos.

O magistrado também determinou a entrega imediata dos fuzis e respectivas munições apreendidos para a Polícia Civil. "Se a nossa sociedade ainda tem que conviver com o uso de fuzis dentro das cidades, que o seja por parte de quem defende seus cidadãos", ressaltou Hablitschek.

No dia da operação, batizada de Medusa, foram apreendidas 24 armas de fogo, entre elas fuzis, pistolas, revólveres, granada, além de 76 carregadores, 1.265 munições de calibres variados, coletes balísticos, fardamentos e toucas ninjas e 11 veículos.

"Correção de graves erros"

Após a decisão, a Defensoria Pública do Rio de Janeiro (DPRJ) publicou uma nota elogiando do Ministério Público, por antecipar o pedido de revogação da prisão preventiva e considerou a postura o "início da correção dos graves erros e injustiças cometidos na Operação Medusa". Confira a íntegra da nota: 

A Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro (DPRJ) entende que a decisão proferida pela 2ª Vara Criminal de Santa Cruz – revogando a prisão preventiva de 137 homens acusados de integrarem a milícia na Zona Oeste e, entre eles, de 36 assistidos pela instituição nesse caso – corresponde ao início da correção dos graves erros e injustiças ocorridos desde a deflagração da chamada Operação Medusa. 

Embora a decisão proferida nesta quarta-feira (25) determine a soltura de um número expressivo de pessoas, 21 delas permanecerão presas sem que se tenha promovido ainda a devida individualização de suas condutas. 

A Defensoria Pública considera louvável que o Ministério Público tenha antecipado sua manifestação relacionada aos pedidos de revogação das prisões preventivas. Espera agora que, caso venha a ser apresentada denúncia, sejam finalmente expostas de maneira individualizada as condutas imputadas a cada um dos acusados de acordo com o devido processo legal, com o objetivo de garantir o respeito aos direitos individuais constitucionalmente a todos assegurado.

RIO DE JANEIRO - O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) solicitou à justiça a revogação da prisão preventiva de 138 dos 159 presos numa festa realizada no último dia 7, em Santa Cruz, na Zona Oeste. No entanto, o MP vai oferecer denúncia contra 21 dos 159 detidos, para os quais a prisão preventiva desse ser mantida.  

A 20ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal da 1ª Central de Inquéritos, responsável pelo pedido, afirmou que não há, até o momento, provas efetivas que permitam o oferecimento de denúncia contra esses detidos. A informação foi divulgada em nota, na noite de terça-feira (24).

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Apesar da solicitação, o órgão considerou que não houve "nenhuma ilegalidade na ação policial, tampouco na decisão da Justiça que determinou a prisão dos 159 participantes da festa". O Ministério Público entendeu que, de fato, havia integrantes no local do primeiro escalão da milícia que controla o crime organizado na região, já que houve uma troca de tiros no início da operação.

Segundo a Polícia Civil, além de disparos partidos de homens que estavam na portaria da festa e de um carro com três ocupantes estacionado na porta, parte dos tiros partiu também de dentro do local do evento, o que atesta que havia criminosos no interior.

Os policiais encontraram ainda diversos fuzis e pistolas, além de uniformes privativos das forças de segurança pública, "material notoriamente utilizado por grupos milicianos", diz o MP. "Os fatos justificam o auto de prisão em flagrante lavrado pelos policiais e a concessão da prisão preventiva, autorizada em audiência de custódia no dia 9 de abril", ressaltou a promotoria.

A nova enviada pela assessoria do órgão diz ainda que "Após análise mais detalhada das provas, da conduta dos suspeitos e realizadas investigações, no entanto, o Ministério Público entendeu que para os presos contra os quais não há provas suficientes para oferecimento de denúncia, deve-se revogar a prisão preventiva".

Entre os 139 presos que não possuíam antecedentes criminais, apenas o artista circense Pablo Dias Bessa Martins, 23 anos, conhecido como Pablo Prynce, teve a prisão revogada. O jovem que integra o elenco da Universidade Livre do Circo (Unicirco) estava com passagem marcada para a Suécia, onde irá se apresentar, e foi liberado no último sábado (21).

Prisão ilegal

Na tarde de terça-feira (24), a Defensoria Pública do do Rio de Janeiro impetrou um pedido de habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) por considerar ilegal a prisão de Vinicius Guedes de Almeida, um dos 159 detidos na operação.

De acordo com a Defensoria, Vinicius foi o único preso com vínculo empregatício formal que teve a liberdade analisada em 1ª e em 2ª instância, logo após a prisão, no Plantão Judiciário do Tribunal de Justiça do Rio. Na ocasião, o pedido de liberdade foi indeferido. 

Um habeas corpus já havia sido protocolado pela Defensoria no Superior Tribunal de Justiça (STJ), que indeferiu o pedido por entender que as questões relacionadas à prisão de Vinicius ainda não haviam sido definitivamente analisadas nas instâncias inferiores.

Contudo, a Defensoria acredita numa decisão favorável do habeas corpus no STF, o que pode abrir caminho para o requerimento de liberdade de outros presos na mesma operação.

Pablo Prynce, como é conhecido, integra o elenco da Unicirco, de Marcos Frota Foto: Facebook/reproduçãoRIO DE JANEIRO - Um dos 159 presos na megaoperação da Polícia Civil do Rio para combater a milícia, o artista circense Pablo Dias Bessa Martins, 23 anos, conhecido como Pablo Prynce, teve a prisão preventiva revogada. A decisão foi do juiz Eduardo Marques Hablitschek, da 2ª Vara Criminal de Santa Cruz, foi publicada na quinta-feira (19). 

Pablo é o primeiro do grupo a ser solto e conseguir o direito de responder à ação penal em liberdade. Na última segunda-feira (16), o Tribunal de Justiça do Rio negou 22 pedidos habeas corpus, os primeiros a serem examinados de uma leva de 161. Dentre os que foram presos, 139 não possuem antecedentes criminais. 

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A decisão favorável ao artista circense ocorre dias após apelos feitos no Youtube pelo ator e também artista de circo, Marcos Frota, idealizador da Universidade Livre do Circo (Unicirco), da qual Pablo integra o elenco. Na decisão, o magistrado diz que a documentação apresentada pelo artista confirma que trata-se de um réu primário, que não possui antecedentes criminais, possui residência fixa, além de ser profissional circense". 

"A Defensoria Pública entende que esse ainda é um pequeno passo tendo em vista a grande injustiça cometida contra a maioria das pessoas presas na operação policial em Santa Cruz. A instituição agora aguarda o julgamento dos 39 pedidos de liberdade que protocolou na Justiça", ressaltou o defensor público, Ricardo André de Souza, que atua no caso.

Os documentos juntados aos autos ainda mostram que o investigado possui vínculo profissional de prestação de serviços com a empresa Up Leon Entertainment e está com viagem de trabalho marcada para 24 de abril com destino a Estocolmo, na Suécia, cujo bilhete aéreo foi anexado ao processo. 

"No caso de Pablo, o fator que o diferencia de todos os outros presos é a comprovação documental de que passa a maior parte de sua vida, atualmente, fora do país. Com isso, resta demonstrada a fragilidade dos laços que mantém em sua terra natal, especialmente o suposto envolvimento em atividade criminosa", considerou o juiz, que assegurou que irá analisar a situação de cada um dos presos conforme determina a lei. 

Megaoperação

No dia 7 de abril, a Polícia Civil prendeu mais de 160 homens no Sítio Três Irmãos, onde acontecia uma festa em Santa Cruz, na Zona Oeste da cidade, no que foi definido como "a maior ação de combate às milícias no estado". Oito adolescentes apreendidos na operação foram liberados. 

A polícia alega que a festa era realizada em homenagem a Wellington da Silva Braga, o "Ecko", apontado como chefe de um dos maiores grupos da milícia que da Zona Oeste, no entanto, ele teria conseguido fugir. Quatro homens armados foram mortos na ação durante uma troca de tiros com a polícia. Foram apreendidas 24 armas de fogo, entre elas fuzis, pistolas, revólveres, granada, 76 carregadores, 1.265 munições de calibres variados, coletes balísticos, fardamentos e toucas ninjas, além de 11 veículos. 

Durante a cerimônia de posse do novo superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro, Ricardo Saadi, realizada nesta sexta-feira (20), o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse que os detidos que não possuem antecedentes criminais "precisam explicar o que faziam numa festa de bandido". "Para mim, não ter antecedentes criminais não quer dizer que eles possam ser liberados", afirmou Jungamnn. 

RIO DE JANEIRO - Todos os 159 detidos durante uma megaoperação realizada na madrugada do último sábado (7), em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, permanecerão presos no Complexo de Gericinó, em Bangu. Após audiência de custódia que durou cerca de 15 horas, a Justiça decidiu manter a prisão preventiva dos detidos, apontados como suspeitos de participação em grupos de milícia. 

Muitos familiares viraram a noite em frente ao Tribunal de Justiça do Rio para aguardar o resultado da audiência. Os parentes alegam que entre os detidos estão pessoas que não possuem relação com a milícia e teriam ido ao local da detenção apenas para curtir uma festa promovida por uma rádio. Por conta do grande número de detidos, a audiência de custódia precisou ser realizada em grupos de 20 pessoas, via sistema de videoconferência. Todos foram representados por advogados ou pela Defensoria Pública. 

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A ação foi coordenada por policiais das Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense e conta com o apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), 27ª Delegacia de Vicente de Carvalho e 35ª Delegacia de Campo Grande. Quatro criminosos morreram em uma troca de tiros e cerca de 30 fuzis e 20 pistolas foram apreendidos no local.

A Avenida Cesário de Melo, uma das mais importantes da região, chegou a ser interditada durante a operação, classificada como uma das 'maiores ofensivas aos grupos paramilitares que atuam na Zona Oeste', segundo a polícia. Nesta quarta-feira (11), a Prefeitura do Rio interditou o Sítio Três Irmãos, local da festa onde a operação foi deflagrada. 

Na Baixada Fluminense, Rio de Janeiro, traficantes e milicianos estão cobrando pedágio que, em alguns casos, chega a R$ 10 mil mensais. A denúncia é do Jornal Extra.

O pagamento seria uma condicionante para que os criminosos não assaltassem estabelecimentos, não atacassem empregados de empresas do local e garantissem que os caminhões de carga não fossem roubados. Segundo o Jornal Extra, em um dos casos, um homem detonou uma granada no terreno de uma fábrica para pressionar que o dinheiro fosse pago.

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O Sindicato Nacional das Indústrias de Materiais de Defesa, com mais seis empresários, teve uma reunião com o secretário estadual de Segurança Pública, Roberto Sá. "Os funcionários estão sendo abordados nas ruas e nos condomínios industrias da região por estes grupos. Os empresários não registraram os casos porque temem sofrer represálias", disse Carlos Erane, presidente do sindicato.

Entre as sugestões dos empresários está uma parceria com prefeituras, segundo o Extra. O objetivo seria ajudar na manutenção e aquisição de veículos policiais, que reforçariam a patrulha na região.

Quatro pessoas foram assassinadas e 15 ficaram feridas, entre elas duas crianças, na noite de terça-feira (7), em ação criminosa no bairro da Condor, periferia de Belém. Três homens morreram baleados no local e uma quarta vítima chegou a ser levada ao Pronto-Socorro da capital, mas não resistiu.

Testemunhas informaram que cerca de 20 homens encapuzados chegaram em duas caminhonetes e começaram a disparar tiros contra as pessoas que estavam em um bar. O bairro da Condor fica na periferia da capital paraense. Moradores atribuem o ataque a milicianos que controlam aquela região da cidade.

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Os corpos das vítimas foram periciados no Centro de Perícias Científicas Renato Chaves (CPC) e, de acordo com a assessoria do órgão, serão necropsiados nesta quarta-feira (7). Já foram identificados Jairo Lobato Pimentel e Evandro Santos Sá. Os moradores contam que nenhuma das pessoas atingidas tinha envolvimento com a criminalidade.

O caso ocorreu na Rua Nova II. A comunidade relatou que os atiradores cercaram o quarteirão, dispararam tiros por todos os lados e que paredes e portões ficaram com marcas dos projéteis. Uma das crianças atingidas estava na porta de um comércio, que também foi alvo de muitos disparos.

A Secretaria de Segurança Pública do Pará ainda não se manifestou sobre o crime, que já está sendo classificado como "chacina" por organizações de defesa dos direitos humanos.

Um dos manifestantes armados que ocupavam um parque nacional no Oregon (oeste dos EUA) há três semanas foi morto em uma troca de tiros com a Polícia, que também prendeu seis pessoas - entre elas, o líder do movimento, Ammon Bundy.

"Nesta terça-feira, por volta das 16h25 (22h25 em Brasília), o FBI (a Polícia Federal americana) e a Polícia estadual lançaram uma operação para prender alguns indivíduos ligados à ocupação armada do Malheur National Wildlife Refuge", declarou o FBI, em um comunicado.

"Alguns tiros foram trocados" e "uma pessoa que era alvo de uma provável detenção morreu", completou a Polícia.

Um confronto entre milicianos e traficantes na zona oeste do Rio de Janeiro deixou quatro mortos e nove feridos na noite desta quinta-feira (7). O conflito teria sido provocado por criminosos da Cidade de Deus que invadiram o Conjunto Habitacional Cesar Maia, em Vargem Pequena. Segundo a polícia, três homens foram baleados em um bar na Rua J e não resistiram. Uma jovem de 18 anos também foi baleada na mão e socorrida na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Taquara, mas passa bem.

A Polícia Militar informou que o 31º Batalhão de Polícia Militar (Recreio), logo após receber a denúncia, iniciou uma operação que resultou na prisão de três pessoas e apreensão de quatro pistolas, um revólver calibre 38 e 61 munições. No local, segundo a PM, foram encontradas três vítimas fatais e uma outra vítima que foi atendida na UPA de Jacarepaguá, mas não resistiu. Outros feridos foram encaminhadas para o Hospital Municipal Lourenço Jorge. A polícia continua realizando operações na região, através de equipes de inteligência.

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O caso é investigado pela Divisão de Homicídios. A Polícia Civil suspeita que a chacina tenha sido uma retaliação a um tiroteio anterior, na Cidade de Deus, quando duas pessoas morreram e outras duas ficaram feridas.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro realiza nesta quinta-feira (8) uma operação para coibir a atuação de milicianos que controlam vans na zona oeste da capital. A ação, da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco/IE), pretende cumprir mandados de busca e apreensão em 21 cooperativas de transportes alternativos, e tem apoio a da Coordenadoria Especial de Transporte Complementar da Prefeitura do Rio.

A investigação descobriu que a organização criminosa iniciou suas atividades em Paciência e já expandiu a atuação para vários bairros da zona oeste. A informação foi constatada na Operação Alfa, deflagrada em agosto deste ano, que prende cinco integrantes da milícia Liga da Justiça.

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O inquérito aponta que o grupo criminoso obtém lucros com a exploração do transporte complementar. Esse dinheiro financia a compra de armas, munições e propinas para agentes públicos.

As tropas do exército líbio atingiram bases controladas pelas milícias neste sábado (21), nos arredores da capital Tripoli, disseram autoridades de segurança de ambos os lados do conflito. O exército líbio também informou que realizou ataques aéreos contra diversos alvos próximos da cidade, incluindo o único aeroporto dos oponentes em atividade.

Os combates pelo controle da capital resultaram em ambos os lados reivindicando o controle da cidade de Aziziya, no sul de Trípoli. Tropas do exército e combatentes leais a uma coalizão conhecida como Aurora Líbia continuou a se enfrentar ao sul e oeste da capital.

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"O Exército líbio quer libertar a capital das milícias e gangues", disse o porta-voz do exército, Ahmed al-Mesmari. Detalhes sobre os conflitos e números de vítimas não foram divulgados.

Governos rivais na Líbia estão lutando pelo poder, enquanto a ONU mantém negociações para tentar acabar com a violência. O governo eleito, internacionalmente reconhecido, foi expulso de Trípoli no ano passado e se instalou na cidade de Tobruk. Um bloco de partidos islâmicos, apoiado por milícias, criou seu próprio governo na capital da Líbia.

O enviado da ONU, Bernardino Leon, condenou os combates. "Esta não é apenas uma atividade militar que está sabotando a situação da Líbia e impedindo a união dos líbios na luta contra o terrorismo, é também uma operação que condenamos nos termos mais fortes porque está minando o diálogo num momento decisivo", disse, neste sábado.

As conversações têm se arrastado por meses com poucos resultados, enquanto os combates aumentaram. Na semana passada, a delegação da cidade oriental de Tobruk - onde o parlamento internacionalmente reconhecido está instalado - se recusou a aderir às negociações. Fonte: Associated Press

O volante Luiz Antônio, do Flamengo, foi indiciado pela Polícia Civil do Rio nesta sexta-feira por suposta tentativa de aplicar um "golpe do seguro" e associação a um grupo de milicianos que atua na zona oeste da capital fluminense. O pai do jogador, Luiz Carlos Soares, e o policial civil Alexandre Antunes, amigo da família, que teriam colaborado com as irregularidades, também foram indiciados. O Ministério Público já protocolou denúncia contra os três, que devem ir a julgamento.

As investigações da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (DRACO), responsável pelo caso, indicam que Luiz Antônio presenteou com um carro de luxo um dos chefes da milícia denominada de Liga da Justiça. Dias depois, em janeiro, o pai do jogador, Luiz Carlos Soares, prestou queixa na 42ª DP, com auxílio de Antunes, informando que o mesmo carro teria sido roubado.

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Para a Polícia, o jogador tentou aplicar um golpe na seguradora do veículo. Nesta manhã de sexta, os agentes da Draco realizaram diligências de busca e apreensão na casa de Luiz Antônio e em endereços antigos do jogador.

O advogado do atleta, Michel Asseff Filho, disse à Agência Estado que precisa

estudar o caso e que, por isso, ainda não tem um posicionamento oficial. Ele também afirmou ter conversado com Luiz Antônio e que o volante demonstrou tranquilidade.

De acordo com a assessoria do Flamengo, o jogador deve se apresentar ao clube nesta sexta-feira para o treino de preparação para o clássico com o Vasco, no domingo, no Maracanã, pelo Campeonato Carioca. O clube afirmou que vai auxiliar o atleta no

que puder, mas que não tem relação com a vida pessoal de Luiz Antônio.

A Polícia Civil do Rio tomou providências para ouvir hoje o jogador do Flamengo Luiz Antônio e o pai dele, Luiz Carlos Soares, suspeitos de manter relações com um dos grupos mais perigosos de milicianos que atuam na cidade, a Liga da Justiça. O jogador alegou ser inocente, segundo o advogado do Flamengo, Michel Assef Filho, que vai acompanhar Luiz Antônio. "O jogador me esclareceu todo o ocorrido e afirmou ser inocente das acusações feitas", afirmou o advogado ao Estado.

Investigações da polícia apontam que o jogador teria presenteado o ex-policial Marcos José de Lima, um dos líderes milicianos, com um Ford Edge, avaliado em R$ 130 mil. Dias depois, o pai do jogador registrou o suposto roubo do mesmo carro. O policial que fez o registro foi preso na semana passada, acusado de integrar a milícia. A polícia acredita que o jogador tentou aplicar o golpe do seguro.

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Luiz Antônio foi liberado do treino de ontem do Flamengo para resolver problemas pessoais, de acordo com a assessoria do clube. O Flamengo mantém silêncio sobre o caso.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Pelo menos dez pessoas já foram presas e oito detidas na manhã desta quinta-feira, 7, na operação Tentáculos da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco-IE) de combate à milícia Liga da Justiça, a maior e mais violenta da zona oeste do Rio. O objetivo é cumprir 27 mandados de prisão e 90 de busca e apreensão contra a quadrilha que atua na venda e locação ilegal de imóveis do "Minha Casa, Minha Vida" em Campo Grande. Os milicianos também atuavam na cobrança por serviços de segurança, difusão clandestina de sinal de televisão, venda de gás e venda compulsória de cestas básicas aos moradores.

Os principais presos são o ex-PM João Henrique Barreto, conhecido como Cachorrão, e apontado como um dos líderes da Liga da Justiça, e Ademir Horácio Lima, síndico do condomínio onde a operação é realizada. De acordo com as investigações, a quadrilha usa a força para atuar em condomínios cobrando taxas e obrigando moradores a pagar por "segurança", taxa extra de luz, além de "gatonet" (TV a cabo clandestina) e cestas básicas.

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Os moradores que se negavam a pagar eram expulsos do condomínio. A partir daí nascia mais uma fonte ilegal de renda: os milicianos, com o apoio do síndico, passavam a alugar ou "vender" os imóveis - o que é ilegal. Aqueles que tentavam retornar para pegar pertences como roupas e móveis eram brutalmente espancados ou mortos.

Em nota, a Secretaria Estadual de Segurança (Seseg) destaca que, em virtude da ampla área geográfica de atuação, a "Liga da Justiça" diversificou o comando para dificultar as investigações e diminuir sua exposição. As investigações apontam que desde a prisão em julho de 2013 do ex-PM Toni Ângelo Souza de Aguiar, conhecido como Erótico, a quadrilha passou a ser liderada por Marco José de Lima Gomes, o Gão, (preso nessa terça-feira,5, pela Divisão de Homicídios da Capital) e por João Henrique Barreto, preso nesta quinta.

"As ações da quadrilha são cruéis e envolvem a prática de homicídios, ocultação de cadáveres, tortura, roubos, lesões corporais graves, extorsões, ameaças, constrangimentos ilegais e injúrias", diz a nota.

A operação Tentáculos é realizada pela Draco-IE em parceria com o Ministério Público, Subsecretaria de Inteligência (SSINTE) da Seseg, Polícia Civil, Corregedoria Geral Unificada, Corregedoria da Polícia Civil, Corregedoria da Polícia Militar, Corregedoria da Secretaria de Administração Penitenciária e Ministério Público.

O ex-policial militar Marcos José de Lima Gomes, de 38 anos, conhecido como Gão, foi preso na noite dessa terça-feira, 5, em Cosmos, na zona oeste do Rio. Ele é apontado como chefe da Liga da Justiça, maior e mais violenta milícia da zona oeste. Com ele, os policiais da Divisão de Homicídios da Capital, (DH/Capital) apreenderam um fuzil e outros armamentos que não foram descritos.

Gão estava foragido do sistema penitenciário desde 2010. Com a prisão, foi cumprido mandado de prisão pendente por formação de quadrilha expedido pela Vara de Execuções Penais (VEP).

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O miliciano substituiu o ex-policial Toni Ângelo Souza Aguiar, conhecido como Erótico, na chefia da quadrilha desde sua prisão em julho do ano passado. Aguiar foi preso depois de assassinar o agente penitenciário Anderson Terra dos Santos em uma boate em Campo Grande. O agente foi morto com três tiros e Erótico foi atingido no rosto e atendido no Hospital Oeste D'Or. Na ocasião, Gão foi à boate e tirou todas as câmeras de segurança para não identificar os envolvidos. Terra dos Santos era filho do também miliciano Júlio César Oliveira dos Santos, o Julinho Tiroteio, que está preso.

Em outra ocorrência, em janeiro de 2009, Gão e Erótico foram liberados pela Justiça depois de serem flagrados por uma câmera do circuito interno do estacionamento de um shopping em Campo Grande circulando com armas, sem o uniforme da PM.

De acordo com o portal Procurados.org.br, ligado ao Disque-Denúncia, pelas imagens é possível perceber que os dois procuravam alguém, que segundo as investigações seria um rival do grupo paramilitar do ex-deputado Natalino José Guimarães e seu irmão, o ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, o "Jerominho". Os irmão milicianos foram presos e respondem por formação de quadrilha, por financiar a milícia na região oeste do Rio.

Em junho de 2009, Gão, foi preso novamente na Operação Temis, da Polícia Civil. Na ação foram presos 43 acusados de fazer parte da milícia.

A polícia mexicana prendeu 46 suspeitos que se faziam passar por membros de grupos civis das Forças de Autodefesa do estado de Michoacán.

De acordo com o Comissário Federal para Segurança do estado, Alfredo Castillo, os presos vestiam camisas semelhantes às usadas por membros da milícia, com dizeres como "Huetamo Livre" (em referência ao município do estado) e "Grupo de Autodefesa". Junto a eles foram encontradas 23 armas, um lançador e três granadas, além de cerca de três mil cartuchos.

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A prisão acontece no momento em que o governo impôs o prazo de 10 de maio para que todos os membros das milícias se registrem, impedindo a infiltração de criminosos no grupo. As Forças de Autodefesa surgiram há mais de um ano para enfrentar o cartel de narcotráfico Cavaleiros Templários, que atuam no estado de Michoacán. Fonte: Associated Press.

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