Ainda que mudar do bairro onde mora não seja um desejo para 73% dos recifenses dos mais de 2 mil entrevistados pelo Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau, os moradores do município apontam os bairros de Boa Viagem, Casa Forte e Casa Amarela como as três primeiras opções de moradia com qualidade. A reportagem do Portal LeiaJá, percorreu esses locais para saber o que os tornam tão cobiçados como lugares para uma boa moradia.
Há 45 anos em Casa Forte, dona Amanda Faria A. da Silva (foto), viu o bairro crescer e se desenvolver economicamente. Em uma rua sem saída e bem agradável, com direito a um cajueiro na área, a aposentada construiu a sua casa, onde criou os quatro filhos, agora casados. “Eu adoro minha casa, não pretendo mudar nunca desse lugar”, conta.
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A residência de dois andares, tem grades brancas não tão altas, o que deixa a casa bem a vista de qualquer pessoa que passa pelo local. “Nunca fui assaltada aqui. Sempre vejo carros da polícia circulando. E já que a minha rua não tem saida, só quem chega até aqui são os próprios moradores”, afirma, acompanhada de seu mais novo inquilino, o Black, um cachorro da raça labrador de apenas 4 meses.
Contudo, ela afirma que não deixa de se prevenir contra os assaltos. “Tenho três cães em casa. Além do Black, que ainda é um filhote, tenho um Rottweiler, que também faz a nossa segurança”, afirma a aposentada.
A tranquilidade do bairro chama a atenção de qualquer um que passa por ali. Apesar de ser um local muito povoado, a vida caseira, em ruas arborizadas, convida moradores de outros locais a se encantarem por Casa Forte. “É o meu bairro. Calmo, sem muito barulho e seguro”, conta dona Amanda.
Saindo da rua da casa de dona Amanda, entramos no bairro de Casa Amarela, que faz divisa com Casa Forte, e encontramos a senhora Inelza Nunes de Souza, de 86 anos, na calçada de casa, localizada na Estrada do Arraial, acompanhando toda a movimentação da rua. Paraíbana, Inelza se mudou há 68 anos para o bairro. “Tenho tudo aqui perto. Mercado, famárcia, minha igreja é aqui do lado, não penso nunca em sair daqui”, conta.
Atrás do um muro alto, a casa de Inelza, que abriga oito pessoas, se revela um local acolhedor, com plantas e banquinhos pelo quintal. A idosa, ainda muito ativa, diz que adora passear pelo bairro no final da tarde com sua irmã, Ceverina Nunes, de 75 anos. “Acho que nem quando eu morrer saiu daqui. Logo ali perto tem um cemitério, então nunca vou deixar Casa Amarela”, conta rindo.
Um pouco mais distante da Zona Norte, o bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, atrai todos que tem a oportunidade de conhecê-lo. Um local cercado pelo mar, com um extenso calçadão, ciclovias, muitas lojas, colégios e um dos maiores shoppings da Capital, está no topo da lista do melhor lugar para morar em Recife, com 12,7% da preferência dos entrevistados pelo Instituto Maurício de Nassau.
A maioria dos moradores compartilham da mesma característica: tiram pelo menos uma horinha do dia para dar um volta pela orla da praia, como Rosina Sampaio, moradora do bairro há 30 anos. Ela conta que diferente do que vê nos notíciários, Boa Viagem é um local seguro de se viver. “Passeio sempre aqui, com bolsa, e nunca fui assaltada”, afirma.
A segurança também foi um dos fatores que atraiu o adestrador, Ramalho Lima (foto), recém chegado ao bairro. Ele diz que mesmo com um custo de vida mais elevado do que o seu antigo endereço, em Jaboatão dos Guararapes, a qualidade de vida encontrada no local é um aspecto que vale investir. “Aqui você tem restaurante, padaria, shopping e sso não se restringe apenas as ruas próximas a praia. As áreas mais distantes aqui em Boa Viagem também são bem atendidas pelo comércio e tem tudo que a gente precisa”, diz Ramalho.
O clima agradável da região e a praia não deixa a desejar nem a quem conhece de perto o Big Ben e os encantos da capital Londrina. A pernambucana Thereza Christina Frieeman, mora na Inglaterra com o marido inglês, mas mantem três apartamentos em Boa Viagem. “Nasci e fui criada aqui. Apesar de passar temporadas em Londres, não deixo de vir a Recife, por que sou apaixonada por Boa Viagem”, conta.
A orla e o sol da capital pernambucana são os melhores aspectos do bairro segundo a moradora que afirma que não deixa Recife para morar no exterior e ainda completa: “Me casei com Boa Viagem quando tinha nove anos e não penso nunca em deixa-la. Sou uma apaixonada pelo bairro”, afirma Thereza Christina.
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